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2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO FN

2.2 PERFIL SOCIECONÔMICO DA REGIÃO FN

O Estado do RS, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou uma população total de 10.755.799 habitantes. Conforme Ilustração 3, classificou-se em quinto lugar entre os Estados mais populosos do Brasil, sendo superado por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

Il ustração 3: Estados mais populosos do Brasil - 1940 a 2010.

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

No período de 1940 a 2010, o Estado apresentou uma evolução significativa da sua população, como demonstra a Ilustração 3. Mas, de 2000 a 2010, o Estado apresentou a menor taxa de crescimento populacional do país, de acordo com RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 4: Evolução da população do Rio Grande do Sul - 1940 a 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

De acordo com a sua população absoluta, a Região FN representa quase 2% da população total do RS, como demonstra a Ilustração 4. Assim, o COREDE FN classificou-se entre os que apresentam uma população entre 150.000 e 300.000 habitantes de sua região de abrangência.

De acordo com dados do Rio Grande do Sul (2010), os municípios gaúchos mais populosos do Estado encontram-se, principalmente, na região de Porto Alegre (RMPA), de Caxias do Sul (Aglomeração Urbana do Nordeste) e no sul do Estado (Aglomeração Urbana do Sul).

Logo, esses dados confirmam uma tendência à concentração da população gaúcha em áreas urbanas, que em 2010 já estava evidenciada no Estado. Segundo o censo de 2010, 9.100.291 habitantes, isto é, 85,1% dos gaúchos, estavam localizados nos centros urbanos (RIO GRANDE DO SUL, 2013).

A evolução da população do estado, por condição de domicílio, no período de 1940 a 2010, pode ser observada pela Ilustração 5, a qual demonstra que a mesma acompanhou a tendência nacional de elevado crescimento no número de habitantes urbanos a partir de 1950. Desde então, a população gaúcha concentra-se nas cidades, de forma progressiva.

Ilustração 5: Mapa da População Absoluta dos COREDEs, em 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 6: Evolução da população do Rio Grande do Sul por condição de domicílio - 1940 a 2010.

De tal modo, a população da Região FN apresentava-se distribuída da seguinte forma, no ano de 2010:

Tabela 1

Distribuição da população regional, por município, em 2010.

Município População 2010

Alecrim 7.045

Alegria 4.301

Boa Vista do Buricá 6.574

Campina das Missões 6.117

Cândido Godói 6.535

Doutor Maurício Cardoso 5.313

Horizontina 18.348 Independência 6.618 Nova Candelária 2.751 Novo Machado 3.925 Porto Lucena 5.413 Porto Mauá 2.542

Porto Vera Cruz 1.852

Santa Rosa 68.587

Santo Cristo 14.378

São José do Inhacorá 2.200

Senador Salgado Filho 2.814

Três de Maio 23.726

Tucunduva 5.898

Tuparendi 8.557

REGIÃO FN 203.494

Fonte: Adaptação dos dados do IBGE (2013).

A Região FN apresentou em 2010, uma taxa de urbanização de 67,63%, abaixo da estadual, que no mesmo ano era de 85,10% como pode ser observada na ilustração 7, assim como as taxas dos demais COREDEs do Estado. Consequentemente, segundo dados que essa ilustração apresenta, cerca de 32,37% da população total da região é rural. Índice superior à média estadual que é de 14,9%, como apresentado na Ilustração 8.

Ilustração 7: Taxa de urbanização por COREDEs – 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 8: Concentração da população rural, por município do COREDE Fronteira Noroeste em 2010 (%).

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2011).

Na Região FN, dentre os vinte municípios que a compõem, apenas sete deles possuem população rural inferior a 40%: Horizontina, Independência, Três de Maio, Tucunduva, Tuparendi e Santa Rosa, conforme Ilustração 8.

