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PRÁTICAS DE LEITURA E A IMPORTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO DO SUJEITO

Segundo Batista e Galvão (1999), a leitura não constitui uma disciplina científica autônoma, mas apenas um objeto de estudo diferentemente construído e parcelado por um conjunto de disciplinas. Atividade que se ensina e se aprende, esta tem sido, de forma tradicional, um objeto de interesse da pedagogia e da psicologia, disciplinas voltadas para o ensino e o aprendizado. Mesmo que ambas tenham compartilhado interesse com outras

disciplinas como a fisiologia e a sociologia, a atenção à leitura cresceu nas últimas décadas, para um conjunto de diferentes áreas de conhecimento.

A emergência de novas tecnologias de comunicação (que desfazem a neutralidade da leitura e da escrita, tornando-a um objeto de problematização), do fenômeno do iletrismo nos países de primeiro mundo (que tornando mais complexa a representação do alfabetismo e das funções e usos da escrita nessas sociedades, desfaz seus vínculos imediatos com a escola) e da necessidade de políticas para enfrentá-lo impulsiona essas diferentes áreas de conhecimento, no seu conjunto, para a investigação sobre a leitura, amplifica seus resultados e constitui um grande fórum de debates que favorece sua produção, circulação e inter-relacionamento. No interior desse quadro mais geral, um conjunto variado de fatores conduz diferentes áreas de conhecimento a se voltar para o estudo da leitura (BATISTA; GALVÃO, 1999, p. 11-12).

Na concepção dos autores, o desenvolvimento da informática e a necessidade de criação de máquinas inteligentes tornaram a prática da leitura e o processo de compreensão nela implicado um objeto de interesse dos estudos de inteligência artificial e das ciências da cognição. Portanto, a necessidade de compreensão do impacto da invenção e da difusão da escrita e, depois, da imprensa e dos suportes eletrônicos converteu a escrita, o impresso, esses novos meios eletrônicos e as práticas de leitura em instrumentos para a exploração, por historiadores, estudiosos de outras áreas, processos sociais, culturais, políticos, econômicos e cognitivos associados ao surgimento e ao uso dessas tecnologias de comunicação e conservação do conhecimento.

O pressuposto de que a realidade social é também, em grande parte, construída pelos significados e pelas representações daqueles que a habitam conduziu um conjunto de disciplinas das ciências sociais, psicologia social, sociologia, história, estudos culturais e antropologia, a ver na leitura um interessante mecanismo para entender como diferentes grupos sociais representam diferentemente o mundo, compartilham significados e lutam para construir o sentido da realidade que mais lhe interessa. Assim, diferentes disciplinas literárias que, durante as décadas de 60 e 70, estiveram voltadas para a obra literária, passaram a entender a leitura como uma das dimensões constitutivas dessa obra e, por isso, como objeto de importância central no entendimento da natureza do texto literário e do surgimento de novos estilos e sensibilidades.

Nesse contexto de diferentes interesses pela leitura e das diferentes concepções com base nos quais ela é estudada, a expressão “práticas de leituras” tende a marcar, mesmo que de forma difusa, os atuais contornos do interesse das ciências sociais a respeito do ato de ler.

Para Batista e Galvão (1999), a tradição de estudos sociais a respeito da leitura tende a estar baseada em expectativas bem determinadas. Estudos do gênero seriam um instrumento

para o desenvolvimento de políticas culturais e educacionais e teriam por objetivo avaliar a distância, maior ou menor, que afastaria ou aproximaria uma determinada população da cultura associada ao impresso. Em outras palavras, elas buscariam detectar as lacunas, os avanços e as regressões da difusão da prática de leitura num determinado espaço social e apreender a natureza do impresso que nesse campo circula para, dessa forma, determinar os níveis culturais e educacionais da população considerada e possibilitar o estabelecimento de políticas adequadas para sua ampliação.

