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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Profissional - Hospital de S. Sebastião em Santa Maria da Feira - Farmácia Lopes Rodrigues em Válega

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Cláudia Sofia Monteiro Marques

9

1PG

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1

ESTÁGIO PROFISSIONAL

CLÁUDIA SOFIA MONTEIRO MARQUES RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DE LICENCIATURA

EM FARMÁCIA – 1º CICLO

JULHO/2017

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

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CURSO FARMÁCIA – 1º CICLO

4º ANO

ESTÁGIO PROFISSIONAL

CLÁUDIA SOFIA MONTEIRO MARQUES SUPERVISORAS: TÉCNICA MARIA JOÃO LOUREIRO DRª. MARIA DE FÁTIMA FERREIRA ORIENTADORA: PROF. SARA FLORES

JULHO | 2017

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANF – Associação Nacional de Farmácias AO – Assistente Operacional

AT – Assistente Técnico BO – Bloco Operatório

CFLH – Câmara de Fluxo Laminar Horizontal CHEDV – Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga CNP – Código Nacional do Produto

DCI – Denominação Comum Internacional EPE – Entidade Pública Empresarial FC – Farmácia Comunitária

FEFO – First Expire, First Out FH – Farmácia Hospitalar

FHNM – Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento FIFO – First In, First Out

GABU – Gabinetes Urgentes

HDL – Lipoproteína de Elevada Densidade HSS – Hospital S. Sebastião

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade

MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica PAM – Posto Avançado de Medicamentos PC – Pequena Cirurgia

PVA – Preço de Venda ao Armazenista PVF – Preço de Venda à Farmácia PVP – Preço de Venda ao Público SA – Sociedade Anónima

SF – Serviços Farmacêuticos

SFH – Serviços Farmacêuticos Hospitalares SNS – Serviço Nacional de Saúde

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TF – Técnico de Farmácia

UCI – Unidade de Cuidados Intermédios

UCIP – Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente UDC – Unidade de Decisão Clínica

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer à equipa dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares do Hospital São Sebastião por demonstrarem sempre os seus conhecimentos da melhor forma possível, bem como pela disponibilidade sempre demonstrada. Um agradecimento à minha orientadora, Técnica Maria João Loureiro pela disponibilidade sempre demonstrada e pelo acompanhamento durante este estágio. A todos os Técnicos, Auxiliares e Administrativas que constituem os Serviços Farmacêuticos pela partilha de conhecimentos, por me acolherem e pela paciência demonstrada em todas as situações. Também quero agradecer às minhas colegas de estágio, por me terem acolhido da melhor forma possível e me terem proporcionado bons momentos. Quero também agradecer à equipa da Farmácia Lopes Rodrigues por demonstrarem sempre

os seus conhecimentos da melhor forma possível, bem como pela disponibilidade sempre demonstrada. Quero ainda agradecer particularmente à Dra. Fátima Ferreira e à

Dra. Carla por toda a paciência, dedicação e atenção prestada. A todos aqueles que tornaram possíveis a realização desta experiência profissional, como todos os docentes da Escola Superior de Saúde da Guarda. E ainda aos meus familiares e amigos que sempre foram um pilar

importantíssimo na realização de todos os meus desafios. O meu sincero obrigada!

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PENSAMENTO

“O esforço dirigido a um objetivo tem sempre por prémio, com a consecução daquilo a que se

aspira, a satisfação que o triunfo proporciona” Thomas Atkinson “A única maneira de fazer um trabalho extraordinário é de amares aquilo que fazes. Se ainda não o encontraste, continua a procurar. Não te acomodes. Tal como com os assuntos do coração, tu saberás quando é que o encontraste.” Steve Jobs “Escolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia da tua vida.”

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Circuito de distribuição do medicamento em sistema de distribuição em dose unitária ... 23

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Organização dos serviços do HSS por piso e camas dos doentes internados... 24 Tabela 2 - Limites de referência da pressão arterial para o diagnóstico da hipertensão arterial ... 51

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 12

CAPÍTULO I ... 14

1. CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR ENTRE DOURO E VOUGA . 15 1.1. HOSPITAL DE SÃO SEBASTIÃO ... 15

1.2. CENTRO HOSPITALAR ENTRE DOURO E VOUGA, E.P.E. (CHEDV, E.P.E.) ... 15

1.3. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES ... 15

2. CIRCUITO DO MEDICAMENTO E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 18

2.1. APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS ... 18

2.2 RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 19

2.3. ARMAZENAMENTO ... 19

2.4. DISTRIBUIÇÃO ... 21

2.4.1. Distribuição Clássica ... 21

2.4.2. Distribuição Individual Diária por Dose Unitária (DIDDU) ... 22

2.4.2.1 Alterações terapêuticas ... 24

2.4.2.2. Revertências ... 25

2.4.3. Distribuição de medicamentos por reposição de stocks nivelados ... 25

2.4.3.1. Máquinas da Urgência – Supply Point® ... 26

2.4.3.2. Posto Avançado de Medicamentos (PAM) ... 27

2.4.4. Hospital de S. João da Madeira ... 27

2.4.5. Hospitais de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis ... 27

2.5. FARMACOTECNIA ... 28

2.5.1. Preparação de formulações não estéreis ... 28

2.5.2. Preparação de formulações estéreis ... 29

2.5.3. Reembalagem ... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 33

CAPÍTULO II ... 34

1. CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA LOPES RODRIGUES ... 35

1.1. LOCALIZAÇÃO ... 35

1.2. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ... 35

1.3. RECURSOS HUMANOS ... 36

1.4. INSTALAÇÕES ... 36

1.4.1. Espaço exterior ... 36

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1.4.3. Zona de receção de encomendas... 36

1.4.4. Zona de armazenamento ... 37

1.4.5. Gabinete de atendimento ao utente ... 37

1.4.6. Instalações sanitárias ... 37

1.4.7. Sistema informático ... 38

2. MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 39

2.1. APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS ... 39

2.2. REALIZAÇÃO DE ENCOMENDAS ... 40

2.3. RECEÇÃO DE ENCOMENDAS ... 40

2.3.1. Devoluções ... 41

2.4. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE ... 42

2.5. ARMAZENAMENTO ... 42

2.6. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 43

2.6.1. Dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica ... 43

2.6.2. Dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica especial ... 46

2.6.3. Dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica ... 47

2.7. CONFERÊNCIA DO RECEITUÁRIO E ARQUIVO DO MESMO ... 48

3. DISPENSA DE OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 49

3.1. DISPENSA DE PRODUTOS DE COSMÉTICA E HIGIENE CORPORAL ... 49

3.2. PRODUTOS DE PUERICULTURA, GRAVIDEZ E PÓS-PARTO ... 49

3.3. MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE USO VETERINÁRIO ... 50

3.4. DISPOSITIVOS MÉDICOS ... 50

4. OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE ... 51

4.1. DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS ... 51

4.1.1. Pressão arterial ... 51 4.1.2. Glicémia ... 52 4.1.3. Colesterol Total ... 53 5. VALORMED ... 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 55 CAPÍTULO III ... 56 Resumo ... 57 Introdução ... 58 Material e Métodos ... 59 Resultados ... 60

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11 Discussão ... 65 Conclusão ... 67 Limitações ao estudo ... 68 Bibliografia ... 68 CONCLUSÃO ... 69

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INTRODUÇÃO

Este relatório foi realizado no âmbito da Unidade Curricular de Estágio Profissional, pela aluna Cláudia Sofia Monteiro Marques, discente do Curso de Farmácia – 1º ciclo, do 4º ano da Escola Superior de Saúde da Guarda, que pertence ao Instituto Politécnico da Guarda – IPG.

