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3 São Paulo na contramão: alteração da rota ou o caos

31 Estas estratégias correspondem à decisão de não se fazer nenhum investimento além daqueles que já estavam em curso, mantendo-se, no futuro, as atuais políticas de gestão e preços Equivale à situação atual,

3.2 Infraestrutura da mobilidade: o estado da arte

3.2.1 Transporte coletivo

3.2.1.1 Ônibus

Devido à pequena extensão do sistema de metrô (74,2 km) e do sistema de trens metropolitanos (260,8 km), a cidade de São Paulo possui uma dependência em relação ao sistema viário, onde seus 17.000 km estimados de vias encontram-se congestionados (MOVIMENTO NOSSA SÃO PAULO; COLETIVO DIA MUNDIAL SEM CARRO; TC URBES MOBILIDADE E PROJETOS URBANOS, 2010).

A principal atribuição da EMTU, de acordo com o Decreto nº 24.675, de 30 de janeiro de 1986 (SÃO PAULO, 1986), é a de gerenciar os sistemas de baixa e média capacidades, planejando e fiscalizando o transporte intermunicipal nas três regiões metropolitanas existentes no Estado: Região Metropolitana de São Paulo, Região Metropolitana da Baixada Santista e Região Metropolitana de Campinas.

O Corredor Metropolitano São Mateus – Jabaquara, conhecido como Corredor Metropolitano ABD, é controlado pela EMTU/SP e, em 2010, recebeu a Extensão Diadema – São Paulo (Morumbi/Berrini). Sendo assim, o Corredor ABD conecta São Mateus, no extremo leste da capital paulista, ao Jabaquara, na zona sul, passando por quatro cidades do Grande ABC: Mauá, Diadema, São Bernardo do Campo e Santo André33.

Uma das formas de cobrança da tarifa é a bilhetagem eletrônica. Porém, devido à falta de uma política de transporte metropolitano integrada, existem diferentes tipos de cartão que variam de acordo com o município, pois não existe um bilhete que seja realmente único e integre todo o sistema metropolitano.

Existem duas iniciativas de criação de corredores na RMSP, são elas: Corredor Guarulhos – São Paulo (Tucuruvi), com previsão de 32,3 km de extensão e o Corredor Itapevi – São Paulo (Butantã), com previsão de 33 km de extensão.

Na esfera municipal, é a São Paulo Transporte S.A. (SPTrans) quem faz a gestão das linhas de ônibus operadas por empresas privadas e autônomos que, organizados em cooperativas, atuam no sistema complementar por meio de miniônibus. O sistema é composto por 16 consórcios, formados por empresas e cooperativas, que são responsáveis pelos 15 mil veículos dispostos em mais de 1.300 linhas34.

O sistema municipal é composto por dois subsistemas: o estrutural e o local. O primeiro é operado por veículos de médio e grande porte como os ônibus articulados, biarticulados e comuns, sendo destinados a atender grandes demandas e integrar diversas regiões às áreas centrais da cidade. O subsistema estrutural responde pela macroacessibilidade do município e é operado por empresas. O segundo, o subsistema local, alimenta o estrutural e atende aos deslocamentos internos nos subcentros com linhas operadas por ônibus comuns e veículos de menor porte, como miniônibus. O subsistema local responde pela microacessibilidade e é operado por cooperativas.

O atual sistema municipal de transporte é resultado da implantação do Sistema Interligado iniciado na gestão 2001-2004, cujo modelo operacional foi

33

Disponível em: <http://www.emtu.sp.gov.br/emtu/redes-de-transporte/corredores-terminais/corredor- metropolitano-abd.fss>. Acesso em: 05 fev. 2011.

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baseado na combinação dos subsistemas estrutural e local, introdução da bilhetagem eletrônica e integração tarifária por meio do Bilhete Único.