Quanto ao Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE), elaborado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) com objetivo de medir o grau de desenvolvimento dos municípios do RS. Resultado da agregação de quatro blocos de indicadores: Educação, Renda, Saneamento e Domicílios e Saúde. Para cada uma dessas variáveis componentes dos blocos é calculado um Índice, entre 0 (nenhum desenvolvimento) e 1 (desenvolvimento total), que indica a posição relativa para os municípios. São fixados, a partir disto, valores de referência máximo (1) e mínimo (0) de cada variável. Assim, os municípios podem ser classificados em três

grupos: baixo desenvolvimento (índices até 0,499), médio desenvolvimento (entre 0,500 e 0,799) e alto desenvolvimento (maiores que 0,800) - representados pelas cores:

Ilustração 9: Classificação do IDESE. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

O Estado apresentou uma crescente evolução no seu índice do IDESE, de 1991 a 2009 correspondendo a um índice de médio desenvolvimento, rumo a um alto desenvolvimento, caso continuar nesse ritmo, conforme Ilustrações 10 e 11, apresentadas a seguir.

Ilustração 10: Evolução do IDESE, do RS, de 1991 a 2009. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Nesse contexto, o COREDE FN (com IDESE entre 0,750 e 0,799) está de acordo com o IDESE do RS que apresentou no ano de 2009, índice de 0,776 de acordo com a ilustração 11.

Ilustração 11: Mapa do índice de Desenvolvimento Humano (IDESE), por COREDE. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2012).

A ilustração 11 demonstra que o COREDE FN em 2009, apresentou um índice da 0,768 - ocupando a 9ª posição entre os 28 COREDEs, segundo RIO GRANDE DO SUL (2010). Ainda de acordo com os dados dessa ilustração, assim como pela ilustração 12, pode-se observar que na região, apenas o município de Santa Rosa apresentava um estágio de alto desenvolvimento (com IDESE 0,803), os demais municípios apresentavam-se em estágios de médio desenvolvimento.

Ilustração 12: Índice de Desenvolvimento Socioeconômico por município, no COREDE Fronteira Noroeste, em 2009.

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2012).

Quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que representa uma média geométrica dos índices das dimensões: Renda, Educação e Longevidade, com pesos iguais. É uma versão do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para avaliar a qualidade de vida da população de determinado município. Nesse sentido, o IDHM segue a mesma lógica do IDH, quanto mais próximo de 1 mais desenvolvido é o município, respectivamente, quanto mais próximo de 0 menor é o nível de desenvolvimento do mesmo.

Assim, pode-se acompanhar pela Tabela 2, a evolução de cada um dos vinte municípios da Região FN, no período de 1991 a 2010, e o avanço significativo desse índice, demonstrando que a região está caminhando rumo a melhores níveis de desenvolvimento.

Tabela 2 Evolução do IDHM, de 1991 a 2010. MUNICÍPIO IDHM - 1991 IDHM - 2000 IDHM 2010 Alecrim 0,425 0,548 0,672 Alegria 0,412 0,578 0,695

Boa Vista do Buricá 0,535 0,669 0,762

Campina das Missões 0,515 0,607 0,738

Cândido Godói 0,491 0,647 0,728

Doutor Maurício Cardoso 0,482 0,650 0,706

Horizontina 0,568 0,725 0,783 Independência 0,465 0,601 0,693 Nova Candelária 0,385 0,603 0,759 Novo Machado 0,447 0,560 0,663 Porto Lucena 0,437 0,578 0,693 Porto Mauá 0,474 0,593 0,698

Porto Vera Cruz 0,406 0,544 0,690

Santa Rosa 0,555 0,685 0,769

Santo Cristo 0,503 0,642 0,738

São José do Inhacorá 0,441 0,602 0,747

Senador Salgado Filho 0,393 0,590 0,693

Três de Maio 0,533 0,655 0,759

Tucunduva 0,562 0,661 0,747

Tuparendi 0,495 0,642 0,728

Fonte: Adaptação dos dados do IBGE (2013).

Outro dado importante para a caracterização da região e para o planejamento do seu desenvolvimento futuro, diz respeito à expectativa de vida ao nascer - importante indicador das condições socioeconômicas e ambientais, assim como do nível de qualidade da saúde de determinada região.

