• Nenhum resultado encontrado

7 A CONTEXTUALIZAÇÃO MASSORÉTICA

7.8 A M ESSORÁ PÓS TALMÚDICA

7.8.2 A Messorá Tiberiense

7.8.2.4 Por dentro dos centros tiberienses

Segundo o - ilaf (árabe) Sêfer ha ilufim (em hebraico) “Livroă

dasă Trocas” de Misha elă Benă Uziel, de modo geral, existiam duas escolas em Tiberíades, uma representada por Aharon Ben Moshê Ben Asher, mais conhecido como Aharon Ben Asher ou apenas “Benă Asher”, e a outra escola liderada por Moshê Ben David Ben Naftali543, outrora, Ben Naftali544. Segundo análises de estudiosos como Khan, as diferenças apontadas no - ilaf eram mínimas, sendo três quartos delas

referentes à acentuação melismática secundária, marcada pelo sinal do < ְ>. Khan conclui que ambas as escolas possuíamă“virtualmente”ăoămesmoăTexto Consonantal e as divergências basicamente eram na entoação melismática utilizada na leitura dos textos em voz alta durante os cultos religiosos545.

O livro dedicado ao diacrítico < ְ>546 “DiscursoăsobreăoăShevá < ְ>547”, de autoria anônima, e um fragmento encontrado na Biblioteca de St. Petersburgo548 mostram que existiam três grupos de alunos (talvez escolas) cuja tradição de leitura dos textos bíblicos remontava aos membros da grande congregação549. O primeiro grupo mencionado é o dos alunos queăcompartilhavamăaăopiniãoăcontidaănoă“Discursoăsobreăoă

Shevá”,ăistoăé,ă Avraham Ben Riqat550; Riqat551, o pai; Avraham Ben Parat552; e Pin as

“hay dos noticias que por su extraordinario interés reproduzco literalmente”ă enquantoă queă aă presenteă citaçãoă apareceă emă notaă deă rodapé,ă “apenas”ă paraă provară queă osă andaluzesă conheciamă bemă osă textosă tiberienses (DEL VALLE, 1981a) p176-178 nota 73 Em seu livro mais recente, Del Valle apresenta uma longa discussão sobre a história do Texto Consonantal (DEL VALLE, 2002) 119-137 sem fazer menção a este assunto.

542

(YEHUDÁ BEN DAVID, BEN KAPRON e BEN GIQATILLA, 1870) 47; (DEL VALLE, 1981a)

p533: " "

543 Rabinovitch erroneamente associa Ben Naftali aos massoretas babilônicos (RABINOVITCH, 1921) p19. (YABETS, 5698) p141 e (YAABETS, 5692) faz o mesmo erro com base na citação de Levita (LEVITA, 1867) p114 " " “osă orientaisă seguemă aă leituraă deă Benă Naftali”.

544

(KHAN, 2012) p4-5; (YEIVIN, 2003) p117; Discurso proferido em 12/02/1970 impresso em (MORAG, 1996) p271.

545

(KHAN, 2012) p4-5. 546

Citado em (MORAG, 1996) p271 e em (DOTAN, 1967) p303.

547 . Citado em (DOTAN, 1967) p303. Dotan apresenta o texto segundo Kort Levi que foi o último que editou o texto com base em diversas fontes. O mesmo texto encontra-se em (ALLONI, 1995a) p18-19 com alguns erros de cópia.

548 (RABINOVITCH, 1921) p183. 549 “ ”ă“grandeăsinédrioăeraăoătribunalărabínicoăestabelecidoănoăTemploădeăJerusalém”. 550 . 551 . 552 .

Rosh haYeshivá. Ainda, em relação ao primeiro grupo, o texto continua e cita que os

“anteriores”ă(alunos anteriores)553 eram Tsema Ab ăSeiva; Tsema (conhecido como Ben) Suara554; R. aviv Ben R. Pifim555; e A iyahu haCohen, membro556 da cidade- estado Tiberíades. O segundo grupo é o da dinastia dos Ben Asher mencionada como partidária da opinião ou tradição semelhante à dos alunos do primeiro grupo: “e com esses (havia quatro)557: Asher, outrora o grande ancião558, seuă filhoă Ne emiya, (seu filho Moshê)559, seu filho Asher, seu filho Moshê, outrora Moshê Ben Asher, e seu filho Aharon”.ă Eă o fragmento citado termina a lista informando que “ Aharon Ben Moshê Ben Asher Ben Ne emiya Ben Asher, o grande Ancião560” foi o último da dinastia. O terceiro grupo é mencionado como aquele que era composto por “especialistas do sistema massorético de sinais dos vinte e quatro livros, dentre eles estava o Rabino Moshê Mo e de abençoada memória e Moshê de Tiberíades, o naqdan, alémădeăoutrosăcujosănomesănãoăforamălembrados”561.