O relatório apresentado é parte integrante da avaliação à Unidade Curricular de Estágio Profissional. Este relatório encontra-se dividido em três capítulos distintos, sendo eles o Capítulo I – Estágio em Farmácia Hospitalar, o Capítulo II – Estágio em Farmácia Comunitária e Capítulo III – Projeto de Investigação.

O primeiro capítulo diz respeito ao estágio em Farmácia Hospitalar, que decorreu nos Serviços Farmacêuticos do Hospital de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira. Este teve início no dia 3 de outubro de 2016 e término no dia 19 de janeiro de 2017, num total de 420 horas, supervisionada pela Técnica Maria João Loureiro.

Este estágio foi desenvolvido em contexto hospitalar, onde a discente deve desenvolver os seus conhecimentos no contexto da prática, desenvolver competências, desenvolver todas as competências quer científicas quer técnicas, de modo a que seja possível a realização de atividades inerentes à profissão de Técnico de Farmácia no âmbito hospitalar, bem como aplicar todos os princípios éticos e deontológicos.

A aluna deverá ser capaz de descrever a estrutura física e organizacional dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares, bem como o circuito do medicamento, mostrar autonomia e rigor na execução das tarefas, avaliar e analisar os resultados de forma crítica, executar e avaliar as técnicas e os métodos de acordo com os recursos do Hospital e ainda aplicar os conhecimentos na execução das tarefas e ainda nas normas de higiene, limpeza e desinfeção.

O segundo capítulo diz respeito ao estágio em Farmácia Comunitária, que decorreu na Farmácia Lopes Rodrigues, em Válega – Ovar. Este teve início no dia 6 de março de 2017 e término no dia 9 de junho de 2017, num total de 420 horas, supervisionada pela Drª. Maria de Fátima Ferreira.

Este estágio desenvolvido em Farmácia Comunitária diz respeito a um elemento fundamental na formação do estudante, pois possibilita um contacto direto com o utente, sendo possível a aplicação do seu conhecimento teórico, e permite a aprendizagem de novos casos e conceitos.

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A discente deverá ser capaz de reconhecer a Farmácia como entidade prestadora de cuidados de saúde, caracterizar a estrutura da farmácia em termos de espaço, equipamento e recursos humanos, descrever o circuito do medicamento, matérias-primas e outros produtos de saúde, interpretar as prescrições médicas, identificar os motivos que justificam a devolução de medicamentos, aplicar os conhecimentos teóricos e teórico-práticos sobre situações de execução prática, executar e avaliar as técnicas e métodos de acordo com os recursos disponíveis e aplicar normas de higiene/limpeza e desinfeção.

O terceiro capítulo diz respeito ao Projeto de Investigação. Este projeto é parte integrante do Relatório de Estágio Profissional.

Foi realizado uma pesquisa com o objetivo de comparar as práticas de automedicação em estudantes de Farmácia e em estudantes de Contabilidade e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda, percebendo quais são os medicamentos mais utilizados, em que situações, qual a frequência da recorrência dos estudantes em relação à prática da automedicação, entre outros aspetos.

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CAPÍTULO I

ESTÁGIO EM FARMÁCIA

HOSPITALAR

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1. CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR ENTRE DOURO E VOUGA

1.1. HOSPITAL DE SÃO SEBASTIÃO

A 4 de janeiro de 1999 o Hospital de São Sebastião (HSS) iniciou o seu funcionamento, em seguimento da publicação do Decreto-Lei n.º 151/98 de 5 de junho. Foi criado com base num estatuto jurídico, sendo assim possível um modelo de gestão próprio. O HSS foi a primeira experiência de gestão empresarial no conjunto de Hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois recorreu a métodos, técnicas e instrumentos normalmente utilizados pelo setor privado, com os principais objetivos de aumentar a eficiência e reduzir os custos unitários das prestações de cuidados de saúde.

Em 2002 foi transformado em Sociedade Anónima (SA) de capitais exclusivamente públicos, progredindo para Entidade Pública Empresarial (EPE) em 2005, tal como aconteceu com a generalidade dos hospitais do SNS.

A 1 de fevereiro de 2009, pelo Decreto-Lei n.º 27/2009 de 27 de janeiro, o HSS passou a integrar o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), E.P.E., em conjunto com o Hospital de São João da Madeira e o Hospital São Miguel, em Oliveira de Azeméis. [1]

1.2. CENTRO HOSPITALAR ENTRE DOURO E VOUGA, E.P.E. (CHEDV, E.P.E.)

O CHEDV, E.P.E., em Santa Maria da Feira, é atualmente responsável pela prestação de cuidados de saúde a uma população de cerca de 340.000 habitantes dos concelhos de Santa Maria da Feira, Arouca, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Ovar e Castelo de Paiva. Assim, foi possível uma melhor articulação entre as unidades hospitalares do norte do distrito de Aveiro, bem como uma maior racionalização de recursos humanos e materiais. [1]

1.3. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES

Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares (SFH) dizem respeito a uma estrutura importante nos cuidados de saúde em meio hospitalar. Estes têm como principal objetivo a realização das denominadas “atividades da Farmácia Hospitalar”, ou seja, todas as atividades

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farmacêuticas realizadas em meios hospitalares ou ainda em serviços a eles ligados.

Os SFH asseguram, deste modo, a terapêutica medicamentosa aos doentes internados ou em regime de ambulatório, a qualidade, eficácia e segurança em relação aos medicamentos, integram as equipas de cuidados de saúde e promovem ações de investigação científica e de ensino. [2]

No que diz respeito a medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, os SFH têm diversas áreas funcionais, tais como seleção e aquisição, receção e armazenagem, preparação, controlo, distribuição, informação e farmacovigilância, farmacocinética e farmácia clínica. Nestas áreas trabalham vários profissionais de saúde, como farmacêuticos, técnicos de farmácia, assistentes operacionais e administrativos. [2]

No CHEDV, os SFH estão localizados no piso três. Em conformidade com o Manual de Farmácia Hospitalar, estes localizam-se numa zona de fácil acesso, perto dos sistemas de circulação vertical, como os elevadores. Todas as áreas pertencentes localizam-se no mesmo piso, bem como o sistema de distribuição em ambulatório.

Os SFH pertencentes ao Hospital de S. Sebastião são organizados em diversas áreas distintas, tais como a zona de receção, o armazém central de medicamentos com duas câmaras frigoríficas, sala de inflamáveis, sala de injetáveis de grande volume, sala com fechadura para medicamentos que o exijam, como os estupefacientes, zona da distribuição clássica, zona da distribuição individual diária, distribuição em ambulatório, zona de distribuição por reposição de stocks nivelados, zona de desinfeção e esterilização, laboratório de estéreis e laboratório de não estéreis, laboratório de reembalagem, laboratório de citostáticos com kit de emergência de produtos tóxicos, sala de armazenamento de citotóxicos, escritórios, sala de reuniões, sala de pessoal, casas de banho e vestiários. Todas estas áreas dispõem de espaço e equipamentos adequados para a realização das diversas tarefas, bem como é assegurada a iluminação necessária e controlo de temperatura e humidade (temperatura inferior a 25ºC e humidade inferior a 60%) de forma contínua para um correto armazenamento de medicamentos.

No que diz respeito ao horário de funcionamento, os SFH funcionam entre as 9h e as 24h, sendo que no período das 9h até às 17h estão ao serviço oito Técnicos de Farmácia (TF), oito Farmacêuticos, cinco Assistentes Operacionais (AO) e três Assistentes Técnicos (AT). Por outro lado, entre as 17h e as 24h estão apenas ao serviço um Técnico de Farmácia, um Farmacêutico e um Assistente Operacional, sendo que este último apenas está de serviço até às 20h. Durante o período em que os Serviços Farmacêuticos (SF) se encontram encerrados, os serviços do hospital recorrem ao seu próprio stock ou ainda ao stock centralizado do serviço de urgência. No entanto, se for necessário um medicamento que apenas exista nas instalações dos SF, é chamado pontualmente o farmacêutico que estiver de prevenção.

