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PLANO NACIONAL DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES (PNLT)

3 DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE NO BRASIL E NA

4.1 PLANO NACIONAL DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES (PNLT)

O Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), lançado em 2007, “é um plano de caráter indicativo, de médio e longo prazos, associado ao processo de desenvolvimento socioeconômico do País, e não um mero elenco de projetos e ações” (BRASIL, 2007b, p.7). Sendo assim, não há garantias de que os investimentos indicados serão realizados. Em sua primeira versão, abrangia o período de 2007-2022, como resultado de projeções do desenvolvimento econômico nas diferentes regiões do país e na concernente geração de demanda por transporte de carga sobre a malha viária brasileira, nos diversos modais.

Tal projeto apresenta um plano multimodal, tendo um compromisso “com a preservação do meio ambiente (zoneamento ecológicoeconômico), com a evolução tecnológica e com a racionalização energética” (BRASIL, 2007b, p.7). O PNLT serviu de embasamento para a formulação do Plano Plurianual (PPA) 2008-2011, bem como para a seleção de projetos a serem atendidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) neste período. Servirá ainda como indicações de investimentos para o PPA 2012-2015 e dos ensaios de organização dos PPAs seguintes até 2023.

São apresentados cinco objetivos do PNLT:

• O primeiro deles é a retomada do processo de planejamento no Setor dos Transportes, apresentando indicadores para a gestão deste processo;

• O segundo objetivo é a consideração dos custos de toda a cadeia logística, buscando a otimização e racionalização dos custos associados a essa cadeia;

• O terceiro objetivo é a promoção de mudanças na atual matriz de transporte de cargas do País, com a ampliação do uso dos modais ferroviário e aquaviário (na navegação interior, de cabotagem e de longo curso) integrados ao modal rodoviário (que terá obras de construção, pavimentação e ampliação de capacidade).

Na medida em que esses projetos e ações forem concretizados, será possível alterar, em um horizonte entre 15 e 20 anos, a participação do modal ferroviário dos atuais 25% para 32% e do aquaviário de 13% para 29%. Os modais dutoviário e aéreo evoluiriam para 5% e 1% respectivamente. O modal rodoviário, hoje com 58%, participaria, então, com 33% na matriz brasileira de transporte de cargas, integrando-se ao sistema multimodal de transportes por meio do carregamento e distribuição de ponta, nos terminais

de integração e transbordo, bem como para o transporte de cargas de maior valor específico a distâncias pequenas e médias e para a distribuição urbana e metropolitana. Espera-se, assim, que sua eficiência e produtividade cresçam, melhorando o seu desempenho operacional e a sua rentabilidade (BRASIL, 2007b, p.10)

• O quarto objetivo é a busca da preservação ambiental, respeitando-se as áreas de restrição e controle de uso do solo; e

• O quinto objetivo do PNLT é o enquadramento dos projetos estruturantes do desenvolvimento socioeconômico do País por categorias, a saber: 1) Aumento da eficiência produtiva em áreas consolidadas (AEP), com aumento de capacidade de infraestrutura viária de forma a aumentar a eficiência do abastecimento de insumos e do escoamento da produção em áreas que ostentam alto grau de desenvolvimento em sua estrutura produtiva; 2) Indução ao desenvolvimento de áreas de expansão de fronteira agrícola e mineral (IDF), pavimentação ou reconstrução de rodovias, além da implantação de novos eixos ferroviários. 3) Redução de desigualdades regionais em áreas deprimidas (RDR), com “implantação ou melhoramentos na infraestrutura viária, bem como de recapacitação de portos, com vistas a viabilizar atividades econômicas potenciais que dependam dessa infraestrutura para sua concretização” (BRASIL, 2007b, p.12). 4) Integração regional sul-americana (IRS), com implantação ou melhorias na infraestrutura viária, em regiões próximas à fronteira, com destaque para a construção de pontes internacionais.

O PNLT divide o território nacional em sete “vetores logísticos”: Amazônico; Centro-Norte; Nordeste Setentrional; Nordeste Meridional; Leste; Centro-Sudeste; e Sul. A Bahia está quase integralmente abarcada no vetor Nordeste Meridional, ficando de fora apenas a região de Juazeiro e parte da região sul do Estado. As microrregiões homogêneas foram agrupadas em função da superposição georreferenciada de diversos fatores representativos de suas características: impedâncias ambientais; similaridades socioeconômicas; perspectivas de integração e inter-relacionamento (a antiga noção de “corredores de transporte”); e funções de transporte, identificadas a partir da análise de isocustos em relação aos principais portos concentradores de carga do País.

