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PARTE II COMPONENTE EMPÍRICA

CAPITULO 4 Metodologia da Investigação

5. Opção metodológica: a Investigação Ação (IA)

5.4. Planos da Investigação

5.4.3. Plano de Investigação Principal

Este terceiro plano é relativo à intervenção pedagógica na área curricular específica de Educação e Expressão Plástica no âmbito da medida educativa do Currículo Específico Individual.

Participantes: No ano letivo de 2012/2013, o agrupamento incluiu pela primeira vez a área de Educação e Expressão Plástica no CEI de cinco alunos (2º e 3º ciclo), a par das Áreas Curriculares Específicas de Português Funcional, Matemática Funcional, Formação Pessoal e Social e da área de Música e Dança. Das disciplinas que os alunos frequentaram com a turma (designadas por Áreas Curriculares Disciplinares) constam também a Educação Física e a Educação Tecnológica. Foi elaborado um horário segundo o qual os alunos alternaram a frequência das áreas específicas de CEI com as áreas disciplinares com a turma de referência. Mediante a referida estrutura, o conselho de turma foi constituído por docentes de Educação Especial (para as áreas específicas) e professores do ensino regular para as áreas disciplinares com a turma. Os participantes/ sujeitos de estudo deste plano de investigação são os cinco alunos que frequentaram no referido ano letivo, a área de EEP lecionada pela doutoranda.

Recolha de dados: revisão bibliográfica, observação participante, diário de bordo (notas de campo) e análise documental (PEI e trabalhos dos alunos)

Calendarização: A calendarização da área de EEP foi estabelecida de acordo com o calendário escolar 2012/13, com a carga semanal de um bloco de noventa minutos. Contudo, as aulas previstas não correspondem às aulas dadas, por se terem verificado sobreposições com atividades programadas no âmbito do Plano Anual de Atividades, ou do Departamento da EE, entre outras situações de impossibilidade de cumprimento do horário.

Objetivos: Este plano é descrito pela planificação-ação-reflexão sobre o desenvolvimento da atividade artística de cinco alunos no âmbito do seu CEI, e cuja intervenção foi ancorada abordagem teórico-prática documentada por H. Shaeffer-Simmern. Este plano materializou- se através da implementação de unidades temáticas, dando origem conjunto dos trabalhos realizados pelos alunos, reunidos em portfólios individuais.

As opções pedagógicas assentam na investigação e nos princípios metodológicos do autor supra mencionado no que concerne à abordagem construtivista da EA, baseada na evolução ou unfolding da atividade artística a partir dos estádios de conceção visual de cada aluno.

Simultaneamente ao plano de investigação principal, é prestado Apoio Pedagógico Personalizado (APP) na aula de Educação Tecnológica ao mesmo grupo de cinco alunos com regularidade semanal (bloco de 90 minutos). O apoio da docente inclui o reforço de competências específicas a desenvolver com estes alunos no seu grupo-turma; adaptações ao nível da organização do espaço e das atividades; o estímulo da participação, da autonomia e da criatividade; a antecipação e o reforço da aprendizagem de técnicas de expressão plástica, aprendidos no âmbito da aula de ET com a turma (ver diagrama seguinte).

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Diagrama 5 - Organização da frequência de ET e EEP dos sujeitos da investigação

Apesar de não ser considerado um plano de investigação, o apoio prestado neste contexto contribui para uma reflexão crítica e reformulação da ação pedagógica, em coadjuvação com o professor titular da disciplina de Educação Tecnológica.

6. Técnicas de recolha dos dados

No seu percurso, o investigador que opta pela dimensão qualitativa da pesquisa, considera inevitavelmente o seu caráter holístico pois os indivíduos, os grupos e as situações de investigação são vistas como um “todo” não podendo ser reduzidos a variáveis (Carmo e Ferreira, 1998). Deste modo, procura sempre «estudar objetivamente os conteúdos subjetivos dos sujeitos» (Bogdan e Bilken, 1994:188), atentando não só ao momento presente da investigação, mas também a aspetos relacionados com o percurso já realizado, pelo que se envolve «na atividade como um insider mas é capaz de refletir sobre ela como um outsider» (Eisenhart in Ponte, 1994:9, cit. Coutinho, 2008:10).

1 aluno da turma de referência de 6º ano: frequenta a aula de ET com a medida de

Apoio Pedagógico Personalizado)

4 alunos da turma de referência de 7º ano

(frequentam ET na turma do aluno de 6º ano no mesmo horário)

Área de Educação e Expressão Plástica (CEI)

Ao Plástica Ao

Esta dualidade sugere porém alguns aspetos difíceis de conciliar entre o “agir-insider” e o “analisar-outsider” (dos efeitos da ação), e por isso mostrou-se necessário pensar nas formas de recolha da informação que, estando diretamente relacionadas com a intervenção da docente/investigadora, pudessem contribuir na visão mais distanciada sobre a repercussão da própria prática letiva. Nesse sentido diligenciamos um modo sistemático e intencional do “olhar” na tentativa de discernir sobre os aspetos acessórios ou redundantes da realidade em estudo, reduzindo o processo a um sistema de representação mais fácil de analisar, facilitando assim, a fase da reflexão (António Latorre, 2003).

Com base no referido, optámos por recolher os dados através da conjugação de: a) técnicas baseadas na conversação: o questionário e o diálogo informal e interação

com docentes, alunos e Encarregados de Educação – centradas na perspetiva dos participantes e sujeitos do estudo;

b) técnicas baseadas na observação: o diário de bordo, as notas de campo e produções de natureza reflexiva – centradas na perspetiva e narrativa do investigador;

c) técnicas baseadas na análise de documentos – como o Programa Educativo Individual e documentos do Processo individual do Aluno.

Quanto aos dados recolhidos através das técnicas de observação, o seu registo foi marcadamente descritivo «incorporando a linguagem expressiva e a presença da voz no texto» (Eisner, 1991:36) por considerarmos que veiculou informação rica em pormenores e perceções sobre a experiência dos participantes no contexto, e por isso mais significativos do ponto de vista epistemológico.

No que respeita ao inquérito por questionário aplicado aos professores (ver quadro 3), os objetivos e a sua estrutura são apresentados no ponto seguinte onde procurámos explicitar a relevância da informação recolhida numa fase preliminar da investigação.

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