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4. OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE

4.1. DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS

4.1.1. Pressão arterial

A Hipertensão arterial é classificada em três graus distintos, sendo que o grau 1 corresponde a hipertensão arterial ligeira, o grau 2 a hipertensão arterial moderada e o grau 3 a hipertensão arterial grave, sendo que se consideram valores normais aqueles que se encontram abaixo de 140mmHg para a pressão arterial sistólica (valor máximo) e abaixo de 90mmHg para a pressão arterial diastólica (valor mínimo).

Fonte: Norma da DGS n.º 020/2011: Hipertensão arterial: definição e classificação

Em cada avaliação da Pressão Arterial, deverão ser efetuadas pelo menos duas medições, com um intervalo mínimo entre elas de um a dois minutos.

A medição deverá obedecer a algumas regras, tais como:

 Efetuada em ambiente acolhedor;

 Realizada sem pressa;

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 O utente deverá estar sentado e relaxado, pelo menos durante cinco minutos;

 O utente deverá ter a bexiga vazia;

 É importante que o utente não tenha fumado ou ingerido estimulantes (como café) na hora anterior;

 Deverá ter o membro superior desnudado;

 Deverá ser utilizada uma braçadeira de tamanho adequado. [11]

Existem ainda várias medidas não farmacológicas que são importantes para manter o controlo da pressão arterial, e é importante que o profissional de saúde alerte o utente para a realização destas.

A adoção de uma dieta variada, rica em legumes, leguminosas, verduras e frutas e pobre em gorduras, a prática regular de exercício físico, o controlo do peso, o controlo do consumo excessivo do álcool, a diminuição do consumo de sal e a cessação do consumo de tabaco são fatores importantes e que devem ser indicados ao utente aquando da medição da pressão arterial.

A hipertensão arterial é um fator de risco para diversas doenças, tais como doença vascular cerebral, doença coronária, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, doença vascular periférica, alterações cognitivas, fibrilação auricular e disfunção erétil. [12]

4.1.2. Glicémia

A glicémia diz respeito à concentração de glicose no sangue. A avaliação desta permite controlar a Diabetes Mellitus, que é caracterizada por um aumento dos níveis de glicose no sangue.

A Diabetes Mellitus divide-se em quatro tipos distintos:

 Diabetes tipo I;

 Diabetes tipo II;

 Diabetes gestacional;

 Outros tipos específicos de diabetes.

Na Farmácia Lopes Rodrigues, a avaliação da glicémia é realizada através de uma punção capilar, em que os valores são obtidos através de um aparelho de medição e de tiras próprias para o mesmo.

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4.1.3. Colesterol Total

No que diz respeito ao colesterol, existem dois tipos: a lipoproteína de elevada densidade (HDL), que dissolve a gordura no fígado, e a lipoproteína de baixa densidade (LDL) que transporta a gordura pelo organismo e, ao acumular-se na parede das artérias, pode formar trombos e conduzir a doenças coronárias.

É importante manter os níveis de colesterol total abaixo de 190mg/dl e os níveis de colesterol das LDL abaixo dos 115mg/dl.

Torna-se importante alertar o utente para a promoção de intervenções no estilo de vida, sendo essas uma adoção de uma dieta variada e equilibrada, a prática de exercício físico, o controlo do peso normal, a restrição do consumo de álcool, a diminuição do consumo de sal e a cessação do consumo de tabaco. [14]

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5. VALORMED

A VALORMED é uma sociedade sem fins lucrativos que tem como principal responsabilidade a gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso, minimizando o impacto negativo que estes podem causar ao ambiente.

Os contentores da VALORMED encontram-se nas farmácias, disponíveis para todos os utentes.

Estes contentores estão direcionados para os medicamentos fora de prazo, ou que já não são utilizados, materiais utilizados no acondicionamento e embalagem dos produtos (como embalagens vazias, folhetos informativos, ampolas, entre outros) e acessórios utilizados para facilitar a administração dos medicamentos, como colheres, conta-gotas, copos, entre outros.

