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3 BASE TEÓRICA

4.2 MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS

4.2.3 Planos Diretores Municipais de Três Rios

Atualmente encontra-se em vigência a quarta revisão do Plano Diretor (PD) do município de Três Rios, sendo que as três revisões anteriores foram publicadas nos anos 1968, 1990 e 2006 (ALMEIDA et. al, 2012). A atual revisão do Plano Diretor do município de Três Rios está em vigência desde outubro de 2013, tendo sido aprovada pela lei municipal nº 3.906, e de acordo com prazo estabelecido em lei de 10 anos para revisão, deve ser revisto até o ano de 2023 (ESTATUTO DA CIDADE, 2001).

O PD do município de Três Rios expressa uma preocupação do poder público sobre as questões de sustentabilidade e controle do uso e ocupação do solo regional e estabeleceu o prazo de 1 ano para que o município revise as leis municipais de Código de Obras, Código Tributário, de Meio Ambiente e Código de Postura, além da elaboração de mapa com o abairramento municipal em lei complementar. Desses instrumentos, após pesquisa no site da Câmara Municipal de Três Rios (CVTR) e contato com a prefeitura, observou-se que somente o Código de Obras está disponível.

O município de Três Rios é dividido pelo PD em duas Unidades Espaciais de Planejamento e Gestão (UEPEG): Três Rios (UTR) e Bemposta (UBP), sendo que a bacia do

córrego Purys está localizada na região urbanizada da unidade Três Rios. Na UTR, a área urbana está localizada às margens do rio Paraíba do Sul e encontra-se em expansão. A tendência de crescimento da área urbana foi projetada no Plano Diretor de Três Rios (CVTR, 2013) e delimitada em uma região denominada como Zona de Expansão Urbana (ZEU), que foi apresentada no Anexo II do PDM. A Figura 20 apresenta a ZEU para o município de Três Rios e a localizada da bacia do Purys na mesma.

Figura 20 – Zona de Expansão Urbana de Três Rios com localização da bacia do córrego Purys

Fonte: adaptado de CVTR, 2013

De uma maneira geral, o PD em vigência, além de abordar a regulação do uso e ocupação do solo, demonstra o interesse do município na execução de medidas pela preservação e recuperação dos cursos d’água e do reestabelecimento de APPs, no entanto, não são apresentados programas ou ações específicos que visem esses objetivos.

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) encontra-se atualmente em votação na Câmara dos Vereadores de Três Rios (CVTR) e representa outro documento de interesse no ponto de vista da macrodrenagem e da ocupação urbana. Foi desenvolvido pela empresa N S Engenharia Sanitária e Ambiente S/S Ltda. EPP e apresentado no período entre maio de 2013 e setembro de 2015 subdivido em cinco produtos, sendo esses:

• Produto 1: Plano de Mobilização Social;

• Produto 2: Relatório de Diagnóstico de Situação – Partes I e II;

• Produto 3: Prognósticos e Alternativas para a Universalização dos Serviços de Saneamento Básico – Objetivos e Metas;

• Produto 4: Concepção dos programas, projetos e ações a serem implementados para o alcance dos objetivos e metas – Definição das ações para emergências e contingências do município de Três Rios;

• Produto 5: Mecanismos e Procedimentos de Controle Social e dos Instrumentos para Monitoramento e Avaliação Sistemática da Eficiência – Eficácia e Efetividade das Ações Programadas para o PMSB

O PMSB de Três Rios desde o seu Produto 1 aponta para a necessidade da universalização dos serviços de saneamento básico e de um processo participativo na elaboração de planos e programas relativos ao tema. Além disso, esse documento também comenta a importância do saneamento para a manutenção das condições de equilíbrio ambiental e do patrimônio histórico-cultural, ressaltando os impactos da falta de saneamento sobre os recursos hídricos e revelando uma preocupação do poder público pela melhoria das condições de saneamento e manutenção desses recursos.

Um diagnóstico sobre as condições socioeconômicas e de saneamento de Três Rios foi apresentado no produto 2 do PMSB. Dentre os itens referentes à drenagem, o PMSB delimita e caracteriza as subbacias existentes no território municipal, dentre elas a bacia do córrego Purys, que foi descrita como uma bacia de alta taxa de ocupação urbana e sistema de drenagem ineficaz, embora não tenham sido apresentados dados que levaram a essa avaliação. Além disso, a bacia do Purys é citada como a mais importante contribuição para área central do município e são relatados problemas relacionadas a ocupação de APP, o assoreamento e falta de manutenção dos equipamentos de drenagem na bacia, além da recorrência de transbordamentos em épocas de cheias.

O abastecimento de água no município, de acordo com o PMSB, é realizada em 100% dos logradouros públicos, embora existam bairros que sofrem com falta de água. Sobre o esgotamento sanitário, até a publicação do documento do PMSB havia a coleta de esgotos, no entanto, não havia tratamento, de forma que o esgoto era lançado in natura nos corpos d’água.

Em seu Produto 3, em virtude das informações ressaltadas na etapa de diagnóstico, o PMSB relata problemas de assoreamento dos cursos d’água e de manejo de águas pluviais surgidos em função da erosão e movimentação de terras. Além disso, nas áreas urbanas, aspectos da falta de planejamento na urbanização (ocupação de encostas, remoção da vegetação e implantação de empreendimentos) são apontados como os principais fatores para

o aumento da frequência de inundações em áreas urbanas. Sendo assim, o PMSB estabelece como objetivo a regulamentação do uso e ocupação do solo para minimizar o assoreamento.

O Produto 4 do PMSB é o que trata dos programas, ações e projetos para o saneamento básico no município e nele são estabelecidas medidas para a melhoria, manutenção e universalização dos serviços de água, esgoto e gerenciamento de resíduos. Do ponto de vista da drenagem, o plano ressalta a necessidade do Comitê para Ações de Emergências e Contingências de Três Rios elaborar protocolos para ações de emergência e contingências a partir do Plano de Contingência de Vigilância em Saúde Frente a Inundações, da Secretaria de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde (Governo Federal), mas não pontua ações com objetivos específicos de melhoria das condições de macrodrenagem e prevenção de inundações, nem a associação das mesmas com o planejamento do crescimento urbano (por intervenções como os parques lineares) e instrumentos/planos institucionais específicos.