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PJ: vídeo 10: Projeto de lei que quer tirar o símbolo dos

No documento JULIANA BEZERRA DE SOUZA (páginas 68-83)

 Razão da escolha: 1- tempo de vídeo(2 a 10 minutos), 2-temática atual

 Estratégias para o uso em aulas de ciências: Introdução para aula; promover debate e desenvolver argumentação

 Conteúdos de Ciência contemplados: Biologia celular e molecular, fluência da ciência e tecnologia na sociedade, questões sociocientíficas

 Elementos CTS que podem ser explorados a partir do vídeo: Questões relacionadas: saúde publica, politicas públicas, direito a informação, ética e as questões econômicas.

 Relato da análise: O vídeo é uma reportagem que destaca a questão da omissão de informações nos alimentos transgênicos.

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3.3 Matriz de Referência CTS

A partir das indicações feitas nos relatórios dos pesquisadores do NIEPCTS e dos teóricos criamos a Matriz de Referência em CTS para análise de vídeos de Ensino de Ciências no Canal YouTube exposta a seguir e queremos frisar que o vídeo para se enquadrar em determinada categoria precisa apresentar ao menos um dos aspectos expostos.

Matriz de Referência CTS Dimensões CTS Como Identificar Natureza da Ciência

O vídeo sobre NdC apresenta aspectos como:

• Interações entre Ciência Tecnologia e Sociedade. • Influências recíprocas entre a sociedade e a ciência. • Influência da Tecnologia na sociedade, da sociedade

na Ciência e na Tecnologia e da Ciência na Tecnologia e na Sociedade.

• Políticas para a Ciência.

• Relações entre política, Ciência e Sociedade. • Produtos das descobertas científicas.

• Responsabilidade sobre as descobertas científicas. • A indústria pesada e a poluição.

• Decisões sobre assuntos científicos.

• Decisões Morais a partir do conhecimento da Ciência e Tecnologia.

• Ciência e Tecnologia no auxilio a decisões legais. • Investimento em Ciência e Tecnologia e sua

importância.

• Os cientistas como seres humanos comuns que podem errar.

• Problemas de contaminação e responsabilidades atribuídas.

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desenvolvimento científico e tecnológico. • Importância de formar cientistas.

• Apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico (pelos estudantes, futuros cidadãos atuantes).

• Incentivo a Educação Científica. • Respeito a formações diferentes. • Incentivo a uma educação integral.

Alfabetização Científica

O Vídeo apresenta:

• Emprego de conceitos científicos e integração de valores para a tomada de decisões responsáveis no dia a dia.

• Compreensão do controle da sociedade sobre as ciências e a tecnologia, bem como as repercussões da ciência e tecnologia na sociedade.

• Compreensão do controle da sociedade sobre as ciências e as tecnologias a partir das contribuições que ela fornece.

• Reconhecimento de limites da utilidade das ciências e das tecnologias para a qualidade de vida.

• Compreensão dos principais conceitos, hipóteses e teorias, bem como ter a capacidade de aplica-los. • Estímulo produzido pelas ciências e tecnologia pela

incitação intelectual por elas produzidas.

• Compreensão de que os saberes científicos dependem de pesquisas e teorias.

• Capacidade de distinguir os resultados produzidos pelas ciências e a opinião pessoal.

• Reconhecer a origem da ciência e compreensão de que o saber científico tem um caráter provisório.

• Compreensão das aplicações da tecnologia e as decisões que implicam sua utilização.

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desenvolvimento tecnológico.

• Formar uma visão mais ampla do mundo a partir da formação científica.

• Recorrer a fontes de informação válida para tomada de decisões.

• Compreender como as ciências e as tecnologias foram produzidas ao longo da história.

Argumentação

O vídeo apresenta:

• Novas informações culminando com a explicitação de uma nova situação.

• Levanta hipótese, emprega raciocínio lógico, faz previsão, e propõe justificativa.

• Propõe nova situação-problema – Desenvolve o raciocínio lógico, traz explicações, justificativas e previsões.

Há no vídeo:

 Dados (D): base de apoio, explicação sobre o tema/assunto.

 Garantia (W): bases de apoio para argumentos apresentados.

 Qualificador modal (Q): reforça os argumentos em direção a uma conclusão.

 Refutação (R): Contraria o conhecimento exposto a partir de evidências.

 Conhecimento básico (B): respalda argumentos apresentados.

 Conclusão (C): Obtido depois das discussões e argumentos apresentados

Pensamento Crítico

O Vídeo:

• Compara e contrasta ideias entre o conhecimento científico e a realidade do estudante.

