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Em Porto Alegre, Rosa et al. (2017), realizou pesquisa com o objetivo de fazer revisão de estudos publicados sobre Avaliação por Pares Online, identificando tecnologias digitais e estratégias didático-pedagógicas utilizadas no ensino superior, na modalidade blearning, isto é, na modalidade híbrida. Os resultados da pesquisa foram publicados sob o título de “Online Peer Assessment: um contributo para a integração de tecnologias digitais ao blended learning“.

Os autores destacam que “a OPA quando associada com tecnologias digitais pode ser considerada uma alternativa viável a ser utilizada no ensino híbrido contribuindo para promover a colaboração entre os atores do processo educacional, oportunizando-os assumirem o protagonismo da sua aprendizagem“.

Moreira (2014), testou ferramenta de avaliação por pares nas disciplinas de algoritmos e programação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O acesso à ferramenta foi realizado por navegador de Internet, a qual permitiu o gerenciamento de turmas e a criação de questionários que foram disponibilizados com agendamento de data e período para resposta dos estudantes.

Em Maceió - AL, Oliveira (2015), desenvolveu “Modelo de Avaliação por Pares Gamificado para Ambientes Educacionais Online” na forma de experimento com o AVA MeuTutor, que é ambiente educacional desenvolvido como produto da empresa MeuTutor, sediada na incubadora de empresas da Universidade Federal de Alagoas

Capítulo 3. REVISÃO DA LITERATURA 44 (UFAL).

A motivação para a supramencionada pesquisa é que se faz necessário um mecanismo de engajamento na avaliação por pares, uma vez que o estudante, enquanto avaliador, pode entregar respostas incorretas propositalmente. Com a gamificação, foi possível ter resultados positivos com base no modelo de avaliação apresentado.

Gomes (2018), em sua pesquisa “Avaliação por pares utilizandoMoodle Workshop

aplicável ao currículo baseado em competências“, traz um recurso do AVA Moodle que permite a avaliação entre pares no âmbito de uma proposta curricular por competências. O Moodle Workshop (Laboratório de Avaliação) é livre e possibilita criação de cursos, bem como comunicação síncrona e assíncrona. Pode ser colocado online para que os estudantes submetam seu trabalho, avaliem seus pares e sejam avaliados. Cada estudante recebe duas notas, uma para seu trabalho e outra para as avaliações que realizou de seus pares. Nesta abordagem, o estudante não recebe seu próprio trabalho para ser avaliado por ele mesmo.

A configuração do ambiente Moodle Workshop não é trivial, bem como apresenta muitos parâmetros para serem ajustados. O gerenciamento da avaliação dentro do AVA está dividido em cinco fases: configuração, envio, avaliação, cálculo das notas e encerramento. Todas essas fases têm dependência do professor para liberar a próxima fase, bem como a possibilidade de reavaliar a avaliação que os estudantes fizeram de seus pares.

As soluções em OPA encontradas nesta pesquisa são limitadas e desenvolvidas para suportar a avaliação em qualquer área do conhecimento. Segundo Sommerville (2011), no desenvolvimento desoftware, criam-se aqueles de propósito geral e os de propósito específico. As ferramentas computacionais que atendem a requisitos específicos são mais robustas e tem melhor desempenho na entrega de resultados já que são pensadas e desenvolvidas para tal finalidade.

Como a temática em discussão é a OPA aplicada ao ensino híbrido de matemática, etão é preferível ferramenta computacional específica à de propósito geral.

45 4 MATERIAL E MÉTODO

A matemática escolar deve estar focada no ensino para a sociedade da informação. A avaliação, por ser momento que pretende verificar o quanto o estudante aprendeu daquilo que lhe foi apresentado e/ou proposto, se tornou objeto de classificação dos estudantes entre aprovados e reprovados, não sendo utilizada de forma significativa.

Por outro lado, as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação a partir do uso dos computadores e da Internet se popularizaram de tal forma que têm potencial para transformar o ensino-aprendizagem e a forma de avaliar, à medida que forem inseridas de maneira adequada na educação.

Neste contexto, a avaliação online por pares pode inovar a didática no ensino de matemática ao passo que aumenta a quantidade de feedbacks enviados aos estudantes por seus pares e os coloca também no papel de avaliadores. Esta estratégia já é utilizada em outras pesquisas, por exemplo, em Rosa et al. (2017) que propuseram uma alternativa para a integração de tecnologias digitais na educação.

Para que a avaliação online por pares ocorra deve existir ambientes virtuais que atendam aos requisitos impostos pela mesma e isso não se encontra facilmente emsoftwares

de propósito geral. Logo é necessário desenvolver um sistema computacional de acordo com os requisitos propostos no método avaliativo em questão.

