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Percursos de Carreira dos Profissionais de TSI

Capítulo 7 – ANÁLISE DE QUESTIONÁRIO

8.2. Interpretação e comparação de resultados

8.2.3. Percursos de Carreira dos Profissionais de TSI

Ao nível dos percursos de carreira dos profissionais de TSI, ao longo do presente capítulo é percetível a heterogeneidade de atos de profissão que o Profissional de TSI pode exercer, sendo esse facto resultante do seu perfil híbrido que permite ao profissional assumir tarefas no domínio da Informática, da Gestão e dos Sistemas de Informação.

Os antigos diretores da LIG e da LTSI consideram que atualmente as organizações têm como principal necessidade a compreensão daquilo que realmente necessitam para adquirirem não só vantagem competitiva mas também melhores índices de eficácia, eficiência, rentabilidade de investimentos e redução de tempos de produção/prestação de serviços. Segundo os entrevistados, aquilo que muitas vezes as organizações necessitam é de corrigir os seus modelos de negócio e de possuírem alguém nos seus quadros que seja capaz de ter uma visão global dos processos organizacionais, sabendo comprar, adquirir ou desenvolver Tecnologias de Informação e comunicação (apesar de cada vez mais o conceito de desenvolvimento interno de tecnologia ser menos utilizado). Por outro lado, os diretores entrevistados acreditam que os profissionais formados no DSI estavam e estão preparados para responder a estas necessidades das organizações, revelando que todas as organizações beneficiam com a contratação de profissionais formados em TSI.

Ao nível dos atos de profissão, embora os diretores entrevistados considerem que não se pode “etiquetar” os profissionais de TSI por força da hibridez do seu perfil, reconhecem que existe espaço para o desempenho de variadíssimos atos de profissão por parte dos profissionais de TSI no mercado, revelando que os profissionais formados no DSI são formados para ocupar atos de profissão de nível hierárquico superior, tal como referido anteriormente, onde as suas análises e propostas de solução têm uma importância e relevância maior para a organização que representa. Por sua vez, e tendo em conta esta perspetiva por parte dos entrevistados, os profissionais de TSI formados no DSI hoje desempenham atos de profissão de lugar hierárquico superior, sendo que o ato de profissão mais desempenhado é o de Gestor (a) de Projeto e logo em seguida os atos de profissão de Consultor (a) Sénior e Consultor (a). O Gráfico 48 ilustra os principais atos de profissão desempenhados atualmente pelos profissionais de TSI formados no DSI.

Gráfico 48 - Principais atos de profissão desempenhados atualmente

Pela análise do Gráfico 48 é percetível que efetivamente a opinião dos entrevistados é valida e que existe relevância de 4 tipos de atos de profissão ao nível da gestão:

 Gestor (a) de Projeto;  Gestor (a) de Negócio;  Gestor (a) Organizacional;

 Gestor (a) de Sistemas de Informação.

A apresentação de atos de profissão como Consultor (a) e Programador (a) é relativa a profissionais que ainda estão em início de carreira e que se formaram desde 2011.

Relativamente aos percursos de carreira dos profissionais de TSI, no âmbito deste capítulo apenas foram discutidos os padrões de percurso de carreira com maior representatividade entre os 5 graus apresentados anteriormente no capítulo 7. A lista de casos particulares pode ser consultada através do Anexo 14.

Existe uma clara perspetiva de que 22,52% dos profissionais formados no DSI iniciaram as suas carreiras como Consultores enquanto 17,12% inicaram as suas carreiras como Programadores. Importa ainda referir que 10,81% dos profissionais formados no DSI iniciaram as suas carreiras como Analistas.

Compreende-se pelos dados no Anexo 4 que a heterogeneidade dos profissionais de TSI torna difícil a identificação dos percursos de carreira que os mesmos podem seguir. Prova disso mesmo é o Anexo 15 onde se verifica a diversidade de percursos que o profissional pode seguir.

Através da análise anterior é possível compreender a diversidade de atos de profissão que os profissionais de TSI podem desempenhar. Todavia, neste projeto de Dissertação não foi possível criar padrões de carreira completos. Apenas é possível compreender quais

os atos de profissão que os profissionais de TSI mais têm desempenhado e que relação têm esses atos de profissão com outros atos de profissão dentro da área de Tecnologias e Sistemas de Informação. Assim, e respondendo à questão de investigação “Quais os

percursos de carreira que os Profissionais de Tecnologias e Sistemas de Informação têm percorrido?”, há a perceção depois de realizado este estudo que preferencialmente os