Depois de cheios, os contentores são fechados, pesados e preenche-se uma ficha com a identificação da farmácia, o seu código da ANF e uma rubrica pelo responsável do fecho. Posteriormente, é entregue aos distribuidores de medicamentos que os transportam para um centro de triagem.

As embalagens, frascos ou blisters vazios são reciclados, e os medicamentos quer de uso humano, quer de uso veterinário, são incinerados.[15]

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Farmacêuticos, O. d. (2009). Manual Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária.

2. INFARMED. (s.d.). Decreto-Lei n.º 172/2012, de 1 de agosto . Procede à segunda

alteração ao Decreto-Lei n.º 53/2007, de 8 de março, que regula o horário de funcionamento das farmácias de oficina .

3. Saúde, M. d. (31 de Agosto de 2007). Decreto-Lei nº 307/2007 de 31 de Agosto de 2007 . Regime Jurídico das Farmácias de Oficina.

4. INFARMED. (s.d.). Deliberação n.º 1502/2014, de 3 de julho . Regulamentação das

áreas mínimas das farmácias, de acordo com n.os 4 e 5 do artigo 29.º e do artigo 57.º-A do Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, na sua redação atual

5. Saúde, M. d. (30 de Junho de 2006). Decreto Lei nº 176/2006, de 30 de Junho. Novo

Estatuto do Medicamento.

6. INFARMED. (s.d.) Normas relativas à prescrição de medicamentos e produtos de

saúde.

7. 2012, I. –A. (Dezembro de 2012). Prontuário Terapêutico – 11.

8. INFARMED. (25 de setembro). Decreto-Lei n.º 296/98, de 25 de setembro. Regras

que disciplinam o mercado de produtos cosméticos e de higiene corporal

9. INFARMED. (s.d.). Decreto-Lei 314/2009 de 28 de outubro.

10. INFARMED. (17 de junho de 2009). Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de Junho .

Estabelece as regras a que devem obedecer a investigação, o fabrico, a comercialização, a entrada em serviço, a vigilância e a publicidade dos dispositivos médicos e respectivos acessórios.

11. DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE. Normas e Circulares Normativas. Hipertensão arterial: definição e classificação.

12. DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE. Normas e Circulares Normativas. Abordagem terapêutica da hipertensão arterial

13. DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE. (2011) Norma de Orientação Clínica n.º 002/2011. Diagnóstico e Classificação da Diabetes Mellitus

14. DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE. Normas e Circulares Normativas. Abordagem terapêutica das dislipidemias no adulto.

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CAPÍTULO III

PROJETO DE INVESTIGAÇÃO

“Automedicação em estudantes dos cursos

de Farmácia, Contabilidade e Gestão do

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Resumo

A automedicação diz respeito a um procedimento com origem na iniciativa de

um doente, sem prescrição médica. Este estudo teve como objetivo a avaliação das práticas da automedicação em estudantes de Farmácia, Gestão e Contabilidade do Instituto Politécnico da Guarda. Os dados foram recolhidos através de um questionário online. A amostra é constituída por 72 indivíduos. Os dados foram sujeitos a tratamento estatístico, através do programa SPSS. Os principais problemas de saúde que levaram à prática da automedicação foram as dores, nomeadamente a dor de cabeça e gripes ou constipações. Os medicamentos mais utilizados foram o paracetamol e o ibuprofeno.

Palavras-chave

Automedicação, Estudantes, Utilização racional, Uso de medicamentos

Abstract

Self-medication refers to a procedure that originates from the initiative of a patient, without a prescription. This study aimed to evaluate the self-medication practices in students of Pharmacy, Management and Accounting of the Polytechnic Institute of Guarda. The data were collected through an online questionnaire. The sample consists of 72 individuals. The data were subjected to statistical treatment, through the SPSS program. The main health problems that led to the practice of self- medication were pain, namely headache and flu or colds. The most commonly used drugs were paracetamol and ibuprofen.

