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Nos Estados Unidos, o comportamento ascendente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e do defl ator do PIB-Despesas Pessoais de Consumo (DPC) registrado no primeiro semestre de 2006, mesmo em contexto de início de desaceleração econômica, contribuiu para que o Fed desse prosseguimento à política de elevação da meta para os Fed funds, que alcançou 5,25% a.a., em junho.

Depois de atingir 4,3% a.a. em julho, o IPC começou a recuar e alcançou 1,3% a.a. em outubro. Esse cenário benigno, que evidenciou a redução dos preços do petróleo e o esfriamento do mercado imobiliário e da atividade econômica, possibilitou que o Fed mantivesse os juros inalterados ao longo de todo o segundo semestre, apesar de a taxa de desemprego permanecer abaixo de 5% e de o núcleo do DPC manter-se

Gráfico 6.4

EUA: inflação1/

Variação percentual anual

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 Dez 2004 Fev 2005

Abr Jun Ago Out Dez Fev

2006

Abr Jun Ago Out Dez

Fonte: Bureau of Labor Statistics

1/ Preços ao produtor e ao consumidor.

IPP IPC

Gráfico 6.3

Taxas de juros oficiais1/

Taxa anual (%) -1 1 3 5 7 Dez 2004 Fev 2005

Abr Jun Ago Out Dez Fev

2006

Abr Jun Ago Out Dez

Fontes: EUA – FED, Área do Euro – BCE, Reino Unido – BoE, Japão – BoJ e China – BPC

1/ EUA – Fed funds , Área do Euro – Taxa mínima de referência, Reino Unido – Securities repurchase, Japão – Overnight

call rate e China – Capital de giro de 1 ano.

EUA Área do Euro Reino Unido Japão China

acima de 2% a.a. Essa alteração de política monetária, ocorrida quando os juros reais, defl acionados pelo núcleo do DPC, alcançaram 2,9% a.a., determinou o término de um ciclo de contração monetária que, iniciado em junho de 2004, manteve-se por dezessete reuniões do Comitê de Política Monetária (FOMC).

O Banco do Japão (BoJ) voltou a privilegiar, em março de 2006, o monitoramento das taxas de juros como principal instrumento de política monetária, em detrimento da política de fl exibilização quantitativa, em vigor desde 2001, e passou a focar sua atenção sobre o prazo de 1 a 2 anos e a considerar o intervalo de 0 e 2% a.a. como referência para a estabilidade de preços.

Essa nova postura da autoridade monetária objetivou enxugar o excesso de liquidez e garantir a manutenção da taxa overnight em 0%. Tendo em vista, entretanto, o cenário de preços ao consumidor não negativos desde maio, a expansão econômica bem distribuída entre demanda externa e interna, a redução do excesso de capacidade de produção, o mercado de trabalho apertado, a concessão de crédito recorde em dez anos e projeções de que os preços deveriam seguir trajetória positiva, o BoJ decidiu, em julho, elevar a taxa overnight em 25 p.b., mantendo-a inalterada até o fi nal de 2006.

Gráfico 6.5

Japão: inflação1/

Variação percentual anual

-1 0 1 Dez 2004 Fev 2005

Abr Jun Ago Out Dez Fev

2006

Abr Jun Ago Out Dez

Fonte: Bloomberg

1/ Preços ao consumidor.

IPC IPC – Núcleo

Gráfico 6.6

Área do Euro: inflação1/

Variação percentual anual

0 1 2 3 Dez 2004 Fev 2005

Abr Jun Ago Out Dez Fev

2006

Abr Jun Ago Out Dez

Fonte: Bloomberg

1/ Preços ao consumidor.

IPCH IPCH – Núcleo

Em 2006, o Banco Central Europeu (BCE) deu seqüência ao ciclo de contenção monetária iniciado em dezembro de 2005 e promoveu, no primeiro semestre do ano, duas elevações de 25 p.b. na refi rate. Essa decisão objetivou não apenas conter a infl ação, então acima de 2% a.a., mas, em especial, restringir a oferta de moeda e crédito e coibir a formação de bolhas imobiliárias. Considerando que tais elevações haviam sido insufi cientes para conter a ampliação do volume de empréstimos bancários, o BCE acelerou sua atuação no segundo semestre e elevou os juros a cada dois meses. A refi

rate atingiu 3,50% a.a., ao fi nal do ano.

A infl ação no Reino Unido, ao contrário das expectativas predominantes ao fi nal de 2005, apresentou trajetória crescente em 2006. Esse processo, não obstante o recuo dos preços do petróleo, ocorreu com maior ênfase no segundo semestre do ano e evidenciou a elevação de impostos e a ampliação das despesas com alimentação e educação, com a variação do índice de preços ao consumidor acumulada em doze meses atingindo o recorde de 3% em dezembro. Nesse cenário de infl ação em alta, em que foram registrados expansão signifi cativa do crédito, elevado grau de utilização da capacidade instalada e deterioração das expectativas em relação à infl ação, o Banco da Inglaterra (BoE) implementou duas elevações de 0,25 p.p. da taxa repo, que alcançou 5% a.a., em novembro.

Gráfico 6.7

Reino Unido: inflação1/

Variação percentual anual

0 1 2 3 Dez 2004 Fev 2005

Abr Jun Ago Out Dez Fev

2006

Abr Jun Ago Out Dez

Fonte: Bloomberg

1/ Preços ao consumidor.

IPC IPC – Núcleo

Gráfico 6.8

China: inflação – Preços ao consumidor

Variação percentual anual

0 1 2 3 4 Dez 2004 Fev 2005

Abr Jun Ago Out Dez Fev

2006

Abr Jun Ago Out Dez

Fonte: Bloomberg

O superávit comercial superior a U$177 bilhões exerceu impacto acentuado sobre a ampliação da liquidez e do crédito no sistema fi nanceiro da China e suscitou a adoção de uma série de medidas restritivas pelo Banco do Povo da China (BPC). Nesse sentido, assinale-se o aumento na emissão de bônus com objetivo de inibir a formação de bolhas de ativos e esterilizar moeda. As taxas de juros foram mantidas em 6,12% a.a., e a taxa do recolhimento compulsório imposto aos bancos comerciais, elevada para 9%. Apesar da continuidade da política de controles administrativos de preços, apenas parcialmente relaxada em 2006, do excesso de capacidade instalada em diversos setores (veículos, vestuário, aço, alumínio e telefonia celular) e das restrições monetárias adotadas, a infl ação, em alta ao longo do segundo semestre, atingiu, sob forte infl uência do preço dos alimentos, 2,8% a.a. em dezembro.