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2.3 Indicadores Gerenciais de Custos

2.3.2 Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança

O ponto de equilíbrio é a divisão dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá um determinado valor de “lucro” (margem de contribuição) que deve compor ao final do cálculo o valor mínimo necessário para suprir as despesas fixas. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir para que não tenha prejuízo, mas que também não estará conquistando lucro neste ponto.

É comum encontrar empresários que afirmam entender o Ponto de Equilíbrio, mas nem todos realmente sabem o que esse indicador realmente significa. Se soubessem o quão importante é o conhecimento deste indicador para a sobrevivência de um empreendimento, jamais se permitiriam desconhecê-lo. Muitas empresas pequenas não conseguem completar um ano de vida, algumas porque desconhecem por completo o ramo de atividade que atuam, outras, no entanto, encontram seu fim pelo descontrole administrativo. A doutrina especializada é uníssona ao confirmar essa imprescindibilidade, Santos (2009, p. 35) diz que “No rol das informações mínimas e indispensáveis para a decisão, está a análise do ponto de equilíbrio.” .

Essa deficiência administrativa é tão grave que ilude o gestor fazendo-o imaginar que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, trabalha no vermelho e está dilapidando o patrimônio da empresa. Esses pensam que para fazer o negócio se pagar é preciso apenas conseguir, em nível de receita, o valor necessário para cobrir as despesas com salário, aluguel, condomínio, combustível, e etc. Sem se darem contam, estão matando a empresa ao poucos.

Para Wernke (2010, p.111), o Ponto de Equilíbrio pode ser definido como “o nível de vendas, em unidades físicas ou em valor, no qual a empresa opera sem lucro ou

prejuízo. O número de unidades vendidas no Ponto de Equilíbrio é o suficiente para cobrir despesas e custos(...)”.

No varejo, o Ponto de Equilíbrio por unidades é menos usual do que o Ponto de Equilíbrio por valor, uma vez que a variedade de produto é muito grande e, por vezes, a venda de uns fomentam a venda dos outros. A padaria de um supermercado com pães a preço baixo pode ser um chamariz para os clientes, então, é necessário analisar caso a caso.

O resultado do Ponto de Equilíbrio é satisfazer a seguinte igualdade:

Então, a fórmula para determinar o ponto onde os custos fixos e variáveis se igualam ao volume de vendas é:

Graficamente, é representado desta forma:

A intersecção entre as linhas do custo total e da receita total é o Ponto de Equilíbrio e a medida que as linhas se afastam uma da outra, para mais ou para menos, aparece, o quanto de lucro ou prejuízo se gerou em determinado período.

Até o momento foi desenvolvido neste subcapitulo o Ponto de Equilíbrio Contábil, porém, existem outros dois que merecem atenção: o financeiro e o econômico.

No Financeiro, é preciso saber que:

A contabilidade inclui custos e despesas não em base da caixa mas representados por período incorrido. Assim, há custos e despesas provisionados que não representam a necessidade imediata de desembolso, assim como ativos que serão amortizados, embora o desembolso já tenha ocorrido (BERNARDI, 1996, p.168).

Ou seja, a grande diferença que se encontra aqui, é que neste se exclui as despesas que não representam saídas pecuniárias como é o caso da depreciação, em contra partida, se incluí os eventuais desembolsos adicionais que a empresa tenha que fazer no período - pagamento de dívidas bancárias, compra de máquinas ou terrenos (WERNKE, 2010, p. 114-115).

Assim, pela fórmula exposta a seguir, é possível saber o valor suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas e variáveis, exceto as que não representam desembolso.

Já o Ponto de Equilíbrio Econômico serve para fixar metas que proporcionem um determinado valor de lucro no período. Ou seja, quanto é preciso vender para que se atinja um montante de receitas que pagam todos os gastos e gerem o lucro que se deseja. Para fazê-lo, basta adicionar aos custos e despesas fixas o lucro desejado e dividindo tudo pela margem de contribuição. Assim:

Segundo Wernke (2010, p.117), essas três formas de ponto de equilíbrio são apenas modelos que podem ser modificados conforme a necessidade do lojista. O que importa é objetivo que se deseja alcançar com as informações lançadas, o que fica a critério do gestor.

