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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.3 Delineamento da Pesquisa

3.3.2 Premissas e Proposições da Pesquisa

Segundo Martins e Theóphilo (2007), os construtos ou construções são dotados de existências sistêmicas, isto é, do modo de existência próprio de uma entidade cujas descrições são analíticas no âmbito de um sistema de proposições; ao passo que as entidades inferidas teriam existência real. Desta forma, os construtos não são diretamente observáveis, antes, derivam de conceitos e devem cobrir todas as funções das entidades inferidas: (1) resumir os fatos a serem observados; (2) constituir um objeto ideal para a pesquisa, isto é, promover o progresso da observação e (3) constituir a base para previsão e explicação dos fatos. A definição de uma construção empírica fornece sempre as instruções para por à prova, isto é, para determinar a verdade ou falsidade das asserções nas quais recorre a construção (MARTINS; THEÓFILO, 2007).

Segundo Yin (2010), cada proposição deve direcionar a pesquisa para determinados aspectos que devem ser examinados dentro do escopo de estudo, e somente o pesquisador poderá estabelecer algumas proposições que o fará evoluir na direção certa.

A partir da revisão bibliográfica efetuada neste estudo, foram formuladas premissas e proposições, com o objetivo de elaborar um modelo teórico acerca da problemática da pesquisa e de suas questões recorrentes, modelo este passível de verificação em sua essência

nas etapas posteriores deste estudo. Desta forma, com a elaboração de um conjunto de premissas, buscou-se enumerar neste estudo, de forma consistente, uma série de proposições que foram estudadas com maior profundidade através do método de estudos de casos múltiplos.

Primeiramente, a partir dos conceitos apresentados no quadro 13, foram elaboradas as proposições correspondentes para posteriormente agrupá-las de acordo com as premissas correspondentes. O quadro 14 abaixo apresenta as proposições da pesquisa.

Construto Citação Autor No

Proposição

Proposição 01 e 02 - O conhecimento

organizacional tem dois componentes: o componente extensivo que está relacionado com o número de pessoas que possuem o conhecimento, e o componente intensidade, que é o nível de conhecimento que cada pessoa possui.

- As organizações do conhecimento possuem algumas características principais como a qualificação do corpo de colaboradores, responsáveis pela conversão

da informação em conhecimento. Muñoz-Seca (2004); Sveiby (1998)

Pro 01 A organização do conhecimento possui muitos colaboradores com alto nível de conhecimento específico e com habilidades para conversão da informação em conhecimento.

12 A criação de novos

conhecimentos depende do aproveitamento dos insights, das intuições e dos palpites tácitos.

Nonaka (1991)

Pro 02 São aproveitados os insights, as intuições e os palpites tácitos na criação de novos conhecimentos.

17 e 18 - A criação do conhecimento organizacional é uma interação contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e o explicito.

- A interação entre os dois tipos de conhecimento é chamado de conversão do conhecimento, através do qual, o conhecimento tácito e explicito se expande, tanto na

qualidade como na quantidade. Angeloni (2010); Nonaka et al (2000)

Pro 03 A criação do conhecimento na organização ocorre com a conversão do conhecimento tácito e explícito.

19, 20 e 22 - Os modos de conversão do

conhecimento são

identificados como modelo

SECI: socialização,

externalização, combinação e internalização.

- A interação dinâmica e contínua entre o conhecimento tácito e explicito, leva a um conteúdo do conhecimento

Nonaka e Takeuchi (1997);

Pro 04 A conversão do conhecimento em uma organização, leva a um conteúdo de conhecimento diferente identificados como socialização, externalização, combinação e internalização ou conhecimento experimental, conceitual, de rotina e sistêmico.

diferente, sendo: conhecimento compartilhado (socialização); conhecimento conceitual (externalização); conhecimento sistêmico (combinação) e conhecimento operacional (internalização). - A base do processo de criação do conhecimento são os ativos do conhecimento. Ativos de conhecimento experimental, conceitual, de rotina e sistêmico. Nonaka et al (2000)

21 - O modelo “Ba” de criação do conhecimento, que significa o lugar onde acontece um fato, unifica o espaço físico, o espaço virtual e o espaço mental. O conceito chave na compreensão do modelo “Ba” é a interação desses três espaços.

Nonaka e Konno (1998)

Pro 05 Na criação do conhecimento é importante o ambiente físico, virtual e mental da organização.

23 - O processo de criação do conhecimento possui cinco fases: compartilhamento do conhecimento tácito, criação de conceitos, justificação de conceitos, construção de um arquétipo e nivelação do conhecimento. Takeuchi e Nonaka (2008)

Pro 06 O processo de criação do conhecimento de uma organização é formado pelo compartilhamento do conhecimento tácito, criação e justificação de conceitos, construção de um arquétipo e nivelação do conhecimento.

27 - O segredo para a aquisição do conhecimento tácito é a experiência. Sem alguma forma de experiência

compartilhada, é

extremamente difícil para uma pessoa projetar-se no processo de raciocínio do outro indivíduo

Nonaka e Takeuchi (1997)

Pro 07 A experiência compartilhada é a forma utilizada para aquisição do conhecimento tácito pela organização industrial.

28 - Cinco capacitores do conhecimento que afetam positivamente a criação do conhecimento: capacitador 1 – instalar a visão do conhecimento; capacitador 2 – gerenciar conversas; capacitador 3 – mobilizar ativistas do conhecimento; capacitador 4 – criar o contexto adequado; capacitdor 5 – globalizar o conhecimento local.