Pois o RS é um dos Estados brasileiros que apresenta uma das maiores médias (para ambos os sexos), segundo dados do censo do IBGE de 2010. Sendo que, comparando os dados históricos de 2000 a 2010, a expectativa de vida ao nascer do RS sempre esteve acima da média nacional, como apresentado pela Ilustração 13.

Ilustração13: Evolução da expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos no RS e BR, 2000-2010.

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 14: Evolução da expectativa de vida ao nascer, segundo o sexo, no RS 2000-2010.

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Quanto ao comparativo da expectativa de vida ao nascer de acordo com o gênero, segundo dados do censo do IBGE de 2010, as mulheres vivem mais que os homens. Como pode ser observado na Ilustração 14, que atualmente, o sexo feminino atinge em média 79,1 anos, enquanto que a média dos homens é de apenas 72,1 anos. Consequentemente, o número de mulheres idosas no Rio Grande do Sul é superior ao número de homens, principalmente nas faixas de idade mais avançadas.

No Brasil, segundo o IBGE, no decênio de 1940-50 a expectativa média de vida ao nascer para ambos os sexos era de 43,7 anos. Em 1980 passou para 61,8 anos e, em 2000, já atingia 70,4. Em 2010 a expectativa média de vida ao nascer para ambos os sexos no Brasil atingiu de 73,4. Já no RS, passou de 53,0 no decênio 1940-50 para 68,8 em 1980 e 73,1 em 2000.

Assim, em 2010 a expectativa média de vida ao nascer para ambos os sexos atingiu 75,7 anos. Entre os 27 estados brasileiros, o RS é atualmente o terceiro com a maior expectativa de vida ao nascer, superado apenas por Santa Catarina e Distrito Federal.

Logo, pode-se dizer que, no RS, a transição demográfica começou mais cedo em relação aos demais estados brasileiros e tornou-se mais evidente nas últimas décadas, caracterizando-se pelo rápido aumento absoluto e relativo das faixas de população adulta e idosa.

Ilustração 15: Mapa do índice de envelhecimento por COREDE, em 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Posteriormente, com a apresentação da Ilustração 15, a qual exibe o Índice de envelhecimento de cada COREDE, em 2010, pode-se perceber que o COREDE FN está classificado dentre os COREDEs com maior índice de idosos em sua população, com índice entre 80,01 e 89,37, acima do índice do Estado do Rio Grande do Sul, que era de 65,47 naquele ano.

Portanto, esse dado demonstra uma informação preocupante para a região de abrangência do COREDE FN, ou seja, que a sua população está se tornando altamente idosa, pois de cada 100 (cem) habitantes jovens (menores de 15 anos), a mesma apresentava em 2010, entre 80 a 89 habitantes idosos (acima de 60 anos). Deste modo, as politicas públicas, assim como os planos estratégicos precisam levar esse fato em consideração na elaboração de futuros planejamentos para a região, visto que futuramente, a População Economicamente Ativa - PPE (mão de obra da sociedade) será ainda menor que a População Idosa inativa, pois a expectativa de vida está aumentando enquanto a taxa de natalidade diminui ou fica estagnada em alguns estados14.

Quanto a sua estrutura econômica, a Região FN apresenta um processo social e econômico hegemônico, essencialmente pelas características naturais de topografia, clima, solo e vegetação, assim como pela sua estrutura fundiária caracterizada pela forte presença de pequenas unidades de produção familiar entremeadas aos latifúndios remanescentes e da produção agropecuária focada na lavoura de grãos e na pecuária leiteira intensiva e de suínos. Apresentando também, uma importante participação na cadeia produtiva da Indústria Metalmecânica (produção de máquinas e equipamentos agrícolas do Estado), representado pelos polos de Santa Rosa e Horizontina (TRENNEPOHL, 2011).

No ano de 2010, a Região FN, classificou-se entre os COREDEs com um Produto Interno Bruto (PIB) de até R$ 10.000.000.000,00 (dez bilhões) segundo dados da Ilustração 16, representando uma participação de 6,7% do PIB do RS e um PIB per capita de R$ 21.304, segundo dados da FEE.

