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Articulado às abordagens econômicas, mas, sobretudo, às abordagens comportamentais, encontra-se o que se denominou “perfil do empreendedor”, aspecto muito recorrente nos textos que abordam o

empreendedorismo e educação para o empreendedorismo. O desenvolvimento do perfil empreendedor é um dos alvos, talvez o mais importante a ser atingido pela educação para o empreendedorismo e diversos autores e entidades escrevem sobre o assunto. O SEBRAE, por exemplo, disponibiliza em sua biblioteca e site uma série de materiais acerca do empreendedorismo, de modo especial, sobre o perfil do empreendedor. O sonho de querer ser empreendedor e ter sucesso é buscado por muitos, porém o fato de não ter o perfil exigido faz com que o sonho se desfaça mais facilmente e se torne um fracasso, afirmam os apologetas do empreendedorismo. Para que isso não ocorra, é necessário, segundo Araújo (2008), mais que vontade de vencer. O sujeito precisa ter, acima de tudo, competência, dedicação e talento. “Saber conviver com o risco e tirar proveito das oportunidades são as características mais presentes da atividade empresarial, o que define realmente o perfil do empreendedor” (ARAÚJO, 2008, p. 1). A autora destaca também que, ao contrário da maioria das pessoas, o empreendedor é otimista e persistente e sabe ver, nas ameaças, grandes oportunidades e a partir delas criam, ousam e trabalham para construir o sucesso com suas próprias mãos. Ainda, para a autora e de acordo com as teorias de McClelland (1972) e Drucker (1986), as características de personalidade que marcam o perfil do empreendedor são:

a) Capacidade de assumir riscos calculados: capacidade de enfrentar desafios é uma combinação de ousadia, coragem, controle e determinação. Os riscos existem e é preciso aprender a administrá- los.

b) Identificação de oportunidades: capacidade natural de estar perma- nentemente atento a tudo que acontece à sua volta. Um empreendedor tem sensibilidade para fazer coisas novas, na hora e no lugar certo. Ou seja, ele sabe identificar as necessidades do seu cliente e produz bens e serviços que satisfaçam essas aspirações. O empreendedor é curioso e vive em constante pesquisa de novos caminhos.

c) Liderança: capacidade de influenciar pessoas a executar tarefas, levando em consideração que cada um tem sua vida pessoal e suas aspirações. O líder dá o exemplo, estimula os colaboradores e os mantêm motivados. Seu papel é desenvolver uma cultura organizacional voltada para o cliente, que permita o estimulo para as pessoas trabalharem satisfeitas.

d) Metas e objetivos: o empreendedor estabelece objetivos a longo prazo e define metas de curto prazo que lhe dêem condições de realizar

projetos mais amplos e duradouros. O empreendedor tem nítida direção de conduta e determinação. Ele sabe o que quer e aonde pretende chegar.

e) Persistência: capacidade de definir e manter o direcionamento de sua empresa rumo ao sucesso, apesar das dificuldades encontradas. É a persistência pelo ideal, pelos objetivos a que se propõe, superando os obstáculos do caminho.

f) Visão global: a satisfação do cliente é fundamental para o sucesso do negócio. A satisfação dos clientes externos é consequência de pessoas que trabalham satisfeitas. O empreendedor vê a organização como processo de satisfação das necessidades do cliente, em permanente harmonia com o ambiente interno.

g) Atualização: o empreendedor está sempre disposto a aprender. Ele tem sede de conhecimento, de buscar novas informações dentro do seu ramo de atividade, ou fora dele. Entende que a inovação contínua é a base das organizações modernas. Tem consciência de que nunca sabe tudo e que sempre existem coisas a entender e a descobrir sobre sua empresa, clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes e funcionários.

h) Organização: estabelecidas as metas, o empreendedor deve encontrar os meios para alcançá-las. Ele entende que os resultados almejados precisam ser obtidos por meio da aplicação dos recursos disponíveis de forma lógica, racional e clara. A partir das metas, define-se o caminho a percorrer. Ser organizado é definir aonde quer chegar, planejar como chegar, garantir a execução do planejado, identificar e corrigir possíveis desvios de rotas.

i) Inovação: tem grande capacidade de inovar e criar. Desenvolve novas soluções, quando aquelas já conhecidas não satisfazem. Transforma ideias em fatos concretos e dinâmicos, que garantam a permanente evolução da organização.

j) Criatividade: o empreendedor está sempre concebendo novos conceitos, novos produtos e serviços. Não teme o insucesso, interage concretamente na realidade, identifica as raízes dos problemas, desafia as ideias pré-formatadas pelos meios tradicionais de administração e gera alternativas objetivas, na obtenção do sucesso desejado.

k) Comprometimento: o empreendedor tem alto nível de compromisso com o trabalho que desenvolve. Faz sacrifícios pessoais ou esforços extraordinários para completar tarefas, ou cumprir compromissos assumidos. Aceita a responsabilidade por suas falhas no cumprimento de suas tarefas.

l) Medindo a capacidade empreendedora: descobrir a capacidade de enfrentar um novo desafio.

