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Performando voluntários

No documento MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL SÃO PAULO 2010 (páginas 115-133)

CAPÍTULO 4: PERFORMANDO VOLUNTÁRIOS NO INSTITUTO DE

4.3. Performando voluntários

Em nosso estudo, observamos que o voluntário na área da Saúde é performado pelos repertórios históricos e pela rede heterogênea na qual está inserido, composta por atores humanos e não humanos. Os repertórios de tempo longo, como o assistencialismo e a benemerência, refletem nas atividades de cunho assistencial, como doação de cestas básicas, motivação religiosa e até mesmo a presença marcante das mulheres realizando a atividade.

A realização de eventos com a finalidade de captar recursos para construção de hospitais e manutenção dos atendimentos, como chá, jantar, bazar, que já existiam no século XIX, também se repetem nos dias atuais, conquanto a atividade voluntária continue se mantendo por doações. As formas de captar recursos se modernizaram, com as leis de incentivo para quem doa dinheiro, como a isenção do imposto de renda, a melhora da imagem institucional da empresa patrocinadora e até mesmo a elaboração sofisticada de projetos sociais para obter patrocínio, parcerias e doações. Soma-se a isso a utilização de instrumentos das áreas de marketing e administração com o intuito de gerir não só os recursos obtidos, mas também os voluntários, além de divulgar a entidade.

Outras atividades de assistência ao paciente, como dar banho, alimento ou medicação, conforme observamos no modelo da Santa Casa, e que eram realizadas pelas freiras, ainda são funções dos voluntários, embora já exista uma discussão sobre o voluntário não realizar atividade que é de responsabilidade dos profissionais da Saúde.

Logo, observamos na atividade do voluntário uma mescla dos repertórios de tempo longo e de tempo curto. No primeiro, práticas assistencialistas, motivadas por sentimentos de caridade e inspirações religiosas; já no segundo, um discurso institucionalizado marcado pelo comprometimento, inspirado por sentimentos de solidariedade e cidadania, como uma forma de participação social, e perpassado pelo rigor e precisão das práticas gerenciais.

Conforme apontaram Moniz e Araújo (2008), percebe-se que, de um lado, o aspecto assistencialista do voluntário ganha uma nova roupagem, com uma imagem do voluntário comprometido e aliado à equipe de Saúde. Mas, por outro lado, em decorrência dessa institucionalização, é importante ter clareza sobre o que é de responsabilidade do

voluntário e o que é dever do Estado.

Pelo exposto, se nota que não há ruptura com as décadas passadas, no entanto, o que vemos é a mudança na forma como as práticas ocorrem e se organizam, num discurso institucionalizado. Cunha (2005) relata que, com o discurso institucionalizado, houve a substituição do combinado pelo contrato, das variações de disponibilidade pelo compromisso e dos acordos orais pela legislação.

No que se refere às materialidades, observamos como elas têm efeito na ação voluntária. Para exemplificar, vamos descrever uma cena cotidiana que ocorre com qualquer voluntário que trabalhe no hospital. Imagine uma pessoa, que veste o uniforme da enfermeira e entra no quarto de uma criança. Provavelmente, a criança terá reações indesejáveis, como o choro, talvez por medo da injeção. Mas, se esta mesma pessoa estiver vestida com o avental de um voluntário e carregar uma sacola cheia de livros e brinquedos, ao entrar no quarto, a reação da criança provavelmente será mais acolhedora, receptiva e alegre. Esse exemplo nos mostra como uma materialidade, no caso o uniforme do voluntário, gera efeitos no seu interlocutor. Assim, o uniforme passa a ser o ator não humano, pois ele tem uma ação, e está situado em uma rede, que inclui a Associação dos voluntários, o processo de seleção, a formatura, necessários para que a pessoa receba o avental. Além disso, todo o repertório histórico da caridade leva a pessoa a querer ser voluntária e usar o avental que, nesse caso, é o avental verde, por razões específicas da associação do Emílio Ribas. A socialidade é marcada na interação entre a pessoa, o uniforme e a criança, ou seja, se presentifica na ação.