Não há dúvida a respeito da cronologia dos Ben Asher e que o fundador dessa dinastia tenha vivido por volta da metade do século VIII562. Mas com base em outra lista de massoretas mais curta oferecida por outro gramático anônimo, Dotan deduz que o famoso Rav Pin as Rosh haYeshivá não é posterior à metade do século IX563 e assim foi contemporâneo de Asher Ben Ne emiya, avô do famoso Aharon Ben

Asher564.

553 Dotan observa que o texto não está claro, pois pode se referir a Rav Pin as Rosh haYeshivá ou a todos os mencionados. 554 . 555 . 556 .

557 “) ( ”.ă Oă trechoă entreă parêntesisă encontra-se no texto de (RABINOVITCH, 1921) p183.

558 ”. 559

Segundo Dotan, esse Moshê Ben Ne emiya é um acréscimo de copistas aos textos em hebraico (DOTAN, 1967) p386 §23. Em (RABINOVITCH, 1921) p183, na continuação tampouco esse Moshê é lembrado:ă“ AharonăBenăMoshêăBenă AsherăBenăNe emiyaăBenă Asher,ăoăgrandeăAncião”.

560

(RABINOVITCH, 1921) p183. 561

(RABINOVITCH, 1921) p183.

562 (BEN-HAYYIM, 2007) e (DOTAN, 2007) p615;ăAădataçãoădosămembrosădaădinastiaăBenă Asherăéă calculadaăcomăbaseănoăanoă928ăqueăéăaădataăconhecidaăparaăaăfinalizaçãoădoăCódiceădeăAlepoăporă Aharonă Benă Asher,ăúltimoămembroădaădinastiaăvideă§ă7.8.2.7.

563

(DOTAN, 1967) p304 no final.

564 (YABETS, 5698) p141; Segundo Yabets, Rav Pin as Rosh HaYeshivá eraăfilhoădeă Avdimiăfilhoădeă Rav Ne emiya filho de Rav MigashăfilhoădeăRavăYa aqovăfilhoădeăMarăZutraăfilhoădeăGuriáăfilhoădoăMară Zutra que fugiu da Babilônia para Israel e que se tornou Rosh Yeshivá em Tiberíades vide ă6.4.2 e nota 293; Essa opinião é compartilhada por Mann todavia, Dotan, seguindo a opinião de B. Klar, não aceita tal

A existência de quatro (ou cinco) escolas de massoretas tiberienses ganha reforço com uma Anotação Massorética marcada nas marginais laterais do códice Sasson que, aoătratarăaăleituraămelismáticaădaăpalavraă“ ת ִ ”, cita membros das escolas supracitadas: (1) Rav Pin asă(citadoănoăprimeiroăgrupoădoă“DiscursoăsobreăoăShevá”),ă (2) Rabbi Mo eă(citadoănoăterceiroăgrupoădoă“DiscursoăsobreăoăShevá”),ă(3)ăBenăNaftaliă (citadoănoă“LivroădasăDiferenças”)ăeă(4)ăBenă Asher (citado no livro das Diferenças e no segundoăgrupoădoă“Discursoăsobreăoă Shevá”);ăeă (5)ăRabbiă aviv (citado no primeiro grupoădoă“DiscursoăsobreăoăShevá”)565.

Não há menção sobre a localização geográfica dessas escolas, todavia, pela ênfase de alguns massoretasă seremă identificadosă comoă tiberiensesă “A iyahu haCohen, membro da cidade-estadoă Tiberíades”,ă outrosă comoă oriundos de cidades próximas a Tiberíades, deduz-se que alguns membros não eram necessariamente de Tiberíades.

Em resumo, ayy djădevia reconhecer, pelo menos, dois grandes centros que produziam códices e ou rolos de referência, um centro de escolas andaluzes cujo

corpus textual escrito é conhecido indiretamente pelas citações de Mena em e de seus

alunos e centros de escolas tiberienses, como mostra o diagrama abaixo:

identificação, sob a justificativa que há uma anotação massorética no topo da página 281 do Códice de Leningrado (Jo 32:3) na qual o masran cita Rav Pin as diante dos sábios de Tiberíades. Para Dotan, Rav Pin as poderia ser um Rosh Yeshivá em Jerusalém (DOTAN, 1967) p354 nota 13 e p385 nota 28. 565

Documentos relacionados