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Relativamente aos recursos humanos, estes são a base dos SFH, pelo que a dotação destes em meios humanos adequados, quer em número, quer em qualidade, assume bastante importância no contexto da reorganização da Farmácia Hospitalar (FH). [2]

Os recursos humanos do HSS são constituídos por nove Farmacêuticos, nove Técnicos de Farmácia, cinco Assistentes Operacionais e três Assistentes Administrativas. Todos estes profissionais têm diferentes funções no circuito do medicamento, desde a receção do medicamento, manipulação, acondicionamento, reembalagem e distribuição, mas todos eles têm como objetivo principal contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos doentes, assegurando assim a terapêutica de forma correta. Os técnicos de farmácia do HSS trocam de funções de três em três meses, sendo necessário que sejam qualificados para trabalhar nas diversas áreas da Farmácia Hospitalar.

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2. CIRCUITO DO MEDICAMENTO E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

Os SFH garantem o uso e dispensa corretos do medicamento aos utentes do Hospital. Esta gestão do medicamento assenta em diversas áreas e procedimentos, tais como a seleção e aquisição dos medicamentos, a receção dos mesmos, o seu armazenamento, a distribuição, a farmacotecnia e farmacovigilância.

2.1. APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

O principal objetivo da gestão, aprovisionamento e logística integrada nos SF é a satisfação das necessidades terapêuticas dos doentes, com a melhor utilização dos recursos disponíveis.

A seleção dos medicamentos é da responsabilidade do Farmacêutico responsável pelos SFH e esta é baseada no Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento (FHNM) e/ou na Adenda de Medicamentos do Hospital. Esta Adenda é elaborada por cada hospital com base nos medicamentos mais prescritos e que não façam parte do FHNM.

Esporadicamente, surgem medicamentos designados de extra formulário, ou seja, medicamentos que não pertencem ao FHNM nem à Adenda. No caso destes medicamentos, o médico deverá justificar a sua escolha, explicitar a duração da terapêutica e a quantidade estimada para o tratamento.

Sempre que se deteta que um determinado medicamento está perto ou mesmo em rutura de stock, são anotadas numa pasta própria as suas informações, como Denominação Comum Internacional (DCI), dosagem e forma farmacêutica, para que no final do dia sejam recolhidas essas informações para se poder efetuar uma nova encomenda.

Este método de gestão de stocks realizado no HSS diz respeito ao método de ponto de encomenda. Na determinação da quantidade a encomendar deve ter-se em atenção as quantidades necessárias para assegurar o consumo habitual do hospital, bem como para assegurar o chamado stock de segurança, ou seja, a quantidade que deverá ser mantida para que cada artigo assegure um serviço satisfatório.

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2.2 RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS

Depois de devidamente requisitados pelo responsável de serviço, os medicamentos e produtos farmacêuticos são rececionados numa zona em que, em concordância com o Manual da Farmácia Hospitalar, tem acesso direto ao exterior e ainda fácil acesso ao armazém de medicamentos.

Durante a receção, os produtos farmacêuticos, acompanhados pela respetiva guia de remessa/fatura, são conferidos por um TF. Esta conferência é baseada numa análise qualitativa e quantitativa, ou seja, são analisadas informações como o estado de conservação das embalagens, a designação do produto/medicamento, a forma farmacêutica, a dosagem, a quantidade, o lote e o prazo de validade, averiguando-se assim se todos os parâmetros estão em conformidade com a guia de remessa/fatura e respetiva nota de encomenda.

Se tudo estiver conforme, o TF responsável por esta função assina a guia de remessa e assinala a respetiva data. Os produtos termolábeis são os primeiros a serem conferidos e armazenados.

Em seguida, estes documentos (nota de encomenda e fatura/guia de remessa) são anexados e os produtos são preparados e transportados para o armazém, com o auxílio de uma AO. A assistente administrativa é a responsável por inserir a entrada da quantidade rececionada no sistema informático de Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia ® (GHAF®), com o registo dos prazos de validade e dos lotes.

O pagamento está a cargo dos serviços financeiros.

2.3. ARMAZENAMENTO

O armazenamento de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos deverá assegurar as condições necessárias de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança destes. [2]

No HSS, o armazém está dividido em diversas áreas, tais como:

 Duas câmaras frigoríficas para medicamentos termolábeis: uma câmara destinada a citotóxicos e outra para os restantes produtos farmacêuticos termolábeis.

 Sala fechada de estupefacientes, psicotrópicos, benzodiazepinas e hemoderivados: a esta sala só têm acesso os farmacêuticos que possuem as suas chaves os técnicos de

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farmácia apenas podem ir com a devida justificação e supervisão do farmacêutico responsável.

 Sala de produtos inflamáveis: está afastado do armazém central. Esta sala possui uma temperatura inferior à do armazém central, contém grelhas numa das paredes para garantir a ventilação direta do exterior, o piso é rebaixado e tem um ralo para esgoto, minimizando assim os riscos eminentes em caso de derrame. Perto desta sala, existe um chuveiro e um lava-olhos de emergência e extintores próprios para estas soluções.  Sala de soluções injetáveis de grande volume: esta sala encontra-se fora dos SFH, mas

junto ao aprovisionamento, com acesso ao exterior. Quando são necessários estes produtos, a assistente operacional é a responsável pela sua distribuição pelos serviços do HSS.

 Armazém central: este está organizado em corredores de armários com várias prateleiras onde são acondicionados os medicamentos nas embalagens de origem e sempre por ordem alfabética de DCI, dosagem e forma farmacêutica. Estes armários estão ainda separados em diferentes corredores, tais como o corredor dos antiparasitários, antivirais, antifúngicos, antibacterianos e antituberculosos, o corredor das soluções injetáveis, o corredor dos comprimidos, cápsulas, boiões de carvão ativado e suplementos orais completos. Noutros corredores podemos ainda encontrar material de penso, suspensões orais, produtos oftálmicos e de otorrinolaringologia, soluções para nebulização, fórmulas de nutrição infantis e tiras de avaliação de glicémia no sangue e urina. Ainda neste armazém, encontra-se um armário de gavetas com pomadas, cremes e geles, e noutro armário soluções de lavagem, desinfeção e soluções antisséticas como soluções alcoólicas, sabões, iodopovidona, cloro-hexidina, hipoclorito de sódio, entre outros.

Como forma de facilitar os processos de distribuição em dose unitária ou reposição de níveis, muitos medicamentos encontram-se armazenados em gavetas nas respetivas salas de distribuição. Essas gavetas encontram-se também organizadas por ordem alfabética de DCI, dosagem e forma farmacêutica, sendo que a DCI das soluções injetáveis encontra-se escrita num cartão rosa, a das formas orais (comprimidos e cápsulas) num azul e ainda os antimicrobianos num verde.

Na sala da dose unitária, para além de gavetas iguais às descritas, encontramos ainda gavetas com o abecedário de A a Z, onde estão medicamentos que não constam no FHNM. Por baixo destas gavetas, estão ainda alguns produtos que não têm lugar nos armários do armazém central, seguindo o mesmo tipo de organização.

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O prazo de validade deverá ser ainda um outro parâmetro importante a ter em conta em relação a qualquer produto farmacêutico. No HSS, o armazenamento é feito com base no método FIFO “First In, First Out”, ou seja, os primeiros medicamentos a serem adquiridos são os primeiros a serem gastos. Simultaneamente, é aplicado o método FEFO “First Expire,

First Out”, ou seja, os produtos com prazo de validade menor encontram-se à frente, com o

objetivo de serem primeiramente gastos.