Neste sentido, esta pesquisa, bibliográfica e exploratória, tem como estudo de caso o desenvolvimento de um ambiente virtual para a avaliação online por pares no ensino de matemática. O foco da pesquisa está, inicialmente, na avaliação de matemática do Ensino Fundamental, mas pode ser estendida a outros níveis da Educação Básica e até para outras áreas do conhecimento.

O primeiro passo para o desenvolvimento de um software é o levantamento dos requisitos que acontece na etapa de análise para a projeção do sistema. Para o projeto do Ambiente Virtual de Avaliação Online por Pares no Ensino Híbrido de Matemática, os requisitos foram levantados com base na discussão feita a partir da revisão da literatura, a qual define o que se espera do modelo de avaliação em matemática frente aos desafios encontrados na sociedade contemporânea.

A modelagem do ambiente virtual, isto é, o projeto pode ser feito utilizando-se a Linguagem de Modelagem Unificada (Unified Modeling Language - UML), bem como uma prototipagem em tecnologias para desenvolvimento web. O protótipo do sistema proposto nesta pesquisa foi desenvolvido utilizando-se as tecnologias HTML5, CSS e JavaScript. Além disso, criou-se modelo de Banco de Dados que deve ser implementado no MySQL.

Foram analisados os principais Ambientes Virtuais de Aprendizagem disponíveis para identificar a capacidade dos mesmo lidarem com avaliação online por pares e diante das constatações encontradas, desenvolveu-se um protótipo mais fácil de usar e com menos carga administrativa para o educador.

Capítulo 4. MATERIAL E MÉTODO 46 Criou-se algoritmo para realizar a distribuição dos trabalhos entre os estudantes e seus pares de forma que esteja garantida a aleatoriedade na distribuição das atividades e com isso, a isonomia e eliminação de viés, ou seja, todos têm, estatisticamente, as mesmas chances de serem avaliados por algum outro ou então avaliar a atividade do outro.

Utilizou-se a linguagem de programação Java para criar o algoritmo que realiza a distribuição das avaliações entre avaliadores e avaliadores de forma que cada estudante avaliado tenha dois avaliadores diferentes e o estudante não avalia a própria atividade. Para o embaralhamento do conjunto de estudantes foi utilizado o algoritmo Fisher-Yates

que consegue fazer permutações no conjunto de dados.

O desenvolvimento de softwares pode ser apoiado por ferramentas computacionais que automatizam alguns processos entre as etapas de análise, projeto e codificação. A Engenharia de Software Auxiliada por Computador (Computer-Aided Software Engineering -CASE) agrupam um conjunto desoftwares que são utilizados para apoiar atividades, como engenharia de requisitos, projeto, desenvolvimento de programas e testes. As ferramentas CASE, incluem editores de diagramas, dicionário de dados, compiladores, debuggers, ferramentas de construção de sistemas, entre outros (SOMMERVILLE, 2011).

O processo de modelagem do Banco de Dados foi auxiliado pela ferramenta CASE MySQL Workbench, “uma ferramenta visual unificada para arquitetos, desenvolvedores e administradores de banco de dados. O programa fornece modelagem de dados, desenvolvimento de SQL, e ferramentas administrativas para configuração de servidor e administração de usuários, entre outros” (REIS, 2011, p. 16). A escolha do Workbench foi devida ao fato de se tratar de uma ferramenta gratuita e amplamente utilizada no desenvolvimento de aplicações que precise um banco de dados.

Com base em Gomes (2018), foram definidas a quantidade de duas avaliações por avaliador. Assim, a cada estudante será atribuído as atividades avaliativas de dois outros estudantes, no máximo.

Ofeedback devolvido pelo professor e pelos pares aos estudantes avaliados conta com a possibilidade de comunicação escrita, oral e audiovisual. O resultado da apreciação da atividade avaliada acontece pela atribuição de um conceito (Totalmente Correto, Parcialmente Correto, Incorreto ou Não respondeu).

Faz-se necessário construir uma nota quantitativa a partir da avaliação qualitativa e para isso, foi utilizada a média aritmética simples e a ponderada para a construção da nota em um determinado período.

Outro fator importante foi definir orientações ao professor sobre como conduzir essa modalidade de avaliação diante das diferentes realidades dos estudantes que provavelmente não terão acesso igualitário a computadores e a internet.

47 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo, à medida que apresenta os resultados, também os discute. Inicialmente, têm-se orientações ao professor sobre como conduzir a atividade avaliativa com esta metodologia, depois vem a análise e desenvolvimento do sistema bLearning Math, seguido da apresentação do protótipo da interface gráfica com o usuário, bem como a distribuição da avaliação online aos pares, a construção da nota quantitativa para cada avaliação e a média que pode ser bimestral ou outro período determinado pela escola, ou professor.

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