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Pesquisa Empírica

No documento Escola e participação (páginas 121-126)

Para iniciar este capítulo, cabe explicitar o que seria metodologia; na concepção de Oliveira (1997, p. 45) “[...] a Metodologia estuda os meios ou métodos de investigação do pensamento concreto e do pensamento verdadeiro, e procura estabelecer a diferença entre o que é verdadeiro e o que não é, entre o que é real e o que é ficção”.

Já para Severino (2000, p. 18) constitui-se em um:

[...] um instrumental extremamente útil e seguro para a gestação de uma postura amadurecida frente aos problemas científicos, políticos e filosóficos que nossa educação universitária enfrenta. [...] São instrumentos operacionais, sejam eles técnicos ou lógicos, mediante os quais os estudantes podem conseguir maior aprofundamento na ciência, nas artes ou na filosofia, o que, afinal, é o objetivo intrínseco do ensino e da aprendizagem universitária.

Quando Richardson (2008, p. 22) nos fala sobre o conceito de método e metodologia, este coloca que “[...] o método científico é o caminho da ciência para chegar a um objetivo. A metodologia são as regras estabelecidas para o método científico, por exemplo: a necessidade de observar, a necessidade de formular hipóteses, a elaboração de instrumentos etc.”. O referido autor complementa observando que “[...] método é o caminho ou a maneira para chegar a determinado fim ou objetivo, distinguindo-se assim do conceito de metodologia, que deriva do grego métodos (caminho para chegar a um objetivo) + logos (conhecimento)”. Neste sentido, pode-se compreender que a metodologia se relaciona a diversos procedimentos que são empregados na produção do conhecimento.

A metodologia tem a finalidade de estudar as diversas maneiras que existem para se realizar determinadas pesquisas e avaliar capacidades e potencialidades dentre outras coisas. De forma geral, a metodologia está focada na avaliação de técnicas para pesquisa que possam originar novos métodos para a elaboração do mesmo (Thiollent, 2005).

A abordagem utilizada no estudo será a qualitativa, que segundo Minayo (2004, p.21), “[...] trabalha com o universo de significados [...] valores, atitudes, o que corresponde a um espaço mais aprofundado das relações, dos processos, dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.

Goldenberg (1997) enfatiza que a análise qualitativa não se foca em representatividade numérica, mas sim em aprofundar a compreensão de um grupo social, de uma organização entre outras. O objetivo neste tipo de análise e mergulhar na questão que se deseja entender.

O enfoque qualitativo possui as seguintes características: o pesquisador é instrumento chave, o ambiente consiste na fonte direta de dados, não necessita de utilização de métodos estatísticos, seu caráter é descritivo, o resultado não é o objetivo principal da abordagem, mas sim o processo e seu significado, assim o principal objetivo é a interpretação do fenômeno do objeto que está em estudo (Godoy, 1995; Silva, Menezes, Santos, 2005).

O questionário que foi o instrumento de coleta de dados utilizado, continha perguntas abertas e fechadas; nas perguntas abertas os entrevistados podiam expressar suas opiniões livremente, já nos questionamentos fechados os entrevistados escolhiam uma das alternativas previamente colocada no questionário.

6.2 Caracterização do local do estudo

O Centro Integrado do Rio Anil fica localizado no bairro do Anil. Anteriormente, era uma das maiores fábricas de tecido da cidade, fazendo parte do pólo industrial têxtil no final do século XIX. Com a falência da fábrica em meados da década de 60, o prédio permaneceu algum tempo abandonado. Nos anos 1990, no governo Edson Lobão, é construída a Fundação Nice Lobão, no local onde ficava localizada a fábrica de tecidos. Atualmente o bairro cresceu e conta com várias escolas, faculdades, casa lotérica, posto de saúde, fica localizado entre os bairros do Cruzeiro do Anil, Aurora, Cutim e Santa Cruz.

No que se refere as etapas de ensino a escola atua no Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, por atuar em todas essas etapas e nos turnos matutino, vespertino e noturno conta com um número elevado de alunos, quase sete mil alunos. Quando a infraestrutura da escola ela contém: água filtrada, água de poço artesiano, energia da rede pública, energia de gerador, esgoto da rede pública, lixo destinado à coleta periódica, acesso à Internet, banda larga. Toda esta infraestrutura é comum a poucas escolas da capital, que em sua maioria estão necessitando de melhorias em sua estrutura.

