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PLUTÃO NA OITAVA CASA OU EM ESCORPIÃO

ATRAVÉS DAS CASAS E DOS SIGNOS

PLUTÃO NA OITAVA CASA OU EM ESCORPIÃO

No sentido mais amplo possível, Escorpião e a Oitava Casa são os arquétipos através dos quais todos nós ficamos frente a frente com os limites ou parâmetros de quem nós somos, em oposição a quem nós não somos, e não podemos ser. Cada um de nós possui uma personalidade ou natureza específica que é única. Nossa personalidade é um complexo de muitas dinâmicas — intelectuais, emocionais, físicas e espirituais. A interação dessas dinâmicas determinam nossa natureza. Cada indivíduo vivencia a vida e a realidade da sua maneira particular em decorrência da tendência específica da sua personalidade. Desse modo, todos nós vivenciamos as limitações ou parâmetros de nós mesmos, em oposição aquilo que não somos, através do arquétipo de Escorpião e da Oitava Casa.

Uma vez que o impulso evolutivo fundamental é crescer ou evoluir, os indivíduos com Plutão na Oitava Casa desejaram necessariamente transformar suas limitações pessoais formando relacionamentos com qualquer coisa que simbolizasse o que eles precisavam ou desejavam a fim de evoluir além das suas limitações pessoais. Este processo implica algo que eles não são, ou ainda não possuem. Por conseguinte, esses indivíduos experimentaram como resultado tanto o poder quanto a impotência.

A experiência do poder decorre daquilo que esses indivíduos já são — o que eles conhecem e vivenciaram. A experiência da impotência decorre daquilo que eles não são — o que eles não conhecem e não vivenciaram.

O impulso evolutivo anterior de Plutão na Oitava Casa exigiu que esses indivíduos vivenciassem suas limitações enquanto que simultaneamente transformavam essas limitações para alcançar níveis elevados de desenvolvimento pessoal. Em outras palavras, eles não, podem simplesmente reconhecer as limitações e depois recostar-se dizendo: "Tudo bem, é isso aí meus chapas, vamos ficando por aqui".

Este impulso evolutivo impôs a consciência das forças mais poderosas que existem no universo, forças estas ou poder que emanam do exterior do indivíduo. A necessidade evolutiva demandou que esses indivíduos se fundissem com outras fontes de poder a fim de exercer a metamorfose além das suas limitações pessoais. Em outras palavras, esses indivíduos aprenderam a absorver o poder de quaisquer símbolos de poder com os quais eles possam ter formado

um relacionamento em si mesmos. Esta absorção promoveu a necessária metamorfose das limitações pessoais de um modo tal que esses indivíduos se transformam naquilo com o que formaram um relacionamento.

A natureza específica do que simboliza o poder para um indivíduo, do que o indivíduo sente que precisa para ser capaz de transcender as limitações existentes, está relacionada com sua condição evolutiva e kármica. Entre os exemplos de símbolos comuns pelos quais os indivíduos com Plutão na Oitava Casa se sentem atraídos estão a morte, o sexo, todos os tipos de rituais (a magia, a meditação, a yoga, por exemplo), as experiências geralmente consideradas proibidas, os relacionamentos, o dinheiro, a posição social, um sistema ou corpo de conhecimento, os mantras, os diagramas simbólicos, Deus, Satã, e assim por diante. A união do eu com símbolo produz uma fusão alquímica que permite a transmutação de uma limitação existente.

Um problema intrínseco aos indivíduos da Oitava Casa no que diz respeito à sua necessidade de se unir com esse tipo de símbolo é o da compulsão. Elvis Presley, por exemplo, tinha Plutão retrógrado em Câncer na Oitava Casa em conjunção com o Nodo Sul em Leão, formando um trígono com Júpiter em Escorpião na Décima Primeira Casa, e em oposição a Mercúrio e Vênus em Capricórnio na Segunda Casa. Existe uma vasta documentação que prova que Presley tinha uma fascinação compulsiva e mórbida pela morte e por aquilo que ela simbolizava. Muitos indivíduos com Plutão na Oitava Casa possuem um desejo de morte subconsciente. A morte é obviamente um "poder" ou uma força inevitável maior e mais forte do que o indivíduo a partir de um ponto de vista esotérico. Devemos deduzir do caso de Presley que ele possuía padrões subconscientes de culpa que alimentavam seu desejo de morrer e sua compulsão de tentar a morte através do uso das drogas e do seu estilo de vida como um todo.