Provavelmente, essas expectativas encontram fundamento num conjunto de crenças compartilhadas em relação à leitura. Uma delas é a de que o ato de ler seria um fenômeno invariável e sempre igual a si mesmo. Investigar as leituras de um determinado grupo se identificaria, portanto, a estudar não a leitura mesma, que, não permitindo mudança, constituiria um mesmo conjunto de competências compartilhadas, em maior ou menor grau, pelos sujeitos alfabetizados. É importante salientar que, uma vez que a leitura constituiria um conjunto de processos uniformes e invariáveis ao longo do tempo e dos espaços sociais, a única função que se poderia atribuir a investigações sobre as leituras de um determinado grupo se resumiria à apreensão da frequência e da intensidade com que nesse grupo a leitura aconteceria, como também dos fatores que contribuiriam para a maior ou menor ocorrência.

Outra crença que parece fundamentar as expectativas em relação a estudos sociais sobre o tema é aquela que identifica a leitura à de um corpus de textos dignos de serem lidos e a um conjunto de usos da leitura dignos de serem feitos, isto é, as características e as funções da modalidade de leitura valorizada pela tradição cultural: leitura de livros, predominantemente de narrativas literárias, feitas tendo em vista o aprendizado e a formação cultural, e desvinculada de funções utilitárias. Assim compreendendo a leitura, a relevância de estudos sobre o tema tende a coincidir com a verificação da presença ou da ausência, em determinados grupos, dessa modalidade de leitura prestigiada e, por extensão, na determinação do nível cultural e educacional desses grupos, implicada na verificação da adequação dos textos lidos (BATISTA; GALVÃO, 1999, p. 16).

Nessa análise, compreendemos que a frequência e a intensidade das práticas de leitura não seriam indicadores suficientes, tendo em vista que uma determinada população poderia ler muito e com frequência regular uma produção editorial de péssima qualidade, destinada antes a um lazer inconsequente e a uma vendagem de sucesso do que à transmissão da cultura e do conhecimento. Então esses indicadores precisariam ser complementados por dados referentes à natureza dessas leituras. Dessa forma, importaria aos estudos sociais sobre a leitura não apenas esquadrinhar a difusão do ato de ler, mas analisar a qualidade de textos que são lidos por uma determinada população.

A leitura é o fenômeno que respalda o ensino da literatura e, ao mesmo tempo, o ultrapassa, pois engloba outras atividades pedagógicas. A literatura, enquanto evento cultural e social, depende da forma como a leitura é vista pelos professores. Por isso, entendemos que é preciso compreender o conceito de leitura, com a finalidade de circunscrever a forma como se efetiva o ensino de literatura na escola brasileira.

Podemos considerar a leitura como uma prática social que possibilita ao sujeito entender a sua razão de ser no universo, descobrindo mais conhecimentos sobre o mundo que o cerca. Para Foucambert (1989, p. 5), “Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é”. Neste sentido, a prática de leitura deve ser considerada como crítica e tem que envolver constatação, reflexão e transformação de significados, partindo do confronto de ideias que o leitor faz com o texto. Silva (1996, p. 42), afirma que “Leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda à própria vida do Ser Humano”. A leitura é uma das maneiras do sujeito situar-se com o mundo e dinamizá-lo.

Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante (...) Ler é procurar ou buscar criar a compreensão do lido... ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da compreensão. Da compreensão e da comunicação. E a experiência da compreensão será tão mais profunda quanto sejamos nela capazes de associar, jamais dicotomizar, os conceitos emergentes na experiência escolar aos que resultam do mundo da cotidianidade (FREIRE, 1995, p. 29-30).