2.4. DISTRIBUIÇÃO

A distribuição diz respeito a uma das mais importantes etapas do circuito do medicamento a nível hospitalar. Esta tem como principais objetivos garantir o cumprimento da prescrição, racionalizar a distribuição dos medicamentos, garantir a administração correta, diminuir os erros associados à medicação, monitorizar a terapêutica, reduzir o tempo da enfermagem durante a administração dos medicamentos e ainda racionalizar os custos relacionados com as terapêuticas.

Existem diferentes tipos de distribuição, tais como:

 Distribuição a doentes em regime de internamento:

o Sistema de Distribuição em Dose Unitária e/ou Individual o Sistema de Reposição de Stocks Nivelados

o Sistema de Distribuição Clássica ou Tradicional  Distribuição a doentes em regime de ambulatório

 Dispensa de medicamentos sujeitos a legislação restritiva, como: o Estupefacientes, psicotrópicos e hemoderivados [2]

2.4.1. Distribuição Clássica

Este tipo de distribuição é caracterizado pelo facto dos medicamentos serem distribuídos por Unidade de Internamento e/ou Serviço, a partir de uma solicitação da Enfermagem. Neste sistema de distribuição cada serviço (uma ou duas vezes por semana) analisa os seus stocks próprios e efetua um pedido. Estes pedidos podem ser efetuados através do sistema informático (GHAF®) ou através de um “pede-envia”, que são requisições mais utilizadas em casos de urgência.

No HSS, este tipo de distribuição é utilizado para diversos serviços, como UCI (Unidade de Cuidados Intermédios), UCIP (Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente) e BO (Bloco Operatório).

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No caso de serem pedidos informáticos, o TF imprime os pedidos com um duplicado que serão enviados em conjunto com os sacos ou contentores. Nestes pedidos, os soros são sublinhados, para alertar as AO de que há presença de medicamentos de grande volume.

O TF responsável por cada serviço prepara os medicamentos, e coloca-os em contentores ou sacos, dependendo da quantidade de medicamentos do pedido.

No caso dos medicamentos termolábeis, estes são acondicionados em sacos devidamente identificados com a etiqueta “Conservar em frigorífico (2º a 8ºC)” bem como o serviço requisitante, e também é colocada uma etiqueta igual na parte exterior do contentor, alertando também as AO.

No caso de serem pedidos urgentes, os serviços encaminham auxiliares ou enfermeiros à Farmácia, com uma requisição em duplicado, levando de imediato o(s) produto(s) pretendido(s). No ato da entrega, o requisitante assina a requisição, sendo-lhe entregue o duplicado e o original fica para os SF.

Posteriormente, o TF dá a saída dos produtos informaticamente.

Também é através desta distribuição que são fornecidos os kits (para ambulatório e para outros hospitais). A dispensa dos kits é realizada consoante prescrições médicas, sendo que os mais comuns são: Clonixina 300mg; Diclofenac 50mg; Ibuprofeno 200mg; Ibuprofeno 400mg; Metamizol 575mg; Metoclopramida 10mg; Paracetamol 500mg; Tramadol 50mg.

2.4.2. Distribuição Individual Diária por Dose Unitária (DIDDU)

Segundo o Manual de Farmácia Hospitalar, este tipo de distribuição faz com que haja uma maior segurança no circuito do medicamento, os riscos de interações diminuem, os enfermeiros podem dedicar mais tempo aos cuidados dos doentes em vez dos aspetos de gestão relacionados com os medicamentos, é mais fácil atribuir corretamente os custos e há uma maior redução dos desperdícios.

Esta é realizada para um período de 24 horas, para cada doente, de forma individualizada. Como os SFH do HSS não estão em atividade de forma contínua aos fins de semana e feriados, é necessário realizar a distribuição de medicamentos para 48 ou 72 horas, seguindo sempre a prescrição médica após a sua validação por farmacêuticos.

Este tipo de distribuição assenta num ciclo (Figura 1), onde o primeiro passo é quando a prescrição online é elaborada pelo médico e apresenta informações tais como a identificação do utente, a medicação (onde consta a designação do medicamento por DCI, a dose, a forma farmacêutica e a via de administração), a data da prescrição e a identificação do médico

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prescritor. Em seguida, esta prescrição é validada por um farmacêutico e é criado um mapa de distribuição que será enviado para o Kardex®.

Figura 1 - Circuito de distribuição do medicamento em sistema de distribuição em dose unitária

Fonte: Retirada de Manual de Farmácia Hospitalar

Sempre que possível, a distribuição deverá ser auxiliada por equipamentos semiautomáticos, como o Kardex®, uma vez que este reduz os erros, reduz o tempo necessário para a realização deste processo e melhora a qualidade do trabalho.

O HSS dispõe de um Kardex® vertical, que é um sistema semiautomático de dispensa de medicamentos, usado em dose unitária. A distribuição com o auxílio do Kardex® não é uma distribuição por doente, mas sim por medicamento. Este contém a grande maioria da medicação utilizada em meio hospitalar, à exceção dos medicamentos de grande volume. Os medicamentos são armazenados dentro do Kardex® em prateleiras, tendo cada medicamento uma gaveta própria.

Este sistema está ligado a um computador cujo ecrã apresenta a informação acerca do nome do utente, do número da cama, do serviço em que se encontra internado, a identificação do medicamento, a dosagem e a posologia, bem como a quantidade a retirar de cada gaveta correspondente. As gavetas são sinalizadas através de uma luz vermelha, situada em frente à mesma. Depois de o retirar, valida-se, clicando num dos três botões existentes no Kardex®.

Quando aparece um símbolo azul por baixo do nome do medicamento significa que existem vários utentes com aquela medicação prescrita, e isso faz com que o mesmo medicamento seja retirado várias vezes, para utentes diferentes.

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Antes de se efetuar a preparação da medicação, são impressas etiquetas que apresentam o nome completo e o número do processo com código de barras do utente, o número da cama, do episódio e o serviço em que se encontra internado. A cada gaveta corresponde apenas um utente, e cada serviço contém uma mala onde são colocadas as gavetas próprias de cada utente ordenadas numericamente consoante a cama.

O interior das gavetas não estão organizadas por horas de administração, apenas são colocados os medicamentos de forma aleatória e nas enfermarias são retirados conforme as tomas.

Tabela 1 - Organização dos serviços do HSS por piso e camas dos doentes internados

Pisos Nº das camas Serviços

4º Piso 401 – 435 Pediatria 5º Piso 501 – 526 Medicina Ala A 527 – 551 Medicina Ala B 552 – 576 Medicina Ala C 6º Piso 601 – 626 Obstetrícia 627 – 652 Ginecologia 7º Piso 701 – 726 Ortopedia Ala A

727 – 752 Ortopedia Ala B 8º Piso 801 – 826 Cirurgia Ala A (Mulheres)

827 – 852 Cirurgia Ala B (Homens)

9º Piso 901 – 910 Ala A – Cirurgia geral e quartos particulares 911 - … Ala B – Oftalmologia, Otorrino e Urologia Fonte: SFH do HSS

2.4.2.1 Alterações terapêuticas

As diferenças dizem respeito a alterações de prescrição de alguns doentes que podem ocorrer durante o dia. Essas alterações têm que ser validadas pelo farmacêutico e é gerado assim o mapa de diferenças. No caso das malas de cada serviço ainda estarem nos SFH, os medicamentos são colocados ou retirados, consoante a prescrição, de cada gaveta correspondente. No caso das malas já estarem nos serviços de enfermagem, os medicamentos prescritos são colocados em sacos de plástico individualizados por doente, com a respetiva etiqueta de identificação.

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2.4.2.2. Revertências

No processo das revertências, os técnicos são responsáveis por analisarem cada gaveta de cada serviço, de modo a recolher a medicação que não foi administrada. Esses medicamentos podem não ter sido administrados por diversos motivos, tais como possíveis altas, suspensão ou alteração à prescrição, óbitos ou ainda transferência de serviço.

