• Nenhum resultado encontrado

SUMÁRIO 

AUTOR/ANO/LOCAL RESUMO DO ESTUDO

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS NA PRIMEIRA ETAPA DA COLETA DE DADOS

4.2.2 Perfil socioeconômico dos sujeitos 

A Tabela 4 mostra os dados referentes às características sócio- econômicas dos sujeitos do estudo. No que diz respeito à renda familiar, 64,1% (57) dos sujeitos a consideraram pouco suficiente ou insuficiente e 34,8% (31) relataram ser suficiente. Quanto à pouca suficiência ou insuficiência da renda, os sujeitos mencionaram que faltava para as seguintes necessidades: alimentação, gás, luz, água, telefone, vestuário, mobília, moradia digna, transporte, tratamento ortodôntico, cursar a universidade, e abrir conta bancária.

Cerca de 43,8% (39) dos sujeitos compartilhavam a renda com 2, 3 ou 5 pessoas, respectivamente; mas 5,6% (5) a compartilhavam com dez pessoas. A média de pessoas com quem os doentes compartilhavam a renda foi 3,4 (dp = 2,5 pessoas; 1-12 pessoas); e 30,3% (27) moravam sozinhas e afirmaram não compartilhar a renda.

Quanto à situação de moradia, 66,3% (59) dos sujeitos referiram residir com familiares e 18,0% (16) viviam em outras condições, tais como, morar com amigos, rua/albergues, local de trabalho ou local cedido. Destaca-se que 14 sujeitos (15,7%) moravam sós.

No que diz respeito à condição de trabalho, 73,0% (61 pessoas) exerciam alguma atividade laboral e encontravam-se entre duas situações distintas: 15,7% (14) trabalhavam em atividades irregulares, como bico; e 57,3% (51) tinham trabalho fixo. Destes sujeitos, apenas 25,0% (22) possuíam registro em carteira. No momento da primeira fase da coleta de dados, 62,9% (56) afirmaram que não estavam trabalhando; 34,8% (31) estavam afastados devido à doença e 22,5% (20) estavam desempregados. Entre os que trabalhavam, a maioria exercia funções de baixa qualificação profissional (pedreiro, auxiliar de serviços gerais, cozinheiro, costureiro, caminhoneiro), mas encontrou-se pessoas, embora com muito menor frequência, que exerciam função que exige qualificação (corretor de imóveis e oceanografia física).

81

RESULTADOS

Tabela 4 – Marcadores relacionados à vida e ao trabalho dos sujeitos do estudo. Unidades Básicas de Saúde, São Paulo-SP, Brasil, 2010-2012

MARCADORES Número (N○) % Renda Insuficiente 32 36,0 Suficiente 31 34,8 Pouco suficiente 25 28,1 Ignorado 1 1,1

Número de pessoas na família que compartilha a renda

Não se aplica (sozinho) 27 30,3

2 13 14,6 3 13 14,6 4 12 13,5 5 13 14,6 6 2 2,3 7 3 3,4 10 5 5,6 12 1 1,1

Com quem estava morando

Familiar 59 66,3

Outros 16 18,0

Sozinho 14 15,7

Trabalho

Trabalhando no momento da coleta de dados

Não 56 62,9

Sim 33 37,1

Motivo pelo qual não estava trabalhando no momento da coleta de dados

Afastado devido acidente 1 1,1

Aposentado 1 1,1

Do lar 1 1,1

Nunca trabalho/é estudante 2 2,3

Desempregado 20 22,5

Afastado devido à doença 31 34,8

Trabalho (condição empregatícia)

Não tem trabalho no momento da coleta de dados 24 27,0 Trabalha, mas não é fixo (Bico) 14 15,7

Tem trabalho fixo/regular 51 57,3

82 RESULTADOS (continuação) MARCADORES Número (N○) % Registro em Carteira Não 67 75,0 Sim 22 25,0 Total 89 100,0 (conclusão) 4.2.3 Processo saúde‐doença dos sujeitos 