A ideia de uma educação transformadora, oposta à visão excludente e reprodutora, imanente, talvez, à educação praticada no Brasil, tem na figura de Freire, seu expoente mais significativo. Na proporção em que a leitura possui um ato dinâmico e dialógico, ativa os conhecimentos prévios do sujeito, construídos na interação social e instaura um princípio de produção de sentidos que vão mais além da leitura do texto, antes vinculada a uma prática de leitura imbuída de artificialismo e pretextos. A leitura é, sem dúvida, a maneira de entender o significado da linguagem escrita. Para aqueles que sabem apreciar, esta representa uma experiência agradável que transparece universos de conhecimentos, possibilitando sabedoria. Na sociedade atual, a procura pelo conhecimento tem sido algo contínuo pelo indivíduo. Este pode ser adquirido através da leitura por ela exercer uma função importante para o desenvolvimento do ser humano. Contribui para o enriquecimento pessoal, tendo em vista compreender a sociedade e, simultaneamente, o crescimento econômico e social de uma nação, além de possibilitar a formação de um povo crítico, consciente dos seus direitos e

deveres, tendo assim uma melhor visão de mundo. Nessa compreensão, atentamos para o que Toffler afirma:

Ao mudar nosso relacionamento com os recursos que nos cercam, ao expandir violentamente o âmbito das mudanças e, mais crucialmente, ao acelerar seu ritmo, rompemos irrevogavelmente com o passado. Cortamos os nossos laços com as velhas maneiras de pensar, de sentir, de se adaptar. Preparamos o cenário para uma sociedade completamente nova e agora nos precipitando em direção a ela (TOFFLER,1994, p.28).

Como vemos, o ato de ler nos faz perceber o que antes não percebíamos. O ato de ler leva a mundos antes inimagináveis. Como afirma Toffler (1994), engajar-se com a emergente sociedade superindustrial significa engajar-se com o mundo que se movimenta mais rápido do que nunca.

Para Rangel (2007), o ato de ler, assim como o de escrever, são atos da comunicação verbal característicos da relação cooperativa entre emissor e receptor, pela transmissão de intenções e conteúdos. Segundo a autora, o conjunto de habilidades acionadas pelo leitor favorece a percepção da estrutura textual, a intenção do autor, a capacidade de parafrasear, enfim, procura explicitar os processos de compreensão desencadeados no ato da leitura. Assim, a realização do ato de ler está vinculada ao reconhecimento das marcas deixadas pelo autor. A leitura exige, de quem lê, um exercício de preenchimento das lacunas deixadas pelo autor.

Sendo a leitura um encontro precioso com pessoas, ideias e experiências, deseja-se que tanto os educandos, quanto seus educadores e pais se sintam mais felizes por estar descobrindo, através da leitura de histórias agradáveis e leitura de mundo, valores na sua comunidade, até então desconhecidos; reconheçam e assumam aí, o seu papel cidadão com sensibilidade, interesse, criatividade e competência. O bom leitor é um eterno insatisfeito, pois cada leitura lhe traz encantamento e sentido novo à vida e àquela atividade. Vai-se construindo mais uma página na história da humanidade (MANUAL DO BAÚ DE LEITURA, 2006, 35).

Para Bamberger (1988), há muito tempo se considera a capacidade de ler essencial para a realização pessoal e, hoje em dia, é cada vez mais aceita a premissa de que o progresso social e econômico de um país depende muito do acesso que o povo tem aos conhecimentos indispensáveis transmitidos pela palavra impressa. A leitura sem dúvida ocupa um espaço importante não só no contexto da língua portuguesa, como também no de todas as disciplinas do currículo. Configura-se como um instrumento que permite ao ser humano a participação na vida em sociedade, fazendo-o compreender o presente e o passado em relação à possibilidade de transformação nos diversos segmentos sociais. Esta prática é importante para o sujeito, visto que possibilita a ele a inserção no contexto social.

A leitura tem sido um assunto presente na vida de todo ser humano, desde os tempos mais remotos. A sua importância como ferramenta para obtenção de conhecimentos é visível em qualquer nível de escolaridade nas sociedades consideradas letradas. Porém, diante das transformações advindas da sociedade moderna, a leitura não está limitada apenas aos livros, documentos tradicionais, mas conectada aos hipertextos, através dos microcomputadores, os quais possibilitam a flexibilidade na coleta de informações, tanto a nível nacional quanto internacional, ampliando também a acessibilidade de novos conhecimentos.