No entanto, dentre os COREDEs com maior participação do PIB estadual, destacam-se: o Metropolitano Delta do Jacuí, Vale do Rio dos Sinos e Serra, que juntos correspondem cerca de 52,8% do PIB Gaúcho (Rio Grande do Sul, 2013).

14

Segundo dados do censo do IBGE, quanto à faixa etária da população do Rio Grande do Sul, em 2010.

Ilustração 16 : Produto Interno Bruto por COREDE, em 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Dentre os vinte municípios da Região FN, referente ao PIBm destacam-se com uma diferença significativa dos demais, os municípios de Santa Rosa (R$ 1.574.884.019) e Horizontina (R$ 719.099.726), em 2010, de acordo com a Tabela 3. Interessante observarmos a evolução no crescimento do PIBm de cada um dos municípios da Região FN, no período de 1999 a 2010, conforme apresentado pela Tabela 3 em questão, pois todos os municípios tiveram aumento significativo nesse período (superior a 100%), confirmando o potencial econômico regional – que ainda está em desenvolvimento.

Tabela 3

Evolução do PIB municipal da Região FN, comparativo 1999-2010.

Município 1999 2010

Alecrim 28.018.044 80.532.636 Alegria 18.577.507 56.131.078 Boa Vista do Buricá 32.815.261 106.868.338 Campina das Missões 29.004.804 81.145.327 Cândido Godói 32.724.237 113.197.958 Doutor Maurício Cardoso 29.689.377 98.974.715 Horizontina 253.962.064 719.099.726 Independência 40.266.093 118.202.471 Nova Candelária 10.867.393 66.124.797 Novo Machado 18.502.745 61.180.288 Porto Lucena 24.258.541 63.540.555 Porto Mauá 9.847.756 36.315.574 Porto Vera Cruz 8.766.216 30.102.406 Santa Rosa 435.801.993 1.574.884.019 Santo Cristo 95.342.920 304.120.907 São José do Inhacorá 9.175.496 39.289.287 Senador Salgado Filho 14.255.834 52.754.768 Três de Maio 144.585.583 454.551.186 Tucunduva 35.477.645 129.217.437 Tuparendi 47.121.227 149.508.355

Fonte: Adaptação dos dados da FEE (2013).

Pelos dados apresentados na Tabela 4, pode-se observar a participação do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos dois principais setores econômicos em análise (Agropecuária e Indústria), no PIBm da região. Logo, pode-se perceber a importância econômica do setor agropecuário para a região, visto que dentre os vinte municípios da Região FN, apenas dois apresentam maior VAB Industrial, respectivamente, Horizontina e Santa Rosa, justamente os dois principais polos da indústria metalmecânica regional. Enquanto nos demais municípios, o VAB de maior destaque é o da Agropecuária, pois é principalmente por atividades desse setor que estes pequenos municípios da região apresentam uma maior participação relativa do seu PIB.

Portanto, os dados apresentados com destaque na Tabela 4, são justamente esses dados analisados, referente a maior participação dentre esses dois setores no PIB de cada município da Região FN, no ano de 2010.

Tabela 4

Estrutura do VAB e do PIB dos municípios da Região FN, em 2010.