Outro autor que se dedica ao tema do empreendedorismo, em particular, ao tema do perfil empreendedor é o professor de administração no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), César A. Oliveira. Segundo ele, há uma série de mitos em torno do empreendedorismo e da pessoa empreendedora que precisam ser desfeitos para que se possa identificar o perfil de uma pessoa empreendedora e entender suas características, que são: a) autoconfiança, que consiste em sentir-se segura em relação aos seus objetivos; b) automotivação, entendida como energia interior que a empurra para frente diante dos desafios e, em caso de fracasso, encontrar motivos para recomeçar; c) criatividade para encontrar soluções para os problemas, bem como, para criar novos produtos e serviços e encontrar novos caminhos, novos processos; d) flexibilidade, que habilita a pessoa para rever posições, ouvir sugestões, assumir o novo, ceder quando preciso; e) energia, para poder enfrentar o volume de trabalho que o ato de empreender traz, muitas vezes, superior às tradicionais oito horas de uma jornada normal de trabalho - “Tem que suar a camisa”, lembra o professor; f) iniciativa, para agir de maneira oportuna e adequada sobre a realidade, perseverança para manter-se firme e constante em seus propósitos, resistência à frustração, pois são poucos que abrem um negócio que tem vida longa, por isso tem sempre que saber recomeçar; g) disposição, para assumir riscos que, aliás, são muitos que o empreendedor assume ao criar seu próprio negócio, tais como: riscos por abandonar o emprego, riscos financeiros, riscos psicológicos pela possibilidade de fracassar (OLIVEIRA, 2008).

Para Souza (2001), os estudos na área do empreendedorismo mostram que o espírito empreendedor não é um traço de personalidade, ao contrário, os empreendedores precisam ser concebidos como pessoas que desenvolvem a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagem; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. Trata-se de pessoas que têm alto grau de motivação e são orientadas para a ação e dispostas a assumir riscos para atingirem seus objetivos.

A autora apresenta o seguinte quadro a respeito das características e traços do perfil empreendedor.

QUADRO 1: Características e traços do empreendedor

CARACTERÍSTICAS TRAÇOS

Confiança Confiança, independência, individualidade, otimismo

Orientação para a tarefa- resultado

Necessidade de realização, orientação para o lucro, persistência, perseverança determinação, trabalhador dirige “ou direção”, energia, iniciativa.

Assunção de riscos Habilidade em assumir riscos, gosta de desafios. Liderança Comportamento de líder, dá-se bem com os outros,

aberto a sugestões e críticas.

Originalidade Inovativo, criativo, flexível (mente aberta), desembaraço, expedido, versátil, instruído, informado

Orientação para o futuro

Previsão, percepção

Fonte: UFSC/LED (2000, p.51) – Formação Empreendedora na Educação Profissional: Projeto Integrado MEC/SEBRAE de Técnicos Empreendedores.

Souza (2001) elabora sua concepção acerca das características empreendedoras referenciadas em David McClelland, anteriormente analisado. Desse autor, toma notadamente a noção de “necessidade de poder”, “realização” e “planejamento” de onde derivam as ideias de busca de oportunidades e iniciativa, correr riscos calculados, persistência, exigência de qualidade e eficiência, estabelecimentos de metas, comprometimento e independência e autoconfiança. O empreendedor tem um olhar diferente sobre o mundo, sabe valorizar suas experiências, dá o primeiro passo, toma decisões e abre novas trilhas.