Key words

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Introdução

A automedicação diz respeito a um procedimento com origem na iniciativa de um doente, sem prescrição médica. Cada indivíduo torna-se responsável pela própria melhoria da sua saúde, havendo uma generalização em todas as doenças e, por consequência, acreditam que possuem conhecimento necessário para o uso de medicação de forma correta e que essa medicação será responsável pelo tratamento de doenças ou alívio de sintomas. [1]

Segundo Damasceno et al. (2007), as principais razões para a automedicação assentam na dificuldade de conseguir consulta médica, bem como o seu custo, a limitação do poder prescritivo relacionado a poucos profissionais de saúde, a falta de regulamentação e fiscalização por parte de quem administra o medicamento. [1]

São várias as formas de automedicação, tais como, adquirir o medicamento sem receita médica, compartilhar medicação com outros membros da família ou conhecidos, reutilizar receitas antigas e não cumprir a prescrição profissional. [1]

Segundo o Inquérito Nacional de Saúde de 2014 do Instituto Nacional de Estatística, cerca de 2,1 milhões de pessoas consumiram medicamentos sem receita médica, o equivalente a 23,9% da população com 15 ou mais anos de idade.

O uso incorreto de medicação, mesmo considerada “banal”, como os analgésicos, pode conduzir a diversas consequências, como resistência bacteriana, reações de hipersensibilidade, dependência, sangramento digestivo e pode ainda aumentar o risco de determinadas neoplasias. Por outro lado, o alívio momentâneo dos sintomas encobre a doença de base, o que pode levar a uma progressão da mesma. [1]

A automedicação e o seu crescimento está inteiramente ligada a fatores económicos, políticos e culturais, como uma grande disponibilidade de produtos, publicidade irresponsável, produtos vendidos livremente em supermercados, qualidade da assistência de saúde e ainda uma dificuldade de acesso aos serviços de saúde em países mais pobres. [2]

Este procedimento está associado quer a resultados favoráveis, como a melhoria dos sintomas ou a resolução dos problemas, quer a resultados desfavoráveis, como intoxicações, reações adversas, interações medicamentosas, desenvolvimento de resistências, entre outros fatores. O risco que está associado à automedicação está também associado com o grau de instrução e informação dos indivíduos e a acessibilidade destes. [3]

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Assim, várias barreiras são impostas aquando da promoção do uso racional do medicamento, que se torna uma mais-valia atualmente. O elevado número de prescrições de antibióticos, a carência de orientação dos indivíduos por parte dos profissionais de saúde, as publicidades diretas ao consumidor final e o uso incorreto por parte do indivíduo são as principais barreiras, dificultando o papel dos profissionais de saúde numa tentativa de diminuir as taxas de automedicação e apelando ao uso racional do medicamento. [4]

Os estudantes do ensino superior são caracterizados como uma comunidade jovem e saudável, mas, por outro lado, estão expostos a fatores de risco específicos, como stress contínuo e esforço intelectual intenso. [1]

Segundo o Inquérito Nacional de Saúde de 2014, quase 1/4 da população residente tomou medicamentos que não foram receitados por um/a médico/a nas 2 semanas anteriores à entrevista, em proporções mais significativas para a população mais jovem (por exemplo, cerca de 30% entre os 25 e 34 anos).

A caracterização do padrão de consumo de medicamentos nesta faixa etária pode contribuir para um melhor conhecimento da sua saúde. Assim, a utilização de medicamentos não sujeitos a receita médica deve constituir uma responsabilidade partilhada entre as autoridades, os doentes, os profissionais de saúde e a indústria farmacêutica.

Foi realizado uma pesquisa com o objetivo de comparar as práticas de automedicação em estudantes de Farmácia e em estudantes de Contabilidade e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda, percebendo quais são os medicamentos mais utilizados, em que situações e se o facto de pertencer a um curso ligado à saúde influencia este procedimento.

Material e Métodos

Foram considerados para o estudo indivíduos pertencentes ao Instituto Politécnico da Guarda nos cursos de Farmácia, Contabilidade e Gestão.