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• No tema/assunto apresenta semelhanças e diferenças significativas entre diferentes perspectivas.

• Examina ou avalia suposições (ou possibilita isso). • Distingui ou possibilita distinguir fatos relevantes e

irrelevantes.

• Possibilita fazer interferências, previsões ou

interpretações plausíveis dando razões e avaliando evidências e fatos alegados.

• Reconhece ou permite reconhecer contradições explorando implicações e consequências.

• Refina ou permite refinar generalizações evitando simplificações.

• Compara ou permite comparar situações análogas transferindo percepções para novos contextos. • Desenvolve ou permite desenvolver perspectiva ao

criar ou explorar crenças, argumentos ou teorias. • Esclarece ou permite esclarecer questões, conclusões

ou crenças.

• Desenvolve ou permite desenvolver critérios de avaliações esclarecimentos de valores e padrões. • Avalia ou permite avaliação da credibilidade das

fontes de informação.

• Questiona ou permite questionar profundamente: levando e buscando raiz ou questões significativas. • Analisa ou permite avaliar argumentos, interpretações,

crenças ou teorias.

• Apresenta ou permite gerar avaliações e soluções. • Apresenta análise ou permite análise ou avalição de

ações ou políticas.

• Faz ou permite leitura critica esclarecendo ou

criticando textos, vídeos, posturas, filmes entre outros. • Possui ou permite a escuta critica: em que todos

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• Faz ou permite fazer conexões interdisciplinares. • Demostra ou possibilita a prática da discussão

socrática esclarecendo e questionando crenças, teorias ou perspectivas.

• Possibilita raciocinar dialogicamente: comparando perspectivas, interpretações ou teorias.

• Possibilita a dialética avaliando perspectivas, interpretações ou teorias.

Para que o professor faça uso desta Matriz basta que ao assistir o vídeo ele veja qual ou quais aspectos CTS se encontram no mesmo.

3.4 Critérios para uso de vídeo

Apresentaremos a seguir um passo a passo por nós elaborado dos critérios a serem observados antes, durante e após o uso de vídeo pelos professores:

1. Verifique se os equipamentos estão disponíveis e funcionam.

2. Busque através de palavra chave no canal YouTube a temática que você quer a partir do objetivo de aprendizagem.

3. Assista vários vídeos observando se possuem a temática CTS que você quer trabalhar em sala de aula.

4. Verifique a credibilidade do conteúdo. 5. Observe o tempo do vídeo.

6. Planeje a aula

7. Oriente os estudantes em relação ao objetivo, nome e tempo do vídeo bem como do comportamento esperado deles.

8. Com o planejamento já realizado na etapa 6 faça uso de outras estratégias para aprofundar os conhecimentos e as competências a serem alcançadas.

1.Verifique se os equipamentos estão disponíveis e funcionam: O primeiro passo para que se faça uso de vídeos do canal YouTube é ter a

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estrutura necessária ou em caso de indicação para o estudante assisti-lo fora do horário de aula, que o mesmo tenha esta estrutura em sua casa, ou seja, computador, celular, tablet com acesso a internet. Na maioria dos casos entendemos que o professor passará o vídeo em sala destinada a esse fim (sala de vídeo) e se fará uso de projetor.

É sempre importante que o professor verifique o funcionamento dos equipamentos, bem como da internet para evitar desperdício de tempo e frustração tanto por parte tanto dos estudantes quanto dele. Isto exige que se disponibilize tempo antes da aula para fazer a verificação.

2.Busque através de palavra chave no canal YouTube a temática a partir do objetivo de aprendizagem: O YouTube tem um acervo sem precedentes de vídeos, por isso, usar mais de uma palavra chave na busca ou alternar para outra palavra pode auxiliar a encontrar diversos vídeos que podem ser utilizado num mesmo sentido de aprendizagem.

3.Assista vários vídeos observando se possuem a temática CTS que se quer trabalhar em sala de aula: Utilizando-se da Matriz de Referência CTS já exposta, a escolha poderá ser facilitada, pois o professor já tem uma referência do que observar. Essa pré-seleção pretende favorecer o aspecto ou aspectos CTS que o professor pretende utilizar e aprofundar em aula.

4.Verifique a credibilidade do conteúdo: Muitas vezes mesmo em canais famosos os vídeos possuem erros e falhas, imagem ruim ou distorcida. A menos que o docente queira enfatizar erros que podem acontecer é importante que selecione com cuidado e critério o vídeo.