profissionais iniciam as suas carreiras como consultores, analistas ou programadores. É nessa fase que, tal como referenciam os entrevistados, os profissionais demonstram o que sabem fazer e como o sabem fazer, sendo-lhe confiadas tarefas mais técnicas do que propriamente de gestão organizacional. Por sua vez, aqueles que desempenham o ato de profissão de investigadores, regra geral, seguem a via de ensino, assumindo o ato de profissão de Professor (a) no domínio das TSI. Seguidamente, os profissionais são desafiados a assumirem atos de profissão de maior responsabilidade ao nível da organização, sendo o analista desafiado a assumir o ato de profissão de Consultor (a) ou Gestor (a) de Projeto. Por sua vez, os consultores são desafiados a assumirem atos de profissão como Consultor (a) Sénior ou Analista de Sistemas enquanto os programadores são desafiados a assumirem o ato de profissão de Analista, Consultor (a) (com um nível de especificação maior, por exemplo, ao nível da ferramenta ERP SAP ou ao nível do conceito de Business Process Management) ou Engenheiro de Software / Especialista de TI. Importa no entanto referir que todos os atos de profissão anteriormente referidos possibilitam que o profissional exerça outros atos de profissão que embora não sejam referenciados no primeiro nível, são muito frequentes no segundo nível. Por exemplo, o ato de profissão de Administrador de Bases de Dados é muito frequente no segundo nível de atos de profissão de um Profissional de TSI, sendo que antes desse ato de profissão os profissionais desempenham atos de profissão como Programador (a), Analista/Programador (a) e Supervisor de Recursos Técnicos.

Os profissionais que desempenham o ato de profissão de Administrador de Bases de Dados, normalmente não executam outros atos de profissão de nível hierárquico superior. Outros atos de profissão com bastante referência ao nível do segundo grau, são os atos de profissão de Analista de Sistemas (desempenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido Consultores), Consultor (a) (desempenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido Analistas), Consultor (a) Sénior (desempenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido Consultores (a)), Gestor (a) de Produto (desempenhado preferencialmente por

profissionais que antes haviam sido Consultores) e Programador (a) (desempenhado preferencialmente por profissionais que antes haviam sido analistas).

Ao nível do terceiro ato de profissão, verifica-se uma tendência para os Consultores e Administradores de Bases de Dados manterem esse ato de profissão por uma maior período de tempo. Mesmo ao nível dos atos de profissão que podem ser consultados no Anexo 14, verifica-se que muitos profissionais tendem a desempenhar apenas dois atos de profissão. No entanto, verifica-se também que o ato de profissão com maior representatividade no terceiro grau é o de Gestor (a) de Projeto, sendo esse ato de profissão desempenhado por profissionais que anteriormente haviam sido gestores (de produto ou de sistemas) e também por Consultores SAP ou Sénior. Importa no entanto fazer referência a um caso específico de um profissional que iníciou o percurso como Programador (a), no segundo grau desempenhou o ato de profissão de Analista e no terceiro grau desempenhou o ato de profissão de Chief Technology Officer (CTO), demonstrando a rápida ascensão hierárquica em termos organizacionais que um Profissional de TSI pode ter. Importa também referir a tendência para os profissionais continuarem a exercer os atos de profissão de terceiro nível, principalmente aqueles que se desempenham neste nível os atos de profissão de Gestor (a), seja de negócio, de projeto, de organização ou de Sistemas de Informação.

Ao nível do quarto ato de profissão, existe uma clara tendência para os profissionais exercerem o ato de profissão de Consultor (a) Sénior (desempenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido gestores de projeto ou consultores), Gestor (a) de Projeto (desempenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido programadores ou analistas), Consultor (a) Funcional (desemepenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido analistas funcionais ou gestores de projeto) e Software Tester (desempenhado preferencialmente por profissionais que antes haviam sido investigadores ou responsáveis de suporte tecnológico). Importa referir a tendência para os profissionais contiuarem a exercer o ato de profissão de quarto grau, principalmente atos de profissão como Consultor (a) Sénior, Gestor (a) de Projeto e Software Tester.

Ao nível do quinto ato de profissão, verifica-se uma tendência dos profissionais para desempenharem atos de profissão como Gestor (a) de Negócio (desempenhado preferencialmente por profissionais que anteriormente haviam sido consultores séniores) e Gestor (a) Organizacional (desempenhado preferencialmente por profissionais haviam sido consultores séniores ou funcionais e também gestores operacionais).

Por último, compreende-se efetivamente os Profissionais de TSI possuem muitas vias que podem seguir, dependendo cada percurso das necessidades e dos objetivos pessoais de cada Profissional de TSI. Todavia, importa referir que este facto demonstra a hibridez, a heterogeneidade e a competência deste tipo de profissional que permite executar 75 atos de profissão diferentes que vêm descritos no presente documento. Compreende-se pelos dados da análise de respostas dos profissionais que as perspetivas de LIG, da LTSI e dos próprios diretores entrevistados no âmbito da presente Dissertação eram acertadas e que realmente os profissionais de TSI formados no DSI saem preparados para responder às necessidades tecnológicas, organizacionais e sociais das organizações. Importa ressalvar que hoje, com o Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação, os alunos têm oportunidade de se formarem com um nível de maturidade superior e com uma especificidade de competências, aptidões, habilidades e conhecimentos do que um profissional que se formou apenas pela LTSI e pela LIG (onde o domínio dos Sistemas de Informação ainda estava a ser descoberto e desenvolvido).

Hoje os profissionais têm apenas uma missão: com profissionalismo, exercerem os atos de profissão que permitirão às organizações (suportadas devidamente por tecnologia) ajustar os seus processos de negócio, ajustar o seu modelo de negócio, alinhar a sua estratégia organizacional, manter todos os recursos organizados, manter todos os profissionais motivados e com sentimento de utilidade e reconhecimento na organização e, como é natural, possuir as Tecnologias mais adequadas para sustentar a recolha, análise e apresentação de dados para uma adequada e justificada tomada de decisão na organização.