Montou-se então uma base nacional de dados sobre produção, logística, transporte e suas inter-relações. Com o auxílio de ferramentas computacionais, foram criados cenários produtivos espacializados para o País e estimados a demanda associada por serviços de transporte, considerando a intermediação logística. O resultado foi uma modelagem

estratégica multimodal e multiproduto, “permitindo a simulação dos fluxos e custos de transporte de todas as origens a todos os destinos, levando em conta efeitos de substituição e complementaridade entre mercados espacializados” (BRASIL, 2007b, p.15). Com este quadro de referência, foi possível avaliar as condições da infraestrutura de transporte e identificar ou antecipar disfunções no sistema, resultando em um conjunto de sugestões para a política nacional de transportes no nível estratégico.

Segundo o PNLT seria necessário o investimento no Brasil de R$ 109,2 bilhões, no período de 2008 a 2011, para atender a demanda por transporte no país. Mesmo com a preocupação em tornar a infraestrutura de transporte multimodal, a maior parcela dos investimentos se destina ao modal rodoviário (43%), mas também há participação significativa do modal ferroviário (31%), conforme tabela a seguir:

Tabela 2 - Investimentos recomendados pelo PNLT em Infraestrutura de Transportes, Brasil, 2008-2011

Modo de Transporte Recurso (R$1.000) Participação Modal no Total de Investimentos

Aeroportuário 5.248.326 5% Ferroviário 33.752.072 31% Hidroviário 3.825.381 4% Portuário 17.894.178 16% Rodoviário 46.844.347 43% Outros 1.640.000 2% Total 109.204.304 100%

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b.

Conforme Tabela 3, para a Bahia, há ainda uma forte concentração de investimento em rodovias, com 54,08% do total recomendados, em virtude da própria distorção que apresenta a infraestrutura preexiste, ou seja, 92% da carga transportada no Estado são movimentadas através do modal rodoviário. O transporte ferroviário aparece como o segundo em volume de investimento recomendado (34,26%), seguido pelos investimentos em portos (8,60%), aeroportos (2,08%) e hidrovias (0,98%).

Tabela 3 - Investimentos recomendados pelo PNLT por modal, Nordeste Meridional (Bahia), 2008-2011

Modal Investimento (R$ 1.000) Participação

Aeroportuário 213.909 2,08% Ferroviário 3.523.075 34,26% Hidroviário 101.250 0,98% Portuário 884.175 8,60% Rodoviário 5.561.108 54,08% Total Geral 10.283.517 100,00%

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b.

Segundo a Tabela 4, o modal aeroportuário na Bahia deveria receber investimentos em dois aeroportos: Porto Seguro e Salvador. Com obras de construção e ampliação das estruturas.

Tabela 4 - Investimentos recomendados pelo PNLT em Aerovias, Nordeste Meridional (Bahia), 2008-2011

Descrição Tipo de intervenção Investimento

(R$ 1.000) Aeroporto Porto Seguro: Nova Pista, Terminal de

Passageiros e Cargas, Acesso Rodoviário

Construção e Ampliação 150.000

Aeroporto Salvador/BA (Internacional Luis Eduardo Magalhães) – Infraero

Construção/Melhorias 63.909

Total Aeroportuário 213.909

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b.

O modal ferroviário se apresenta como uma grande opção de transporte, principalmente para a região Oeste, para a qual está prevista a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste. Além disto, buscou-se melhorar a infraestrutura já existente, com obras recomendadas em quase toda a rede, sendo que destas obras três já tem orçamento previsto no PAC (Contorno Ferroviário em Cachoeira/BA e São Félix/BA; Ferrovia de Integração Oeste-Leste; e Variante Ferroviária em Camaçari/BA).