5.Observe o tempo do vídeo: É importante que o professor pense na idade e capacidade de concentração dos estudantes ao procurar um vídeo para ser apresentado, quanto mais novos forem os estudantes menor será a capacidade de concentração.

6.Planeje a aula: Quais os objetivos de aprendizagem da aula, quais métodos serão utilizados além do vídeo, fazer o agendamento de equipamento ou sala de vídeo. O professor em seu planejamento deverá considerar se o

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estudante realizará anotações, se ele irá parar o vídeo em algum ponto para dar ênfase ou explicação de algo.

7.Oriente os estudantes em relação ao objetivo, nome e tempo do vídeo bem como do comportamento esperado deles: Antes de sair para sala como já apontado no referencial teórico é imprescindível deixar claro para os estudantes o objetivo de aprendizagem, o vídeo não deve ser um tapa buraco para a falta de planejamento, afinal isso dá a impressão que o uso de vídeos serve apenas como entretenimento, assim os estudantes passam a não levar a serio ou não prestar atenção ao que está sendo apresentado. Informe aos estudantes nome e tempo do vídeo bem como o objetivo do mesmo.

8.Com o planejamento já realizado na etapa 6 faça uso de outras estratégias para aprofundar os conhecimentos e as competências a serem alcançadas: como já apresentado o vídeo é uma ferramenta para o ensino e junto a ele os professores devem associar outras estratégias, potencializando assim seu uso. Deixe claro para os estudantes o que devem observar quando possível, assim eles poderão focar naquilo que você professor quer que eles tomem conhecimento.

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IV – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A escolha da análise de vídeos no YouTube implicou em uma rigorosa sistematização dos resultados obtidos através dos pesquisadores e nos referenciais teóricos observados nos capítulos anteriores.

4.1 Perfil

Quanto ao perfil dos pesquisadores a maioria é do sexo feminino. A idade de todos os indivíduos é acima de 28 anos o que demostra um grau de maturidade considerável. Enquadram-se como trabalhadores que atuam na área de Ensino de Ciências e tem um tempo mínimo de formação de 9 meses. Destes 80% são atuantes no ensino público.

Como fazem parte do grupo de pesquisa NIEPCTS todos estão com estudos em andamento ou concluíram a pós-graduação strictu senso em Ensino de Ciência e/ou Matemática (Programas de Mestrado e/ou Doutorado).

Além disso, como exposto por Toledo (2018) os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores do NIEPCTS são referencia nacionalmente e internacionalmente.

4.2 Questões de Ensino de Ciências

Quanto às questões referentes à análise do vídeo, a primeira questão se referia ao nome:

 Governo discute com a população o projeto Plantando Águas.  Alfabetização Científica.

 Documentário Ilha das Flores de Jorge Furtado  Matéria de Capa: Os avanços da Ciência  Oficinas de Educação Ambiental

 Narradores de Javé – FILME

 La tecnología en la sociedad contemporânea  Alimentos transgênicos são seguros?

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 Projeto de lei quer tirar símbolo dos transgênicos de embalagens. Os pesquisadore escolheram seu vídeo no período de 28 de março e 6 de abril de 2018.

As razões das escolhas dos vídeos pelos pesquisadores do NIEPCTS foram diversificadas, como pode ser observado nos depoimentos abaixo:

“Já vivenciei a construção de usinas hidrelétricas, assim como o bem e o mal que delas advêm (PF).”

“Estar relacionado ao conteúdo que trabalho no 8 ano (PH)”

Outras por sua temática:

“Participação da população em questões socioambientais (PA)”.

“A contribuição da coleta seletiva do lixo para a sociedade (PESQUISADOR E)”

Não solicitamos aos pesquisadores que escolhessem o vídeo a partir dos conteúdos que estavam trabalhando em suas salas de aula, portanto, a escolha de vídeo foi livre e por isso forneceu grande quantidade de temáticas. Isso demonstra a diversidade de repertório possível de encontrar como apontado pelo próprio YOUTUBE, em sua página de apresentação-sobre.

Os conteúdos de Ciências contemplados nos vídeos selecionados são:

 Ciclo Hidrológico  Astronomia

 Solo  Tecnologia

 Reflorestamento  Seres vivos

 Citologia  Lixo

 Fome  Geologia

 Consumo  Genética

 Desigualdade  Meio Ambiente

 Genética  Nutrição

 Bioética  Doenças

 Neurociências  Água

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 Tecnologia da Informação  Saneamento Básico

 CTS  Coleta de lixo

 Física  Reciclagem

 Filosofia  Zoologia

 Ciências  Biologia celular e molecular

 Crescimento das cidades e populações

 Botânica .