Von Krogh et al (2001)

Pro 08 A organização precisa instalar a visão do conhecimento, gerenciar conversas entre os colaboradores, mobilizar ativistas do conhecimento, criar o contexto adequado e globalizar, transmitir o conhecimento local para que não prejudique a criação do conhecimento.

31 - As organizações estão diante de um ambiente altamente

complexo em que a

imprevisibilidade é o elemento que permeia todos os

contextos macro e

microorganizacional.

Stacey (1996)

Pro 09 O ambiente da organização é imprevisível tanto no nível macro e microorganizacional.

41 e 42 - Os sistemas adaptativos complexos são caracterizados pela auto-organização,ou seja, a habilidade dos agentes de se adaptar ao meio em que se encontram.

- A propriedade básica de um SAC é a adaptação ao seu ambiente.

Palazzo (2004)

Agostinho (2003)

Pro 10 A auto-organização da organização possibilita a adaptação de seus agentes ao meio em que se encontram.

43 - Os sistemas complexos aprendem, auto-organizam-se, e evoluem através da habilidade de processar a informação que chega de fora.

Nobrega (1996)

Pro 11 As informações externas são processadas pela organização como forma de aprender e auto- organizar-se

Quadro 14 – Proposições de pesquisa Fonte: elaborado pelo autor.

Com a elaboração das proposições, foram formuladas as premissas com base na revisão bibliográfica fazendo a ligação entre a questão principal da pesquisa e as proposições selecionadas do quadro 14, agrupando as premissas e proposições em dois pólos de estudo, para assim, formar a base orientadora do questionário integrante do roteiro da entrevista.

3.3.2.1 Premissa PRE 01 e Proposições Associadas

Polo de Estudo 1 – Processo de Criação do Conhecimento nas empresas de celulose Com o objetivo de descrever o processo de criação do conhecimento em cada empresa, identificando como ocorrem a aquisição do conhecimento e o compartilhamento do conhecimento, e os processos de conversão do conhecimento tácito e explícito, foi formulada a seguinte premissa e suas proposições associadas:

- Premissa PRE 1: Analisar como ocorre o processo de Criação do Conhecimento nas empresas de celulose identificando o modelo utilizado (ANGELONI, 2010; NONAKA et al, 2000; NONAKA; TAKEUCHI, 1997; TAKEUCHI; NONAKA, 2008; ALVARENGA et al, 2007; SILVA, 2004; VON KROGH et al, 2001).

O quadro 15 apresenta as proposições associadas à premissa 1.

Proposições Associadas Autores

Pro 01: A organização do conhecimento possui muitos colaboradores

com alto nível de conhecimento específico e com habilidades para conversão da informação em conhecimento.

Muñoz-Seca,2004; Sveiby, 1998

Pro 02: São aproveitados os insights, as intuições e os palpites tácitos

na criação de novos conhecimentos.

Nonaka, 1991

Pro 03: A criação do conhecimento na organização ocorre com a

conversão do conhecimento tácito e explícito.

Angeloni,2010; Nonaka et al, 2000

Pro 04: A conversão do conhecimento em uma organização, leva a um

conteúdo de conhecimento diferente identificados como socialização,

Nonaka;Takeuchi, 1997; Nonaka et al, 2000.

externalização, combinação e internalização ou conhecimento experimental, conceitual, de rotina e sistêmico.

Pro 05: Na criação do conhecimento é importante o ambiente físico,

virtual e mental da organização.

Nonaka;Konno, 1998.

Pro 06: O processo de criação do conhecimento de uma organização é

formado pelo compartilhamento do conhecimento tácito, criação e justificação de conceitos, construção de um arquétipo e nivelação do conhecimento.

Takeuchi;Nonaka, 2008

Pro 07: A experiência compartilhada é a forma utilizada para aquisição

do conhecimento tácito pela organização industrial.

Nonaka;Takeuchi, 1997

Quadro 15: Proposições associadas à premissa 1. Fonte: elaborado pelo autor

3.3.2.2 Premissa PRE 02 e Proposições Associadas

Polo de Estudo 2 – Ações que as empresas de celulose adotam como forma de adaptação do ambiente e dos conhecimentos organizacionais.

Com o objetivo de descrever a forma de monitoramento que as empresas utilizam para acompanhar as previsões e adaptações do ambiente e de seus mecanismos de atualização do conhecimento foi formulada a seguinte premissa e suas proposições associadas:

- Premissa PRE 2: Identificar as ações que as empresas de celulose adotam como forma de adaptação do ambiente e dos conhecimentos organizacionais (OLIVEIRA; REZENDE; CARVALHO, 2011; SILVEIRA et al, 2009; MORIN, 1994, 2005; MISCHEN; JACKSON, 2008; AGOSTINHO, 2003; PALAZZO, 2004; SHERIF, 2006; FIALHO; COELHO, 2002; AXELROD; COHEN, 2000; STACEY, 1996).

O quadro 16 apresenta as proposições associadas à premissa 2.

Proposições Associadas Autores

Pro 08: A organização precisa instalar a visão do conhecimento,

gerenciar conversas entre os colaboradores, mobilizar ativistas do conhecimento, criar o contexto adequado e globalizar, transmitir o conhecimento local para que não prejudique a criação do conhecimento.

Von Krogh et al, 2001

Pro 09: O ambiente da organização é imprevisível tanto no nível

macro e microorganizacional.

Stacey, 1996

Pro 10: A auto-organização da organização possibilita a

adaptação de seus agentes ao meio em que se encontram.

Pallazo,2004;Agostinho,2003

Pro 11: As informações externas são processadas pela

organização como forma de aprender e auto-organizar-se.

Nobrega, 1996 Quadro 16: Proposições associadas à premissa 2.