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Preparação da sessão com o candidato A equipa técnico-pedagógica e o candidato

No documento sessao juri (páginas 36-41)

Trabalho preparatório da sessão de júr

3. Trabalho preparatório da sessão de júri de certificação

3.5 Preparação da sessão com o candidato A equipa técnico-pedagógica e o candidato

Uma a duas semanas antes da sessão de júri de certificação: A equipa técnico-pedagógica deve informar o candidato acerca das decisões tomadas em articulação com o avaliador externo. Uma versão preliminar de Plano Pessoal de Qualificação (ou de Plano de Desenvolvimento Pessoal) deve ser apresentada, discutida e consensualizada com o candidato.

A equipa técnico-pedagógica deve ainda preparar cada candidato para a sessão.

Em primeiro lugar, deve esclarecê-lo relativamente ao funcionamento das sessões de júri de certificação, o papel dos vários elementos participantes e recomendar-lhe o convite a diferentes pessoas para participarem na sessão, quer familiares e amigos, quer outros. No caso de concordarem quanto ao interesse em convidar actores-chave da comunidade, o coordenador ou o director do Centro assumem um importante papel no estabelecimento do contacto, endereçando os convites institucionais.

Em segundo lugar, a equipa deve apoiar o candidato na preparação da sua apresentação. Dado que um dos pressupostos •

17 Novamente se sublinha que o PDP pode ou não ser explorado (em traços gerais) na sessão de júri de certificação, embora deva ser definido pela equi- pa do Centro Novas Oportunidades com o candidato no final do processo de RVCC.



do processo RVCC é consolidar percursos de auto-aprendizagem e reflexividade a partir das suas experiências de vida, tal deve ser espelhado nesta etapa final de uma forma consistente e visível.

Neste sentido, importa que se incentive os candidatos a explicitar essa auto-reflexão ao longo do processo, fazendo a ligação entre a sua biografia (retrospectiva e, eventualmente, prospectiva – no sentido das expectativas e projectos pessoais e profissionais) e as competências adquiridas e evidenciadas.

O que importa solicitar aos candidatos deve, portanto, responder a estas questões, e cabe à equipa técnico-pedagógica preparar com cada um a apresentação que será objecto de avaliação pública na sessão de júri de certificação.

Esta apresentação deve ser balizada pelos próprios Referenciais de Competências-Chave. Não se pretende uma exposição oral acerca dos conteúdos do referencial, mas que o candidato consiga associar, reflexivamente, as suas experiências de vida/aprendizagens a um conjunto de competências constantes nos referenciais. Tal é, em si mesmo, revelador de que estes foram apropriados e integrados na história pessoal de cada um.

Por outro lado, cada apresentação é única, porque as histórias de vida dos candidatos são sempre singulares. Desta forma, não se pretende que, nestas sessões, haja excessiva uniformização das apresentações. Assim como o portefólio reflexivo de aprendizagens deve ser único, original e centrar-se no próprio candidato, a apresentação também deve reflectir a especificidade de cada um dos indivíduos.

Neste sentido, as apresentações a preparar não devem obedecer a um formato rígido e pré-definido, sendo aconselhável que, respondendo aos aspectos aqui referidos, os tipos de apresentação variem de candidato para candidato.

O quadro que se segue indica diferentes tipos de apresentações que podem ser adoptados nas sessões de júri de certificação. De sublinhar que esta tipologia não pretende ser exaustiva, mas apenas propor vários “formatos” que podem ser mobilizados pelos candidatos e pelas equipas dos Centros Novas Oportunidades, de modo a reforçar a diversidade e a individualidade do momento de certificação de cada candidato.

Quadro 3 – Tipos de apresentações e exemplos de aplicação

Tipos de apresentação Observações

Demonstração prática ou apresentação oral de um trabalho, reforçada

com uma reflexão sobre a forma como as competências mobilizadas para a sua execução se “cruzam” com o referencial de competências-chave e como o portefólio reflexivo de aprendizagens espelha essas competências.

Quando necessário (no âmbito de processos de nível básico, em que o candidato não tenha grande capacidade expositiva), o profissional de RVC e/ou os formadores podem manter um diálogo com o candidato para que este, durante ou após a apresentação do trabalho, explicite a relação entre as competências em evidência e o referencial de competências-chave.

No caso específico de candidatos desempregados ou em situação de reconversão profissional, o trabalho apresentado pelo candidato pode visar a procura de emprego, consistindo na “exploração” de uma determinada temática profissional que ateste um conjunto de competências adequadas à ocupação de determinados postos de trabalho, e que explicite a relação destas com o referencial de competências-chave. Neste caso, assume especial importância a presença, como convidados, de potenciais empregadores ou outros representantes do mercado de emprego.



Quadro 3 – Tipos de apresentações e exemplos de aplicação (cont.)

Tipos de apresentação Observações

Apresentação do portefólio reflexivo de aprendizagens, articulando o seu

discurso na relação entre as evidências nele contidas, as actividades que permitiram tornar evidentes as competências que estão a ser certificadas, o seu percurso de vida e o referencial de competências-chave.