A autora também destaca que na sociedade atual, diferentemente da época da implantação do capitalismo e do período fordista/taylorista, vive-se a época do “capital intelectual”, entendido como conhecimento, experiência, especialização e que são ferramentas ou estratégias utilizadas para se ter sucesso e ser competitivo. A “mão-de-obra” passa a ser “cabeça-de-obra” com o foco nas pessoas. Percebe-se que a autora partilha do referencial teórico que postula a era “pós-industrial” ou “sociedade do conhecimento” como dinâmica da história e neste mundo globalizado e da “revolução da informação” o empreendedor é apresentado como o protótipo ideal, pois é o que sabe traçar metas, ser inteligente, sabe atualizar conhecimentos, conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, entre outros atributos.

aprendizado nos quatros pilares da educação, apontados no Relatório Delors: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, e, com isso, ser capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência existente visto que novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais ante a globalização; estas exigem responsabilidade, competência e autonomia. Os profissionais precisam desenvolver novas habilidades e competências e ter coragem de arriscar-se, aceitar novos valores, descobrir e transpor seus próprios limites.

Pelo visto, a construção do perfil empreendedor sinalizado pela autora deve formar o trabalhador para o novo mercado, suas demandas e ainda adverti-lo de que o futuro é cheio de incertezas. Por isso, é preciso estar sempre vigilante e atualizado, principalmente em temas, tais como: habilidades pessoais e profissionais; criatividade; memória; comunicação. Além disso, construir um diferencial em relação aos demais, revalidar seu diploma pessoal e profissional, rever convicções, incorporar outros princípios, mudar paradigmas, sobrepor ideias antigas às novas verdades, esse é o perfil do profissional que, trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das “organizações que aprendem”, que seria o modelo das organizações do futuro. Trata-se de mudanças socioculturais e tecnológicas para adequar- se às exigências do mercado que o indivíduo busca pelo esforço pessoal para conquistar a autonomia profissional por meio da perseverança, determinação, disposição para aprender sempre, flexibilidade. Nesse caso, precisar ter: positividade; organização; criatividade; inovação e foco (SOUZA, 2001). A decisão cabe ao indivíduo, ele é quem tem o poder de decisão em suas mãos, a despeito de toda a realidade objetiva. “A decisão é de cada um. Interagir, refletir, deixar a cada um o momento de uma descoberta e desenvolvendo habilidades específicas para o sucesso da sua escolha é de responsabilidade única e exclusiva” (SOUZA, 2001, p. 44).

Buscou-se conhecer o “perfil do empreendedor” seguindo também o que preconizam as empresas de consultoria para se compreender que aspectos são evidenciados por elas, quando trabalham com o tema. Em pesquisa realizada na rede de computadores, apareceram diversas entidades e escolheu-se a empresa Numerabilis Contabilidade e Assessoria Empresarial pelo fato de disponibilizar diversos materiais sobre o empreendedorismo, em seu web site47,

47 Informações obtidas no site da entidade, no link empreendedorismo.

<http://www.numerabilis.cnt.br<http://www.numerabilis.cnt.br/empresa /perfil_do_empreendedor.htm>.

particularmente, no link “Por que abrir uma empresa”. Destaca que o empreendedor tem como característica básica o “espírito criativo” e “pesquisador”, por meio do qual mantém constante busca por novos caminhos e novas soluções, sempre amparada na identificação das necessidades das pessoas. Prescreve também que a essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades, além da preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, a despeito das dificuldades.

O perfil do empreendedor de acordo com a Numerabilis Contabilidade compreende:

a) Disposição para assumir riscos: nem todos têm a mesma disposição para assumir riscos. O empreendedor, por definição, tem que assumir riscos, e o seu sucesso está na sua capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender a administrá-los.

b) Iniciativa e independência: são características intimamente ligadas ao espírito empreendedor e que levam a decisões ousadas como trocar a segurança do holerite pelo risco de um negócio próprio, buscando, entre muitos outros fatores, sua realização e independência. Logo, sem iniciativa não pode haver empreendimento e sem vontade e persistência não se pode atingir o sucesso.

c) Persuasão e rede de contatos: agir, influenciando pessoas para obtenção de seus propósitos. Independência e autoconfiança; agir com autonomia e confiança em sua capacidade.

d) Liderança e comunicação: liderar é saber conduzir os esforços das pessoas sob sua coordenação em direção a um objetivo. Um líder sabe redirecionar esforços, quando necessário, conseguindo manter a motivação de seus funcionários. Também tem bom relacionamento interpessoal com capacidade de expor e ouvir ideias; comunicar-se e conviver com outras pessoas, dentro e fora da empresa.

e) Organização: ser organizado é fator de sucesso para qualquer empreendimento. Não basta apenas possuir os melhores recursos, mas integrá-los de forma lógica e harmoniosa, fazendo com que o resultado seja maior do que a simples soma das partes.