Este processo é necessário uma vez que, aquando da distribuição, assume-se que o medicamento é administrado e, assim, é dada automaticamente baixa dessas mesmas quantidades no stock da farmácia.

Estas revertências são efetuadas em papel com as prescrições de cada utente e posteriormente no GHAF®, ou então diretamente nele. Desta maneira faz-se o registo de devoluções de medicação não administrada, podendo haver um controlo de administração, gestão de medicamentos e ainda redução de custos.

2.4.3. Distribuição de medicamentos por reposição de stocks nivelados

Neste sistema de distribuição ocorre a reposição de stocks nivelados de medicamentos previamente definidos pelos farmacêuticos, enfermeiros e médicos dos respetivos serviços clínicos. Esta reposição é elaborada de acordo com a periodicidade previamente definida. [2]

Os medicamentos são dispensados em equipamentos a que designamos de módulos gerais, que existem em duplicado – um encontra-se no respetivo serviço e outro encontra-se nos SFH para ser reposto o seu stock. Estes módulos estão identificados com o nome do serviço a que pertencem e são constituídos por gavetas com medicamentos. Estas gavetas contêm divisórias para os medicamentos que contêm e estão identificadas na parte de fora com a informação do medicamento, como DCI, dosagem, forma farmacêutica e quantidade.

Este sistema de distribuição fornece medicamentos para os serviços internos do HSS, mas também para o Posto da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), Carro da Urgência e o PAM (Posto Avançado de Medicamentos). Também é realizado este tipo de distribuição para os hospitais que pertencem ao CHEDV, como o Hospital de S. João da Madeira que acopla o Hospital de Dia de Psiquiatria, Hospital de Dia de Anestesia – Dor e Urgência.

Os enfermeiros recorrem ao módulo de cada serviço para retirar os medicamentos necessários e procedem à sua administração ao utente. Os módulos fornecem serviços como Pediatria, Medicina Ala A, B e C, Obstetrícia, Ortopedia, Cirurgia Geral, Oftalmologia/ORL/Urologia e ainda Quartos Particulares/Cirurgia de Ambulatório. Na farmácia, o TF procede a uma avaliação qualitativa e quantitativa de cada medicamento em cada módulo e em seguida procede à reposição das quantidades em falta, assegurando assim

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um nível constante de stock – stock nivelado. Aquando da reposição, são anotadas em

dossiers próprios de cada módulo as quantidades dispensadas de cada medicamento para que,

no sistema informático GHAF®, se possam dar saída dos medicamentos, atualizando os

stocks próprios. No final de toda a reposição, os dossiers são colocados em cima de cada

módulo correspondente ou coloca-se um papel com a designação “Módulo Pronto”, indicando às assistentes operacionais que os módulos já se encontram prontos para serem transportados para o respetivo serviço clínico.

2.4.3.1. Máquinas da Urgência – Supply Point®

Este sistema de medicação automatizado permite uma gestão dos medicamentos, bem como assegura uma maior segurança e eficiência, auxiliando assim a dispensa da medicação.

Estas máquinas funcionam como armazém avançado dos SFH, e possuem um stock máximo por cada medicamento, sendo assim possível realizar uma reposição periódica e adaptada a cada serviço que possui este sistema. O enfermeiro retira os medicamentos individualmente por doente.

Estes equipamentos são constituídos por um ou mais módulos de armazenamento de medicamentos, possuindo um ecrã tátil onde é possível, após introduzir o código de identificação de acesso e identificação biométrica, selecionar o doente, o medicamento prescrito e ainda a quantidade a administrar. De seguida, a gaveta correspondente ao medicamento abre-se automaticamente, diminuindo desta maneira os erros de administração e dispensa.

No que diz respeito à Urgência do HSS, estão disponíveis três módulos unitários e um módulo duplo, estando eles respetivamente na Pequena Cirurgia (PC), Sala de Observação e Diagnóstico (SOD), Gabinetes Urgentes (GABU) e Unidade de Decisão Clínica (UDC). A reposição destes equipamentos efetua-se às segundas, quartas e sextas-feiras por um ou dois TF.

Primeiramente é impressa uma lista de medicamentos em falta, com informações acerca do stock atual das máquinas, o stock máximo e ainda a quantidade a repôr em cada equipamento e prepara-se em sacos identificados. De seguida, o(s) técnico(s) dirige-se aos equipamentos, introduz o seu código pessoal e identificação biométrica, escolhe a opção de reabastecimento e o ecrã apresenta a descrição de todos os medicamentos que necessitam de ser repostos e as respetivas quantidades a repor. É selecionado o medicamento a reabastecer e a respetiva quantidade, e a máquina indica a gaveta que possui esse determinado medicamento com uma luz própria.

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2.4.3.2. Posto Avançado de Medicamentos (PAM)

O PAM é constituído por um carro e dois módulos, com diversas gavetas, sendo que os módulos estão reservados aos medicamentos anti-infeciosos. Este Posto Avançado encontra-se no serviço de Medicina ala B, no 5º piso, podendo ser utilizado por todos os serviços clínicos do hospital entre as 24 e as 9h, pois podem dar entrada novos doentes no hospital e os módulos gerais podem não ter disponíveis os medicamentos necessários.

A reposição é consoante as quantidades que são gastas por doente, ou seja, sempre que o enfermeiro retira medicamentos deste Posto, preenche uns impressos próprios – Especialidades Médicas – com informações como a identificação do doente e dos medicamentos administrados. Estes impressos acompanham o PAM até aos SFH, onde são dadas as saídas dos medicamentos informaticamente, após a sua reposição.

Alguma medicação, para poder ser dispensada, requer uma justificação. Esta justificação é mais comum no caso da dispensa de anti-infeciosos, sendo que possui as iniciais “Justif.” nos impressos. O TF recorre então ao GHAF® e consulta o processo do doente, averiguando se este possui o determinado medicamento na sua prescrição. Se sim, a medicação é colocada na parte exterior do PAM.

2.4.4. Hospital de S. João da Madeira

O Hospital de S. João da Madeira é parte integrante do CHEDV, sendo que o HSS é responsável pela entrega de medicamentos. A medicação é entregue por reposição de stocks nivelados para o Hospital de Dia de Psiquiatria, Hospital de Dia de Anestesia – Dor e Urgência e ainda por distribuição clássica. Os módulos pertencentes aos acima referidos têm dias próprios para a sua distribuição, sendo eles:

 Hospital de Dia de Psiquiatria – troca à segunda e quinta-feira;  Hospital de dia de Anestesia – Dor – troca à quarta-feira;  Urgência – Troca à sexta-feira.

2.4.5. Hospitais de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis

A dispensa de medicamentos para estes hospitais fica a cargo do HSS, sendo que esta se realiza por meio da distribuição clássica. Sempre que é necessária medicação, o hospital realiza uma requisição através do GHAF®. Os medicamentos são então enviados em contentores e nas embalagens originais vindas dos laboratórios sem precisar de medicamento reembalados, uma vez que o hospital possui Farmácia com equipamento de reembalagem.

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Aquando da recolha dos medicamentos do armazém para o contentor, o TF responsável anota os lotes e prazo de validade para se fazer transferência de stock nas respetivas quantidades para o respetivo hospital.

2.5. FARMACOTECNIA

Atualmente, as preparações elaboradas destinam-se a doentes individuais e específicos, como fórmulas pediátricas, reembalagem de doses unitárias sólidas, preparações asséticas (soluções e diluições de desinfetantes) e preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas. [2]

A farmacotecnia é responsável pela manipulação de preparações farmacêuticas necessárias, disponibilizando medicamentos e soluções que a indústria não disponibiliza.

