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Pesquisa exploratória orientada para configuração do objeto de estudo

No documento INCT-TB (páginas 42-51)

2. CIRCUNSCREVENDO O OBJETO DE ESTUDO

2.2 Pesquisa exploratória orientada para configuração do objeto de estudo

f) âmbito científico internacional: participação, com apresentações de trabalhos e publicações em eventos no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa.

Atualmente, o GEU concluiu a pesquisa14 “Educação Superior Brasileira:

Desafios Contemporâneos”, ligada ao Observatório da Educação CAPES/INEP e coordenado pela Dra. Clarissa Baeta Neves. Em tal trabalho é possível perceber a integração do GEU como rede e as abrangências multi/interdisciplinares que os circunscreve.

2.2 Pesquisa exploratória orientada para configuração do objeto de estudo

(FAPs). Segundo o Documento de Orientação do Programa, as ações citadas podem ser concretizadas através de um “conjunto articulado e integrado de programas e modalidades de apoio, que assegure os meios para a expansão e a melhoria da qualidade das atividades do Sistema Nacional de C, T&I, bem como sua melhor distribuição geográfica no País”. (DOPINC&T, 2008, p.1).

Através da Portaria MCT nº 429, de 17.07.2008, ficou instituído o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia que substituiu o Programa Institutos do Milênio15. O programa de criação dos institutos é conduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e diversas fundações estaduais de amparo à pesquisa, como a FAPESP, FAPEMIG e FAPERJ.

Ainda, por tal portaria, ficou estabelecida que os Institutos Nacionais deveriam ser formados por uma instituição sede, caracterizada pela excelência de sua produção científica e/ou tecnológica, alta qualificação na formação de recursos humanos e com capacidade de alavancar recursos de outras fontes, e por um conjunto de laboratórios ou grupos associados de outras instituições, articulados na forma de redes científico-tecnológicas.

As áreas de atuação de tais institutos são caracterizadas por temas de atuação bem definidos, conforme áreas de fronteira da ciência e/ou da tecnologia ou em áreas estratégicas do Plano de Ação em C,T&I 2007-2010. Pelo parágrafo 2º da portaria, o financiamento e a gestão do Programa, em suas áreas de interesse e competência, podem ser executados pelos

[...] Ministério da Educação, através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-CAPES, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos

15O Programa Institutos do Milênio é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia executada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que visa ampliar as opções de financiamento de projetos mais abrangentes e relevantes de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico.

Estratégicos-SCTIE, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro-FAPERJ, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais-FAPEMIG, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará-FAPESPA, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas-FAPEAM, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina- FAPESC. Poderão também participar do Programa, inclusive do financiamento em suas áreas de interesse e competência, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, através do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES, o Ministério de Minas e Energia, através da Petrobrás, e outras entidades federais ou estaduais. (DOPINC&T, 2008, p.10)

No primeiro ano de programa foram instituídos 101 Institutos, os quais receberam uma verba histórica de aproximadamente 600 milhões de reais. Estes foram selecionados a partir de edital com regulamentos e condições específicas, com os objetivos de apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação. Na busca de proporcionar a melhor distribuição nacional da pesquisa científico-tecnológica, a região Norte passou a sediar 8 institutos, o Nordeste 14, o Centro-Oeste 3, a região Sul 13 e o Sudeste 63.

Inicialmente, os projetos foram distribuídos em 19 áreas consideradas estratégicas e qualificadas como prioritárias para os desenvolvimentos regionais e nacional: Biotecnologia, Nanotecnologia, Tecnologias da Informação e Comunicação, Saúde, Biocombustíveis, Energia Elétrica, Hidrogênio e Fontes Renováveis de Energia, Petróleo, Gás e Carvão Mineral, Agronegócio, Biodiversidade e Recursos Naturais, Amazônia, Semiárido, Mudanças Climáticas, Programa Espacial, Programa Nuclear, Defesa Nacional, Segurança Pública, Educação, Mar e Antártica e Inclusão Social.

Segundo o Documento de Orientação (2008), o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia visa mobilizar e agregar os melhores grupos de pesquisa para impulsionar a pesquisa científica básica e fundamental, além de estimular o desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica de ponta, objetivando o desenvolvimento sustentável do país, além de criar ambientes atraentes e estimulantes para alunos talentosos de diversos níveis, do ensino médio ao pós-graduado. O

Programa propõe se responsabilizar diretamente pela formação de jovens pesquisadores e apoiar a instalação e o funcionamento de laboratórios em instituições de ensino, instituições de pesquisa e empresas.