Município VAB Agropecuária VAB Indústria PIB Municipal Alecrim 30.664.293 4.607.326 80.532.636 Alegria 20.629.666 3.554.804 56.131.078 Boa Vista do Buricá 31.271.675 16.064.811 106.868.338 Campina das Missões 31.876.322 4.908.405 81.145.327 Cândido Godói 41.751.603 12.379.209 113.197.958 Doutor Maurício Cardoso 41.050.458 5.775.329 98.974.715 Horizontina 37.172.795 366.168.111 719.099.726 Independência 43.702.116 9.385.966 118.202.471 Nova Candelária 28.804.717 11.412.867 66.124.797 Novo Machado 25.022.925 3.669.374 61.180.288 Porto Lucena 22.942.898 4.172.475 63.540.555 Porto Mauá 15.322.932 2.179.902 36.315.574 Porto Vera Cruz 16.240.244 1.225.098 30.102.406 Santa Rosa 73.053.100 511.931.644 1.574.884.019 Santo Cristo 90.403.019 44.974.790 304.120.907 São José do Inhacorá 17.791.499 3.508.868 39.289.287 Senador Salgado Filho 23.880.504 3.264.124 52.754.768 Três de Maio 69.216.366 58.204.975 454.551.186 Tucunduva 28.544.753 7.707.389 129.217.437 Tuparendi 43.482.544 15.895.857 149.508.355 Região FN 732.824.429 1.090.991.324 4.335.741.828

Fonte: Adaptação dos dados da FEE (2013).

Segundo RIO GRANDE DO SUL (2013), a agropecuária gaúcha contribuiu em 2010, com 11,1% do VAB Agropecuário brasileiro. Enquanto o VAB dos três setores econômicos do Estado, de 2002 a 2010, pode ser analisado pelos dados da Ilustração 17, na qual se destaca a maior participação do VAB no setor de Serviços com 62,1% e da Indústria com 29,2%. Já o VAB da Agropecuária apresenta uma participação de apenas 8,7%.

Ilustração 17: Estrutura do VAB do Rio Grande do Sul por setores de atividade, 2002-2010.

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Mesmo apresentando uma participação inferior a 10% do VAB Total do RS (8,7% em 2010), a agropecuária é uma atividade de grande importância para a economia gaúcha, pois dela derivam inúmeros segmentos da agroindústria, em pequenos municípios é responsável por impulsionar inúmeras atividades, principalmente de comércio e serviços, além da significativa influência da atividade no setor de exportações, RIO GRANDE DO SUL (2013).

Pode-se perceber pela Ilustração 18, que o VAB da agropecuária vem aumentando significativamente sua participação em nível estadual a partir de 2005, comprovando a importância dessa atividade para economia regional, assim como para as economias dos pequenos municípios do Estado.

Ilustração 18: Evolução do VAB da Agropecuária no RS 2002-2010 (R$ mil). Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 19: Participação dos COREDEs no VAB da Agropecuária, em 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Do mesmo modo, entre os COREDEs, como pode ser analisada na Ilustração 19, a agropecuária é uma atividade que merece destaque e atenção das políticas

públicas no cenário estadual e regional, visto que a economia estadual é essencialmente agrícola.

Deste modo, a Região FN, apresenta maior participação do VAB da Agropecuária (entre 3,01% e 4,00%), enquanto nos outros setores, Indústria e Serviços: apresenta participação (entre 1,01% e 2,00%), de acordo com dados apresentados pelas ilustrações 19, 20 e 21.

Ilustração 20: Participação dos COREDEs no VAB da Indústria, em 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 21: Valor Adicionado Bruto da Indústria, 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Ilustração 22: Participação dos COREDEs no VAB dos Serviços, em 2010. Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2013).

Considerando a estrutura produtiva da Região FN, a agropecuária é desenvolvida, predominantemente, em pequenas propriedades, pois cerca de 95,6% das propriedades rurais da região apresentam menos de 50 hectares, segundo RIO GRANDE DO SUL (2012).

Como enfatizado pelo RIO GRANDE DO SUL (2012):

[...] Todos os municípios apresentam mais de 90% dos estabelecimentos rurais com menos de 50 hectares, atingindo até 99,6%, caso de Boa Vista do Buricá. A produção de leite que é importante em todos os municípios do COREDE, com participações variando de 12% a 36% do VAB municipal, responde por 23,6% da produção agropecuária da região, seguida da produção de soja com 19,96% (RIO GRANDE DO SUL, 2012, p. 64).

Assim sendo, a Ilustração 23 a seguir, apresenta os principais produtos de cada um dos 20 (vinte) municípios da região, com significativas participações do VAB da Agropecuária regional, no ano de 2009 - destacando-se como principais atividades: a soja (com participação superior a 20% do VAB da Agropecuária) e o leite (com participação superior a 30% do VAB da Agropecuária).