2.5.1. Preparação de formulações não estéreis

A preparação de formulações não estéreis inicia-se pela validação da prescrição por um farmacêutico, sendo posteriormente disponibilizada ao TF responsável. O TF preenche a Ficha Técnica de Preparação, com informações como a forma farmacêutica, o número do lote, a data da preparação, a quantidade a preparar; relativamente à substância ativa, o seu número de lote, o prazo de validade, laboratório de origem, dosagem requisitada, quantidade pesada e rubrica do operador e supervisor. Esta ficha possui ainda outras informações, como o material a usar, o prazo de validade da formulação e ainda todos os passos do procedimento onde deve fazer parte a rubrica do manipulador em cada um deles e ainda no final da ficha. São ainda preparados os rótulos para as formulações.

Apesar de serem formulações não estéreis, há cuidados especiais que têm que ser cumpridos, minimizando os erros e a contaminação microbiológica, pelo que o técnico manipulador limpa a bancada de trabalho com álcool a 70º e prepara o material apresentado na Ficha e também o equipamento de proteção individual descartável. O técnico equipa-se com touca, máscara, avental e luvas. O procedimento deve ser de acordo com aquele que se encontra na Ficha e as preparações são acondicionadas em recipientes adequados e rotulados. Neste rótulo está indicada a substância ativa, os excipientes e a respetiva concentração, a forma farmacêutica, a quantidade preparada, o prazo de validade, o lote, a instituição onde foi efetuada e os cuidados especiais, como por exemplo, “Uso Externo” ou ainda “Corrosivo”. Depois de pronta a formulação, é dada entrada no stock no GHAF®, saída das matérias-primas utilizadas e entrega no serviço requisitante ou ao doente em específico.

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Neste estágio, foi observada a manipulação de diversas preparações, como por exemplo, uma solução oral de furosemida 20mg/2mL, suspensão oral de espironolactona 2,5mg/mL, suspensão oral de sulfadiazina 200mg/mL e ainda álcool a 50º a partir de álcool a 70º. Foi ainda possível efetuar a preparação de papéis medicamentosos de espessante alimentar.

2.5.2. Preparação de formulações estéreis

Estas formulações são realizadas num laboratório estéril, sendo na sua maioria bolsas de nutrição parenteral para neonatais, sendo preparadas por um técnico de farmácia, um farmacêutico e ainda pelo auxílio de uma assistente operacional.

O laboratório apresenta três zonas distintas, sendo elas designadas por zona suja, zona cinzenta e zona branca ou limpa, com o objetivo de assegurar a qualidade, esterilidade e segurança na preparação.

A Câmara de Fluxo Laminar Horizontal (CFLH) é ligada trinta minutos antes da preparação, e o TF ou farmacêutico prepara o material e componentes necessários.

O primeiro passo é vestir as calças, camisola, touca e máscara, na zona suja, e procede-se à lavagem assética das mãos até aos cotovelos com sabão. De seguida coloca-se uma solução alcoólica nas mãos, garantindo desta forma que não existe qualquer tipo de contaminante. No centro da sala existe um banco, que divide a zona suja da zona cinzenta, e é usado para os manipuladores se sentarem para se direcionarem para a zona cinzenta, não tocando com os pés em nenhuma superfície, e posteriormente se calçarem. Já na zona cinzenta, o manipulador veste um avental esterilizado descartável e passa para a sala da zona branca, onde está a CFLH. Esta sala possui uma bancada com uma solução alcoólica, que o manipulador deverá colocar pela segunda vez, e ainda as luvas esterilizadas para serem calçadas. De seguida, faz-se a limpeza da CFLH de dentro para fora e de cima para baixo, interiormente e exteriormente, com gazes impregnadas com álcool a 70º. Calçam-se umas novas luvas esterilizadas e na bancada coloca-se o material necessário para a preparação da bolsa de nutrição parentérica, através dos transfers, dando-se início à manipulação estéril. A assistente operacional pulveriza todo o material antes de entrar nos transfers com álcool a 70º. Com o objetivo de não ocorrerem erros e poder haver um maior rigor na preparação, todos os processos são relatados em voz alta – verificação cruzada. Como as principais preparações estéreis efetuadas no HSS são bolsas de nutrição parentérica para neonatais, é necessário um grande rigor nos volumes medidos, pelo que na CFLH está disponível um sistema automático de enchimento de bolsas.

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De acordo com as normas inscritas no Manual de Farmácia Hospitalar, o circuito da nutrição parentérica inicia-se com a prescrição médica, que é validada pelo farmacêutico que, posteriormente, realiza os cálculos necessários, elabora a ficha de preparação e rótulo. A ficha de preparação encontra-se no vidro da CFLH durante toda a preparação e apresenta informações como a identificação da preparação e informações relativas ao doente, os componentes a utilizar e respetivos volumes, sequência de adição dos macro e micronutrientes, entre outras. Toda essa sequência deve ser cumprida para se evitar problemas de instabilidade como a formação de precipitados.

No final da preparação, é retirado todo o ar excedente da bolsa e ainda as bolhas que poderão existir, homogeneiza-se e verifica-se se o aspeto adquirido é o desejado. Fecha-se de forma correta o sistema da bolsa de nutrição parentérica e coloca-se num tabuleiro juntamente com a ficha de preparação e o rótulo para se poder dar entrada no sistema informático e então ser enviada para o serviço de neonatologia.

2.5.3. Reembalagem

Na grande maioria das vezes, os medicamentos adquiridos na farmácia hospitalar não se encontram prontos para todas as etapas do circuito do medicamento, como o armazenamento, distribuição e administração. Isso acontece quando, por exemplo, um blister de vinte unidades de comprimidos apenas tem as informações necessárias (como o prazo de validade, a DCI, a dosagem e o lote) no topo ou quando nem apresenta essas mesmas informações, ou seja, quando os comprimidos são recortados em doses individuais, é necessário que sejam reembalados, com o objetivo de apresentarem essas mesmas informações. A reembalagem é ainda fundamental quando a dosagem disponível não é a adequada para a administração aos utentes. Neste caso, o comprimido deverá ser fraccionado (normalmente em metades ou quartos) e deverá ser reembalado com a nova dosagem, o prazo de validade, a DCI e o lote.

Os principais objetivos da Reembalagem são permitir aos Serviços Farmacêuticos disporem do medicamento na dose prescrita, de forma individualizada, permitindo desta forma reduzir o tempo dedicado à administração de medicamentos, reduzir os riscos de contaminação do medicamento, reduzir os erros de administração, garantir a identificação do medicamento reembalado, proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais e ainda assegurar que o medicamento pode ser utilizado de forma segura, rápida e cómoda. (2)

Nos SFH do HSS há uma sala destinada à reembalagem, com duas máquinas para reembalagem de medicamentos. O rótulo apresenta informações obrigatórias, como DCI,

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dosagem, prazo de validade e lote de fabrico, e ainda apresenta o lote de reembalagem interno.

O TF regista numa pasta própria os medicamentos em falta e ainda os medicamentos que estão em armazém mas necessitam de ser reembalados. De seguida, a assistente operacional coloca os medicamentos na sala de reembalagem e o farmacêutico confirma os lotes, prazos de validade, dosagens e princípio ativo do medicamento a reembalar e faz o preenchimento da folha de registo de reembalagem, com informações como:

 Substância ativa;  Nome comercial;  Laboratório;  Forma farmacêutica;  Dosagem;  Lote de origem;  Prazo de validade;  Lote interno;

 Prazo de validade após reembalagem  Dosagem para reembalagem;

 Quantidade usada;  Quantidade reembalada;  Perdas;  Assinatura;  Número mecanográfico;  Data.

A AO prepara então o blister, cortando em doses individuais e, quando necessário, fraciona os comprimidos para as dosagens necessárias e procede à reembalagem nas máquinas. Para os medicamentos estarem prontos para a distribuição necessitam de uma confirmação, por parte de um farmacêutico, dos parâmetros anteriores.

