• Nenhum resultado encontrado

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização das amostras

5.1.1 Perfil dos ácidos graxos

Inicialmente, destaca-se que são raros os relatos encontrados na literatura sobre o perfil dos ácidos graxos do óleo de cacay. Além disso, não há registros desse perfil no que diz respeito a manteiga de cacay. Dessa maneira, a Tabela 3 apresenta o perfil dos ácidos graxos obtido por cromatografia gasosa dos ésteres metílicos.

Tabela 3 - Perfil dos ácidos graxos das amostras. Ácidos graxos

Simbologia (nomenclatura usual)

Óleo de cacay (%) Óleo de coco (%) Manteiga de cacay (%) C8:0 (ácido caprílico) 0,00 0,74 0,19 C10:0 (ácido cáprico) 0,15 3,04 2,08 C12:0 (ácido láurico) 0,00 38,42 31,82 C14:0 (ácido mirístico) 0,60 20,22 16,85 C16:0 (ácido palmítico) 20,53 13,50 15,41 C16:1 (ácido palmitoleico) 0,34 0,00 0,00 C18:0 (ácido esteárico) 2,35 2,50 2,73

C18:1 trans-9 (ácido elaídico) 0,69 0,00 0,00

C18:1 cis-9 (ácido oleico) 17,02 15,49 14,09

C18:2 cis-9,12 (ácido linoleico) 58,32 6,09 16,83

Ácidos graxos saturados 23,63 78,42 69,08

Ácidos graxos monoinsaturados 18,05 15,49 14,09

Ácidos graxos poli-insaturados 58,32 6,09 16,83

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Como pode-se observar, os ácidos graxos saturados são dominantes para o óleo de coco (78,42%) e manteiga de cacay (69,08%), com destaque para o ácido láurico (38,42% e 31,82%), respectivamente. Correia et al. (2014) obtiveram 82,20% de ácidos graxos saturados presentes no óleo de coco, com similar destaque para o ácido láurico (40,80%) e mirístico (20,30%).

O teor de ácidos graxos saturados encontrados na manteiga de cacay pode ser justificado pelo baixo índice presente no óleo de cacay (23,63%), tendo em vista que a manteiga é um produto derivado da mistura do óleo de coco (70%) com o óleo de cacay (30%). Em seus estudos, Radice et al. (2014) relataram um teor de ácidos graxos saturados de 14,30% para óleo de cacay, com semelhante predomínio de ácido palmítico (10,30%).

Entre os ácidos monoinsaturados, as amostras de óleo de coco e manteiga de cacay apresentaram percentuais semelhantes (15,49% e 14,09%) de ácido oleico, respectivamente. Dentre as amostras avaliadas, ressalta-se o teor de ácido oleico encontrado para o óleo de cacay (18,05%). Valores inferiores ao mensurado no presente estudo foram relatados tanto para o óleo de coco (9,90%) quanto para o óleo de cacay (11,80%) (CORREIA et al., 2014; PÉREZ et al., 1999).

O ácido graxo trans elaídico (isômero do ácido oleico) foi encontrado no óleo de cacay (0,69%) porém em teor considerado insignificante quando comparado ao Codex Alimentarius (1999).

No que diz respeito aos ácidos graxos poli-insaturados das amostras avaliadas, a manteiga apresentou um teor intermediário de 16,83%, com o ácido linoleico (ômega 6) como ácido graxo majoritário. Um baixo valor foi encontrado para o óleo de coco (6,09%), visto que este óleo é predominantemente saturado. Em contrapartida, o óleo de cacay apresentou valores elevados para o ácido linoleico (58,32%).

Um baixo teor de ácidos graxos poli-insaturados é relatado por Seneviratne et al. (2009) para o óleo de coco extraído por processos a frio (1,10%) e a quente (1,20%). Por outro lado, Radice et al. (2014) encontraram um elevado teor de poli-insaturados (85,70%) no óleo de cacay, com alto conteúdo de ácido linoleico (85,60%).

A elevada presença de ácidos graxos poli-insaturados no óleo de cacay demonstra seu potencial como matéria-prima para a aplicação industrial, uma vez que ácidos graxos poli-insaturados podem apresentar propriedades bioativas de interesse (KOUBAA et al., 2016).