Para descrever os atores que compõem a rede de voluntários, fizemos um recorte, pois a rede não se limita, ela vai sendo desembrulhada à medida que a ação ocorre. No hospital Emílio Ribas, o voluntário faz parte de uma rede formada por palestras, cadastro, relatórios, vacinas, avental, crachá, bótons, pacientes, revistas, profissionais da Saúde, familiares do paciente, doença, vírus, bactérias, álcool, lavagem das mãos. Cada cena, aqui descrita, se compõe de uma rede de atores humanos e não humanos, que performam o voluntário, fazendo que ele seja como é. Resulta dos repertórios que a pessoa possui, de acordo com sua experiência de vida, o ambiente em que ela se insere e as materialidades com as quais convive.

efeitos na forma como o voluntário é performado. Então, ser voluntário no hospital do Câncer é diferente de ser voluntário no hospital Emílio Ribas, em decorrência da estrutura física, das regras e normas. O público também apresenta suas características, já que alguns hospitais atendem a pacientes com diagnósticos específicos, como doenças infecto- contagiosas no Emílio Ribas, câncer no Hospital do Câncer, deficiência física na Associação de Apoio a Crianças Deficientes - AACD e deficiência mental, como é o caso da Associação de pais e amigos do excepcional – APAE. E para aprofundar, cada doença provoca um sintoma, que demanda uma espécie de tratamento, que pode causar um tipo de efeito colateral, e assim por diante.

No hospital Emílio Ribas, foco deste estudo, os pacientes atendidos são portadores de doenças infecto-contagiosas, como Leptospirose, Tuberculose, Dengue, Febre Amarela, Hepatite e portadores do vírus HIV que, de acordo com as estatísticas do hospital, corresponde à maioria dos atendimentos. Pobreza, preconceito, culturas de outras regiões do país, morte eminente e drogadição, são outros aspectos que comumente impactam na atividade do voluntário nesse hospital. Para exemplificar, abaixo destacamos alguns trechos das entrevistas:

Tem alguns (pacientes) que têm a família, a maioria não tem. Principalmente no hospital público, porque você vai no hospital particular e geralmente tem a família, no público não(...) Aqui no hospital público o voluntário se envolve mais, porque o paciente tem menos, mesmo o paciente que tem visita não tem todo dia, isso quando tem família, quando ele permite que a família venha, ela vem naquele horário ou, se tá trabalhando nem vem. Então ele não quer falar, mas sente falta disso, ele se torna muito vulnerável, a pessoa doente se sente vulnerável. Mesmo aqueles que deram um basta na vida, que nós temos muitos casos aqui, que saíram da sua cidade, do seu Estado, que se transformaram. Tem homossexuais, viciados em drogas e moradores de rua (entrevista realizada no dia 13/5/2010)

Teve um episódio que uma voluntária leu um texto que dizia que Deus criou o homem e a mulher e este paciente era travesti, e não gostou; daí ela falou, mas Deus criou o homem e a mulher e ser travesti foi uma opção sua, e a travesti ficou muito brava (entrevista realizada no dia 13/5/2010).

Além da situação econômico e financeira dos pacientes por ser um hospital publico, tem esta questão... Vem muita gente de outros Estados,

são outras culturas, outros pensamentos, é muito interessante. Agora uma coisa interessante que a gente nota, por exemplo, a gente lê o texto e pergunta se o paciente quer ficar com uma cópia, muitos, mas muitos falam que não... “eu não trouxe meus óculos”. E a gente nota que ele não sabe ler. Às vezes eu falo assim, se quiser eu posso deixar, quando vier uma visita, um parente seu, você pode dar para ele. E isso acontece, o paciente gosta de ter o texto não pra ele, mas para passar para o filho (entrevista realizada no dia 13/5/2010).