A recolha de dados foi realizada através de questionários, sendo que se obteve um total de 72 questionários.

Todas as questões que integram o questionário são correspondentes à revisão bibliográfica realizada anteriormente, sendo que a maioria das questões é de resposta de escolha múltipla ou de resposta aberta. A primeira parte do questionário diz respeito a

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uma caracterização sociodemográfica da amostra, com questões relacionadas com o género, distrito de residência e curso pertencente; a segunda parte do questionário diz respeito a uma análise mais específica em relação às práticas da automedicação nos estudantes, com questões relacionadas com os medicamentos mais utilizados, com as situações mais comuns em que se recorre à automedicação, com os aspetos em que influenciam a tomada de decisão dos medicamentos, entre outras.

Todos os inquiridos foram informados acerca do âmbito e dos objetivos do projeto de investigação, sendo um questionário anónimo, aplicado de forma online,

O tratamento de dados e análise dos mesmos foi feita através do Google Drive e SPSS®.

Resultados

Foram realizados 72 questionários em vários distritos do país. Os principais objetivos deste inquérito foram avaliar: (i) os medicamentos mais utilizados em práticas de automedicação; (ii) as situações mais comuns em que se recorre à automedicação; (iii) se há o cumprimento das informações recebidas acerca do medicamento a utilizar; (iv) se a permanência num curso ligado à saúde influencia a prática da automedicação.

Do total de entrevistados, 54 (75%) eram do sexo feminino e 18 (25%) eram do sexo masculino.

Aos 72 inquiridos também lhes foi questionado o curso a que pertenciam, sendo que dos 72 inquiridos, 45 pertencem ao curso de Farmácia, 22 ao curso de Contabilidade e 5 ao curso de Gestão.

Em relação à automedicação, 98,6% dos inquiridos afirma saber do que se trata, e apenas 1,4% afirma não saber o que é a automedicação, sendo que a maioria da população inquirida afirma ter conhecimento do que é a automedicação. No que diz respeito ao curso de Farmácia, os 45 inquiridos (100%) sabem o que é a automedicação; no que diz respeito ao curso de Gestão, os 5 inquiridos (100%) sabem o que é a automedicação; no que diz respeito ao curso de Contabilidade, 95,5% dos inquiridos sabe o que é e 4,5% afirma não saber o que é a automedicação, de acordo com o disposto na tabela seguinte. (Tabela I)

61 Tabela I - Relação entre o Curso e o conhecimento acerca da prática da automedicação

Sabe em que consiste a automedicação?

Sim Não Total Curso Farmácia 45 100,0% 0 0,0% 45 100,0% Gestão 5 100,0% 0 0,0% 5 100,0% Contabilidade 21 95,5% 1 4,5% 22 100,0% Total 71 98,6% 1 1,4% 72 100,0%

Os inquiridos foram ainda questionados em relação à frequência da recorrência da automedicação, sendo que 44,4% afirma recorrer com pouca frequência, 34,7% afirma recorrer raramente, 16,7% afirma recorrer com alguma frequência e apenas 4,2% com muita frequência. Dos 44,4%, 25 inquiridos pertencem ao curso de Farmácia, 2 ao curso de Gestão e ainda 5 ao curso de Contabilidade. Dos 34,7%, 10 inquiridos pertencem ao curso de Farmácia, 3 ao curso de Gestão e 12 ao curso de Contabilidade. Dos 16,7%, 8 inquiridos pertencem ao curso de Farmácia e 4 ao curso de Contabilidade. Dos 4,2%, 2 inquiridos pertencem ao curso de Farmácia e 1 pertence ao curso de Contabilidade, conforme disposto na tabela abaixo. (Tabela II)

62 Tabela II - Relação entre o Curso e a frequência da recorrência à automedicação

Com que frequência recorre à automedicação? Raramente Com pouca

frequência Com alguma frequência Com muita frequência Total Curso Farmácia 10 22,2% 25 55,6% 8 17,8% 2 4,4% 45 100,0% Gestão 3 60,0% 2 40,0% 0 0,0% 0 0,0% 5 100,0% Contabilidade 12 54,5% 5 22,7% 4 18,2% 1 4,5% 22 100,0% Total 25 34,7% 32 44,4% 12 16,7% 3 4,2% 72 100,0%

Seguidamente, foi colocada a questão “Normalmente, durante quanto tempo se automedica?”, pelo que 76,4% dos inquiridos respondeu que se automedicava durante 1 – 2 dias e 23,6% durante 3 – 4 dias.