Essas modelos de Ponto de Equilíbrio servem apenas para calcular um produto os custos totais de determinado período, mas é possível encontrá-lo também no mix de produto da empresa. Para isto, existem duas etapas, primeiro deve ser empregada a seguinte fórmula:

( )

Para efeito de melhor entendimento desta fórmula, se traz a tela os seguintes dados:

Tabela 3: Ponto de Equilíbrio Mix

Mercadoria MC Total Quant. Vendida % de Vendas (und) Cust/Desp. Fixo Mp3 Player R$ 3.120,00 120 75,47%

Ipad R$ 10.360,00 14 8,81% Netbook R$ 3.500,00 5 3,14% Notebook R$ 10.000,00 20 12,58%

Total R$ 26.980,00 159 100% R$ 12.000,00

Fonte: Adaptado de Wernke (2010)

Após obtidos esse dados, basta aplicar a fórmula:

( )

Sabe-se, então, que no conjunto dos produtos temos que efetuar 70,7191 vendas, agora é preciso isolar a quantidade de cada produto que se encontrará o PE do produto:

Tabela 4: Ponto de Equilíbrio Individual

Mercadoria PE mix % de Vendas PE individual Mp3 Player 70,72 75,47% 53,373

Ipad 70,72 8,81% 6,227

Netbook 70,72 3,14% 2,224 Notebook 70,72 12,58% 8,895

Fonte: Adaptado de Wernke (2010)

É importante observar que este indicador pode ser visto de maneiras diferentes, como uma projeção de um período anterior para um período futuro onde se pressupõe que os percentuais de venda se mantenham semelhantes, ou na análise direta do período comparando a venda dos produtos com o seu PE individual. Na primeira maneira, a principal uso seria a estipulação de metas de vendas, enquanto na segunda a visualização do desempenho da loja.

Ainda, usando estes dados, é possível encontra o PE individual de cada produto em valores, o que é muito simples, sendo necessária apenas a multiplicação do PE individual de unidades pelo preço de venda do produto.

Esta ferramenta da gestão é muito importante, porque, além da análise de quanto é necessário vender para que a empresa não tenha resultados negativos, traz vários benefícios ao gestor, auxiliando suas decisões na definição do mix de venda, tendo em vista o comportamento do mercado, elaboração de políticas de venda de um novo produto, definição do preço de venda e do nível de compras, avaliação de desempenho e planejamento e controle de vendas e resultados. Outro uso seria na projeção de cenários, análise de sensibilidade: esclarecendo o que acontecerá se determinado fornecedor, ou produto, aumentar seus preços não sendo possível repassar para o consumidor; o que aconteceria com o lucro se aumentar ou diminuir o preço; ou qual o valor que deve ser vendido para atingir determinado montante de lucro (SANTOS, 2009, p. 38-39).

Mas, como todo o instrumento ele não se basta sozinho e possui suas limitações se usado isoladamente. Por exemplo, na hora de considerar uma mudança de preço ele não contempla a influência que determinado produto tem sobre o outro, na prática também existem dificuldades já que nem sempre os custos fixos tem um comportamento tão estático como mostra o gráfico acima, outra questão relevante é a distorção que essa análise pode causar quando não leva em consideração todo o dinamismo do dia a dia das empresas. Por isto, sobre qualquer instrumento deve prevalecer a prática, devendo que estes sirvam como métodos orientativos que apontam para o gestor um rumo a seguir, nunca como um empecilho no momento da administração.

Outros indicadores estudados foram a lucratividade e a rentabilidade que têm sua importância destacada quando se pretende analisar resultados. O primeiro demonstra a relação entre o faturamento e o lucro obtido, indicando qual fatia das receitas obtidas o negócio toma para si. Este indicado é obtido a partir da seguinte fórmula:

Enquanto o segundo mostra qual é o retorno do capital investido servindo de parâmetro para medir desempenho entre diferentes investimentos. Sua análise é muito importante, pois baseada nela o gestor pode determinar se remuneração do seu capital está dentro de suas expectativas. A rentabilidade é obtida pela seguinte fórmula:

E, por último, foi realizado o acompanhamento do giro de estoque do estabelecimento com o objetivo de entender o comportamento da empresa em relação aos produtos estocados e qual a sua real necessidade de tê-los em depósito, bem como, usar este indicador como base para definir qual a necessidade de capital de giro.

Este foi alcançado por esta expressão matemática:

Com base nesses instrumentos que a pesquisa se desenvolveu e, nos capítulos seguintes, foram reanalisados com vistas as necessidades da empresa estudada para o desenvolvimento da planilha que se propôs a criação. O próximo passo é determinar os métodos que serão abordados os assuntos do trabalho realizado.

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