f) Conhecimento do ramo: esse é um fator imprescindível para que se obtenha o sucesso em um empreendimento. Esse conhecimento pode ser adquirido pela própria experiência do empreendedor, em informativos especializados, em contato com empreendedores do ramo, associações, sindicatos, etc.

g) Identificação de oportunidades: identificar e aproveitar oportunidades é fundamental para quem deseja ser empreendedor e consiste em aproveitar todo e qualquer ensejo para observar negócios. O empreendedor de sucesso é aquele que não cansa de pesquisar, seja no trabalho, nas compras, nas férias, lendo revistas, jornais, televisão, Internet. Ele é curioso e está sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um empreendimento.

h) Aptidões empresariais: é o instinto, a habilidade natural que o empreendedor deve possuir para identificar uma oportunidade, aproveitá-la, montar um negócio e conduzi-lo ao sucesso. Para isso, o empreendedor precisa ser persistente e agir com o empenho necessário para o alcance de objetivos e metas; ter comprometimento e agir com dedicação e responsabilidade para obtenção de resultados; ser exigente na qualidade e na eficiência e agir para melhoria contínua de seus processos e produtos.

i) Autoconhecimento: o conhecimento das qualidades mencionadas serve de base para uma autoavaliação. Assim, ao conhecer os pontos fortes e fracos, pode-se aprimorá-los (fortes) ou minimizá-los (fracos) a fim de obter a capacitação necessária para o sucesso do empreendimento (NUMERABILIS, 2008).

No texto “como abrir sua empresa”, a consultoria Numerabilis reforça que um dos aspectos que deve ser considerado é a afinidade do empreendedor para com o negócio. Isso requer que se analise se o futuro empreendedor tem ou não perfil para o empreendimento que almeja.

O que se evidencia nos discursos dos apologistas do empreendedorismo, de modo especial, nos traços evidenciados no perfil empreendedor e suas estratégias de construção, é uma naturalização da ordem sociometabólica do capital (MÉSZÁROS, 2001) e a consequente ênfase na responsabilização do indivíduo pela construção de seu próprio destino, de como vencer a competitividade dos tempos modernos.

Como, em seus discursos, parece não haver possibilidade histórica para a emancipação humana do domínio do capital, decorre o apelo ao estímulo para que as pessoas individualmente procurem uma saída no âmbito do capitalismo; procurem desenvolver habilidades e competências empreendedoras. A utopia proposta é apenas como possibilidade individual, para o sujeito que é “visionário” e capaz de imaginar cenários futuros; para os inovadores que estejam dispostos a assumir riscos. Como muitos preferem outros estilos de vida com horários certos, salário garantido no fim do mês, por exemplo, pode-se dizer que nem todos têm o “perfil empreendedor”. Por outro lado, indaga-se se ter perfil empreendedor é suficiente para se ter sucesso,

pois, dadas as condições socioeconômicas vigentes, onde buscar e em que condições os recursos suficientes para empreender algo?

Ainda no que tange ao desenvolvimento do perfil empreendedor, cabe o questionamento acerca de sua possibilidade histórica, pois os atributos pessoais exigidos são muitos, o que permite inferir que dificilmente poderão ser concretizados. Além disso, os autores pouco fazem menção às necessidades dos recursos materiais para a abertura de um empreendimento qualquer. Porém, sabe-se de antemão que a abertura de qualquer empreendimento necessita de aportes financeiros e que esses não são conseguidos de modo muito fácil. Os discursos, em torno do perfil empreendedor, são falaciosos, considerando-se que dificilmente uma pessoa poderá reunir tantos talentos, conforme pode ser visualizado no quadro 2 características e traços do empreendedor. Nota-se que algumas das características do perfil empreendedor são comuns a todas as concepções, tais como: ter iniciativa, persistência, disposição para assumir riscos, inovação, entre outras. Além desses atributos do perfil empreendedor, outros aspectos são exigidos do indivíduo empreendedor.