Identifica-se, na Tabela 5, que 91,0% (81) dos sujeitos apresentaram TB pulmonar; 84,3% (75) realizaram teste sorológico para HIV, sendo que 56,2% (50) obtiveram resultado negativo e 7,9% (7) resultado positivo. No que se refere ao consumo de álcool, 88,8% (79) referiram não consumir, 9,0% (8) relataram consumir álcool socialmente e 2,2% (2) informaram beber e se embriagar. Quanto ao hábito de fumar, 68,5% (61) relataram não fazê-lo. Em relação ao uso de drogas ilícitas, 89,9% (80) dos sujeitos negaram; 5,6% (5) posicionaram-se afirmando sobre o uso e 4,5% (4) pararam devido ao tratamento. Um sujeito expressou desejo de ser encaminhado para uma clínica de reabilitação, mas a UBS não dispunha desse serviço de referência e, segundo a enfermeira, seria encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). As drogas mais mencionadas foram: maconha, cocaína e crack e encontrou-se usuários que faziam uso simultâneo de mais de uma droga.

Quanto à presença de comorbidade, 59,6% (53) referiram não haver, mas 25,8% (23) relataram ter doença associada e necessitar tomar medicação para a mesma. Entre os agravos/doenças mais apontadas foram referidas: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), HIV, gastrite e depressão. Dos sujeitos que referiram não necessitar tomar medicamento, um apresentava HAS e dois eram portadores de HIV, desses, um tinha, também, diagnóstico de hepatite.

83

RESULTADOS

Tabela 5 – Marcadores relacionados ao processo saúde-doença dos sujeitos do estudo. Unidades Básicas de Saúde, São Paulo-SP, Brasil, 2010-2012

MARCADORES Número (N○) % Apresentação clínica da TB Pulmonar 81 91,0 Pleural 4 4,5 Ganglionar 1 1,1 Pulmonar e ganglionar 1 1,1 Pulmonar e Pleural 2 2,3

Teste Sorologia HIV

Negativo 50 56,2

Em andamento 18 20,2

Positivo 7 7,9

Ignorado/ não realizado 14 15,7

Consumo de Álcool

Consome e se embriaga 2 2,2

Consome e não se embriaga 8 9,0

Não consome 79 88,8

Consumo de fumo

Fuma todo dia 28 31,5

De vez em quando 0 0,0

Não fuma 61 68,5

Uso de droga

Sim, todos os dias 5 5,6

Às vezes/ parou devido ao tratamento 4 4,5

Não usa 80 89,9

Doença Associada

Não 52 58,5

Sim 36 40,4

Não sabe 1 1,1

Doença associada e uso de medicação

Tem doença associada e tem que tomar outras medicações 23 25,8 Tem doença associada, mas não tem que tomar medicação 13 14,6

Não tem doença associada 53 59,6

Total 89 100,0

Na Tabela 6, podem ser verificados os marcadores relativos a outros aspectos do processo saúde-doença. Quanto ao que causou a TB, 80,9% (72) dos

84

RESULTADOS

sujeitos referiram saber, ainda que associassem a enfermidade a elementos difusos, como friagem, gripe mal curada ou pneumonia, consumir bebida gelada, compartilhar utensílios (copo), uso de drogas e fumo. Associaram a doença, ainda, a certas condições de vida como má alimentação ou falta de alimentação adequada; “vida desregrada”; morar na rua, viver em albergue com pessoas infectadas; devido à atividade desenvolvida no trabalho pela exposição à mudanças bruscas de temperatura, por substâncias poluentes no ar (tecido, resina, poeira) e em decorrência de ambientes fechados. Somente 6,7% (6) associaram a enfermidade ao agente etiológico e a aspectos da vida e do trabalho, simultaneamente.

Quanto ao fato de conhecer a doença, 50,6% (45) dos sujeitos afirmaram conhecê-la, pois tinha acometido familiares (pai, mãe, cônjuge, parentes) e 41,6% (37) conheciam por ter acometido amigos, vizinhos entre outros conhecidos; mas 7,8% (7) dos sujeitos mencionaram desconhecer a enfermidade e até acreditar ser doença extinta. Aqueles que afirmaram conhecer a TB, relataram ter recebido informações por outros profissionais (veterinário e professor) ou por ter vivenciado a doença, anteriormente, mas também apontaram que as informações foram obtidas a partir de outros meios, tais como: folhetos educativos, mídia, cartazes e em conversas informais em fila de espera, enquanto aguardavam consulta na UBS.

