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sim, pois a maioria das crianças que tem retardo no desenvolvimento o tem por falta de

estímulo (1)

Justificativa 7 – “sim, mas o que sei sobre desenvolvimento é muito pouco” (1) Justificativa 8 – sim, orienta quando a criança é prematura ou tem algum atraso (1)

Entre os residentes que responderam Sim à questão sobre as orientações às mães, foi solicitado que citassem dois tipos de orientação que costumam dar. Essas estão relatadas na Tabela 19 (os números entre parênteses indicam quantas vezes os aspectos do desenvolvimento foram citados).

Tabela 19.

Tipos de orientações às mães sobre como estimular o desenvolvimento de seus filhos.

Estimulação motora – estimular a criança em diferentes posições de acordo com o estágio de

desenvolvimento; estimular a andar; andar sem o andador; oferecer brinquedos que estimulem a coordenação motora; colocar a criança no chão; explorar o ambiente; não ficar com a criança muito tempo no colo; colocar a criança sentada; colocar um objeto longe para a criança tentar alcançá-lo, estimular a pegar objetos; estimular a criança a permanecer de bruços quando acordado (posição prono) para firmar a cabeça; exercícios motores; estimular o rolar; oferecer brinquedos de montar tipo quebra- cabeça e jogos de encaixe; estimular a engatinhar; colocar brinquedos em volta da criança (35).

Estimulação da linguagem – fazer com que a criança peça as coisas falando; deixar a criança

demonstrar suas necessidades; falar com a criança pausadamente e pedir para ela repetir; conversar com a criança, falar o nome dos objetos; corrigir quando fala errado (27).

Estimulação pessoal-social – brincar com a criança; apontar objetos e nomeá-los, passear com a criança e mostrar o ambiente, coisas novas; conversar com o bebê “olho no olho”; situações do dia-a-dia com crianças maiores; não deixar a criança sozinha em frente à TV; colocar a criança junto com outras crianças; ensinar jogos; dar bons exemplos, evitar brigas, manter o ambiente em harmonia (15)

Estimulação visual – mostrar objetos coloridos; oferecer objetos que chamem a atenção; brincar com

móbiles (10).

Estimulação auditiva – usar brinquedos que produzem sons; usar chocalhos (6)

Estimulação cognitiva – atividades de desenvolvimento intelectual, contar histórias, ensinar a contar

com os dedos (3)

Prevenção de acidentes – não deixar a criança sozinha por muito tempo (2) Orientações sobre nutrição – seguir dietas coerentes, evitar desnutrição (2) Estimulação tátil – oferecer objetos de texturas diferentes (1).

Orientações sobre hábitos – deixar a chupeta e mamadeira (1)

Os aspectos mais citados em suas orientações foram a estimulação motora (n=35) e de linguagem (n=27). Outros aspectos importantes também foram apontados: estimulação pessoal-social, visual, auditiva, tátil, cognitiva, prevenção de acidentes, orientação sobre nutrição e modificação de hábitos nocivos à saúde da criança.

Figueiras (2002) também encontrou em seu estudo que 70,3% dos profissionais de saúde primária relatam orientar as mães sobre a estimulação do desenvolvimento. Entretanto, deve-se destacar que em seu estudo, poucas mães percebem esta conduta.

Dos 12 participantes que afirmaram não orientar as mães quanto à estimulação do desenvolvimento de seus filhos, seis (50,0%) apresentaram justificativas, descritas na Tabela 20.

Tabela 20.

Justificativas apresentadas pelos residentes para não orientar as mães sobre como estimular o desenvolvimento de seus filhos.

Justificativa 1 – não, orienta raramente, apenas se achar que há um atraso ou que a criança não é

estimulada (4)

Justificativa 2 – “não, falta orientação de como deve ser feito a orientação às mães” (1)

Justificativa 3 – não, grande quantidade de pacientes, não dando tempo para este tipo de orientação (1)

Na questão 10 os residentes responderam sobre sua conduta ao detectar uma criança com atraso de desenvolvimento. Alguns residentes citaram mais de uma conduta. As respostas são apresentadas na Tabela 21.