QUADRO 2: Perfil do empreendedor, traços comuns entre as diversas abordagens (continua) Numerabilis Contabilidade e Assessoria Empresarial (2008) Professor César (2008) Perfil empreendedor Araújo/SEBR AE (2008) Souza (2001) - Características e traços/ do perfil empreendedor - 1. Disposição para assumir riscos. 2. Ter iniciativa e ser independente. 3. Persuasão e rede de contatos. 4. Ser líder e saber comunicar-se. 5. Ser organizado. 6. Possuir conhecimento do ramo. 7. Identificador de 1. Autoconfiança. 2. Automotivação. 3. Criatividade. 4. Flexibilidade. 5. Energia. 6. Iniciativa. 7. Perseverança. 8. Resistência à frustração. 9. Disposição para assumir riscos 1. Capacidade de assumir riscos calculados. 2. Identificar oportunidades 3. Liderança 4. Metas e objetivos 5. Persistência 6. Visão global 7. Atualização. 8. Organização 9. Inovação CARACTERÍSTICAS: 1. Confiança, 2. Orientação para a tarefa- resultado. 3. Assunção de riscos 4. Liderança. 5. Originalidade. 6. Orientação para o futuro

(conclusão) Numerabilis Contabilidade e Assessoria Empresarial (2008) Professor César (2008) Perfil empreendedor Araújo/SEBRA E (2008) Souza (2001) - Características e traços/ do perfil empreendedor - oportunidades 8. Possuir aptidões empresariais: persistência, comprometimento e exigência 9. Autoconhecimento. . 10. Criatividade 11. Comprometiment o 12. Medindo a capacidade empreendedora TRAÇOS: 1. Confiança, independência, individualidade, otimismo. 2. Necessidade de realização, orientação para o lucro, persistência, perseverança determinação, trabalhador dirige “ou direção”, energia, iniciativa. 3. Habilidade em assumir riscos, gosta de desafios.

4. Comportamento de líder, dá-se bem com os outros, aberto a sugestões e críticas. 5. Inovativo, criativo, flexível (mente aberta), desembaraço, expedido, versátil, instruído, informado

6. Previsão, percepção.

Cohen (2001), por exemplo, descreve os estilos de decisão a eles relacionados e compreende os seguintes aspectos: capacidade intuitiva na perspectiva de projeção do futuro; planejamento das metas; perspicácia; objetividade; vigilância; envolvimento pessoal com as tarefas; ser meticuloso e estrategista. Lezana (1996) elenca uma série de itens relacionados às características do empreendedor que dizem respeito as suas necessidades, conhecimento, habilidades e valores. No tocante às necessidades, aparecem a aprovação, independência, desenvolvimento pessoal e segurança; as que se referem a conhecimentos, elenca: aspectos técnicos relacionados a negócios, experiência na área comercial, escolaridade, formação complementar, experiência em organizações, vivência com situações novas;

concernentes ao aspecto habilidade são enumeradas: identificação de novas oportunidades, valorização de oportunidades e pensamento crítico, comunicação persuasiva, negociação, aquisição de informações e resolução de problemas; relativos aos valores são os existenciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos.

Ainda, em relação ao perfil do empreendedor, muitas vezes, o mesmo aparece relacionado ao tema do comportamento empreendedor. Nos estudos do comportamento empreendedor, além de McClelland, outros autores são reivindicados, a exemplo de Maslow, que escreveu acerca do comportamento humano, motivação e satisfação de necessidades e a consequente responsabilidade que cada indivíduo tem para realizar seus próprios objetivos. Friedlaender (2004) e Santos (2002), por exemplo, estabelecem tais relações e reforçam que o empreendedor deve buscar as oportunidades, ter iniciativa, ser persistente, ser comprometido com seu projeto, ser exigente, saber que enfrentará riscos, estabelecer e procurar cumprir metas, buscar informações e saber como utilizá-las, saber usar a arte da comunicação e persuasão, ser independente e autoconfiante.

Outro termo em voga e que está associado ao empreendedorismo e ao perfil empreendedor é o “intraempreendedor” (intrapreneurship), cunhado, em meados de 1985, por Gifford Pinchot III. É uma derivação da expressão intrapreneur e é utilizado para designar a pessoa que age de forma empreendedora por dentro da própria organização onde trabalha.

Na obra Intrapreneuring, o autor traça as razões pelas quais uma pessoa não precisa deixar a empresa para tornar-se um empreendedor. Sugere a combinação das vantagens de se aproveitar as estruturas e de todos os recursos de uma determinada organização com as características de independência, criatividade e capacidade de inovação de um pequeno projeto autônomo pensado por algum funcionário. Esse tipo de combinação é apresentado como de suma importância, tanto na capacidade de gerar inovações, como também em resultados econômicos e financeiros da organização. Para que tal meta seja atingida, esses intrapreneurs precisam ter a liberdade, incentivo e recursos das empresas onde trabalham para transformarem as suas ideias em ação prática, por meio da geração de um novo produto. O autor