A organização do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, objeto de reflexões e discussões durante a elaboração do Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, tem como base: o conjunto de grupos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento, distribuídos pelo território nacional; Institutos formados por grupos de maior experiência e competência científica, predominantemente em universidades públicas federais e estaduais; e Institutos de pesquisa científica e/ou tecnológica, não universitários, vinculados ao governo federal ou aos governos estaduais, como também aqueles de caráter privado. Este sistema de ciência e tecnologia é financiado preponderantemente com recursos públicos federais e estaduais; sobressaem os recursos advindos do CNPq, FINEP, CAPES, Petrobrás, BNDES, Ministério da Saúde, e fundações estaduais de amparo à pesquisa, entre outros. (DOPINC&T, 2008, p.1)

Mirando a resolução dos desafios complexos da atualidade, os INCT possuem focos estratégicos em uma área de conhecimento, a qual apresentará resultados em longo prazo. Os financiamentos oriundos de organizações já citadas e as formas de arranjos desses institutos são substanciais para o sucesso das pesquisas desenvolvidas nos mesmos. Por estes elementos aludidos, os Institutos Nacionais ocupam posição estratégica no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e para sua formação as propostas são submetidas a diversas exigências, conforme citadas abaixo:

 ser apresentadas por pesquisadores de reconhecida competência nacional e internacional na sua área de atuação;

 ter um tema ou área de atuação claramente definido;

 ser integrante de um programa bem estruturado de pesquisa científica e/ou tecnológica, permitindo assim, avanços científicos substanciais ou desenvolvimento tecnológico inovador. Sendo assim, são descartados um projeto de pesquisa ou um conjunto de projetos de pesquisa, mesmo que aparentados ou vinculados;

 ser constituída por uma entidade sede que tenha capacidade de alavancar recursos de outras fontes, dispondo de espaço físico e infraestrutura e por uma rede de grupos de pesquisa organizados regional ou nacionalmente;

 apresentar atividades bem articuladas, concatenadas e sinérgicas;

 agregar competências, compartilhar de tarefas, e executar projetos específicos originais e bem fundamentados que se situem na fronteira da ciência ou são de relevância estratégica para país;

 ter um coordenador que seja pesquisador de reconhecida competência nacional e internacional na sua área de atuação, pesquisador 1A ou 1B do CNPq (ou equivalente);

 apresentar um comitê gestor, composto por 5 pesquisadores do projeto e presidido pelo coordenador;

 eleger assessores, ou seja, cientistas de reconhecida competência na sua área de atuação, de preferência do exterior, para funcionarem como consultores; o Comitê de coordenação do Programa, escolherá dois nomes, sendo um radicado no exterior.

As metas dos INCT caracterizam-se por serem ambiciosas e abrangentes. Essas, conduzem as pesquisas dos institutos, tendo que alcançar a maioria delas, mas não obrigatoriamente todas. As metas são: a) mobilizar e agregar, de forma articulada com atuação em redes, os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do País, como definidas no Plano de Ação em Ciência e Tecnologia (PACTI; b) impulsionar a pesquisa científica básica e fundamental competitiva internacionalmente; desenvolver pesquisa científica e tecnológica de ponta associada a aplicações, promovendo a inovação e o espírito empreendedor, em estreita articulação com empresas inovadoras, nas áreas do Sistema Brasileiro de Tecnologia (SIBRATEC); c) promover o avanço da competência nacional em sua área de atuação, criando ambientes atraentes e estimulantes para alunos talentosos de diversos níveis, do ensino médio ao pós-graduado, e responsabilizando-se diretamente pela formação de jovens pesquisadores; d) os Institutos Nacionais devem ainda estabelecer programas que contribuam para a melhoria do ensino de ciências e com a difusão da ciência para o cidadão comum; e) apoiar a instalação e o funcionamento de laboratórios em instituições de ensino e pesquisa e empresas, em temas de fronteira da ciência e da tecnologia, promovendo a competitividade internacional do País, a melhor distribuição nacional da pesquisa científico-tecnológica,

e a qualificação do País em áreas prioritárias para o seu desenvolvimento regional e nacional.

Visando estabelecer programas que contribuam para a melhoria do ensino de ciências e a difusão da ciência para o cidadão comum, cada Instituto deve apresentar um programa bem definido, contribuindo efetivamente com o Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional. Este programa, com metas quantitativas e qualitativas, deve combinar três missões: a) a da pesquisa, apresentando qualidade, competitividade internacional e ocupação de referência no território nacional;

b) a da formação de recursos humanos, sempre tendo em vista a inserção internacional.

Esta formação deve ser possibilitada através de cursos de pós-graduação, treinamento pós-doutorado e por meio de envolvimento de estudantes de graduação. Para determinados casos é importante treinamentos em ambientes empresariais, cursos de curta e longa duração e treinamento de técnicos especializados; c) a da transferência de conhecimento para a sociedade, tendo como foco principal o fortalecimento do ensino médio e da educação científica da população em geral.

Para os institutos voltados a aplicações da ciência, tecnologia e inovação, transferência de conhecimentos para o setor empresarial ou para o governo, se configura como uma quarta missão.

A caracterização dos INCT a partir de levantamento de informações em sites e documentos foi realizada para ter o conhecimento da abrangência dos institutos.