Os problemas de saúde mais comuns estão apresentados na seguinte tabela (Tabela III), bem como os motivos para a prática da automedicação, os medicamentos mais utilizados e as influências para a automedicação.

63 Tabela III - Problemas de saúde, medicamentos, motivos e influências mais comuns na prática da automedicação Variáveis n (%) Problemas de saúde Dor de cabeça 32 (44,4%) Gripe e constipação 29 (40,3%) Febre 8 (11,1%) Outros 42 (58.4%) Motivos

Problema de saúde simples 25 (34,7%)

Rapidez no acesso 13 (18,1%) Conhecimento adquirido 8 (11,1%) Outros 26 (36,2%) Medicamentos Paracetamol 43 (59,7%) Ibuprofeno 39 (54,2%(

Cêgripe® (paracetamol + clorofeniramina) 8 (11,1%)

Outros 36 (50,1%)

Influências para a automedicação

Acesso facilitado aos medicamentos 38 (52,8%)

Prescrições anteriores 25 (34,7%)

Familiares 23 (31,9%)

Profissional de saúde 17 (23,6%)

Outros 17 (23,6%)

Os inquiridos foram ainda questionados acerca da procura de informações acerca da sua situação clínica e/ou do medicamento antes de recorrerem à automedicação, pelo que 66,7% dos inquiridos afirmam ter procurado informações prévias e 33,3% afirmam não ter procurado quaisquer informações antes de se automedicarem. Dos estudantes que afirmaram ter procurado informação prévia, 64,4% pertencem ao curso de Farmácia, 60% ao curso de Gestão e 72,7% ao curso de Contabilidade, conforme a tabela abaixo. (Tabela IV)

64 Tabela IV - Relação entre o Curso e a procura prévia de informações acerca da situação clínica e/ou medicamento

Àqueles que afirmaram ter procurado informação, foi ainda questionado o local onde foram procurar essa informação, sendo que 58,3% procurou através do folheto informativo, 26,4% através da Internet, 19,4% através dos familiares e 19,5% em outros locais.

Na pergunta “Compreendeu todas as informações acerca do medicamento e/ou situação clínica?”, 86,1% dos inquiridos afirmou que “Sim” e apenas 13,9% afirmou que “Não”.

No que diz respeito ao cumprimentos de todas as informações recebidas, 76,4% dos inquiridos cumpriram todas as informações; por outro lado, 23,6% não cumpriu.

À pergunta “Quando se automedicou, estava a tomar outros medicamentos?” 91,7% dos inquiridos respondeu “Não”, enquanto que 8,3% respondeu que “Sim”. Em relação aos inquiridos que estavam a tomar outros medicamentos, 5,6% afirma ter verificado se existiam incompatibilidades entre os medicamentos que tomou, e 2,8% afirma não ter verificado.

No que diz respeito aos riscos dos medicamentos, 81,9% dos inquiridos afirma que tem conhecimentos dos possíveis riscos associados aos medicamentos; porém, 18,1% não possui esse conhecimento. Dos 81,9% que possui conhecimento acerca dos

Antes de se automedicar, procurou informações acerca da sua situação clínica e/ou medicamento? Sim Não Total

Curso Farmácia 29 64,4% 16 35,6% 45 100,0% Gestão 3 60,0% 2 40,0% 5 100,0% Contabilidade 16 72,7% 6 27,3% 22 100,0% Total 48 66,7% 24 33,3% 72 100,0%

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possíveis riscos, 91,1% diz respeito ao curso de Farmácia, 60% ao curso de Gestão e 68,2% ao curso de Contabilidade. Já em relação aos 18,1% que afirmam não ter conhecimento, 8,9% diz respeito ao curso de Farmácia, 40% ao curso de Gestão e 31,8% ao curso de Contabilidade, conforme disposto na tabela abaixo. (Tabela V)

Tabela V - Relação entre o Curso e o conhecimento acerca dos riscos da automedicação

Tem conhecimento dos possíveis riscos que o medicamento com que se automedicou poderia causar?

