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O ensino médio no Brasil passa por inúmeras tentativas de melhoria, conforme previsto na LDB, com base na própria Constituição Brasileira ao fomentar a formação sólida, voltada à educação tecnológica, científica e profissional. O intuito de avançar na educação básica levou o país a elaborar e aprovar um documento específico à demanda das diferentes etapas do ensino básico: infantil, fundamental e médio.

De modo a atender às diferentes necessidades, foi criado o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 25 de junho de 2014 e sancionado pela presidenta da República, Dilma Rousseff. O objetivo consistiu em cumprir com o artigo 214 da Constituição Federal, cujo intento almeja um plano de duração decenal, capaz de articular todo o sistema nacional de educação. Implica ainda implementar diretrizes, objetivos, metas e estratégias no desenvolvimento do ensino em diversos níveis, etapas e modalidades.

Dentre as múltiplas finalidades do PNE (2014), destacam-se a universalização do atendimento escolar, a melhoria na qualidade da educação em todo o país, a promoção humanística, cultural e tecnológica e a valorização dos(as) profissionais

da educação no Brasil. Avaliações periódicas são realizadas pelo Ministério da Educação, com revisões a serem efetuadas sobre o investimento público na área educacional. Tais finalidades pretendem alcançar a expansão da educação profissional e superior, com bolsas de estudos no Brasil e exterior, bem como o financiamento de creches, pré-escolas e educação especial.

Ficará responsável pelo acompanhamento dos processos o Fórum Nacional de Educação, com apoio distrital, municipal e estadual, conforme prevê o documento ao assegurar que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao alcance de metas e à implementação das estratégias (PNE, 2014, art. 7º).

A avaliação pela União almejará a implementação de políticas públicas voltadas à qualidade da educação em todo o país, com olhar atento às necessidades da população do campo, das comunidades indígenas e quilombolas, sendo o Brasil um país diversificado em culturas. Os indicadores da avaliação institucional apontam as características do perfil dos/as estudantes e dos/as profissionais da educação, juntamente com a infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos favoráveis e outros aspectos importantes.

Com intuito de avançar no quesito educacional, o PNE (2014) pretende ainda desenvolver tecnologias pedagógicas apropriadas às especificidades de cada segmento, vinculadas à organização do tempo, às atividades escolares e à vida comunitária.

No total de vinte metas estabelecidas no PNE, importa destacar algumas que agregam o ensino médio, de início, a terceira, especificamente voltada ao segmento nas diferentes modalidades da educação básica. Seu intuito consiste na universalização da respectiva etapa até o ano de 2016, ou seja, oferecer escolas para toda a população de quinze a dezessete anos, expandindo até o final do período do PNE (2014), ou seja, até 2024, a taxa líquida de matrículas para oitenta e cinco por cento (85%). Como estratégia, pretende-se:

institucionalizar programa nacional de renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção de material didático específico, a formação continuada de professores e a articulação com instituições acadêmicas, esportivas e culturais (PNE, 2014, p. 52).

Outra estratégia prevista no Plano Nacional de Educação visa também à universalização do Enem, com fundamento na matriz de referência do conteúdo curricular, sendo esta uma avaliação classificatória, como critério de acesso ao ensino superior (PNE, 2014, p. 53).

A quarta meta tem como objetivo atender os estudantes de quatro a dezessete anos de modo a universalizar o atendimento educacional especializado (básico), principalmente na rede regular de ensino, com garantia de inclusão social. É voltada aos que possuem nesta faixa etária “deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (PNE, 2014, p. 33).

A sexta meta propõe a educação em tempo integral, de forma a atingir, pelo menos, cinquenta por cento das escolas públicas e, na educação básica, o percentual de vinte e cinto por cento. É uma meta bastante objetiva, com intuito de alcançar as diferentes modalidades de ensino, sem esclarecer como será a ampliação educacional em mais de um período.

No que compete aos estudantes de quinze anos, a nona meta almeja elevar a taxa de alfabetização para noventa e três inteiros e cinco décimos por cento até o ano de 2015, e também o final de vigência do PNE (2014), ou seja, 2024. Espera-se a redução de cinquenta por cento na taxa de analfabetismo funcional em todo o país.

A décima primeira ementa está voltada ao ensino profissionalizante: “triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos cinquenta por cento da expansão no segmento público” (PNE, 2014, p. 34).

Outras ementas estão voltadas ao acesso superior, à formação contínua dos professores e ao investimento público em educação pública (PNE, 2014, p. 35). O Art. 2º do PNE (2014), após ter a sua aprovação firmada no Art. 1º, apresenta dez diretrizes que abarcam a educação básica no tocante às melhorias nos próximos anos, conforme apresentado no quadro a seguir.

Art. 2º

São diretrizes do PNE (2014): I − erradicação do analfabetismo;

II − universalização do atendimento escolar;

III − superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;

IV − melhoria da qualidade da educação;

V − formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;

VI − promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII − promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país;

VIII − estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;

IX − valorização dos(as) profissionais da educação;

X − promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.