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n i FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

PREMISSAS BÁSICAS *

1 - Organizações do terceiro setor não são avaliadas nem determinam o seu crescimento por perdas e ganhos mercadológicos, mas pela concretização de objetivos sociais que justificam a sua existência.

2 - Tais organizações mo sofrem as mesmas aneaças, não buscam as mesmas oportunidades nem possuem o mesmo tipo de racionalidade, em seu processo decisório, que as organizações privadas.

3 - Estas não são administradas segundo critérios de mercado. Normalmente, mudanças repentinas devem ser bastante justificadas. São cobradas, geralmente, para que transpareçam "continuidade, coerência e estabilidade”

PONTOS

OBSTACULARIZANT ES**

a) "ambigüidade de objetivos";

b) "limitações na obtenção de recursos";

c) "baixas expectativas e a ausência de incentivos/estímulos"; d) muitas extemalidades. PASSOS ALTERNATIVOS À SOLUÇÃO DOS OBSTÁCULOS •*

1 - Usar ideais ao invés de objetivos. 2 - Alocar recursos conjuntamente.

3 - Oferecer a participação como incentivo/estimulo, o que amplia a responsabilidade dos empregados acerca de que, decisões que ajudara a tomar são mais importantes do que ordens cumpridas, não se sabe cunhadas por quem. Sentem-se assim, reais influenciadores dos destinos organizacionais ao invés de simples repetidores burocratas, que cumprem papéis sem vontade própria.

Fonte; * Motta (1982; 144) e ** Nutt & Backoff (1992) y

3.5 - A Co-Producão de Senicos

Pode-se compreender que as oiganizações do terceiro setor, possuem um caráter social latente. Executam tarefas, muitas das quais com grande eficiência e eficácia, podendo gerar efetividade ao gerirem demandas presentes no ambiente social. Dentre as iniciativas para a implantação da gestão estratégica destas organizações, a particò>ação e a cooperação são iniciativas bastante valorizadas. Algumas delas, ao cumprirem com competência atividades tradicionalmente encangadas pelo Estado, mostram-se como co-produtores de serviços públicos, por cumprirem parceria e responsabilidade direta pelas demandas da sociedade. Uma sociedade que se vale destas organizações pode ter maiores condições de gerir diretamente suas demandas, reservando ao Estado o papel que tanto lhe é cobrado presentemente, qual seja, de regulador e facilitador de demandas, mais engajado em atividades estratégicas.

Entende-se que o modelo de co-produção, (ver ^ura 3) ganha fôlego no âmbito (Kganizacional privado e do terceiro setor, com maior enfoque no segundo, sobretudo hoje, quando tanto se fala de parcerizar e terceirizar atividades, tomando maior a preociq)ação com os valores gerados pela consideração do cliente nos processos de produção de serviços.

demandas sociais, no sentido de que este seja mais competente em suas atividades. Assim, medidas como eficiência e eficácia sin^em quase como uma imposição democrática (Siqueira, 1990). O desempenho do setor público vem sendo questionado quanto a suas possibilidades na gestão das necessidades da sociedade brasileira, e as oi^ganizações do terceiro setor sui^gem, neste bojo, como alternativas de desverticalização administrativa, mais próximas e potencialmente legitimadas pela sociedade, onde a gestão pode se dar de modo mais direto, e com possibilidades de maior 'accoutability'.

A parceria na administração dos destinos de um país, passa pelo ei^jamento direto dos cidadãos, das associações e empresas privadas, cada qual dando sua contribuição em sua esfera mais direta de contato ambiental. A parceirização, aproveitando as opiniões de Valle (1992), tecidas para o setor privado, é uma alternativa a se considerar para a quebra da rigidez e grande hierarquização existente no Estado brasileiro. Idealmente, seria o mesmo que a sociedade reassumir seus próprios destinos, desligando-se dos ranços culturais que levavam a culpar o Estado, como uma entidade antropomórfica autônoma, pelos problemas estruturais da nação. Na realidade, a parceirização significa a possibilidade da gestão estratégica dos anseios sociais. Deste modo, a co- produção mostra-se como uma altemativa às propostas de privatização, qual seja, a comimitarização ^

Muitos defendem, hoje, a adoção de parcerias e terceirizações para o setor público, no sentido de se baratear e otimizar processos e resultados administrativos. Guardadas as devidas ressalvas, do mesmo modo, a co-produção pode trazar contribuições em virtude da crescente consciência sobre a responsabilidade social das oi]gamzações, privadas e do to'ceiro setor, que em última instância, trazem preociqpações sociais cada vez maiores.

Enquanto o processo tradicional de atendimento de demandas delineia-se

EntMKto-M aqui, por comunliartaçâo, a gM táo qua possIbUBa o envoMmento direto dos divarsos sagmwilos sociais Meressados em uma itotonninada damanda, na conduçáo • mspotisabttdada da boa parta do processo qua lavará é dacisáo a raaüsaçáo dasta. Na obra da Shapfto (1991), asta tandenda * constatada nos EUA, dafandlda por Elzlonl a outros pasqulsadoras, como fonna da buscar um aquURirto entre *os excesso do Individualismo americano, com uma fbrte atinnaçio dos dlraRos da sociedade como um todo*.

unilateralmcníe pela organização, onde o cidadão e/ou cliente recebe produtos e serviços e no máximo devolve suas impressões, sob a forma de ‘feedback’, a co>produção vislumbra um avanço, tanto nas relações de trabalho, intra-institucional, como no trato ambiental.

O conceito de co-produção considera necessário o envolvimento direto dos interessados na geração dos serviços demandados, que para tal se organizam, compartilhando

obrigações e responsabilidades nas decisões que antecedem a geração dos serviços .

Como afirma Parks, Kiser e Percy (in Rosa:85), na perspectiva econômica, a co- produção se dá com a união entre "produtores regulares” (servidores, técnicos, diretores, funcionários) e "produtores consumidores" (cidadãos, clientes), somando esforços produtivos em um espaço de convivência entre o público e o privado.

No ponto de vista poKtk^sociaL a co-produção pode ser entendida como "o envolvimento ativo do público em geral [,ou 'stakeholders' (BiysonX na concepção e/ou prestação do serviço] e, especialmente daqueles que estão para ser os beneficiados do serviço” (Whitaker in Rosa:86). Percebe-se que o termo produção possui um sentido amplo. Estas possibilidades, geradas sob os pontos de vista econômico, político e social podem ser bastante úteis para o aprimoramento de técnicas de gestão, como o PE (ver figura 1).

O modelo de feedback', tradici(malmeníe, considera uma perspectiva iterativa de grupos estanques, que não se inter-relacionam, a não ser sob a forma de retroalimentação de

informações. Ou seja, um lado faz, o outro recebe e posteriormente remete as inq>ressões sobre o processo realizado no sentido de se efetuar ajustes e correções. Isso acontecia muito em processos decisórios afinados com pressupostos da era do planejamento estratégico (Motta, 1991).

Figura 1 - MODELOS DE PRODUÇÃO DE SERVIÇOS

Modela de ‘Feedback*

(processo tradidonaQ Modelo de Co-produçâo

A = PRODUTORES REGULARES