A leitura é a única atividade que constitui, ao mesmo tempo, disciplina de ensino e instrumento para o manejo das outras fases do currículo. Primeiramente, uma das maiores metas na educação básica era “aprender a ler”; agora a ênfase está em “ler para aprender”. Isso não significa que o primeiro lema não tenha espaço na escola atual: nas séries fundamentais, a aprendizagem do código dentro de contextos significativos para a criança é de grande importância; mas, posteriormente, a leitura é utilizada como instrumento para aquisição dos outros setores do programa de estudo (ALLIENDE; CONDEMARÍN, 2005, p.13).

A eficiência na leitura se relaciona de maneira íntima com o sucesso escolar. Isso significa que o leitor com habilidade leitora possui um mecanismo precioso para adentrar no vasto mundo do conhecimento. Ao contrário, o leitor deficiente lê tão lentamente que não tem condições de processar diretamente o significado do contexto.

A leitura é um processo importante para compreender o significado da linguagem escrita. Constitui uma experiência prazerosa que ilumina mundos de conhecimentos, proporcionando sabedoria, permitindo conectar-se com outros personagens. A leitura é também a realização acadêmica mais importante na vida dos estudantes. Possivelmente, nenhuma área da educação foi foco de tanto debate como o processo de ensino e aprendizagem da leitura; como também nenhuma outra área serviu para motivar tanto trabalho criativo por parte dos professores como a prática da leitura. Para Aguiar e Bordini (1987, p.16), “A leitura pressupõe a participação ativa do leitor na constituição dos sentidos linguísticos”. Ler, portanto, é interpretar uma percepção através de influências de um determinado contexto. Esse ato conduz o indivíduo a uma compreensão individual da realidade. A leitura tem um papel relevante, visto que, sem atribuir significados aos fenômenos do universo e às diversas linguagens que o exprimem, os seres humanos não teriam a capacidade de se situarem no contexto social.

É pertinente salientar que a leitura é importante no processo de escolarização dos sujeitos. Em síntese, o ato de ler caracteriza-se como um instrumento que possibilita a participação do indivíduo na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e passado, mediando a transformação sociocultural do futuro. A prática de ler focada nessa

ótica certamente fará do aluno um leitor motivado, interessado em participar das atividades de leitura. Porém, quando se tem uma prática “mecânica” em que os textos são tomados como fins em si mesmos, em função da mistificação daquilo que está escrito, produz consequência danosa para a formação do leitor e ainda estraçalha a própria natureza do ato de ler. Para Solé (1998, p. 91), “As situações de leitura mais motivadoras são também as mais reais: isto é, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir prazer de ler, quando ela se aproxima do cantinho da biblioteca ou recorre a ela”. Portanto, motivar o aluno para ler não quer dizer apenas que o professor fale: “Vamos ler!” Mas sim que o próprio aluno diga ou pense. Como bem diz Freire (1995, p. 29), “Ler é procurar ou buscar criar a compreensão do lido... Ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da compreensão”. A leitura “mecânica” conduz o aluno a odiar o ato de ler.

A constatação, mediante pesquisas realizadas, do fracasso escolar ocorrido em nossas escolas em relação a um dos principais objetivos do ensino de língua materna – o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos – desencadeou, principalmente a partir da década de oitenta – inúmeros trabalhos contendo discussões e propostas com intenção de promover melhorias no contexto do ensino da língua materna. Sem dúvidas, dos anos oitenta para o momento atual, o avanço foi grande, mas, observa-se ainda que faltam maiores elucidações sobre as concepções de linguagem e língua a fim de que se concretize com eficácia toda a teorização já existente. Aliás, no campo da prática, os resultados são ainda bem fragmentados.