No que se refere à reação do sujeito diante do diagnóstico, 65,2% (58) a referiram como negativa, enquanto 13,5% (12) manifestaram o contrário. A reação negativa esteve relacionada a sentimentos de preocupação, revolta, devido à recidiva da doença; por medo de transmití-la a outras pessoas, pelo preconceito e morte; por sentimento de pesar devido aos familiares que foram a óbito em decorrência da TB; por dúvida quanto à cura e por não acreditar estarem doentes. Aqueles que afirmaram que o diagnóstico os fez ter reação positiva mencionaram que era oportunidade para buscar o tratamento, para obter a cura, ou porque tinham fé, porque tiveram sensação de alívio ao ter o diagnóstico confirmado, mesmo que tardio. Em relação à reação indiferente, foram apontaram as seguintes expressões: já esperava ter a doença e já teve a doença, ou porque consideravam a doença como “normal”, porque conhecia o tratamento, ou como não era aids, não havia preocupação.

Quando se perguntou aos sujeitos se haviam informado a respeito da enfermidade para alguém, 70,8% (63) referiram tê-la comunicado a familiares, amigos, colegas de trabalho e da igreja; 22,5% (20) revelaram estar doentes apenas

85

RESULTADOS

para os familiares e 6,7% (6) não falaram para outros, justificando que essa atitude ocorreu por medo de discriminação, por não ter contato com familiares ou por considerar que os outros não necessitavam saber sobre sua doença. Para 48,3% (43) dos sujeitos, a doença não causou impacto em suas vidas; enquanto que 51,7% (46) consideraram que sua ocorrência dificultava a execução de atividades diárias como afazeres domésticos (limpeza da moradia, lavar roupa), caminhar, subir escada ou levantar peso. Foram relatadas, também, dificuldades devido aos sintomas, como tontura, sono, cansaço, corpo debilitado e desejo de permanecer deitado.

Em relação ao impacto da doença nas atividades laborais, 37,1% (33) dos sujeitos relataram dificuldades em executar tarefas no trabalho, como subir escada, manipular câmara de frio ou forno, além do afastamento do trabalho que levou à redução da renda ou atraso no pagamento. Entretanto, para 21,3% (29) dos sujeitos, a doença não causou impacto negativo no trabalho.

Tabela 6 – Marcadores relacionados a aspectos do processo saúde-doença dos sujeitos do estudo. Unidades Básicas de Saúde, São Paulo-SP, Brasil, 2010-2012

MARCADORES Número (N○) %

Conhecer a causa da TB

Desconhece, associando a elementos difusos 72 80,9 Doença é associada a um agente etiológico 11 12,4 Doença é associada ao agente etiológico e a elementos da vida e do

trabalho

6 6,7

Conhecimento da TB

Desconhecia a doença 7 7,8

Conhecia a doença, que acometeu amigos/vizinhos/outros 37 41,6 Conhecia a doença, que acometeu familiar 45 50,6

Reação diante do diagnóstico

Reação aparentemente negativa 58 65,2

Reação aparentemente indiferente 19 21,3

Reação aparentemente positiva 12 13,5

Informação sobre a TB a outros

Não informou a ninguém sobre a doença 6 6,7 Informou aos familiares a respeito da doença 20 22,5 Informou aos familiares e outros (amigos e colegas de trabalho) a respeito

da doença

63 70,8

86

RESULTADOS

(continuação)

MARCADORES Número (N○) %

Impacto na Vida

Causou impacto negativo 30 33,7

Algumas vezes causa impacto negativo 16 18,0

Não causou impacto negativo 43 48,3

Impacto no Trabalho

Causou impacto negativo em suas atividades laborais 33 37,1 Algumas vezes causa impacto negativo em suas atividades laborais 13 14,6 Não causou impacto negativo em suas atividades laborais 19 21,3

Total 89 100,0

(conclusão)