Quanto aos equipamentos que a instituição dispões tem-se os seguintes: computadores administrativos, computadores para alunos, TV, videocassete, dvd,

antena parabólica, retroprojetor, impressora, aparelho de som, projetor multimídia (datashow), fax. Em relação as dependências do colégio a escola conta com: 67 salas de aulas, 590 funcionários, sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, laboratório de ciências, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), quadra de esportes coberta, quadra de esportes descoberta, cozinha, biblioteca, sala de leitura, banheiro fora do prédio, banheiro dentro do prédio, banheiro adequado à educação infantil, banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, sala de secretaria, banheiro com chuveiro, refeitório, despensa, almoxarifado, auditório, pátio coberto, pátio descoberto, área verde.

6.2.1 O bairro

O Centro Integrado Rio Anil fica localizado no bairro do Anil, considerado um bairro de classe média e classe média baixa da capital maranhense, seu povoamento se inicia no século XIX. Por muitos anos foi considerado o principal portão de entrada da capital para o continente, já foi um município São Luís, posteriormente um distrito e no ano de 1960 passou a ser um bairro. A notoriedade deste local no passado deve- se a instalação da fábrica de tecidos, que empregou muitos indivíduos, nesta época o acesso ao bairro era difícil, as ruas não eram pavimentadas, tal situação começa a se modificar quando o Anil se torna um bairro, e a avenida principal ganha pavimentação.

6.3 Instrumentos de coletas de dados

O universo da pesquisa é composto por professores que trabalham na escola Cintra, especificamente por professores da area de Ciências Humanas, que atuam na instituição escolar no turno vespertino, sendo que também poderiam exercer suas atividades nos dois anexos da escola e não apenas na escola polo. A amostra foi realizada por conveniência, assim responderam ao questionário sete professores da área de Ciências Humanas, que atuam há pelo menos um ano na escola, o primeiro passo foi explicar aos professores do que se tratava o estudo em seguida os questionários foram entregues aos professores e combinou-se um prazo para que os educadores respondessem a este e um dia para que o pesquisador os recebesse de volta.

De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a coleta de dados objetiva colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto. Preparar-se para a coleta de dados pode consistir em uma atividade complicada e difícil. Caso não se realize de maneira correta, todo o trabalho de investigação pode ficar em risco, e tudo o que foi feito anteriormente, ao se definir as questões da pesquisa e projetar e os objetivos do estudo terão sido em vão (Yin, 2005).

As afirmações acima denotam a importância da coleta de dados, assim escolher os instrumentos que possibilitam coletar os dados para subsidiar a pesquisa é uma tarefa que exige cuidado e paciência, neste sentido o instrumento escolhido para efetivar o estudo foi o questionário. A intenção era aplicar outros instrumentos de coleta de dados, mas não houve a possibilidade, primeiramente por questões internas da escola e também por motivos de saúde do pesquisador:

6.3.1 Questionários

Os dados foram coletados por meio de um questionário que segundo Gil (1999, p.128), pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”.

Cervo e Bervian (2002) apontam diversos parâmetros que caracterizam as vantagens de utilização do questionário. Afirmam também que o questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche e contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central. O questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de uma situação para outra. Possui a vantagem de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais reais (o que pode não acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua extensão e finalidade. É necessário que se estabeleça, com critério, quais as questões mais importantes a serem propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos.

O questionário da pesquisa continha primeiramente a identificação da pesquisa, com algumas perguntas de identificação geral (nome, idade, profissão,

tempo de atuação na rede e na escola, formação), logo após começavam as perguntas.

As perguntas do questionário eram abertas e fechadas, sendo que nas abertas os educadores expressavam livremente suas opiniões acerca das indagações realizadas, já nas fechadas estes escolhiam dentre uma das alternativas que existiam para cada questão. O questionário era composto por 19 questões, que foram respondidas por vinte educadores que ensinavam disciplinas de Ciências Humanas na escola.

Tencionava-se realizar uma entrevista com os educadores onde as perguntas seriam abertas, mas esta não foi possível, uma vez que estes não dispunham de tempo para se sentar e responder aos questionamentos que o pesquisador desejava. Pretendia-se também recolher alguns documentos norteadores do trabalho na escola; entretanto a direção não disponibilizou estes, que no caso seriam o Regimento Interno e o Projeto Político Pedagógico.

No documento Escola e participação (páginas 121-126)