A diversidade de conteúdos permite afirmar que o acervo de vídeos do YouTube é grande e que o Ensino de Ciências tem um papel de destaque na sociedade em que vivemos (RODEN e WARD, 2010; DELZOICOV, ANGOTTI e PERNAMBUCO, 2011).

Por ultimo os pesquisadores realizaram o relato de com que base fizeram suas análises do vídeo, por exemplo:

“Escolhi um vídeo pensando como uma professora que irá ministrar para seus estudantes a primeira aula de CTS. Um vídeo de curta duração com abordagem de alguns significados em CTS de fácil interpretação pelos estudantes. A partir desde vídeo o professor consegue explorar os temas CTS no ensino de Ciências e posteriormente aprofundar a abordagem em outros conteúdos (PG)”.

“O vídeo é uma reportagem que destaca a questão da omissão de informações nos alimentos transgênicos (PJ).”

Evidenciam-se assim pelos professores pesquisadores a importância da escolha para que a aprendizagem em sala de aula possa ser realmente efetivada e como Coelho e Viana (2011) apontam instiguem os estudantes a se posicionarem.

4.3 Vídeos por nós analisados

A partir das análises fornecidas pelos pesquisadores coletamos as seguintes informações:

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 Tempo do vídeo.

 Data de publicação no YouTube.  Categorias em que se enquadram.

O tempo dos vídeos:

 Entre 1 e 10 minutos: 7 vídeos.  Entre 10 e 20 minutos: 1 vídeo.  Entre 20 e 30 minutos: 1 vídeo.  Mais de 30 minutos: 1 vídeo.

Os pesquisadores escolheram vídeos mais curtos, com duração de no máximo 30 minutos. Esse tempo é considerado importante, pois eles podem explorar outras estratégias de forma conjunta ao uso do vídeo. As estratégias apresentadas pelos pesquisadores foram:

 Introdução a um assunto;  Apresentação de um tema;

 Argumentação e discussão a partir do vídeo;  Roda de conversa;

 Seminários;  Júri simulado;

 Ilustração de cartazes;

 Trabalhar a interdisciplinaridade;

 Desenvolver pesquisas: cálculos, números, implicações (no contexto dos estudantes);

 Mobilização (conscientização) em prol de algum problema vivido.

Como frisado por Moraes (2016), Delzoicov, Angotti e Pernambuco (2011); e Viana (2010) o uso de estratégias didáticas diferentes tem como objetivo a melhoria das relações de ensino-aprendizagem. Em face do exposto, a partir do vídeo o professor pode utilizar diferentes estratégias pelas quais os estudantes aprendam. Os pesquisadores demostram diferentes formas de se

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ensinar utilizando os vídeos ou a partir deles e por isto pode-se verificar que a aprendizagem pode ser contínua mesmo após o uso do vídeo.

O tempo do vídeo se mostra de suma importância, veja por exemplo a seguinte colocação quanto ao por que da escolha do vídeo por um dos pesquisadores que participaram deste trabalho:

“1- tempo de vídeo (2 a 10 minutos), 2-temática atual (PESQUISADOR J)”.

Dos vídeos escolhidos 70% tem menos de 10 minutos. Refletindo sobre isso inferimos que essa é uma forma de otimizar o tempo, uma vez que o professor precisa planejar: o tempo de deslocamento até o local em que será assistido o vídeo, quando for realizado em outro local diferente da sala de aula, o tempo de organização dos estudantes e as informações que serão a eles passadas (MÓRAN, 1995).

Quanto às datas de publicação dos vídeos selecionados pelos pesquisadores temos:  2011- 2 vídeos.  2012- 1 vídeo.  2013- 1 vídeo.  2014- 1 vídeo.  2015- 2 vídeos.  2016- 1 vídeo.  2017- 2 vídeos.

Essa análise nos demostra que não há uma simetria em relação a escolha dos vídeos e seu ano de publicação no YouTube o que nos conduz a inferir que parece primordial tanto no que os pesquisadores apontaram quanto no que Coscarelli (2016) expõe o saber fazer a seleção do que será utilizado.

Em relação a categoria em que se encaixam foram encontradas 4 a partir da nossa análise dos vídeos apontados, sendo elas:

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1- Filmes e desenhos: 1 vídeo. 2- Pessoas e blogs: 2 vídeos. 3- Notícias e Política: 3 vídeos. 4- Educação: 4 vídeos.