Vale salientar que a composição química de lipídios vegetais depende fortemente de fatores como as condições climáticas, disponibilidade de nutrientes, maturidade dos frutos e condições do solo (TIMILSENA et al., 2017).

5.1.2 Caracterização físico-química

A caracterização físico-química de óleos e gorduras permite conhecer suas propriedades, avaliar suas qualidades, e direcionar suas aplicabilidades (CORREIA et al., 2014). A Tabela 4 apresenta os resultados da caracterização físico-química do óleo de cacay, óleo de coco e manteiga de cacay.

Tabela 4 - Caracterização físico-química do óleo de cacay, coco e da manteiga de cacay.

Parâmetros Óleo de cacay Óleo de coco Manteiga de cacay

Umidade e matéria volátil (%) 0,93 ± 0,05a 0,90 ± 0,00a 0,99 ± 0,13a Densidade relativa 20 ºC (kg.m-3) 915,25 ± 0,02a 915,86 ± 0,01b 912,40 ± 0,01c Índice de saponificação (mg KOH.g-1) 206,74 ± 1,96a 252,22 ± 1,85b 242,78 ± 1,36c Índice de iodo (cg I2.g-1) 116,35 ± 0,67a 17,58 ± 0,09b 26,80 ± 1,17c Índice de refração (40 ºC) 1,46 ± 0,00a 1,44 ± 0,00b 1,45 ± 0,00c Índice de acidez (mg KOH.g-1) 2,67 ± 0,01a 15,71 ± 0,22b 13,45 ± 0,10c

Índice de peróxido (meq.kg-1) 21,81 ± 0,21a 5,99 ± 0,02b 7,77 ± 0,06c Legenda: Letras diferentes (a,b,c) na mesma linha indicam diferenças estatisticamente significativas (p <

0,05) utilizando one way ANOVA seguido do pós-teste de Tukey. Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Deste modo, resultados semelhantes de umidade foram encontrados para o óleo de cacay (0,93%), óleo de coco (0,90%) e manteiga de cacay (0,99%), sem diferença estatística (p > 0,05) observada. Diversos estudos relatam que lipídios vegetais apresentam valores de umidade e matéria volátil inferiores a 1% (CORREIA et al., 2014; TEH; BIRCH, 2013).

O teor de umidade é um importante parâmetro que influencia na qualidade de lipídios vegetais. Baixos valores sugerem uma maior resistência à degradação microbiana e maior tempo de prateleira (TEH; BIRCH, 2013). Por outro lado, uma umidade elevada pode aumentar a propensão de decomposição hidrolítica e, consequentemente, formação de ácidos graxos livres (TIMILSENA et al., 2017).

A maior densidade observada foi para o óleo de coco (915,86 kg.m-3), seguido

do óleo de cacay (915,25 kg.m-3) e manteiga de cacay (912,40 kg.m-3). A densidade dos

óleos e gorduras depende da massa molecular dos ácidos graxos, de seu conteúdo de ácidos graxos livres, do número de insaturações, teor de água e temperatura (BAROUTIAN et al., 2008; LIMA et al., 2017).

Segundo Abollé et al. (2009), óleos e gorduras vegetais apresentam uma densidade entre 900 e 930 kg.m-3. Dessa forma, as amostras analisadas apresentaram valores dentro dessa faixa.

O índice de saponificação correlaciona-se com a média da massa molecular dos ácidos graxos presentes. Quanto maior o índice menor será o comprimento médio dos ácidos graxos na cadeia carbônica (CHE; NAZIMAH; AMIN, 2009). O valor encontrado para óleo de coco (252,22 mg KOH.g-1) foi semelhante ao obtido por Mansor et al. (2012) por processo de extração a frio (258,42 mg KOH.g-1). Por outro lado, o óleo de coco apresentou um valor significativamente maior que o óleo e manteiga de cacay,

correlacionando-se com a maior concentração de ácidos graxos saturados presentes no óleo de coco.