Ilustração 23: Estrutura da produção agropecuária da Região Fronteira Noroeste, segundo as principais atividades, em 2009.

Fonte: RIO GRANDE DO SUL (2012).

Quanto ao setor Industrial, em 2010 o mesmo correspondia por 29,2% da economia gaúcha, sendo que desta participação a responsabilidade da indústria de transformação era de 21,3%, segundo dados da FEE do ano de 2010. No estado, a indústria é diversificada, e se desenvolveu a partir das agroindústrias e de outros segmentos ligados ao setor primário e que, posteriormente, foram agregando novos segmentos, RIO GRANDE DO SUL (2013).

Na Região FN do RS, referente ao setor industrial, ganha destaque o complexo metalmecânico apresentando alguns dos principais polos desse ramo: Horizontina e Santa Rosa; além de alguns outros municípios com pequenas unidades industriais, como Tuparendi. Como pode ser observada na Ilustração 21, que demostra uma significativa concentração do VAB da Indústria nesse COREDE.

Destacam-se como segmentos de maior participação do VAB: o da Transformação (com 72,3%, concentrado nos municípios de Santa Rosa e Horizontina, que juntos, detêm 88,7% do total do VAB Industrial do COREDE FN) e da Construção Civil (com 18,38%, da qual só o município de Santa Rosa gera respectivamente 40,53% e 45,2% do VAB Industrial), segundo dados do RIO GRANDE DO SUL (2012).

No setor de Serviços da região, de acordo com RIO GRANDE DO SUL (2012), destacam-se as atividades de Administração Pública (25,4%), Comércio (24%) e Atividade Imobiliária e de Aluguel (10,7%) segmentos estes, concentrados nos três maiores municípios da Região FN: Santa Rosa, Três de Maio e Horizontina, respectivamente.

Importante destacar aqui, algumas características da região enfatizadas pelo “diagnóstico RUMOS 2015”, citadas pelo RIO GRANDE DO SUL (2012):

O COREDE Fronteira Noroeste foi considerado, pelo diagnóstico Rumos 2015, como emergente, isto é, com dinâmica econômica alta, mas potencial e condições sociais abaixo da média estadual. O mesmo diagnóstico acrescenta, além da dependência econômica da agropecuária, algumas características próprias tais como: a grande distância dos mercados da RMPA, Porto de Rio Grande e restante do País; a barreira física do Rio Uruguai que faz a fronteira internacional com a Argentina com fraca articulação com os mercados do Mercosul; a presença da cadeia de máquinas e equipamentos agrícolas gaúcha, que se traduz em fortes interações nas polarizações de empregos, nas viagens de transportes, na rede e hierarquia urbana, nas universidades e centros de pesquisas e nos serviços de saúde.

Segundo o diagnóstico Rumos 2015, do ponto de vista da infraestrutura, são conhecidas as grandes deficiências na acessibilidade rodoviária do COREDE, principalmente no que diz respeito às ligações entre os municípios menores e os centros regionais de menor porte e destes com os centros maiores como Santa Rosa, Três de Maio e Horizontina (RIO GRANDE DO SUL, 2012, p.66).

Com base nos dados e informações sobre a Região FN do Estado apresentados nessa parte do trabalho, foi possível a caracterização prévia da economia regional, pela qual se preocupa o COREDE FN que, posteriormente, será mais bem compreendido. Caracterizando-se essencialmente: como uma região agrícola, na maioria dos casos com propriedades de até 50 hectares; com uma população regional significativamente idosa, com a maior parte residente na zona urbana dos municípios que a compõem; apresentando índices (como IDESE e IDM) que confirmam que esta região está no rumo certo para alcançar melhores níveis de desenvolvimento, pois a evolução dos mesmos demonstram essa realidade,

possibilitando um planejamento e uma organização mais otimista para o desenvolvimento da economia regional futuramente.

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