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Preparação e avaliação dos extratos de própolis

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.2.2 Preparação e avaliação dos extratos de própolis

Foram preparados extratos contendo 30% (p/p), da própolis FEI 97 e FEI 2002 trituradas, em etanol 96 °GL. Pesou-se 300,0 g de própolis os quais foram completados para 1000,0 g com o álcool, no copo do turbo extrator, permanecendo em repouso por 24 horas. Completou-se o peso com álcool e o material foi submetido a turbo extração durante 15 minutos, com dois intervalos de repouso de cinco minutos. O extrato foi submetido à refrigeração (8 °C) por 1 hora sendo, em seguida, filtrado sob vácuo e acondicionado em frasco de vidro âmbar com batoque interno de vedação e tampa de rosca (BRUSCHI, 2002).

4.2.2.2 Determinação da densidade relativa

A densidade relativa dos extratos foi determinada através de picnômetro calibrado a 20 °C, em ambiente com temperatura controlada (20 °C). Em balança analítica, o picnômetro foi tarado previamente e foram determinados os pesos do picnômetro contendo água e contendo extrato. A densidade foi calculada através do quociente relativo à massa do extrato e à massa de água, após subtração da massa do picnômetro (FARMACOPÉIA, 1988). Foram realizadas três leituras para cada extrato.

4.2.2.3 Determinação do resíduo seco

Uma amostra de cerca de 10 g da solução extrativa foi pesada em balança analítica e evaporada em banho-maria, sob agitação ocasional. Após secura, o material foi colocado em balança analítica com sistema de secagem por infravermelho à temperatura de 110 °C até peso constante. O resultado obtido para o resíduo seco (RS) foi expresso em relação a 100,0 g de extrato e representa a média de três determinações.

4.2.2.4 Determinação do teor alcoólico

Uma alíquota de 25,0 mL da solução extrativa foi colocada em balão de fundo redondo, acrescida de 100,0 mL de água destilada e submetida à destilação simples. Aproximadamente 90 mL de destilado foram recolhidos em balão volumétrico de 100,0 mL e resfriados à temperatura ambiente. O volume foi completado com água destilada. A densidade do destilado foi determinada por areômetro e o teor de etanol, expresso em porcentagem (V/V), foi calculado (FARMACOPÉIA, 1959). Foram realizadas três determinações.

O teor de flavonóides totais dos extratos foi determinado segundo Franco (2001). Em funil de separação, foram adicionados 3,0 mL de extrato, 3,0 mL de água destilada e 3,0 mL de acetona. Esta mistura foi extraída três vezes com 15 mL de acetato de etila. As fases de acetato de etila foram reunidas e lavadas, em funil de separação, com duas porções de 50 mL de água. A seguir, a fração em acetato de etila foi filtrada para um balão volumétrico de 50,0 mL, através de algodão e sulfato de sódio anidro e completou-se o volume (SA). Retirou-se uma alíquota de 10,0 mL da SA, adicionou-se 1,0 mL de solução de cloreto de alumínio 2% (p/V) e completou-se o volume em balão volumétrico de 25 mL com solução metanólica de ácido acético 5% (V/V). Ao mesmo tempo, outros 10,0 mL de SA foram diluídos em balão volumétrico de 25,0 mL com solução metanólica de ácido acético 5% (V/V), formando a solução compensação. Após 30 minutos, foi feita a leitura em espectrofotômetro (λ = 425 nm). Os ensaios foram realizados em triplicata e o resultado de cada determinação foi calculado de acordo com as fórmulas 4 e 5, a seguir:

) 1 .( . . PD m FD A TF − = ε (4)

onde: TF = Teor de flavonóides totais em quercetina expresso em gramas por 100 g de droga seca (%, p/p); A = Absorvância da solução teste; FD = Fator de diluição (125); ε = Absortividade específica da quercetina (500); m = massa de própolis na amostra de extrato testada (g) e PD = Perda por dessecação da própolis (valor absoluto).

m FD A TF . . ε = (5)

onde: TF = Teor de flavonóides totais em quercetina expresso em gramas por 100 g de extrato; A = Absorvância da solução teste; FD = Fator de diluição (125); ε = Absortividade específica da quercetina (500); m = massa de extrato testada.

da crisina (padrão grau analítico). Preparou-se uma solução-mãe (SM) em metanol na concentração de 400 µg/mL. Em seguida, foram obtidas as diluições (0,24; 0,4; 0,8; 1,6 e 2,4 µg/ml) em metanol. Estas soluções foram filtradas em membrana de PTFE modificado (0,45 µm) e analisadas por CLAE. Utilizou-se uma coluna RP–18 (Varian® - Chromsep® 5 µm), com dimensões de 250 x 4,6 mm e pré-coluna embutida, e um equipamento de CLAE com duas bombas de injeção de solvente, controle automático de fluxo, detector espectrofotométrico com fotodiodo, sistema de integração e sistema de injeção com loop de 100 µL. O sistema de eluição utilizado foi gradiente, composto por (A) metanol e (B) água:acetonitrila (97,5:2,5), previamente filtrado e desgaseificado em banho de água com ultra-som (Tabela 1). As análises foram realizadas sob fluxo de 1,0 mL/min, temperatura de 30 ± 0,1 °C e detecção em 310 nm (BRUSCHI et al., 2003b).

Tabela 1 - Sistema de eluição por gradiente utilizado na análise cromatográfica

Tempo (min) 0 47 50 58 62

Sistema

gradiente metanol : acetonitrila-água (%) 50:50 80:20 100:0 100:0 47:53

Para cada concentração foram realizadas seis determinações. Os resultados foram utilizados para o cálculo da regressão linear e obtenção da equação da reta e do coeficiente de correlação (ICH, 1994).

O limite de detecção (LD) e o limite de quantificação (LQ) foram calculados baseando-se no desvio padrão (s) e na inclinação (S) da curva de calibração, de acordo com as seguintes fórmulas (ICH, 1994):

S s LD=3,3. (6) S s LQ=10. (7)

A precisão do método foi determinada de acordo com ICH (1994). Na avaliação da repetibilidade, o desvio padrão (s) e o desvio padrão relativo ou coeficiente de variação (CV) de seis determinações foram considerados.

determinadas do padrão crisina à amostra. O experimento de recuperação foi realizado em triplicata. O resultado foi determinado pela razão do valor encontrado na análise da amostra simulada pela quantidade real adicionada do padrão, multiplicado por 100 (ICH, 1994).

4.2.2.7 Análise dos extratos por CLAE

Os extratos etanólicos preparados com a própolis FEI 97 (EFEI 97) e com a própolis FEI 2002 (EFEI 2002) foram analisados por CLAE. Exatamente 1 mL do extrato etanólico de própolis 30% (p/p) foi extraído, em funil de separação, com aproximadamente 25 mL de acetato de etila, dividido em três frações. Estas foram reunidas e levadas a resíduo seco em banho-maria fervente. O resíduo foi retomado em metanol e completado volume em balão volumétrico de 10,0 mL para a obtenção da solução-mãe (SM). A SM foi filtrada em membrana de PTFE modificado (0,45 µm). Para injeção no aparelho de CLAE, partiu-se de 50,0 µL da SM, que foram diluídos, em balão volumétrico de 10,0 mL com metanol.

A amostra foi analisada de acordo com as condições descritas no item 4.2.2.6. Os três principais picos (marcadores) foram quantificados em massa (mg) de crisina por volume (mL) da solução extrativa e em massa de crisina (g) por 100g da droga (própolis) seca (BRUSCHI et al., 2003b).