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PERSPECTIVAS DO EXERCÍCIO DE

No documento CONTAS ANUAIS E RELATÓRIO DE GESTÃO (páginas 135-137)

Correspondente ao exercício encerrado em 31 de dezembro de

11. PERSPECTIVAS DO EXERCÍCIO DE

11.1. Contexto econômico

As previsões apontam a que o crescimento global se acelerará ligeiramente nos próximos dois anos, baseadas fundamentalmente no crescimento previsto para EUA, China e a zona do Euro. Este crescimento já se observou nos últimos meses do ano, e será acentuado pelas medidas econômicas tomadas nas duas primeiras áreas. Também se espera na América Latina uma recuperação em 2018 devido ao aumento da demanda global e do preço das matérias primas.

Nos Estados Unidos, o aumento do preço do petróleo e a desvalorização do dólar impulsionaram os investimentos, e a maior demanda global favoreceu as exportações. A recentemente aprovada reforma fiscal impulsionará o crescimento em 2018.

Na África se prevê uma leve melhoria das perspectivas de crescimento, apoiada no crescimento do preço do petróleo. Na zona do Euro se prevê um crescimento moderado, e apesar de terem sido dissipadas determinadas incertezas políticas, ainda há riscos como a definição do projeto europeu e o final das negociações do Brexit.

Na Espanha se espera um crescimento moderado, menor do que o observado desde o início da recuperação, devido à moderação da política monetária expansiva e ao esgotamento da demanda nacional, fatores que tinham contribuído para o crescimento até este ano. Se soma a estes fatores a incerteza da política econômica derivada do ambiente político catalão e a trajetória na direção do aumento do preço do petróleo.

11.2. Grupo Elecnor

Para o exercício de 2018, partindo da hipótese de que o quadro regulatório se mantém estável tanto para as energias renováveis quanto em matéria fiscal, está previsto que o Grupo Elecnor continue no caminho do crescimento sólido e sustentado dos últimos anos. Ao longo dos últimos exercícios, foram assinados acordos que incluem a entrada de parceiros em alguns dos projetos de concessão que visam promover esses negócios, mitigar os riscos inerentes aos mesmos e gerar recursos que contribuam para melhorar a posição financeira do Grupo. Pelo contrário, a diminuição da percentagem de participação do Grupo sobre estes ativos tem afetado o resultado líquido atribuído consolidado, o qual foi compensado com um melhor desempenho do negócio de infraestruturas do Grupo.

A Elecnor mantém sua aposta no crescimento nos mercados internacionais, baseado nos projetos que tem em carteira nos mesmos, mas que exigem um período de amadurecimento plurianual. Por sua vez, e com a prudência a que obriga a atual situação, a recuperação do mercado nacional parece confirmar-se, o que deveria contribuir para cumprir os objetivos de crescimento estabelecidos. Diante desse cenário, o Grupo prossegue com a melhoria contínua de suas estruturas gerais e produtivas, adequando-as ao volume de atividade dos diferentes negócios desenvolvidos na Espanha e no exterior, o que aumentará a rentabilidade, produtividade e competitividade dos referidos âmbitos. Com tudo isso, e apoiados na sólida carteira de projetos pendentes de executar explicado no ponto 3.1.4., o Grupo Elecnor encara o exercício de 2018 com o propósito de obter valores, tanto de volume de negócio quanto de resultados, superiores aos conseguidos ao longo do exercício de 2017.

11.3. Entrada em vigor da nova norma

IFRS 9 Instrumentos financeiros

Esta norma, que substitui parcialmente a NIC 39, simplifica os critérios de reconhecimento e avaliação dos instrumentos financeiros, conservando um modelo misto de avaliação e estabelecendo apenas duas categorias principais para os ativos financeiros: custo amortizado e valor justo. O critério de classificação é fundamentado no modelo de negócio da entidade e nas características dos fluxos de caixa contratuais do ativo financeiro. Do mesmo modo, simplifica e confere maior flexibilidade para a contabilização de coberturas.