As características do público atendido interferem na escolha do voluntário. Um exemplo disso ocorreu em uma conversa com uma voluntária, que relatou que estava no Emílio Ribas, mas o seu desejo mesmo seria trabalhar com crianças com câncer. Outra relatou que trabalha com crianças com câncer, mas no Emílio Ribas não tem coragem de descer para os quartos, prefere ficar no setor administrativo, e tantos outros que poderiam ser voluntários em outros hospitais, mas que, por alguma razão, escolheram esse.

Aspectos emocionais também apareceram como um fator que impacta na atividade. Alguns se deparam com a revolta do paciente e/ou o preconceito da família do paciente com o seu diagnóstico. Outros voluntários criam um vínculo com o paciente pela frequência com que se encontram e, por fim, se deparam com a notícia do falecimento dessa pessoa. Mas é preciso salientar que em nenhum momento os voluntários se queixaram desses aspectos. Ao contrário, essas informações que aparecem no discurso dos voluntários demonstram que eles se sentem satisfeitos por poderem atender a esses pacientes e pelo reconhecimento e valorização do trabalho, demonstrados tanto pelos pacientes quanto pela associação.

Conforme citado no artigo de Moniz e Araújo (2008), é importante verificar o suporte técnico e emocional direcionado aos voluntários, para que não ocorra sofrimento psíquico, atendimento precário ou interferências na relação entre o voluntário e o profissional de saúde. Cumpre realçar ainda que, embora os aspectos emocionais não sejam foco deste estudo, é importante destacar sua relevância na prática do voluntário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo da hipótese de que os voluntários no hospital são performados por uma rede heterogênea, composta por humanos e não humanos, realizamos uma investigação que visava entender quais os atores que compõem essa rede. Entendemos que os voluntários não constituem uma figura estática, com características definidas, por isso, foi fundamental expor de qual voluntário falamos, onde ele se situa e em qual período histórico. Mas apenas isso não bastou, visto que foi preciso observar a diversidade de suas práticas e inserções para ser capaz de apresentar uma investigação parcial, já que esta é uma prática que não se esgota. Corresponde a um fragmento que nos apontou uma rede, que apontou outro fragmento, e assim sucessivamente.

Desse modo, foi indispensável realizar uma breve retrospectiva histórica do trabalho voluntário no Brasil com a finalidade de identificar os repertórios de tempo longo e o rastro histórico presente na prática atual. Aspectos religiosos, políticos e organizacionais se tornaram fundamentais para que, em seguida, pudéssemos acompanhar a rotina de um grupo de voluntários do Hospital Emílio Ribas para descrever as materialidades e socialidades que performam esse voluntário. Para trabalhar com essa complexidade, optamos por entender os processos de transformação e construção dos fatos, ou seja, como foram produzidos os vínculos e os rastros deixados pelos atores humanos e não humanos que compõem essa rede. Tais informações nos possibilitaram observar as materialidades e socialidades presentes no cotidiano dos voluntários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na cidade de São Paulo, no ano de 2010 e, consequentemente, entender como os voluntários são performados nesse contexto.

No que se refere à trajetória histórica, observamos que a atividade voluntária era desenvolvida como prática assistencialista, que com o tempo se desenvolveu e incorporou instrumentos de gestão que propiciaram dar destaque à atividade, captar mais pessoas interessadas nessa ação e, inclusive, criar maneiras de obter recursos financeiros e físicos para respaldá-la. As instituições incorporaram tecnologias do segundo setor, como técnicas de administração, gestão de pessoas, contabilidade e marketing para ampliar e qualificar a atividade Ações como recrutamento, seleção, captação de recursos, avaliação de resultados, motivação, parcerias, isenção do imposto de renda, termo de confidencialidade

e certificados de qualidade já não são mais novidades nesse campo. Constituem materialidades que performam os voluntários que conhecemos por meio deste estudo. Por exemplo, as regras e os termos que eles assinam indicam um tipo de comportamento que deve ser seguido nesse ambiente. As estratégias de captação de recursos também estabelecem a necessidade de propor um projeto de ação que, para ser implantado no hospital, sugere a necessidade de um recurso financeiro específico. Ademais, ao solicitar patrocínio externo, o setor dos voluntários abre as portas para mais um ator nesse campo, que é representado pelas empresas privadas que associam sua marca a determinado grupo de voluntários, fato que deve ser estabelecido pela assinatura de um contrato de parceria.