No caso dos medicamentos que são fracionados, é necessária uma desinfeção prévia e posterior da máquina e o AO deve encontrar-se devidamente equipado para o manuseamento dos medicamentos em segurança. Nestes medicamentos, o prazo de validade é de apenas seis meses – posteriores à reembalagem –, uma vez que o medicamento foi exposto ao ar.

Os medicamentos para tratamentos oncológicos não são reembalados, sendo que não devem estar expostos ao ar, pelo risco de ocorrer degradação dos seus constituintes, e porque

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acarreta riscos para o assistente. No caso dos medicamentos para dispensa em regime de ambulatório os medicamentos não são reembalados porque são dispensados em embalagens completas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CHEDV . (2012) Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.:

http://www.hospitalfeira.min-saude.pt/

2.

Hospitalar, C. E. (Março de 2005). Manual da Farmácia Hospitalar. http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PUBLICACOES/TEMATICOS/

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CAPÍTULO II

ESTÁGIO EM FARMÁCIA

COMUNITÁRIA

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1. CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA LOPES RODRIGUES

Em Portugal ocorreram recentemente diversas alterações no que diz respeito ao enquadramento legislativo da Farmácia Comunitária (FC). Porém, esta continua a ser vista pela população como um estabelecimento de saúde e de interesse público, que assegura a continuidade dos cuidados prestados aos doentes.

O principal objetivo da FC está definido como a cedência de medicamentos, sempre em condições que tentem minimizar os riscos associados ao uso do medicamento e ainda que permitam a avaliação dos resultados clínicos dos medicamentos, podendo assim ser reduzida a morbi-mortalidade associada a eles.

Atualmente, os Cuidados Farmacêuticos dizem respeito à cedência, indicação, revisão da terapêutica, educação para a saúde, farmacovigilância, seguimento farmacoterapêutico e uso racional do medicamento. [1]

1.1.LOCALIZAÇÃO

A Farmácia Lopes Rodrigues localiza-se em Válega – Ovar, distrito de Aveiro, mais concretamente na Rua Prof. Domingues Matos, n.º 191. A farmácia encontra-se situada numa zona predominantemente residencial, sendo bastante procurada pela população residente.

1.2.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

O Decreto-Lei n.º 172 de 1 de agosto de 2012 regula o horário de funcionamento das farmácias comunitárias, sendo constituído pelos períodos de funcionamento e ainda os turnos. De acordo com este, o proprietário da farmácia é o responsável por garantir o cumprimento do horário, num mínimo de 55 horas semanais e máximo previsto para os outros estabelecimentos de venda ao público e prestação de serviços. O horário deverá ser afixado de forma visível para todos os utentes. [2]

No que diz respeito à Farmácia Lopes Rodrigues, o horário diário é das 9h às 20h, sem encerrar na hora de almoço. No que diz respeito aos fins-de-semana, esta encontra-se aberta quinzenalmente.

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1.3.RECURSOS HUMANOS

De acordo com o Decreto-Lei n.º 307/2007 de 31 de agosto, as farmácias deverão conter, pelo menos, um diretor técnico e um farmacêutico, sendo que estes poderão ser auxiliados por técnicos de farmácia, bem como por pessoal devidamente habilitado. [3]

Relativamente à Farmácia Lopes Rodrigues, esta é constituída por duas farmacêuticas, sendo uma delas a diretora técnica, duas técnicas de farmácia e ainda uma funcionária da limpeza. Os profissionais encontram-se devidamente identificados com um cartão com informações como o nome e o título profissional.

1.4.INSTALAÇÕES

1.4.1. Espaço exterior

No que diz respeito ao espaço exterior, a Farmácia Lopes Rodrigues possui uma cruz luminosa bastante visível colocada perpendicularmente na fachada, que se encontra iluminada nos dias em que a farmácia se encontra de serviço e o horário de funcionamento encontra-se afixado na porta principal, consoante os dias de serviço. A farmácia possui ainda montras com cartazes e autocolantes publicitários, sendo que estas vão sendo alteradas.

1.4.2. Zona de atendimento ao público

No que diz respeito ao espaço interior, a farmácia dispõe de uma área de atendimento ao público, com três pontos de atendimento, cada um constituído por um computador com teclado e leitor ótico, impressora fiscal e caixa registadora, possuindo também um contentor da Valormed, para os utentes deixarem a medicação fora do prazo. A farmácia tem ainda um gabinete de atendimento ao utente, onde se avaliam os parâmetros bioquímicos. Para além dos pontos de atendimento, existem lineares e gôndolas no espaço reservado ao atendimento ao utente, onde estão expostos vários produtos de saúde, como produtos de dermocosmética, nutrição, higiene oral, puericultura, entre outros e ainda uma balança de peso corporal.

1.4.3. Zona de receção de encomendas

A zona de receção de encomendas é constituída por um computador, com um sistema de leitura ótica, um fax, uma impressora e telefone. É nesta zona que se procede à receção das

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encomendas, gestão e armazenamento de stocks, organização do receituário, entre outras tarefas.

1.4.4. Zona de armazenamento

Todos os produtos encontram-se armazenados em condições de modo a que o prazo de validade dos medicamentos e dos produtos de saúde seja preservado, de forma a que seja mantida a sua integridade física, química e galénica. Na Farmácia Lopes Rodrigues, existem dois locais de armazenamento específicos.

Nas gavetas deslizantes encontram-se armazenados comprimidos/cápsulas, colírios, produtos abrangidos pelo protocolo da Diabetes Mellitus (lancetas e tiras), xaropes, produtos de uso vaginal, entre outros. Estes encontram-se organizados por ordem alfabética do nome comercial e o que não for armazenado nas gavetas, por falta de espaço, é armazenado no armazém localizado no interior da farmácia.

Este armazém encontra-se dividido em duas zonas: a primeira, onde estão armazenados todos os medicamentos que não cabem nas gavetas deslizantes, ordenados por ordem alfabética do nome comercial, e ainda todos os medicamentos genéricos, divididos por laboratório. Nesta zona encontra-se ainda um frigorífico para os medicamentos termolábeis.

A segunda zona possui todos os medicamentos que não cabem nos lineares e nas gôndolas.

1.4.5. Gabinete de atendimento ao utente

Em conformidade com o Manual de Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária, a Farmácia Lopes Rodrigues possui um gabinete de atendimento ao utente, onde possa ocorrer um diálogo mais confidencial e privado entre o profissional de farmácia e o utente. [1]

É neste gabinete que são prestados os serviços de saúde complementares, como a avaliação do colesterol, glicémia e pressão arterial. Neste gabinete a atenção é totalmente direcionada para o utente, e há uma maior privacidade e cumplicidade entre profissional de farmácia – utente.

1.4.6. Instalações sanitárias

A deliberação n.º 2473/2007 de 28 de novembro, que regula o espaço da FC, obriga a presença de instalações sanitárias. [4]

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No que diz respeito à Farmácia Lopes Rodrigues, esta possui duas casas de banho: uma instalada na zona dos cacifos, exclusivamente para uso dos funcionários da farmácia, e outra que pode ser utilizada tanto pelos funcionários como pelos utentes.

1.4.7. Sistema informático

O sistema informático constitui-se como uma das principais ferramentas na FC, devendo assim ser o mais eficaz e adequado às necessidades da farmácia, proporcionando vantagens a nível da gestão financeira e administrativa, a nível das vendas e a nível da gestão de stocks e encomendas.

A Farmácia Lopes Rodrigues utiliza o programa “SIFARMA 2000” da Associação Nacional de Farmácias (ANF).

Este programa possibilita a realização de diversas atividades, tais como a elaboração e receção de encomendas, gestão de stocks, controlo de prazos de validade, impressão de etiquetas, realização de devoluções, aceder a informação científica sobre medicamentos e outros produtos, como classificação ATC, dosagens, indicações e contraindicações, posologia, entre outras informações.