Tabela 5 - Investimentos recomendados pelo PNLT em Ferrovias, Nordeste Meridional (Bahia), 2008-2011

Descrição Tipo de intervenção Investimento

(R$ 1.000) EF-334: Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Ilhéus/BA -

Brumado/BA - Ibotirama/BA - Barreiras/BA – Luiz Eduardo Magalhães/BA e Alvorada/TO) 1.480 Km, R$ 5.436.850.000,00, sendo 75% no Vetor Nordeste

Meridional - 25% no Vetor Centro Norte - 50 % no PNLT 2008/2011 e 50% no PNLT 2012/2015 (PAC)²

Construção 2.038.819

Aratu/BA - Acesso ferroviário ao Porto Dias Branco/BA - Porto Privado

Construção 30.000

Cachoeira/BA - São Félix/BA - Contorno Ferroviário (17 Km de Variante Ferroviária)

(PAC)

Construção 110.200

Conceição da Feira/BA - Alagoinhas/BA, 238 Km - TREM REGIONAL

Remodelação 220.550

Feira de Santana/BA - Conceição da Feira/BA e Contorno Ferroviário de Feira de Santana/BA - Ligação Ferroviária

Construção 57.080

Juazeiro/BA - Acesso Ferroviário ao Porto

(PAC)1

Melhorias 26.500

Salvador/BA - Acesso Ferroviário ao Porto - 2 Km de Calçada ao Porto de Salvador

Remodelação 60.000

Salvador/BA - Camaçari/BA - Alagoinhas/BA - Senhor do Bonfim/BA - Juazeiro/BA e acesso ao Porto de Juazeiro (Linha Centro) com 570 km. R$ 1.461.043.000,00, sendo 60% no PNLT 2008/2011 e 40% no PNLT 2012/2015

Recuperação/Remodelação

876.626

Salvador/BA - Camaçari/BA - Aratu/BA. Variante Ferroviária com 22 Km

(PAC)

Remodelação 103.300

Total Ferroviário 3.523.075

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b.

Nota: 1) Apesar da indicação de que a melhoria do acesso ferroviário ao porto de Juazeiro/BA esteja contemplado no PAC, não foi encontrado sua referencia entre as previstas no PAC. 2) Identificação nossa. Na hidrovia, a recomendação de investimentos está toda destinada à Hidrovia do São Francisco, em virtude que ser o rio baiano com maior potencial de exploração econômica. A

idéia é ampliar a capacidade de carga do rio, aumentando a eficiência do sistema através de obras de derrocamento, dragagem, balizamento, sinalização e manutenção dos equipamentos eletro-mecânico na eclusa do Sobradinho.

Tabela 6 - Investimentos recomendados pelo PNLT em Hidrovia, Nordeste Meridional (Bahia), 2008-2011

Descrição Tipo de intervenção Investimento

(R$ 1.000) Rio São Francisco - Manutenção, sendo 50% no Vetor

Nordeste Meridional e 50% no Vetor Leste (PAC)

Aprofundamento do Canal 50.000

Rio São Francisco: Ampliação da Capacidade de Transportes para 300.000 Toneladas/Ano - dragagem e derrocagem entre Pirapora/MG - Juazeiro/BA

Petrolina/PE, 1.370 Km, R$ 42.500.000,00, sendo 50 % no Vetor Nordeste Meridonal e 50% no Vetor Leste - 100% no PNLT 2008/2011 – (PAC)

Melhorias 21.250

Rio São Francisco: Derrocamento, Dragagem,

Balizamento, Sinalização e Reforma dos Equipamentos Eletro-Mecânicos na Eclusa de Sobradinho/BA

(PAC)

Melhorias 30.000

Total Hidroviário 101.250

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b. Nota: No PAC, todas estas obras estão agrupadas uma única entrada.

No setor portuário, a recomendação é melhorar a infraestrutura já existente, com ampliação da capacidade de carregamento, e resolver o gargalo do acesso ao porto de mercadorias transportadas por outros modais. Três destas obras teriam sido contempladas pelo PAC. Tabela 7 - Investimentos recomendados pelo PNLT para Portos, Nordeste Meridional (Bahia), 2008-2011

Descrição Tipo de intervenção Investimento (R$ 1.000)

BA - Porto de Aratú/BA: Dragagem (PAC)

Dragagem 48.300

BA - Porto de Aratú/BA: Estrutura de Acostagem e Instalações de Armazenagem do Terminal de Grãos

Construção 100.000

BA - Porto de Ilheús/BA: Ampliação da Retroárea (100.000m²)