Mesmo com o número de linhas e veículos existentes, o sistema de ônibus enfrenta problemas de lentidão, superlotação e desequilíbrio entre demanda e oferta. Os motivos que contribuem para esse cenário são as poucas vias segregadas para os ônibus, que correspondem aos 10 corredores que somam 120 km, número insuficiente para absorver a demanda. Os corredores existentes são35: Campo Limpo / Rebouças / Centro; Vereador José Diniz / Ibirapuera / Santa Cruz; Expresso Tiradentes (Eixo Sudeste); Inajar / Rio Branco / Centro; Itapecerica / João Dias / Santo Amaro; Jardim Ângela / Guarapiranga / Santo Amaro; Paes de Barros; Parelheiros / Rio Bonito / Santo Amaro; Pirituba / Lapa / Centro; Santo Amaro / Nove de Julho / Centro. Esses corredores possuem vias com segregação reduzida por causa das pistas de ultrapassagem insuficientes e, também, pela presença dos táxis.

Há, em São Paulo, além dos corredores, o sistema VLP, também conhecido como „Fura-Fila‟, Paulistão, Corredor Expresso Parque Dom Pedro-Cidade Tiradentes, ou, ainda, Expresso Tiradentes. Consiste num sistema segregado de ônibus, com média capacidade, em veículos articulados ou biarticulados.

3.2.1.2 Metrô

O Metrô de São Paulo possui, atualmente, 74,2 km de extensão, sendo que a primeira proposta feita pelo consórcio Hochtief-Montreal-Deconsult (HMD), em 1968, era de 66 km. A ampliação da malha metroviária é lenta e não acompanha a demanda crescente da população, já que o Metrô transporta diariamente cerca de 4 milhões de passageiros36.

Uma das melhorias mais importantes no sistema metroviário é a diminuição do intervalo entre os trens e o aumento da oferta, sendo passível de acontecer por meio da substituição dos equipamentos e modernização dos trens, entre outros. Existem alguns projetos de expansão e construção de metrô que serão relatados na sequência e que fazem parte do Plano Expansão São Paulo (SÃO PAULO, 2007).

35

Disponível em: <http://www.sptrans.com.br/terminais/corredores.aspx>. Acesso em: 02 fev. 2011.

36 Disponível em: <http://www.metro.sp.gov.br/metro/institucional/quem-somos/index.aspx>. Acesso em: 20 jul.

Expansão da Linha 2 – Verde

O monotrilho para o chamado Expresso Tiradentes ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo. O projeto (Figura 35) possui 17 estações, 24 km de extensão e a estimativa é que a linha transporte até 550 mil passageiros por dia. A velocidade, bem como o intervalo entre as composições, deverá ser similar ao do Metrô.

Figura 35 – Expansão da Linha 2 – Verde

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

A solução adotada consiste em um sistema de metrô, construído em elevado, com capacidade superior à do corredor do Expresso Tiradentes, mas inferior à do metrô convencional. A proposta do posicionamento das estações considerou a integração com os demais modais, tendo um papel articulador com os eixos de transporte coletivo existentes. Deverá, também, integrar-se ao sistema convencional do Metrô em Vila Prudente.

ViaQuatro

A Linha 4 - Amarela é a primeira linha paulistana a ser operada em regime de concessão. A ViaQuatro, pertencente ao Grupo CCR, é a empresa responsável pela operação e manutenção da linha.

A Linha 4 (Figura 36) ligará a estação da Luz, no centro da cidade, até a Vila Sônia, na zona oeste. Quase um milhão de pessoas trafegará por dia pela linha quando ela estiver em operação completa, sendo que as estações Paulista e Faria Lima, pertencentes à primeira fase, já estão em operação desde 2010, e as estações Butantã, Pinheiros, República e Luz foram inauguradas em 2011. A Linha 4

será interligada às outras estações do Metrô, assim como à rede de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Figura 36 – Linha 4 – Amarela

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

Expansão da Linha 5 - Lilás

A Linha 5 possui, atualmente, 6 estações e liga o Capão Redondo até o Largo Treze, com conexão com a CPTM na estação Santo Amaro (Linha 9 - Esmeralda). A ampliação da linha receberá 11 estações em um trecho de 11,4 km de extensão. Ligará a estação Largo Treze até as estações Santa Cruz (Linha 1 - Azul) e Chácara Klabin (Linha 2 - Verde). Existe ainda a proposta de ampliação da Linha 5 do Capão Redondo até o Jardim Ângela (Figura 37).

