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Mapa 04 – Imagem de satélite da localização das escolas

4.3 O perfil docente e o ensino

A pesquisa desenvolvida com os professores de Geografia para esta dissertação, teve como propósito verificar como estes trabalham o conceito paisagem em suas aulas de Geografia no 6º ano. Considerando que, antes de serem professores, esses profissionais são seres humanos oriundos de diferentes processos sociais, carregados de culturas as quais influenciam em seus pensamentos e atitudes e em suas vidas particulares, assim como também no ambiente escolar e de ensino. Fizemos uma breve caracterização dos professores que participaram da nossa pesquisa. O grupo apresenta as seguintes características profissionais16:

Professor P1. Sexo: feminino.

Área de formação: Licenciatura em Geografia.

Instituição: Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Ano de Conclusão do Curso: 2009.

Anos de docência: 05

Carga horária – hora/aula: 24. Pós-graduação: não.

16 Em virtude de alguns professores terem declarado que não gostariam que os seus nomes fossem citados na

Professor P2. Sexo: Feminino.

Área de formação: Licenciatura em Geografia.

Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Ano de Conclusão do Curso: 2011.

Anos de docência: 06

Carga horária – hora/aula: 24.

Pós-graduação: Educação Ambiental e Geografia do Semi-Árido - IFRN.

Professor P3 Sexo: Masculino.

Área de formação: Licenciatura em Geografia.

Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Ano de Conclusão do Curso: 1999.

Anos de docência: 19.

Carga horária – hora/aula: 30.

Pós-graduação: Ensino de Geografia - UNINTER.

Professor P4 Sexo: Masculino.

Área de formação: Licenciatura em Geografia

Instituição: Universidade Estadual Vale do Acarú - UVA. Ano de Conclusão do Curso: 2012.

Anos de docência: 10

Carga horária – hora/aula: 30. Pós-graduação: não.

Professor P5 Sexo: Masculino.

Área de formação: Licenciatura em Geografia

Instituição: Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN. Ano de Conclusão do Curso: 2015.

Carga horária – hora/aula: 24.

Pós-graduação: Ensino de Geografia em conclusão – UNINTER.

De acordo com o que foi observado numa breve caracterização dos professores, pudemos observar que estes apresentam um perfil profissional que atende as expectativas do fazer pedagógico e o de ensinar a Geografia. Todos eles têm licenciatura em Geografia, o que garante ao menos, uma formação na disciplina em exercício, o que muitas vezes não acontece. É muito comum vermos professores de outras áreas (como História) lecionando Geografia, não porque querem, mas por uma necessidade de completar as suas cargas horárias. Além disso, dos cinco professores, três possuem pós-graduação na área de ensino. Outra importante observação foi o fato de todos os professores residirem próximo às escolas em que trabalham, o que torna o percurso casa-trabalho-casa menos cansativo, o que pode amenizando o desgaste que a locomoção provoca na rotina diária.

É também muito comum encontrarmos na rede pública de ensino professores com a carga horária média de 50 aulas semanais, o que corresponde a dois vínculos públicos. Isso não acontece com os professores entrevistados, que possuem carga horária máxima de 30 aulas semanais. Todos os professores são funcionários públicos, mas mantém apenas um vínculo, na Secretaria Estadual de Educação do RN ou na Prefeitura de São Paulo do Potengi.

Verificamos, com exceção do professor P3, que todos os professores têm pouco tempo de magistério. A ausência de professores mais experientes pode estar relacionada às próprias dificuldades da profissão, onde os baixos salários, a alta carga horária e o elevado nível de stress termina fazendo com que muitos docentes deixem o magistério e busquem outras profissões.

Dos quatro anos (6º, 7º, 8º e 9º) que fazem parte do Ensino Fundamental II, nossa pesquisa teve como alvo o 6º ano em virtude de ser nessa série que o conceito paisagem é trazido pela maioria dos livros didáticos e lecionado pelos professores, como foi diagnosticado na pesquisa. Outro critério para a nossa escolha foi o fato do conceito paisagem, como trouxemos em nossa introdução, ser sugerido nos Parâmetros Curriculares de 1998 como eixo temático a ser trabalhado no início do terceiro ciclo do Ensino Fundamental da Educação Básica.

Nosso ponto de partida para conhecer a percepção que os professorem têm de paisagem, bem como a maneira como eles trabalham essa categoria geográfica, foi uma entrevista semiestruturada, a qual foi gravada em áudio para posterior transcrição. Esse recurso permitiu o acesso mais minucioso às informações sobre o problema. Assim sendo,

realizamos cinco sessões de entrevista com cada professor, cada uma delas com aproximadamente 30 minutos de duração.

A realização de entrevistas possibilitou uma aproximação significativa com a realidade investigada e tornou possível um aprofundamento sobre o conceito de paisagem declarado pelos professores. Proporcionou também oportunidades de esclarecimentos e permitiu ao entrevistado expressar-se com maior clareza e subjetividade em relação ao que estava sendo investigado.

A entrevista assumiu, em alguns momentos, um caráter mais flexível. Quando no encontro face a face com os entrevistados, estes apresentaram propostas diferentes para expressar seus conhecimentos, utilizando para isso outras questões que não constavam no roteiro da entrevista. No entanto, é importante destacar que ao deparar-se com situações como essas, era fundamental que se mantivesse a atenção para não deixar que o assunto se desviasse do objetivo inicial.

Das cinco entrevistas, três foram realizadas nas próprias escolas as outras duas foram realizadas no Campus do Instituto Federal (IFRN) da cidade de São Paulo do Potengi. Essa escolha partiu pela necessidade de os professores afirmarem que não teriam as mesmas condições de silêncio e tranquilidade em suas escolas.

A entrevista foi organizada em três grupos de perguntas. A primeira e segunda pergunta tiveram como objetivo conhecer a percepção que os professores têm do conceito de paisagem; já a terceira e quarta buscaram saber se os professores utilizam algum material ou teoria para lecionarem o conceito de paisagem em suas turmas, como a utilização de algum autor, texto ou livro didático. A quinta e sexta perguntas foram direcionadas para verificar se os docentes fazem alguma relação entre a teoria trazida na sala e no livro didático com as paisagens locais, da cidade de São Paulo do Potengi. E por último, foi perguntado aos professores quais eram as dificuldades que eles encontravam para lecionar, trabalhando o conceito de paisagem em suas turmas do Ensino Fundamental II.