Num outro exemplo, uma cliente minha tinha Plutão e Leão na Oitava Casa em conjunção com o Nodo Sul na Sétima Casa, e em oposição a Marte em Peixes na Segunda Casa. Seu símbolo para executar a metamorfose das suas limitações pessoais era uma compulsão vinculada à experiência pessoal. Quando pequena, ela se masturbava compulsivamente. Durante a masturbação ela costumava ter experiências fora do corpo que lhe permitiam escapar das limitações do tempo, do espaço e também do seu corpo. Quando adulto,

ela buscava compulsivamente um parceiro sexual após o outro e, nas sua próprias palavras, procurava "extrair o poder dos meus parceiros passando-o para mim para que eu pudesse ter mais poder". Num outro nível, ela estava tentando produzir a transcendência ou a morte do ego através do sexo. Entretanto, ela não estava consciente deste motivo, e só o ficou quando ele lhe foi verbalizado durante uma sessão de aconselhamento. Após estar consciente do motivo, ela começou a ter percepções intuitivas pessoais que lhe permitiram interromper as compulsivas experiências sexuais que haviam dominado sua vida e sua consciência. Uma vez que ela compreendeu que tinha lições fundamentais de autoconfiança para aprender, ela começou a se envolver com o "amante cósmico" dentro de si mesma e a estudar a meditação, yoga e rituais espirituais que favoreciam uma purificação individual. Ela não mais desejava e nem precisava se envolver sexualmente com outra pessoa. Para sua surpresa, ela descobriu que o poder que ela estava procurando estava dentro de si mesma. Como ela estava no início do estado evolutivo espiritual, ela se uniu com símbolos espirituais em todos os níveis. Este processo lhe permitiu aprender a usar sua energia sexual de uma forma espiritual. Ela aprendeu, através da masturbação e da união sexual com outras pessoas, a fazer sua energia sexual subir pela sua coluna vertebral para promover uma união consciente com a Causa Primeira. Ao fazer isto, ela realizou a transcendência dos seus limites egocêntricos em todos os níveis. Ao aprender esta autoconfiança interior, ela passou naturalmente a atrair para si parceiros que refletiam esta mesma dinâmica. O elemento do uso, da manipulação e da necessidade foram totalmente eliminados. Ela aprendeu a se unir com a Causa Primeira, e com sua própria Alma, através da meditação e da sexualidade.

A experiência do poder e da impotência, de transformar as limitações através dos relacionamentos formados com os símbolos de poder, provocou ciclicamente confrontações internas e externas. Esses ciclos de confrontações refletem o impulso evolutivo de eliminar e transformar todas as limitações existentes dentro do indivíduo. Por conseguinte, estes ciclos conduzem a uma contínua morte e renascimento da consciência e da experiência do indivíduo de si mesmo dentro da totalidade da realidade. Este arquétipo se correlaciona com a reencarnação: a necessidade progressiva de eliminar todas as barreiras (desejos) que estão impedindo uma união direta com a Fonte Suprema do poder. Entretanto, em decorrência dos desejos duplos que

coexistem na Alma, houve também a necessidade de estabilizar e proteger os limites da metamorfose interior mais recente. O desejo de retornar à Fonte Suprema de poder se manifesta como a necessidade de eliminar progressivamente todas as limitações que possam impedir a fusão total com aquela Causa Primeira. O desejo de separação se manifesta como a necessidade de estabilizar e proteger os limites do mais recente evento de transformação na vida dos indivíduos.

O conflito mais intenso dos desejos duplos da Alma ocorre quando Plutão esta na Oitava Casa ou em Escorpião. As resultantes confrontações internas e externas surgem em virtude das restrições nos limites que foram resguardadas. Estes limites tornam-se áreas de estagnação que impedem o crescimento posterior. A intensidade das confrontações tem sido e continuará a ser diretamente proporcional ao grau de resistência que se manifesta através do desejo de separação. A resistência ocorre em virtude da ameaça percebida aos padrões existentes de segurança que se baseiam em como o indivíduo está se relacionando consigo mesmo, com as outras pessoas, e com a realidade em qualquer ponto no tempo: "Este é quem eu sou, isto é o que eu sei, foi assim que eu construí, organizei e interpretei a mim mesmo e à vida de um modo geral." Mais uma vez, os padrões existentes de segurança desse modo refletidos são um resultado direto de um evento de transformação que ocorreu num ponto anterior aos padrões existentes de segurança.

Num aspecto cíclico, aqueles com Plutão na Oitava Casa vivenciarão confrontações emocionais, intelectuais, físicas e espirituais de continuarem a jornada da evolução individual. A resultante metamorfose, seja de que maneira for vivenciada, reflete o fato de que os desejo de eliminar as limitações, que impede a fusão total com a Fonte Suprema, prevalece quer o indivíduo fique ou não satisfeito com isso, quer o indivíduo coopere ou não.

A função da confrontação também serve para produzir uma psicanálise interior, bem como a compreensão de por que nós somos do jeito que somos. Este conhecimento pode ser aplicado a um momento específico da vida do indivíduo. Ele também pode ser empregado de uma maneira holística para descobrir os padrões de comportamento e as tendências fundamentais que controlam toda a sua vida, e ele também pode ser aplicado ao todo da humanidade para explicar a consciência humana de uma forma arquetípica, como Carl Jung tentou fazer. Por conseguinte, no sentido mais amplo possível,