Figura 37 – Extensão da Linha 5 – Lilás

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

Linha 6 - Laranja

A primeira etapa dessa linha, até São Joaquim, ampliará a rede metroviária em mais de 12 km e 11 estações. A Linha 6 (Figura 38) será integrada com as Linhas 7 – Rubi e 8 – Diamante, da CPTM; com a Linha 4 – Amarela, na estação Higienópolis e com a Linha 1 – Azul, na estação São Joaquim. A demanda prevista é de 600 mil passageiros/dia.

Figura 38 – Linha 6 – Laranja

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

Linha 15 - Branca

Ainda na zona leste, está em projeto a Linha 15 – Branca que terá 10 estações em um trecho de 11,6 km de extensão e ligará o Jardim Tiquatira à Vila Prudente, sendo que o início da operação comercial está previsto para 2014.

Suas conexões serão em Tiquatira, com as Linhas 12 – Safira e 13 – Jade, da CPTM; em Penha, com a Linha 3 – Vermelha e em Vila Prudente, com a Linha 2 – Verde e com o monotrilho da Cidade Tiradentes. Terá conexão, também, com o corredor do Expresso Tiradentes (Figura 39).

Figura 39 – Linha 15 – Branca

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

Linha 16 - Prata

Será em sistema de monotrilho, totalizando 8,6 km de extensão, 10 estações, e demanda de 250.000 pessoas por dia. A Linha 16 – Prata (Figura 40) terá integração com o Terminal de Ônibus Vila Nova Cachoeirinha, com a estação Santa Marina da Linha 6 – Laranja, com o Passa Rápido Centro-Pirituba da SPTrans e com as Linhas 7 – Rubi e 8 – Diamante da CPTM.

Figura 40 – Linha 16 - Prata

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

Linha 17 - Ouro

Estão em execução as obras do monotrilho da Linha 17 – Ouro que terá 19 estações em um trecho de, aproximadamente, 20 km de via elevada. Com a implantação desse monotrilho, ocorrerá a integração com as estações: Jabaquara (Linha 1 – Azul), Água Espraiada (Linha 5 – Lilás), Morumbi (Linha 9 – Esmeralda) e São Paulo-Morumbi (Linha 4 – Amarela). A Linha 17 também terá integração com o Corredor ABD da EMTU (Figura 41) e a previsão é que sejam transportadas 250.000 pessoas por dia na linha completa.

Figura 41 – Linha 17 – Ouro

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

Se todos esses projetos forem executados, a rede de metrô totalizará 185 km e terá a configuração apresentada na Figura 42.

Figura 42 – Rede de metrô

Apresentada por Duarte Junior no Seminário “Os desafios dos sistemas de transporte de passageiros de alta e média capacidade na cidade de São Paulo”, em 2011

3.2.1.3 Trem

O transporte ferroviário de passageiros é administrado pela CPTM e, assim como o Metrô, também é vinculado à Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Como exemplos dos investimentos na rede ferroviária, estão: a revitalização das Linhas 7 – Rubi e 8 – Diamante, o trem de Guarulhos e o Expresso Aeroporto, a Linha 11 – Coral, a modernização do Expresso Leste, além da Linha 10 – Turquesa e da implantação do Expresso ABC.

Esses investimentos se mostram importantes, uma vez que o Brasil sediará a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, e, sendo São Paulo a maior capital do país, ter um transporte de qualidade e eficiente é um aspecto fundamental. Hoje o sistema possui 6 linhas e 89 estações que atendem 22 municípios. Em 2011, a CPTM transportou 2,6 milhões de passageiros por dia37.