Tabela 21.

Resposta à pergunta “Quando você detecta uma criança menor de 2 anos com atraso de desenvolvimento, qual sua conduta?” segundo instituição – 2005.

Instituições Respostas Curso 1 N % Curso 3 N % Curso 4 N % Curso 5 N % Curso 7 N % Total N % História e exame 4 19,0 2 8,0 1 9,1 - - 2 18,2 9 11,6 Procura detectar as causas, avalia e depois encaminha 8 38,0 9 36,0 1 9,1 3 33,3 - - 21 27,3 Enc. Ambulatório 1 4,8 - - - 1 9,1 2 2,6 Enc. Neuroped 1 4,8 7 28,0 4 36,4 1 11,1 5 45,4 18 23,4 Solicita av. audiológica e acompanha 1 4,8 - - - 1 1,3 Conversa c/ mãe e orienta estimul. 4 19,0 1 4,0 2 18,2 1 11,1 2 18,2 10 13,0 Enc. Fisio 1 4,8 - - - 1 1,3 Observa a evolução e depois encaminha 1 4,8 1 4,0 2 18,2 3 33,3 - - 7 9,1 Avaliação e acompanhamento multidisciplinar - - 5 20,0 1 9,0 1 11,1 1 9,1 8 10,4 TOTAL 21 100 25 100 11 100 09 100 11 100 77 100

As condutas citadas pelos residentes ao detectar atraso de desenvolvimento foram variadas. As que apareceram em maior número foram: a investigação sobre as causas seguida do encaminhamento (27,3%), o encaminhamento ao neuropediatra (23,4%), a orientação à mãe e estimulação (13,0%) e a busca pela história e pedido de exames (11,6%). Os residentes que atuam nos Cursos 4 e 7 encaminham com mais freqüência ao neuropediatra; enquanto que os residentes dos Cursos 1, 3 e 5 procuram detectar as causas do atraso de desenvolvimento antes de encaminhar. O acompanhamento multidisciplinar foi referido com maior freqüência pelo Curso 3 (onde os residentes citaram fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo) e com menor freqüência nas outras instituições, mas não apareceu nos relatos do

Curso 1, onde é realizado um programa multidisciplinar – Projeto “D”, o que poderia parecer que o curso tem esta abordagem. É interessante observar que três instituições (Cursos 1, 4 e 7) ressaltam a conversa com a mãe e a orientação sobre estimulação, o que não aparece em outros estudos pesquisados na literatura. Diferentemente dos resultados encontrados por Lacerda e Aiello (1998), Della Barba (2002) e Figueiras (2002), onde os médicos participantes somente citam o encaminhamento a especialistas quando detectam algum problema com a criança, os residentes em pediatria do presente estudo também relatam que investigam as causas, pedem exames, orientam as mães e acompanham a evolução para depois encaminhar.

Se considerarmos que: perguntar às mães o que acham do desenvolvimento de seu filho (Tabela 11), fazer avaliação rotineira do desenvolvimento (Tabela 13) e com todas as crianças (Tabela 14), utilizar escalas ou testes para avaliar o desenvolvimento (Tabela 16) e dar orientações de como estimular a criança (Tabela 17) são ações importantes para um futuro pediatra, observamos que os residentes do Curso 1, quando comparados aos outros, parecem apresentar em maior número intenções para realizar tais ações.

Na última questão foi perguntado aos residentes se eles gostariam de receber algum treinamento sobre como avaliar, o que fazer após a avaliação e como orientar as mães sobre desenvolvimento. Todos os residentes responderam afirmativamente, demonstrando a necessidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a vigilância do desenvolvimento. A síntese das respostas e a freqüência de seu aparecimento apresentadas pelos participantes são colocadas na Tabela 22.

Tabela 22.

Justificativas dos residentes para receberem capacitação em desenvolvimento infantil.

Justificativa 1 – para reciclar, aprofundar o conhecimento (16).