No que diz respeito aos produtos do cacay, o elevado índice de saponificação encontrado para a manteiga (242,78 mg KOH.g-1) pode ser justificado pela influência do óleo de coco em sua constituição. Em contrapartida, o óleo de cacay (206,74 mg KOH.g-1)

apresentou o menor índice entre as amostras avaliadas, o que pode estar correlacionado com sua maior concentração de ácidos graxos poli-insaturados e, consequentemente, maior massa molecular média.

O índice de iodo mede o grau de ácidos graxos insaturados que podem absorver halogênios (GUANI et al., 2018). Um elevado índice de iodo foi encontrado para o óleo de cacay (116,35 ± 0,67 cg I2.g-1), na mesma ordem de grandeza do mensurado por

Pérez et al. (1999) (136,53 cg I2.g-1). Tal fato pode estar associado ao elevado teor de

ácidos graxos poli-insaturados (58,32%) presentes no óleo de cacay.

Por outro lado, um baixo índice de iodo foi encontrado para a manteiga de cacay (26,80 cg I2.g-1), o que pode ser explicado pelo baixo índice obtido para o óleo de

coco (17,58 cg I2.g-1), uma vez que 70% da manteiga de cacay é formada por este óleo.

Além disso, a alta concentração de ácidos graxos saturados (69,08%) presentes na manteiga corroboram com os valores mensurados.

O índice de refração pode fornecer informações cruciais sobre a composição de ácidos graxos, estado de oxidação e quaisquer impurezas possíveis presentes nos óleos. O aumento do índice de refração está diretamente correlacionado com o aumento do comprimento da cadeia de ácidos graxos e com o grau de insaturação (TIMILSENA et al., 2017). Diante dos resultados, o óleo de cacay apresentou o maior valor encontrado (1,46), seguido da manteiga (1,45) e óleo de coco (1,44), sendo possível observar uma correlação com os índices de saponificação e iodo determinados.

O índice de acidez e peróxido são amplamente utilizados para a avaliação da qualidade de óleos, medindo a quantidade de ácidos graxos livres presentes e a quantidade de oxidação primária, respectivamente (GUAN et al., 2018).

O óleo de cacay apresentou um índice de acidez (2,67 mg KOH.g-1) semelhante

aos valores encontrados por Radice et al. (2014) (2,4 mg KOH.g-1). Em contrapartida, o óleo de coco (15,71 mg KOH.g-1) e a manteiga de cacay (13,45 mg KOH.g-1) apresentaram valores elevados. Desse modo, pode-se dizer que o óleo de coco e a manteiga de cacay avaliados no presente estudo não estão em conformidade com o Codex Alimentarius

(1999), uma vez que este prevê um limite máximo de 4 mg KOH.g-1 para óleos e gorduras não refinadas. Sugere-se ainda que, no momento da análise, as amostras de óleo de coco e manteiga de cacay detinham uma elevada concentração de ácidos graxos livres formados por um processo de rancidez hidrolítica. Óleos artesanais, geralmente obtidos por extração mecânica, são mais suscetíveis à degradação química devido ao processamento térmico e exposição a luz (CUNHA et al., 2012; VIEIRA et al., 2018).

Quanto ao índice de peróxido, a manteiga de cacay (7,77 meq.kg-1) apresentou

um valor semelhante ao observado por Pérez et al. (1999) para o óleo de cacay (7,16 meq.kg-1). O valor encontrado para a manteiga de cacay pode ser explicado pela elevada

concentração de ácidos graxos saturados (69,08%) que, de certo modo, apresentam uma maior estabilidade contra a peroxidação lipídica. Além disso, pode-se observar a influência do óleo de coco em sua composição, visto que este apresentou um menor índice (5,99 ± 0,02 meq.kg-1).

Considerando que este parâmetro indica o nível de rancidez oxidativa da amostra, pode-se dizer que baixos valores sugerem um produto com menores quantidades de subprodutos de oxidação, como peróxidos e hidroperóxidos formados nos estágios iniciais da oxidação lipídica (TEH; BIRCH, 2013; GUANI et al., 2018).