Quando necessário (no âmbito de processos de nível básico, em que o candidato não tenha grande capacidade expositiva), o profissional RVC e/ ou os formadores podem manter um diálogo com o adulto para que este, durante ou após a apresentação do portefólio, explicite a relação entre as competências em evidência e o referencial de competências-chave. Esta apresentação deve centrar-se na identificação das competências validadas (cruzamento com o percurso de vida).

Balanço do processo de reconhecimento desenvolvido, baseado numa

reflexão sobre a forma como as actividades desenvolvidas permitiram evidenciar as competências detidas e sobre aprendizagens feitas durante o processo de RVCC.

Este tipo de apresentação é útil quando o candidato apenas obtém uma certificação parcial, pois ao centrar-se na reflexão sobre as aprendizagens feitas, permite potenciar o reforço do seu “compromisso” para o prosseguimento do percurso de qualificação, nos termos específicos definidos no respectivo Plano Pessoal de Qualificação.

Valorização das competências que o candidato já detinha e/ou adquiriu durante o processo de reconhecimento, assim como identificação das competências a adquirir, tendo como enquadramento o percurso de vida

do adulto (percurso anterior ao desenvolvimento do processo de RVCC e percurso a seguir após conclusão do processo de RVCC) e o referencial de competências-chave.

Este tipo de apresentação é particularmente útil quando o candidato apenas obtém uma certificação parcial, pois, neste caso, a sessão de júri deve potenciar a sua sensibilização e mobilização para a conclusão do respectivo percurso de qualificação, através do encaminhamento para uma “solução” formativa. A apresentação pode, por exemplo, centrar-se numa reflexão, por parte do candidato, sobre os contornos específicos do seu Plano Pessoal de Qualificação, em função do referencial de competências-chave e dos conteúdos do portefólio reflexivo de aprendizagens, destacando os pontos fortes (valorização das competências que detém) e de desenvolvimento (*). Também em situações de obtenção de uma certificação total pode ser adoptado este tipo de apresentação, nestes casos centrada na definição de um Plano de Desenvolvimento Pessoal (PDP) em função do(s) percurso(s) de aprendizagem/qualificação que o candidato pode seguir. Nesta situação o candidato pode, por exemplo, identificar as competências que detém e destacar a sua importância para a concretização do percurso de aprendizagem/qualificação que pretende seguir.

(*) Neste caso específico, o conhecimento, por parte do candidato, do referencial de competências-chave e, quando se trate de um processo de RVCC de nível

secundário, do respectivo referencial de formação de base constante do Catálogo Nacional de Qualificações, assim como da articulação entre ambos, assume grande relevância, como garante da sua consciencialização relativamente ao percurso formativo a realizar.

Como se referiu, os tipos de apresentação aqui elencados são exemplificativos da diversidade de “formatos” que podem ser adoptados no âmbito das sessões de júri de certificação e, como tal, reflectem o seu carácter flexível. Esta flexibilidade não impede, porém, que existam alguns elementos comuns a todas as apresentações, como aqui se sintetiza:

a equipa técnico-pedagógica deve apoiar todos os candidatos no planeamento e na preparação da sessão de certificação (prática que melhora a qualidade da apresentação final);

a intervenção de cada candidato deve iniciar-se com a sua caracterização, dando-se destaque, de forma •

necessariamente sintética, aos aspectos do seu percurso de vida que possam ser relevantes para clarificar a apresentação que vai fazer e melhor compreender o seu portefólio reflexivo de aprendizagens, e às razões que o levaram a inscrever-se no Centro Novas Oportunidades e/ou a desenvolver o processo de RVCC escolar; esta explicitação inicial permitirá clarificar a relação da apresentação que seguidamente é feita por cada candidato com a sua história de vida, com as competências propostas a certificação e com as evidências que atestam essas competências incluídas no portefólio reflexivo de aprendizagens;

todas as apresentações devem incidir em conteúdos que coloquem o candidato à vontade consigo próprio e estar •



associadas à valorização de competências que, não só detém, como procura comprovar através de evidências incluídas no portefólio reflexivo de aprendizagens;

todos devem apresentar elementos factuais relativamente ao percurso de qualificação desenvolvido (duração, número de sessões de trabalho, número de horas de formação, etc.).

No capítulo relativo aos “Instrumentos de trabalho”, apresentam- se alguns casos fictícios que ilustram os diferentes tipos de apresentações aqui indicados.

Para finalizar este momento preparatório, é importante que, uma ou duas semanas antes de cada sessão de júri de certificação, o director ou o coordenador do Centro Novas Oportunidades enderece convites a entidades e/ou actores-chave do território para participarem na sessão, realçando a importância pública do momento.

Devem ser divulgados, de forma sistemática, nas entidades promotoras e nas instituições de referência, o calendário de realização dos júris de certificação, o local onde se realizam e os nomes dos candidatos à certificação.

Sempre que se trate de uma sessão de júri de certificação parcial, que tenha em vista o encaminhamento para uma oferta educativa/formativa exterior ao Centro, devem ser convidados elementos das equipas de formação das potenciais entidades para as quais é feito encaminhamento de cada candidato, promovendo-se uma “boa prática” de articulação entre as diferentes modalidades de qualificação.



Funcionamento da sessão

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