A área da Saúde, de acordo com os relatos da Sra. Silvia Nacacche, do Centro de Voluntariado, é a área mais desenvolvida no que se refere à gestão do voluntário no Brasil. Portanto, conforme observamos nos repertórios históricos, podemos apreender as materialidades que foram incorporadas nesse campo, de modo a gerar efeitos que permitiram que os voluntários nessa área se organizassem e ganhassem destaque em relação aos outros setores. Por exemplo, foram criadas estratégias para gerir os recursos e pessoas, incorporar a legislação, ter o reconhecimento e formar parceria com a equipe de Saúde. Acrescenta-se a política de Humanização que legitimou o espaço do voluntário dentro do hospital.

Entretanto, quando tratamos de trajetória, não queremos dizer que a prática voluntária começou na perspectiva assistencialista até chegar à prática da cidadania e solidariedade. O que observamos foi a mudança dos repertórios no que diz respeito à pratica do voluntário. Mudanças nas formas de organização também ocorreram, porém, é possível reconhecer nas práticas voluntárias que estudamos, ações voluntárias motivadas por inspirações religiosas e/ou práticas assistencialistas, ou seja, atividades que foram mencionadas no primeiro capítulo, quando tratamos da criação da Santa Casa de Misericórdia, repercutem na forma como se dá a prática atualmente. Por outro lado, nesse mesmo contexto, também convivemos com pessoas que entendem essa atividade como prática de cidadania, tendo, pois, o objetivo de promover transformações sociais. Logo, pode-se dizer que, embora materialidades e socialidades tenham sido incorporadas, repertórios históricos de tempo longo também performam os voluntários.

presentes em diversos discursos com os quais nos deparamos neste estudo e que também performam os voluntários. Seu uso nos remete à qualidade do atendimento, à capacitação e compromisso do voluntário, à preocupação com treinamentos e com a delimitação da atividade que será desenvolvida para que de, nenhuma maneira, corresponda à atividade de responsabilidade do profissional da Saúde. Assim, os voluntários complementam a equipe de Saúde que atende o paciente. Por outro lado, a profissionalização nos remete às ações do segundo setor, capitalista, na busca incessante de resultados e maior produção, fatores que constam dos discursos que buscavam instrumentos que pudessem medir o resultado da atividade voluntária para transformá-la em estatística e, com isso, conseguir mais patrocinadores.

Mas como transformar em estatística uma atividade de doação que dificilmente pode ser medida? Será que as pessoas que desenvolvem a atividade voluntária têm interesses em números ou essa é uma preocupação dos gestores? Enfim, podemos dizer que o termo profissionalização, comumente utilizado nos grupos de voluntários e, principalmente, entre os gestores, requer deles mais capacitação, cumprimento das regras, além de estabelecer a necessidade do seu comprometimento com as ações que eles desenvolvem.

Outro destaque cabe aos interesses do governo e ao fato de não ficarmos ingênuos às políticas governamentais. Conforme expusemos no capítulo 1, em diversos momentos, o governo propôs programas para estimular a atividade voluntária. Por que razão? A comunidade ajuda o governo a atender uma demanda que ele não é capaz de superar. Atualmente, um dos pilares da política HUMANIZASUS é, como o próprio nome diz, humanizar o atendimento, dar acolhimento, fatores nos quais, muitas vezes, o profissional não está interessado nem preparado para absorvê-los. Ou ainda, em virtude da grande demanda, não tem tempo para se dedicar a uma conversa mais longa com os usuários do sistema de saúde. Por isso, o voluntário ganha um papel de destaque e um lugar garantido nessa política, pois é ele quem vai ocupar essa lacuna e dedicar atenção integral do paciente. Assim, a reflexão sobre a intersecção do voluntariado com políticas públicas, como a Humanização Hospitalar, também merece ser aprofundada, já que se percebe a tendência ao crescimento de práticas voluntárias dentro do hospital e à sua participação como membro da equipe de Saúde.

