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Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa

5 Caracterização do Distrito da Barra Funda

5.1 Diretrizes das principais legislações

5.1.3 Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa

A Lei n° 13.885, de 25 de agosto de 2004 (SÃO PAULO, 2004), estabelece normas complementares ao Plano Diretor Estratégico, conforme mencionado anteriormente, institui os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras, dispõe sobre o parcelamento, disciplina e ordena o uso e ocupação do solo do Município de São Paulo. O Distrito da Barra Funda é contemplado no Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa (SÃO PAULO, 2004).

Os objetivos do parcelamento e da ordenação do uso e ocupação do solo contidos na Lei n° 13.885/2004 (SÃO PAULO, 2004), referem-se, entre outros, à distribuição mais equilibrada das atividades econômicas a fim de reduzir o tempo de circulação; à oferta de empregos próximos a moradia; à preservação e melhoraria da qualidade de vida urbana para toda a população; à garantia da fluidez e do desempenho do sistema de circulação, principalmente do transporte coletivo; à eliminação dos obstáculos e à coexistência de usos no mesmo lote ou edificação.

Em relação aos objetivos da política de desenvolvimento urbano ambiental para a região oeste do município, a referida lei contempla, entre eles, o estímulo e incentivo a implantação de atividades terciárias relacionadas com a economia

globalizada; a promoção da extensão turística e cultural do centro metropolitano no sentido oeste alcançando o Memorial da América Latina; a permissão e o estímulo à implantação de atividades esportivas, turísticas e culturais, aproveitando a extensa planície aluvial existente e o incentivo à criação de novas centralidades (SÃO PAULO, 2004).

Visando atingir esses objetivos, a lei detalha o uso e a ocupação dos distritos, sendo que, para o Distrito da Barra Funda, estão previstas ZM, Zona Especial de Preservação Cultural77 (ZEPEC) e ZEIS, não existindo referência aos usos industriais (ZPI) (Figura 68). Porém, a lei cita que as zonas industriais devem ser transformadas em ZM com o objetivo de promover o desenvolvimento urbano com diversidade de usos residenciais e não residenciais, com qualidade ambiental, e, além disso, a lei também cita que deve ser permitida a permanência e a expansão das indústrias diversificadas nas ZM (SÃO PAULO, 2004).

Quanto às ZM, elas são representadas no distrito pelas ZM1, ZM3a e ZM3b, sendo que a ZM1 é definida como zona mista de baixa densidade e, as demais, como zona mista de densidades demográfica e construtiva altas, sendo que o gabarito de altura máximo é citado como “sem limite”. Tem-se a ZM3a/11 definida como centralidade pelo Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa, onde esse cita que, nas centralidades, “[...] deverão ser criadas facilidades para a circulação de pedestres, sem vedar, contudo, a circulação de veículos” (SÃO PAULO, 2004, p. 7).

As ZEPEC contidas no distrito são: Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo/Casa das Caldeiras, edifícios remanescentes do ramal ferroviário, duas locomotivas “Davenport” integrantes do complexo industrial S/A Ind. Reunidas Francisco Matarazzo, Parque Fernando Costa (Parque da Água Branca), Memorial da América Latina e Igreja São Geraldo das Perdizes78.

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As ZEPEC são destinadas à preservação, recuperação e manutenção do patrimônio histórico, artístico e arqueológico, podendo se configurar como sítios, edifícios ou conjuntos urbanos (SÃO PAULO, 2004).

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Figura 68 – Uso e ocupação do solo no Distrito da Barra Funda

Disponível em: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/ zoneamento/0001/parte_II/lapa/08-MAPA-LA-04.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2012

As ZEIS são citadas no distrito como ZEIS1 e ZEIS3, sendo que foram suprimidas algumas áreas de ZEIS3 no plano regional em relação ao plano diretor.

Uma das áreas ZEIS3 está inclusa na Área de Intervenção Urbana79 (AIU)

estabelecida pelo plano regional que foi denominada como AIU-08 (Figura 69) e contempla tanto o Distrito da Barra Funda como o Distrito da Lapa. O coeficiente máximo para as edificações destinadas à HIS na AIU-08 é igual a 4, isento de pagamento de outorga onerosa. A ZEIS1 e as demais áreas da ZEIS3 ficam condicionadas às determinações da Operação Urbana Água Branca.

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Segundo o plano diretor, ficam definidas como AIU, áreas ao longo dos eixos das linhas de transporte coletivo, com o objetivo de qualificar essas áreas e seu entorno e obter recursos para aplicação na implantação e melhoria das linhas de transporte público por meio da outorga onerosa do potencial construtivo adicional, delimitadas por: faixas de até 300 m de cada lado dos alinhamentos do sistema de transporte coletivo de massa; círculos com raio de até 600 m, tendo como centro as estações do transporte metroviário ou ferroviário.

Figura 69 – Desenvolvimento urbano – delimitação da AIU-08

Disponível em: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento /zoneamento/0001/parte_II/lapa/08-MAPA-LA-05.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2012

Têm-se, entre as diretrizes apresentadas na AIU-08, buscar interação com organismos municipais, de forma que as delimitações das ZEIS já contidas no plano diretor e as delimitadas pelo plano regional possam ser implementadas com o objetivo de promover a requalificação do Distrito da Barra Funda; considerar os bens culturais e a requalificação dos eixos viários para que sejam criados percursos para o pedestre onde se encontram as principais edificações que permanecerão como referência e objeto de programa cultural específico; promover a regularização fundiária, especialmente da gleba voltada para a Avenida Nicolas Boer e Avenida Marquês de São Vicente, visando estimular a diversificação de atividades (SÃO PAULO, 2004).

Com relação ao sistema de transportes, o plano regional menciona priorizar o transporte coletivo em determinadas vias, como, por exemplo, Avenida Marquês de São Vicente, e promover a implantação integrada das medidas necessárias à utilização plena do transporte coletivo sobre pneus (SÃO PAULO, 2004).

Visando recuperar gradualmente a arborização urbana e a ampliação dos espaços públicos, foram acrescentados mais caminhos verdes, o que melhoria os percursos para os pedestres.

Tem-se a inclusão de uma ciclovia (Figura 70), o que, segundo a lei (SÃO PAULO, 2004), interligará as centralidades, as estações ferroviárias e metroviárias, devendo ser delimitadas áreas destinadas para bicicletário junto às estações de transporte sobre trilhos, podendo ser criadas novas rotas ciclísticas nos planos de bairro para alimentar a ciclovia.

Quanto ao sistema viário, o plano regional (SÃO PAULO, 2004) delimita, no Distrito da Barra Funda, a Avenida Marquês de São Vicente, a Rua Tagipuru, a Avenida Francisco Matarazzo e a Rua Turiassú como vias comerciais. Além disso, o plano regional menciona o prolongamento da Avenida Auro Soares de Moura Andrade e a conexão da Avenida Francisco Matarazzo com a Avenida Santa Marina (Figura 70).

Figura 70 – Sistema viário estrutural

Disponível em: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/ zoneamento/0001/parte_II/lapa/08-MAPA-LA-02.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2012