Atualmente são 122 Institutos16, sendo desses 77 localizados na região sudeste, 18 na região nordeste, 14 na região sul, 9 na região norte e 4 na região centro-oeste (gráfico 1). Os Institutos estão divididos em 8 grandes temáticas: Energia, Ecologia e Meio Ambiente, Saúde, Nanotecnologia, Ciências Agrárias e Agronegócio, Engenharia e Tecnologia da Informação, Exatas, Humanas e Sociais Aplicadas (gráfico 2).

16Dado levantado em 2014 sujeito a modificações. Disponível em http://memoria.cnpq.br/programas/inct/_apresentacao/index.html.

Gráfico 2: Temática dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Brasil, 2012.

Gráfico 1: Localização dos Institutos Nacionais de Pesquisa, por região, Brasil, 2012.

Gráfico 4: Sede dos Institutos Nacionais e Ciência e Tecnologia, por região, Brasil, 2012 Gráfico 3: Sedes dos Institutos Nacionais de

Ciência e Tecnologia, por tipo de instituição, Brasil, 2012

Ao todo 53 instituições são sedes dos INCT, dessas 32 são em instituições públicas de ensino, 2 em instituições privadas de ensino, sem fins lucrativos e 19 são instituições públicas de pesquisa (gráfico 3). Ao analisar as sedes por região, pode-se verificar que 31 situam-se na região sudeste, 8 na região nordeste, 7 na região sul, 5 na região norte e 2 na região centro oeste (gráfico 4).

Na região norte do país, apenas dois estados contemplam INCT Pará com 4 institutos e Amazonas com 5 institutos totalizando 7% do total (gráfico 5). Esses estão divididos em três temáticas: Ecologia e Meio Ambiente (5), Energia (3) e Saúde (1) (gráfico 6).

Gráfico5: Localização dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, por Estado, Região Norte, Brasil, 2012

Gráfico 6: Temática dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Região Norte, Brasil, 2012

Gráfico 7: Localização dos Institutos de Pesquisa por Estado, Região Nordeste, Brasil, 2012

Gráfico 8: Temática dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Região Nordeste, Brasil, 2012.

A região nordeste é a segunda em números de institutos, são 18, ou seja, 15% do total. Desses, 1 (5,5%) na Paraíba, 5 (28%) em Pernambuco, 1 (5,5%), no Piauí, 2 (11%) no Rio Grande do Norte, 1 (5,5%) no Sergipe, 4 (22%) na Bahia e 4 (22%) no Ceará (gréfico 7). Estão divididos em sete áreas temáticas: Saúde (4), Nanotecnologia (3), Ciências Agrária e Agronegócio (2), Engenharia e Tecnologia da Informação (2), Exatas (1), Energia (2) e Ecologia e Meio Ambiente (4) (gráfico 8).

A região centro-oeste é a que menos possui INCT. São ao todo quatro (3% do total). Localizam-se 1 no Mato Grosso e 3 do Distrito Federal (gráfico 9). Estão divididos em quatro áreas temáticas: Exatas (1), Ecologia e Meio Ambiente (1), Nanotecnologia (1) e Humanas e Sociais Aplicadas (1) (gráfico 10).

Gráfico 9: Localização dos Institutos de Pesquisa por Estado, Região Centro-Oeste, Brasil, 2012

Gráfico 10: Temática dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Região Centro-Oeste, Brasil, 2012

A região sudeste é a que concentra o maior número de INCT, são ao todo 77, perfazendo 63% do total. Desses 44 são em São Paulo, 20 no Rio de Janeiro e 13 em Minas Gerais (gráfico 11). Eles contemplam todas as áreas temáticas sendo 6 em Nanotecnologia, 9 em Ciências Agrárias e Agronegócio, 9 em Engenharia e Tecnologia da Informação, 9 em Exatas, 9 em Humanas e Sociais Aplicadas, 5 em Energia, 6 em Ecologia e Meio Ambiente e 24 em Saúde (gráfico 12).

A região sul contempla 14 INCT, desses 2 são no Paraná, 4 em Santa Catarina e 8 no Rio Grande do Sul (gráfico 13). Dividem-se em 6 temáticas: Saúde (7), Nanotecnologia (1), Ciências Agrárias e Agronegócio (1), Engenharia e Telecomunicação da Informação (2), Humanas e Sociais Aplicadas (1) e Ecologia e Meio Ambiente (2) (gráfico 14).

Gráfico 11: Localização dos Institutos de Pesquisa por Estado, Região Sudeste, Brasil, 2012

Gráfico 12: Temática dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Região Sudeste, Brasil, 2012

Gráfico 13:Localização dos Institutos de Pesquisa por Estado, Região Sul, Brasil, 2012

Gráfico 14: Temática dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Região Sul, Brasil, 2012

No documento INCT-TB (páginas 42-51)