Segundo Codex Alimentarius (1999), óleos prensados a frio e não refinados devem apresentar um índice de peróxido de até 15 meq.kg-1. Desta maneira, o óleo de cacay avaliado no presente estudo pode ser considerado como inapropriado para o consumo humano devido ao alto valor encontrado (21,81 meq.kg-1). Assim, com o intuito de melhorar as características físico-químicas do óleo analisado, recomenda-se a otimização do processo de extração e armazenamento de modo a evitar o contato do produto com oxigênio, reduzindo o processo de oxidação lipídica.

5.1.3 Determinação dos compostos fenólicos totais (CFT)

Compostos polifenólicos totais são um dos principais indicadores utilizados para avaliar as propriedades antioxidantes dos óleos vegetais visto sua capacidade de sequestrar os intermediários reativos do oxigênio (TOHIDI; RAHIMMALEK; ARZANI, 2017).

Dessa maneira, a determinação dos CFT foi realizada nas frações hidrofílicas das amostras avaliadas, uma vez que o reagente de Folin-Ciocalteau é mais eficiente em

sistemas polares (RIBEIRO et al., 2017). A Tabela 5 apresenta os dados da determinação de compostos fenólicos totais presentes nas amostras de óleo de cacay, coco e manteiga de cacay.

Tabela 5 - Quantificação dos compostos fenólicos totais (CFT) nos extratos hidrofílicos das amostras.

Ensaio Óleo de cacay Óleo de coco Manteiga de cacay

Compostos fenólicos totais

(mg EAG.kg-1) 326,27 ± 6,79a 284,07 ± 15,55b 300,45 ± 4,62b Legenda: Letras diferentes (a,b) na mesma linha indicam diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05)

utilizando one way ANOVA seguido do pós-teste de Tukey. Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

De acordo com os resultados, o óleo de cacay apresentou a maior concentração de fenólicos totais (326,27 ± 6,79 mg EAG.kg-1), com valor estatisticamente superior ao óleo de coco e manteiga (p < 0,001). Por outro lado, apesar da manteiga (300,45 ± 4,62 mg EAG.kg-1) ter apresentado um valor superior em relação ao óleo de coco (284,07 ± 15,55 mg EAG.kg-1), não foi observado diferença significativa entre as amostras (p = 0,059), considerando um intervalo de confiança de 95%.

Resultados inferiores aos encontrados neste estudo foram relatados na literatura. Seneviratne et al. (2009) obtiveram um conteúdo de fenólicos totais para o óleo de coco extraídos por processos a frio e a quente igual a 62,2 mg EAG.kg-1 e 78 mg

EAG.kg-1, respectivamente. Um valor de 207 mg EAG.kg-1 e 255 mg EAG.kg-1 foi

observado para o óleo de bagaço de azeitona obtido por extração por Soxhlet e ultrassom, respectivamente (CHANIOTI; TZIA, 2017).

É importante mencionar que o conteúdo fenólico de cada óleo vegetal é uma função de uma multiplicidade de fatores, tais como o método de extração utilizado e as condições climáticas e geográficas da região de cultivo (GHARIBI; TABATABAEI; SAEIDI, 2015).

Conforme os resultados encontrados, ressalta-se a necessidade da determinação do perfil de componentes fenólicos por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) por ser um método mais sensível, específico e por expressar o resultado de modo qualitativo (VISIOLI; POLI; GALLI, 2002). Espera-se que essas informações possam ser úteis para as aplicações cosméticas do óleo de cacay como uma fonte promissora de antioxidantes naturais.

5.1.4 Capacidade antioxidante in vitro

Os antioxidantes naturais presentes nos lipídios vegetais tem sido objeto de interesse científico e biotecnológico por apresentarem propriedades bioativas e promoverem uma maior estabilidade quanto à peroxidação lipídica (CASTELO-BRANCO; TORRES, 2011). Conforme ilustrado na Tabela 6, buscou-se avaliar a contribuição antioxidante das diferentes frações e amostras analisadas.

Tabela 6 - Atividade antioxidante das amostras e suas frações hidrofílicas (FH) e lipofílicas (FL).