Neste sentido, do viés pedagógico da leitura na escola, verificamos que esta preocupação é decorrente da relevância da leitura para o desenvolvimento do sujeito e do cidadão. Para Foucambert (1994, p. 28), “A leitura permanece no centro das preocupações tanto da escola e dos pais quanto da formação de adultos e da política cultural”. A aprendizagem da leitura e da escrita representa uma das funções fundamentais propostas à educação. É na perspectiva de melhoria da qualidade da educação no Brasil que órgãos oficiais nas esferas Federal, Estadual e Municipal elaboram documentos com metas para reverter o quadro da educação no país. Exemplos disso são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que objetivam solucionar os problemas que afetam a qualidade do ensino e da aprendizagem; a Emenda Constitucional número 14, de 12 setembro de 1996, que deu prioridade ao ensino fundamental, disciplinando a participação de Estados e Municípios no tocante ao financiamento desse nível de ensino; a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que consolida e amplia o dever do poder público

para com a educação em geral e em especial, para com o ensino fundamental; o PAR, Plano de Ações Articuladas. O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação é a conjugação dos esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em regime de colaboração, das famílias e da comunidade, em proveito da melhoria da qualidade da Educação Básica. O Plano contempla 28 metas a serem cumpridas até 2022. Dentro dessas metas, a leitura tem destaque, visto que é através dela que se obtêm resultados concretos, que alfabetiza crianças e adultos.

São perceptíveis os vários movimentos em favor da disseminação da leitura para a formação de um público leitor. No Ensino Fundamental, o centro de discussão, no que diz respeito ao fracasso escolar, “[...] tem sido a questão da leitura e da escrita”. (PCN, 2001, p. 19). De acordo com os PCN, os índices de repetência no Brasil, nas séries iniciais, estão relacionados à dificuldade que a instituição escolar tem de ensinar a ler e a escrever.

O Ministério da Educação e do Desporto, ao apoiar a publicação no Brasil do Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, sob o título Educação – Um tesouro a descobrir, tem a convicção de que se trata de contribuição ímpar à revisão crítica da política educacional de todos os países” (DELORS, 2003, p.9).

Se o ato de ler não significasse algo importante para o desenvolvimento do sujeito, com certeza não haveria tanta mobilização de vários órgãos em favor de uma prática pedagógica que foque a leitura como instrumento principal.

Existe mobilização, tanto em nível governamental quanto não-governamental. Muitas políticas educacionais no Brasil estão centradas nas discussões, visando a formação de um cidadão leitor crítico, reflexivo e com capacidade de atuar na sociedade vigente, respeitando e considerando os valores éticos, morais e sociais. Por isso é que se dão os movimentos a favor de um país de leitores, como, por exemplo, a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, sob o título Educação – Um tesouro a descobrir, as campanhas promovidas pelo Governo Federal como as Olimpíadas de Língua Portuguesa e muitos outros dispositivos para avaliar ou medir a proficiência dos sujeitos no contexto da aprendizagem.

Nesse contexto Fino (2014) faz uma consideração interessante. Para ele, apesar de a inovação pedagógica não ser procurada, nos testes PISA, conforme uma lógica simplista de melhoria de rendimento, pesquisas têm revelado que o nível de proficiência leitora dos estudantes no Brasil está abaixo do esperado.

Assim, oPrograma Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), baseado nos resultados da avaliação de 2015, divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), comprovou que o Brasil está estacionado há dez anos entre os países com pior desempenho. O PISA mediu o conhecimento dos estudantes de 72 países em leitura, ciências e matemática. Nas três áreas, a média dos estudantes brasileiros

ficou abaixo da obtida pelos demais países.

(http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=42741. Acesso em 15 de janeiro de 2017).

É importante mencionar que os instrumentos do Pisa (testes e questionários) possibilitaram três principais tipos de resultados: um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes, como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas, sociais, econômicas e educacionais, além das tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram os sistemas educacionais ao longo do tempo.

No contexto internacional, o resultado do Brasil para a avaliação de português no Programa Internacional de Avaliação de Alunos - PISA, tem nota, em 2009, equivalente ao nível 2 de proficiência em leitura. O nível 2 é considerado como básico ou moderado pelo exame, colocando o país em 54º lugar entre 65 países. Os resultados do PISA em 2012