Construção 16.575

BA - Porto de Ilheús/BA: Contenção do Cais para Possibilitar o Aprofundamento para Cota de 12 m

Melhorias 8.500

BA - Porto de Ilheús/BA: Dragagem de

Aprofundamento do Leito Marinho para Cota de 12 m (PAC) 1

Melhorias 25.900

BA - Porto de Salvador/BA: Dragagem (PAC)

Dragagem 61.000

BA - Porto de Salvador/BA: Ampliação do Cais de Água de Meninos

Construção 90.000

BA - Porto de Salvador/BA: Via Expressa de Acesso ao Porto de Salvador/BA, 4,3 km

(PAC)2

Construção 339.000

BA - Porto de Salvador/BA: Via Expressa Portuária de Salvador/BA (5,1 Km)

(PAC)2

Construção 194.900

Total Portuário 884.175

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b.

Nota: 1) Não foi encontrada a referencia a dragagem no Porto de Ilhéus/BA entre as previstas no PAC e no PAC2. 2) Não há referencias sobre a diferença entre as Via expressa de acesso ao porto e via expressa portuária.

No modal rodoviário, buscou-se solucionar o problema de elos faltantes, da capacidade de carga e recuperação de suas vias, como especificado na tabela 8 abaixo.

Tabela 8 - Investimentos recomendados pelo PNLT em Rodovias, Nordeste Meridional (Bahia), 2008-2011

Descrição Tipo de intervenção Investimento

(R$ 1.000)

BR-020: Barreiras/BA - Divisa BA/PI Construção 93.000

BR-020: Formosa/GO - Divisa GO/BA, 268 Km, R$ 134.000.000,00, sendo 50% no Vetor Nordeste Meridional e 50% no Vetor Leste, 100% PNLT 2008-2011

Adequação de Capacidade 67.000

BR-020: Entroncamento BR-020/BR-135 (Barreiras/BA) - Divisa BA/PI

Pavimentação 163.760

BR-030: Campinho/BA - Cocos/BA Pavimentação 118.300

BR-101: Porto Seguro/BA - Divisa BA/SE Duplicação 250.000

BR-101: Natal/RN - Feira de Santana/BA e Contorne de Aracajú/SE, 1024 Km, 50% no Vetor Nordeste Meridional e 50% no Vetor Nordeste Setentrional

(PAC)

Duplicação/Adequação 1.403.500

BR-101: Trechos no Nordeste - Pernambuco e Bahia - Duplicação (na Bahia, de Porto Seguro/BA a Divisa BA/ES)

Adequação de Capacidade 583.722

BR-116/BR-324: Melhorias no Entroncamento Melhorias 13.600

BR-116/BR-324: Salvador/BA - Feira de Santana/BA - Divisa BA/MG, 637 Km

(PAC)

Adequação e Pavimentação 405.100

BR-116: Feira de Santana/BA - Divisa de BA/PE Adequação de Capacidade 539.748

BR-122: Juazeiro/BA – Seabra/BA – Caetité/BA – Divisa BA/MG

Pavimentação 213.580

BR-135: Itacarambí/MG - Divisa BA/PI, 381 Km,

(PAC)1

Pavimentação 387.000

BR-235: Divisa BA/PI - Divisa BA/SE Construção e Pavimentação 451.850

BR-242: Entroncamento BR-242/BA-460 - entroncamento BR-242/BA-160

Adequação de Capacidade 543.438

BR-251: Buerarema/BA - Ilhéus/BA Construção e Pavimentação 30.000

BR-251: Buerarema/BA - Divisa BA/MG (BR-251/BR- 101)

Pavimentação 100.000

BR-324: Contorno de Feira de Santana Adequação de Capacidade 69.910

BR-330: Construção do Anel Rodoviário do Estado/Município de Ipiaú/BA

Construção 10.000

BR-415: Itabuna/BA e Ilhéus/BA (duplicação) Contorno Rodoviário de Ilhéus/BA

Duplicação 70.000

BR-415: Ilhéus/BA – Pontal/BA (nova ponte) Construção 27.600

BA - Trecho do Aeroporto de Salvador/BA ao Viaduto da BR-324

Duplicação 20.000

Total Rodoviário 5.561.108

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do BRASIL, 2009b. Nota 1: A obra na BR-135 se encontra subdividida no PAC

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