PARTE II: A PRESENÇA ONLINE DAS EMPRESAS EM PORTUGAL
(%) Localização geográfica
3.3.2.10. Presença online: tendências para o futuro
Foram apresentadas as especificidades, em termos gerais, da presença publicitária na Internet das empresas Portuguesas. O ponto que agora se inicia pretende compreender se podemos avançar com uma antevisão do que se espera no futuro para esta matéria. Para Pedro Janela o futuro da publicidade é não ser publicidade, é não ser chamada de publicidade mas sim de “um novo elemento com os consumidores”, que passa por não utilizar a publicidade tradicional e a cada vez maior utilização do search: um anúncio deve ser colocado no momento em que o cliente está à procura de algo, e deve ser mais do que a ligação à homepage da marca, deve ser, sim, uma ponte para que o consumidor fale com a marca, proporcionar um maior envolvimento entre a marca e o consumidor através das redes sociais – se uma marca está no ranking das mais visitadas, por exemplo, no Facebook significa que vende mais. Na prática isto significa a crescente utilização do Google e da publicidade nos motores de pesquisa; um processo consistente no acto de vender e captar as pessoas no search; em engagement a utilização de todas as ferramentas populares em termos de redes sociais como os blogs, o YouTube, o
Facebook, o MySpace, entre outros, todos eles espaços que permitam criar interacção entre o
utilizador/consumidor e a marca.
Uma das tendências em ascensão é a utilização da publicidade e suportes publicitários, inclusive web, adaptados aos dispositivos móveis. Contudo, são ainda poucas as empresas que disponibilizam o acesso aos seus sites através de dispositivos móveis. As particularidades destes dispositivos, pensando que há 1 SEO ‐ Search Engine Optimization. 2 Blind Networks – estas compram pequenos espaços em grandes quantidades de websites e oferecem preços baixos aos anunciantes (U.S.Chamber, 2008)
características que variam de fabricante para fabricante, exige que os seus conteúdos tenham inúmeros pontos específicos de optimização. Actualmente este mercado tem vindo a despertar sendo um exemplo paradigmático o da RTP mobile. A tendência neste campo é de que cada um quererá ter acesso a qualquer conteúdo na palma da sua mão, independentemente de onde esteja (INE, 2007).
Os últimos dados recolhidos pelo INE e pela UMIC (Tabela 29), no que diz respeito a esta matéria, remontam a 2005, com a última actualização a 30 de Julho de 2007, e referem que apenas 5,60% das empresas com 10 e mais pessoas ao serviço com presença na Internet disponibilizam acesso via dispositivo móvel como telemóvel ou PDA (INE, 2007).
Tabela 29: Proporção de empresas com 10 e mais pessoas ao serviço com presença na Internet que disponibilizam acesso via dispositivo portátil (telemóvel, PDA). Fonte: (INE, 2007)
Período de referência dos dados
Proporção de empresas com 10 e mais pessoas ao serviço excluindo J (actividades financeiras) com presença na Internet que disponibilizam acesso via dispositivo portátil (telemóvel, PDA) (%)
Localização geográfica Portugal PT % 2005 5,60 2004 6,60 2003 6,10
Dados recentes demonstram, ainda, que os utilizadores das tecnologias móveis atingiram níveis nunca antes alcançados. O principal ponto de viragem foi o lançamento do iPhone em meados de 2007. A
eMarketer prevê que sejam investidos em 2013 3.3 biliões de dólares, só nos Estados Unidos, em
publicidade para dispositivos móveis, face aos 648 milhões de dólares de 2008 (eMarketer, 2009).
Como foi realçado, para os publicitários a plataforma online é uma alternativa mais barata e mais mensurável, principalmente na actual conjectura económica desfavorável, sendo, de igual modo, uma questão ponderada pelas agências de publicidade tradicionais, no contexto dos Estados Unidos da América, segundo a Society of Digital Agencies (SoDA) – cerca de 10% das empresas aumentaram o orçamento online em 30% (eMarketer, 2009).
Segundo a SoDA a crise económica poderá até acelerar o processo de transição na transmissão de importância dos media tradicionais para os media digitais na Publicidade (eMarketer, 2009). A razão é simples: as empresas investem mais na publicidade na Web e investem menos noutros media como rádio, jornais e revistas. O actual estado económico tem, assim, fortificado os novos modelos publicitários, e tem vindo a torná‐los mais constantes ao mesmo tempo que as empresas se apercebem que é mais fácil medir o retorno sobre o investimento na Publicidade online do que nos media tradicionais, o que significa publicidade mais eficiente e um Retorno sobre o Investimento maior – deste modo, os media tradicionais
vêem‐se obrigados a baixar o seu preço de custo (eMarketer, 2009). Para a SoDA os publicitários devem apostar nesta tipologia de publicidade dado que o campo digital cada vez mais influencia todos os campos da vida quotidiana (eMarketer, 2009).
As previsões do Interactive Advertising Bureau (IAB), para o ano de 2009, coincidem com as previsões das fontes da investigação da eMarketer: no cenário adverso de crise económica, os investimentos sobre a Publicidade online não serão afectados, ao contrário de outros media a registarem crescimento negativo como a imprensa, a rádio ou os outdoors. A tendência legada de anos anteriores, com o aumento do investimento em Web advertising a registar 14% entre os anos de 2007 e 2008, tenderá a manter‐se (Marketing 2.0, 2009), cerca de 81% dos Publicitários mencionam que investirão, durante o presente ano de 2009, pelo menos a mesma verba investida no ano de 2008 (eMarketer, 2009). Para além disso, o IAB1 também considera que o investimento em redes sociais irá aumentar e constata que os investimentos
online dedicam‐se, na sua maioria, a anúncios em motores de pesquisa, cerca de 44%, e a anúncios do tipo display, cerca de 33%(Marketing 2.0, 2009) – em relação aos display ads2, o mesmo é confirmado por um estudo da iProspect, uma empresa de search engine marketing, que confirma, num estudo realizado no Estados Unidos, que cerca de um terço dos utilizadores clica neste tipo de publicidade online, outros há que apesar de não clicarem neste elemento publicitário são influenciados por ele, por exemplo, ao pesquisar sobre o seu conteúdo em motores de busca. O que evidencia que os display ads e o search Marketing são bons aliados (eMarketer, 2009).
Na Tabela 30 observam‐se as tipologias com um maior nível de investimento no ano de 2009. Dos exemplos mencionados destaca‐se um investimento maior em social media, search Marketing e Mobile Marketing. Isto no que diz respeito ao mercado publicitário nos Estados Unidos da América. 1 IAB – Interactive Advertising Bureau. 2 As display ads englobam a publicidade online baseada em imagens como os banners, ou publicidade online com vídeo, som ou outras tecnologias (Stokes, 2008).