No Hospital Emílio Ribas, com cinco anos de trabalho sistematizado, conseguiu-se uma organização com mais de 200 voluntários que desenvolvem atividades diversas com os pacientes. Trata-se, nesse caso, de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas e, como se pode verificar pelos números do hospital, são em grande parte portadores do vírus HIV, razão pela qual, especialmente esse grupo de voluntários convive em seu cotidiano no hospital com pessoas vítimas do preconceito. Aqueles que atuam no projeto leitura solidária especial (destinada aos pacientes do setor de cuidados paliativos ou pacientes portadores de alguma deficiência) vivenciam a morte iminente daqueles que são atendidos. No projeto Poder Jovem, que tem o objetivo de estimular a adesão ao tratamento e lutar contra a discriminação, os voluntários desfrutam a alegria dos jovens e, ao mesmo tempo, compartilham o luto pelo falecimento de pessoas que participaram desse grupo. Portanto, aspectos emocionais implicados nessa atividade devem ser considerados, embora, como já referido, não seja esse o foco deste estudo. São características especificas desse hospital, mas que também performam o voluntário que lá conhecemos.

Ampliando nossa discussão, outras questões merecem ser aprofundadas, por exemplo, conhecer os atores que compõem a rede do voluntariado, como as organizações não governamentais (ONG) e as instituições privadas, com seus projetos de responsabilidade social. Fato esse presente inclusive nas Organizações Sociais de Saúde - OSS, que são entidades filantrópicas parceiras da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo que, por receberem essa qualificação, podem firmar contrato para gerenciar hospitais e outros equipamentos públicos na área da Saúde. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo realizou uma parceria com uma organização não governamental, com o fim específico de captar e treinar voluntários para atuarem nas brinquedotecas que, por lei, devem ser instaladas em todos os espaços que atendam crianças.

As instituições que articulam os grupos que desenvolvem trabalho voluntário, como é o caso do Centro de Voluntariado de São Paulo, são atores que compõem a rede e performam os voluntários com suas estratégias específicas para disseminar e valorizar a ação voluntária. Além de congregar instituições de áreas diversas, como saúde, educação, meio ambiente, dentre outros, ministra treinamentos para os voluntários, para os gestores a para empresas interessadas em desenvolver o voluntariado corporativo. Daí, os Centros de Voluntariado serem instituições interessantes para futuras pesquisas.

O voluntariado corporativo e a política de responsabilidade social também nos sinalizam para a inserção das empresas privadas nas ações sociais. Qual será o interesse? Comportamento ético, preocupação com a sociedade, isenção do imposto de renda, melhora da imagem institucional? Enfim, cabe aqui mais uma reflexão, já que também observamos a presença desses atores em intersecção com a atividade voluntária e uma tendência ao crescimento de projetos sociais desenvolvidos pelas empresas privadas, mais especificamente nos serviços de saúde.

Um fato que nos gera inquietação é a busca por instrumentos que possam medir os resultados da prática do voluntário e, em alguns discursos, o cálculo financeiro dessa ação. Mas como calcular o valor de uma ação voluntária? Com mensurar a subjetividade de cada pessoa? Talvez a necessidade de obter recursos financeiros para manter e expandir a atividade dos voluntários seja um fator que demande a apresentação de resultados estatísticos, mas, por outro lado, também enfatize a presença de atores que têm interesse no montante financeiro que organizações do terceiro setor podem arrecadar.

No documento MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL SÃO PAULO 2010 (páginas 115-133)

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