Sim Não Total Curso Farmácia 41 91,1% 4 8,9% 45 100,0% Gestão 3 60,0% 2 40,0% 5 100,0% Contabilidade 15 68,2% 7 31,8% 22 100,0% Total 59 81,9% 13 18,1% 72 100,0%

Por último, questionaram-se os inquiridos acerca do surgimento de algum problema com o medicamento com que se automedicou, pelo que 2,8% dos inquiridos já tiveram problemas associados com medicamentos, e 97,2% afirma nunca ter tido nenhum problema com nenhum medicamento com que se automedicou.

Discussão

De acordo com os dados obtidos, a maioria da população inquirida (98,6%) afirma ter conhecimentos acerca do que é a automedicação, sendo que 100% dos estudantes de Farmácia afirmam ter conhecimentos acerca de automedicação.

Porém, apesar deste conhecimento, é importante que os estudantes utilizem os medicamentos corretamente, direcionando-os para as suas necessidades, selecionando as alternativas terapêuticas, que estejam à venda sem obrigatoriedade de prescrição médica, e utilizando-as nas doses, posologias e tempos de tratamento adequados, alcançando uma maior efetividade e segurança. [3]

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O uso incorreto de medicação pode levar a diversas consequências, tais como, resistência bacteriana, reações de hipersensibilidade, dependência, sangramento digestivo e pode ainda aumentar o risco de determinadas neoplasias.[1]

No que diz respeito ao tempo de automedicação, a maioria da população inquirida automedica-se com pouca frequência, ou raramente, o que mostra que há uma preocupação por parte da população estudantil em relação ao uso do medicamento, não havendo uma procura excessiva por parte desta.

À semelhança de Galato et. al [3] , o problema de saúde mais citado para a prática da automedicação foi a dor, mais especificamente a dor de cabeça em 44,4%, seguido de gripes e constipações, com 40,3%. Por semelhança em relação à lista de situações passíveis de automedicação do INFARMED [6], as situações acima referidas fazem parte da respetiva lista, nomeadamente dentro do Sistema Respiratório, em “Sintomatologia associada a estados gripais e constipações” e ainda dentro do Sistema Nervoso/Psique, em “Cefaleias ligeiras a moderadas”.

Também à semelhança do Galato et. al [3], o medicamento mais utilizado nas práticas de automedicação foi o paracetamol, com 59,7%, seguindo do ibuprofeno, com 54,2%.

Em relação aos motivos para a prática da automedicação, a maioria dos inquiridos (34,7%) afirma ter recorrido à automedicação por se tratar de um problema simples. No entanto, pode estar a haver apenas um mascaramento de um problema de saúde mais grave, daí ser necessário uma vigilância cada vez maior por parte dos profissionais de saúde, com o objetivo de garantir que a medicação dispensada é direcionada para o problema de saúde do doente.

O acesso facilitado aos medicamentos é o principal fator influenciador da automedicação, com 52,8%, seguido de prescrições anteriores e ainda familiares. Segundo Cruz et. al [7], entre 2005 e 2013, verificou-se um crescimento no mercado de medicamentos não sujeitos a receita médica, que pode ser influenciado pela maior acessibilidade dos indivíduos aos medicamentos, devido à existência de novos locais de venda.

No que diz respeito à procura de informação prévia, 66,7% dos inquiridos procuraram informação antes de utilizarem a automedicação, sendo que a maioria, 64,4%, eram estudantes de Farmácia. Também foi questionado o local onde os estudantes iam procurar essa informação, sendo que a maioria, 58,3%, procurou no

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