Capítulo 2 – Formação em Sistemas de Informação
2.5 A Licenciatura em Tecnologias e Sistemas de Informação
2.5.3. Resultados de Aprendizagem
O licenciado em TSI deve ser capaz de adquirir competências e capacidades ao nível do desenvolvimento de Sistemas de Informação, desenvolvimento de aplicações Informáticas e interação com sistemas de computação [UM 2006].
No âmbito do desenvolvimento de Sistemas de Informação, o profissional deve ser capaz de [UM 2006]:
Executar procedimentos de questionário (que lhe permitam identificar os processos, dinâmicas e culturas organizacionais);
Representar os referidos processos bem como o Sistema de Informação organizacional;
Propor alterações no referido Sistema de Informação;
Identificar aplicações Informáticas adequadas para suportar o funcionamento adequado do Sistema de Informação;
Conduzir processos de mudança organizacional;
Identificar e descrever os requisitos das aplicações Informáticas (consideradas necessárias e adequadas);
Selecionar, de entre todas as ofertas de mercado, quais as aplicações que constituem a melhor solução em função do quociente entre a qualidade e o preço de aquisição;
Instalar e configurar as referidas aplicações; Preparar a organização para a sua utilização.
Por sua vez, ao nível do desenvolvimento das aplicações Informáticas, o Profissional de TSI deve ser capaz de [UM 2006]:
Configurar e parametrizar pacotes de software; Combinar e integrar componentes de alto nível; Conceber aplicações Informáticas;
Representar as arquiteturas aplicacionais das aplicações a conceber; Programar (utilizando linguagens de programação adequadas); Combinar e integrar aplicações Informáticas já desenvolvidas;
Por último, ao nível da interação com sistemas de computação, o Profissional de TSI deve ser capaz de [UM 2006]:
Configurar sistemas de computação capazes de satisfazer as necessidades de uma pessoa ou de uma organização;
Implementar e configurar redes de computadores de pequena dimensão. Percebe-se, pelas áreas anteriormente descritas, que o Profissional de TSI pode desempenhar funções de teor tecnológico numa organização, havendo no entanto um reforço de conhecimento mais ao nível lógico e de rede do que propriamente ao nível físico [UM 2006].
2.5.4. Perfil Profissional e Saídas Profissionais
Na criação da LTSI, acreditava-se que o engenheiro e gestor de Sistemas de Informação estaria capacitado para realizar os seguintes atos de profissão [UM 2006]:
Desenvolvimento de aplicações Informáticas (implica a conceção e construção de aplicações Informáticas de suporte a situações de trabalho organizacional);
Desenvolvimento de Sistemas de Informação (com o intuito de melhorar situações de trabalho através da utilização de Tecnologias de Informação); Gestão de Sistemas de Informação (deverá gerir a adoção e utilização de
Tecnologias de Informação bem como as suas aplicações de forma a otimizar a eficácia e eficiência organizacional);
Engenharia do trabalho, dos processos e das organizações (implica a conceção das estruturas organizacionais necessárias para que uma unidade organizacional possa atingir a sua finalidade).
O Profissional de Tecnologias e Sistemas de Informação deveria ainda possuir sólidas capacidades de realização tecnológica, ou seja, capacidades para construir artefactos tecnológicos. O mesmo profissional deveria ter em conta que (à data da reestruturação da LIG) as aplicações Informáticas de suporte ao trabalho organizacional eram construídas com base em componentes e plataformas de muito alto nível, parametrizáveis e configuráveis de forma a ajustarem-se às necessidades organizacionais que havia necessidade de colmatar [UM 2006].
Enquanto profissão emergente, o profissional deve ter a consciência que assume tarefas de outros profissionais, adquirindo competências de Engenharia Informática, gestão de informação, gestão da tecnologia e design organizacional. O Profissional de TSI deve também possuir conhecimento relativamente às ciências humanas e sociais, procurando adquirir competências e Habilidades ao nível da psicologia cognitiva, ciências da linguagem, ciências sociais, ciências da comunicação, sociologia, comportamento organizacional, cibernética, entre outras componentes relacionadas com as teorias da organização [UM 2006].
Aquando da criação da LTSI era expectável que no exercício da sua profissão em TSI, o profissional demonstrasse uma atitude reflexiva sobre as suas funções (demonstrando aprendizagem pessoal traduzida na constatação dos desvios entre o que foi planeado e o que realmente se fez). Por outro lado, era expectável que o mesmo profissional
demonstrasse uma atitude de liderança perante os restantes elementos organizações, evidenciando sempre respeito pela dignidade de pessoa humana, espírito de equipa, responsabilidade e delegação, disciplina, empreendedorismo, consciência na comunicação, competência profissional, flexibilidade e espirito de aprendizagem continua. Salienta-se também a importância de o profissional possuir boas capacidades de comunicação interpessoal. As capacidades referidas garantem a eficácia da interação dos Profissionais de TSI com outros profissionais (de outras áreas de atuação), agentes organizacionais (responsáveis pelas atividades organizacionais), e fornecedores de bens e serviços (no âmbito de um qualquer projeto) [UM 2006].
Os licenciados em TSI estão aptos a iniciar a sua profissão em qualquer organização, independentemente da dimensão ou ramo de atividade. Desta forma, as saídas profissionais na LTSI relacionavam-se com [UM 2006]:
Empresas de grande dimensão, onde a função Sistemas de Informação está bem identificada e formalizada. Provavelmente o profissional começará por assumir o desempenho de atividades e responsabilidades de acordo com a sua formação, perfil e experiência;
Empresas de pequena dimensão, onde a função Sistemas de Informação não é necessariamente autónoma. Nestas organizações, o licenciado assume-se como um elemento particularmente valioso pois não é provável que os restantes elementos da organização possuam tão bons conhecimentos para a problemática da adoção e utilização das TSI;
Empresas de consultoria, onde o licenciado começará por integrar equipas de projeto em que desempenha atividades e assume responsabilidades compatíveis com a sua formação;
Empresas de desenvolvimento de software, onde o licenciado pode assumir atividades de desenvolvimento de software ou primordialmente atividades relacionadas com a interação com os clientes.
No total, a LTSI formou 386 Profissionais de Tecnologias e Sistemas de Informação. O Gráfico 2 representa a evolução da saída de profissionais do curso de LTSI na Universidade do Minho.
Gráfico 2 –- Saídas de Profissionais de TSI pela LTSI
Pela análise do gráfico anterior é possível compreender que o ano em que formaram- se mais alunos do curso de LTSI foi em 2009, representado o valor anual mais alto do número de Profissionais de TSI formados na Universidade do Minho, havendo vários casos de alunos que já estavam a frequentar a LIG e transitaram para a LTSI. Depois, verificou-se um decréscimo do número anual de alunos a finalizarem o seu ciclo de estudos. Importa referir que no ano de 2012 terminaram o curso mais do que 46 pessoas. Todavia, devido ao processo de reestruturação da LTSI, muitos alunos transitaram para o novo curso de Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação (MIEGSI), ou seja, o número de licenciados em LTSI no ano de 2012 é na realidade, de aproximadamente 70 pessoas.