Para além destas atividades que o sistema possibilita, é ainda possível criar fichas pessoais para cada utente e associar a sua medicação, contribuindo para um melhor acompanhamento da terapêutica de cada utente.

Além de todas estas atividades, o software permite ainda a dispensa de medicamentos e produtos e a faturação a entidades comparticipadoras.

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2. MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

De acordo com o estatuto legal do medicamento, este define-se como “toda a

substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas.” [5]

2.1.APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

O principal objetivo do aprovisionamento e gestão de stocks é a manutenção dos recursos, garantindo a satisfação das necessidades dos utentes e da farmácia. É importante que se saiba quanto encomendar e quando encomendar, fazendo-se assim uma gestão racionalizada. Assim, deve haver uma racionalização dos custos e ter em conta o aumento da dispensa, diminuição do custo de aquisição, os stocks, os desperdícios e os custos associados às infraestruturas e a ruturas.

Na Farmácia Lopes Rodrigues, é o sistema informático que suporta a maior parte destas atividades. Com o objetivo de não haver ruturas de medicamentos, existe um stock mínimo, que é a quantidade mínima que a farmácia deverá ter consoante as vendas. Por outro lado, existe também um stock máximo, variando conforme o medicamento em questão, relacionado com a procura dos utentes e as vendas desse medicamento, evitando um excesso de medicamentos e prejuízos financeiros. A gestão de stocks requer conhecimentos acerca do tipo de utentes, vendas, prescrições médicas, sazonalidade, publicidade e oportunidades comerciais/financeiras.

A aquisição de medicamentos e outros produtos é realizada através de encomenda a fornecedores, que podem ser de armazém ou laboratório. A escolha destes está condicionada por fatores como grau de eficácia, rapidez de entrega, descontos, profissionalismo, entre outros.

A Farmácia Lopes Rodrigues trabalha com três armazenistas principais: Cooprofar, Alliance Healthcare e Plural.

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No que diz respeito às encomendas realizadas diretamente aos laboratórios, são os delegados que se deslocam à farmácia para apresentar novos produtos, verificar as vendas e realizar encomendas.

2.2.REALIZAÇÃO DE ENCOMENDAS

É através do “SIFARMA 2000” que as encomendas são realizadas, sendo possível a verificação dos stocks existentes na farmácia e o reforço dos produtos com mais saída. As encomendas podem ser manuais, diárias ou diretamente às empresas/laboratórios.

A encomenda manual é efetuada quando o utente pretende um produto que a farmácia não tem disponível. Neste caso, entra-se em contacto com os armazenistas e confirma-se se o produto se encontra disponível. Ao fornecedor que apresentar as melhores condições para a farmácia, é-lhe pedido que envie o produto na quantidade necessária. Assim, o produto é reservado juntamente com um formulário preenchido pelo profissional de farmácia, com a indicação da data da reserva, do nome do utente, do produto, do Código Nacional do Produto (CNP), e com a indicação se já foi pago ou não.

A encomenda diária é efetuada quando os medicamentos atingem o stock mínimo, pelo que o sistema gera uma proposta de encomenda automaticamente. Depois de aprovada a proposta, a encomenda é enviada para o fornecedor, restabelecendo assim o stock máximo.

As encomendas efetuadas diretamente à empresa ou laboratório são feitas, sobretudo, para medicamentos genéricos, e produtos cosméticos e de higiene corporal. Nesta situação, a encomenda é efetuada ao delegado de informação médica.

2.3.RECEÇÃO DE ENCOMENDAS

Depois de encomendados, os medicamentos e produtos farmacêuticos são entregues na farmácia na zona de receção de encomendas. Estas chegam à farmácia em contentores próprios de cada fornecedor, identificados com o nome da farmácia, código e guia/fatura. Neste documento devem constar informações como:

 Identificação do fornecedor e da farmácia;  Hora e local de expedição;

 Designação dos produtos (código, nome comercial, forma farmacêutica, dosagem e tamanho da embalagem);

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 Quantidade encomendada e fornecida;

 Preço de venda ao público (PVP), exceto quando os produtos são de venda livre (MNSRM);

 Preço de venda ao armazenista (PVA);  Preço de venda à farmácia (PVF);

 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA);  Preço total de custo para a farmácia;

 Número de unidades ou embalagens, em alguns casos.

Após a organização das faturas, dá-se entrada da encomenda no “SIFARMA 2000”. Se a encomenda for diária, já está pronta a ser rececionada; por outro lado, se for manual, tem que ser dada a entrada dos produtos manualmente e só depois se pode rececionar.

Se a encomenda contiver produtos termolábeis, como por exemplo, insulinas, estes são rececionados em primeiro lugar e armazenados nos frigoríficos.

Na receção das encomendas existem diversos fatores a ter em conta, tais como, as quantidades recebidas em relação às pedidas, o CNP, o prazo de validade, os descontos, o estado físico das embalagens, o PVP, o prazo de validade, entre outros. No final da receção, o valor expresso na fatura deve ser comparado com o da receção da encomenda, com o objetivo de verificar se não ocorreram erros.

No caso dos Medicamentos Não Sujeitos Receita Médica (MNSRM), o PVP é calculado com base na margem da Farmácia Lopes Rodrigues; se o produto for novo, adiciona-se a emissão de uma etiqueta na ficha do produto, que será emitida no final da receção e colada no produto.

Em relação aos medicamentos psicotrópicos, estupefacientes e benzodiazepinas, estes vêm acompanhados com uma requisição especial em duplicado, tendo que ser assinados e carimbados pelo Diretor Técnico da farmácia; o original deverá ser enviado para o fornecedor e o duplicado arquivado na farmácia.

2.3.1. Devoluções

As devoluções são efetuadas perante não conformidades que impossibilitam a venda do medicamento ou produto de saúde e ainda em situações que coloquem a segurança do medicamento em risco.

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Constituem motivos de devolução os produtos farmacêuticos em prazo de validade máximo de expiração, embalagem incompleta ou danificada, produto alterado, pedido por engano e produto trocado.

Em relação à gestão das devoluções é necessário preencher o fornecedor, a data de transporte, o produto que se pretende devolver, a quantidade e ainda o motivo de devolução. No final desta atividade é impresso um original e um duplicado, que irão a acompanhar o(s) produto(s) a devolver.

Em relação à regularização existem três opções distintas: o fornecedor aceita a devolução e envia um novo produto; o fornecedor aceita a devolução e emite uma nota de crédito; o fornecedor não aceita a devolução e os produtos entram como quebras no stock, o que significa um prejuízo para a farmácia.

2.4.CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE

No ato da receção das encomendas, os prazos de validade são atualizados quando estes são mais curtos do que aqueles que existam em stock ou quando o produto não tem stock. Todos os meses é emitida uma lista com todos os produtos com o fim do prazo de validade próximo, e são recolhidos dois meses antes da data de fim de prazo de validade. Na verificação dos produtos da lista pode-se ainda encontrar produtos com prazos de validade diferentes, procedendo-se assim à sua correção.

Assim, o produto em prazo de validade expirado é retirado e é anotada na lista o menor prazo de validade encontrado nos produtos ainda em stock, fazendo-se assim a retificação dos prazos de validade. Os produtos retirados são separados dos restantes e acondicionados para devolução ao fornecedor.

2.5.ARMAZENAMENTO

No Manual de Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária podemos verificar que todas “as condições de iluminação, temperatura, humidade e ventilação das

zonas de armazenamento devem respeitar as exigências específicas dos medicamentos, de outros produtos farmacêuticos, químicos, matérias-primas e materiais de embalagem”. [1]

O correto armazenamento de medicamentos é um fator essencial no bom funcionamento da farmácia, uma vez que permite uma organização e conservação de todos os produtos.

Referências

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