O Grupo Elecnor estima que esta norma não representará um impacto significativo nas demonstrações financeiras consolidadas tendo em conta o seguinte:

• Em relação aos novos critérios de classificação e medição dos ativos financeiros, a maior parte deles continuará sendo avaliada por seu custo amortizado, com exceção apenas dos instrumentos financeiros derivados, que serão avaliados por um valor justo.

• Em relação ao cálculo da depreciação de valor dos ativos financeiros, o Grupo aplicará a abordagem simplificada, que considera as perdas creditícias esperadas durante toda a vida do ativo. Devido à alta qualidade creditícia dos ativos financeiros do Grupo, estima-se que a probabilidade de não pagamento aplicável a eles não será significativa. O impacto estimado pelo Grupo em relação a este ponto é de aproximadamente 5 milhões de euros como maior depreciação de valor das contas a receber.

• É permitido aplicar a contabilidade de coberturas às coberturas econômicas que, sob a atual NIC 39, não cumprem os requisitos de cobertura: principalmente a cobertura de componentes de risco de contratos não financeiros e a consideração de item coberto para a combinação de um derivado e de um elemento que poderia cumprir com as características de um item coberto. Não se produz um impacto significativo no patrimônio do Grupo por este conceito.

Por outro lado, a IFRS 9 estabelece que, se a Sociedade revisar as suas estimativas de pagamentos de um passivo financeiro, se ajustará o valor do passivo financeiro para refletir os novos fluxos descontados à taxa de juros efetiva original, reconhecendo o efeito no resultado do exercício. Isto representa uma diferença em relação ao critério seguido até agora, pelo qual, nos passivos financeiros nos quais a modificação não fosse substancial, se modificava a taxa de juros efetiva futura sem registrar nenhum impacto nas demonstrações de resultados nesse momento determinado. Esta modificação representará um impacto positivo no patrimônio líquido do Grupo de entre 10 - 15 milhões de euros, a ser registrada na epígrafe de “Dívida financeira” do passivo não circulante e “Investimentos contabilizados pelo método de equivalência patrimonial” do ativo não circulante (pelos refinanciamentos das sociedades contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial).

NIIF 15 Rendimentos de contratos de clientes

A IFRS 15 “Receitas ordinárias procedentes de contratos com clientes” determina os critérios para o reconhecimento de receitas ordinárias procedentes de contratos com os clientes. Esta norma substitui a NIC 18 “Receitas ordinárias” e a NIC 11 “Contratos de construção”.

A nova norma estabelece que as receitas ordinárias se reconhecem em função do valor que se espera receber do cliente quando se produz a transferência do controle de um bem ou serviço para o cliente. A transferência de controle pode ocorrer em um momento determinado ou ao longo do tempo. Quando um único contrato incluir mais de uma obrigação de cumprimento para com o cliente, a receita será reconhecida com base nos preços de venda

independente relativos das diferentes obrigações de cumprimento.

A principal mudança nas políticas contábeis que o Grupo Elecnor estima que esta nova norma produzirá nas suas demonstrações financeiras consolidadas corresponde à mudança do critério de reconhecimento de receitas procedentes de modificações de contratos e transações sujeitas a contraprestação variável.

Com relação a isso, no caso de receitas procedentes de modificações de contrato, a IFRS 15 requer aprovação por parte do cliente, critério mais exigente que os requisitos de probabilidade e confiabilidade na estimativa da atual norma (NIC 11 e NIC 18) e, do mesmo modo, nas transações sujeitas a contraprestação variável, estabelecem-se requisitos mais exigentes para o reconhecimento de receitas, incluindo requisitos de alta probabilidade.

O Grupo Elecnor adotou a IFRS 15 utilizando a forma retroativa, o que implica a realização de um ajuste contra reservas pelo efeito cumulativo no exercício de 2018.

O Grupo Elecnor avaliou o impacto desta alteração normativa, estimando que este ascenderá a aproximadamente 24 milhões de euros de ajuste negativo do patrimônio líquido do Grupo, com crédito a Devedores comerciais e outras contas a receber.

No documento CONTAS ANUAIS E RELATÓRIO DE GESTÃO (páginas 135-137)