Legenda: FH (fração hidrofílica); FL (fração lipofílica); AT (amostra total não fracionada). Letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatísticas significativas (p < 0,05) utilizando one way ANOVA

seguido do pós-teste de Tukey. Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

De um modo geral, o óleo de cacay apresentou uma maior capacidade antioxidante para os métodos avaliados quando comparado ao óleo de coco e a manteiga. Radice et al. (2014) mostraram resultados promissores para a capacidade antioxidante do óleo de cacay associados aos altos níveis de α-tocoferol e ácido linoleico, sugerindo uma possível aplicação na área cosmética.

Dentre as frações analisadas, a hidrofílica apresentou valores significativamente maiores (p < 0,05) que a lipofílica, tanto para o óleo quanto para a manteiga de cacay. Isto pode ser atribuído a presença de uma maior quantidade de compostos polifenólicos presentes nas frações hidrofílicas, visto que estes compostos são de natureza polar e preferencialmente particionado neles (SENEVIRATNE; HAPUARACHCHI; EKANAYAKE, 2009). A capacidade antioxidante destes compostos foi reconhecida devido as suas estruturas químicas capazes de doar hidrogênio aos radicais livres e inibir a cadeia de propagação de reações promovidas pelo estresse oxidativo (TOHIDI, RAHIMMALEK, ARZANI, 2017). Dessa maneira, a maior capacidade antioxidante encontrada na FH do óleo de cacay (156,57 µmol TE.g-1) pelo método do

Amostras Ensaio (µmol TE.g-1)

DPPH ABTS Óleo de cacay FH 156,57 ± 2,25a 77,79 ± 0,56a FL 14,27 ± 2,15b 9,82 ± 0,42b AT 19,78 ± 3,18c 16,84 ± 1,33c Óleo de coco FH 10,17 ± 1,20b,d 19,23 ± 0,98d FL 6,17 ± 0,38d 10,17 ± 0,73b AT 7,17 ± 0,38d 5,53 ± 0,98e Manteiga de cacay FH 7,71 ± 1,48d 15,11 ± 0,72c FL 0,31 ± 0,19e 5,00 ± 0,45e AT 0,35 ± 0,05e 8,04 ± 0,63b

sequestro do DPPH pode ser justificada pela elevada concentração de CFT apresentada (326,27 mg EAG.kg -1).

Em contrapartida, para o óleo de coco não foi observado diferença significativa entre as atividades antioxidantes nas frações hidrofílica e lipofílica (p = 0,072). Tais resultados podem ser justificados pela composição complexa presentes nos óleos vegetais e pelo efeito sinérgico com outros compostos fitoquímicos não avaliados no presente estudo (CONDELLI et al., 2015; ADARAMOLA; ONIGBINDE, 2017).

Valores inferiores ao observado para o óleo de cacay são relatados para óleos com propriedades antioxidantes promissoras. Ao avaliar a capacidade antioxidante pelo método de sequestro do radical DPPH, Ribeiro et al. (2017) encontraram uma atividade de 2,35 µmol TE.g-1 para o óleo de faveleira, 1,08 µmol TE.g-1 para sua fração hidrofílica e 1,94 µmol TE.g-1 para a lipofílica. Arranz et al. (2008) obtiveram uma atividade de 1,83 µmol TE.g-1 para o óleo de noz (Juglans regia L.) pelo método do sequestro do radical ABTS.

Diferentemente do encontrado por Espín et al. (2000), a soma dos resultados das frações hidrofílicas e lipofílicas foram maiores que a atividade expressa nos óleos e na manteiga. Comportamento semelhante foi encontrado para o óleo de faveleira e suas frações. Isso sugere que os compostos presentes na amostra quando misturados podem levar a um efeito antagonista, diminuindo sua atividade antioxidante (RIBEIRO et al., 2017).

Diversas metodologias são utilizadas para a determinação de antioxidantes totais. Porém, poucos são os métodos que têm sido adaptados para a capacidade antioxidante de óleos vegetais (CASTELO-BRANCO; TORRES, 2011; BAHARFAR; AZIMI; MOHSENI, 2015). Vale salientar que não há registros na literatura sobre a utilização do método do sequestro do radical ABTS para o óleo de cacay reforçando, assim, a importância da utilização de mais de um método para a avaliação da capacidade antioxidante. Dessa maneira, os resultados apresentados evidenciam uma promissora capacidade antioxidante para o óleo de cacay e suas frações.

Documentos relacionados