Não há uma relação entre categoria no YouTube e o uso no ensino, ou seja, quem faz a hospedagem não necessariamente enquadra seu conteúdo na categoria educação muito embora possa ser utilizado para essa finalidade. Isto demostra a diversidade que o YouTube tem como apresentado no GUIA 301 (2017).

4.4 Criação da Matriz de Referência CTS

Verificamos em nossas análises para a criação da Matriz de Referência CTS que foram apontados pelos pesquisadores como elementos presentes no vídeo que escolheram:

 Participação dos cidadãos nas decisões CeT  Natureza da Ciência  Alfabetização Científica  Competências Científicas  Temáticas críticas  Políticas Publicas  Letramento Científico  Ética

 Reflexão sobre a supremacia das Ciências

 Inovações Tecnológicas e suas limitações e potencialidades  Tomada de decisões

 Argumentação

 Interesses políticos, econômicos e sociais.  Direito a informação

 Ética ligada ao desenvolvimento de pesquisas.

É possível demostrar, portanto, que o enfoque CTS como aponta Souza e Pires (2017) pode mobilizar, bem como, indica Santos (2010)

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possibilita compreender historicamente, dar perspectiva e embasar. A Educação Científica nesta perspectiva prepara estudantes para atuarem como cidadãos conscientes (SOUZA, PIRES, 2017; SOLIGO, MACIEL, GUAZELLI, 2010). Ao integrar o que os pesquisadores apontaram com o referencial teórico categorizamos quatro temáticas CTS na Matriz de Referencia já apresentada, sendo elas:

 Natureza da Ciência (NdC).  Alfabetização Científica (AC).  Argumentação.

 Pensamento Crítico.

Podemos compreender pelos referenciais teóricos Vásquez et al. (2008) e Durbano (2015) conjuntamente com o que foi apresentado pelos pesquisadores participantes que a NdC vai englobar as outras três categorias: AC, Argumentação e Pensamento Crítico (Figura 1), isso por que toda a Educação Científica precisa fazer uso dos pressupostos trazidos por ela.

Figura 1: NdC / Fonte: elaboração própria.

Tendo tal amplitude a NdC deve ser encontrada conjuntamente com qualquer uma das outras categorias, pois como descreve Vásquez et al. (2007), esta inclui as temáticas das Ciências.

No tocante a AC Sasseron e Carvalho (2011) demostram os diferentes termos utilizados para se referir a ela. Na análise dos relatórios encontramos tanto AC quanto Letramento Científico, sendo os dois no mesmo sentido de que os cidadãos se apropriem dos conhecimentos relativos a Ciência e Tecnologia e possam atuar de forma cidadã. Refletindo sobre as colocações de

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Chassot (2002) e as apontadas pelos pesquisadores buscou-se na Matriz construída priorizar o sentido das percepções e análises das aplicações e utilidades da Ciência, trazendo os aspectos positivos e negativos no que se referem a seu desenvolvimento.

A Argumentação proposta na Matriz tem como objetivo demostrar os elementos que são encontrados, como proposto por Sasseron (2011) no Toulmin’s Argument Pattern (TAP), e também em desenvolver a partir da introduçãor novas temáticas e informações, do levantamento de hipóteses, emprego do raciocínio lógico entre outros. E por fazer uso da linguagem em temas polêmicos como apresentados pelos pesquisadores: transgênicos; a poluição; a tecnologia; a saúde; etc. a Argumentação acaba por reforçar a necessidade de saber ouvir, respeitar opiniões diferentes e também valorizar a interação entre todos (ORTEGA; ALZATE; BARGALLÓ, 2015).

Como ponto culminante e mais complexo do que se deve trabalhar nas aulas de Ciência com o enfoque CTS apresenta-se o PC, isto porque como apontado por Terneiro-Vieira (2000) é ele que possibilita o uso adequado do conhecimento, e uma vez desenvolvido pode ser utilizado em diversas situações desde tomada de decisões como em resolução de problemas. Por isso, no desenvolvimento da Matriz procurou-se deixar claro com base no que foi apontado nos referenciais (FREIRE, 2007; CANAL, 2013; PAUL apud TITTLE, 2011; CASTRO, 2014; TENREIRO-VIEIRA 2014) e pelos pesquisadores que o vídeo pode trazer o PC já desenvolvido por alguém ou pode possibilitar que o estudante o desenvolva a partir do vídeo.

No documento JULIANA BEZERRA DE SOUZA (páginas 68-83)

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