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PREVENÇÃO E NOVAS POSSIBILIDADES DE RODENTICIDAS

C) NOVAS ABORDAGENS EXPERIMENTAIS

C.2) HEMODIÁLISE INTERMITENTE E TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL

14) PREVENÇÃO E NOVAS POSSIBILIDADES DE RODENTICIDAS

Primariamente, a prevenção e controlo de roedores deverá englobar maneio dos habitats, diminuição do fornecimento de alimento para roedores, e promoção das populações selvagens de predadores de roedores, de forma a diminuir a necessidade de controlo farmacológico das populações (Dutto, Di Domenico e Rubbiani, 2018).

Em casos de programas de erradicação de roedores, as entidades responsáveis pela saúde pública deverão ser notificadas da natureza dos produtos utilizados, para estarem alerta para alguma ingestão acidental. O controlo biológico de populações de roedores com a introdução de predadores ou parasitas poderá ser uma alternativa ao uso de rodenticidas. O exemplo de Itália poderá ser seguido, uma vez que os veterinários têm, por lei, que enviar para análises os órgãos de animais suspeitos de terem sido envenenados (Tobin e Fall, 2004; Muscarella et al., 2016).

A prevenção poderá passar pelas seguintes medidas: - a correta eliminação das carcaças envenenadas;

- a captura e o repovoamento de locais-alvo com recurso a predadores, tendo como exemplo aves de rapina;

- a utilização de isco em alturas que não coincidam com ciclos migratórios e programas de educação da população (Rattner et al., 2014).

A apresentação dos rodenticidas em grãos coloridos, com odores como baunilha e chocolate, ou em forma de pasta poderá ser um risco para a ingestão destes compostos por crianças. Desta forma, a colocação de iscos em recipientes estanques, de cores pouco garridas e apenas acessíveis por parte das espécies não alvo é uma questão que poderá ser explorada e aplicada. A utilização de rodenticidas de segunda geração que possuam uma DL50 diminuída para humanos poderá ser útil, podendo utilizar-se, preferencialmente, bromadiolona, difenacum e difetialona. Em meio urbano, os locais utilizados para controlo de roedores por colocação de RA deverão ser corretamente identificados, contendo informações acerca do composto utilizado, da sua concentração e do número de telefone que deverá ser utilizado numa situação de urgência (Dutto, Di Domenico e Rubbiani, 2018).

No caso dos EUA, a utilização de anticoagulantes de segunda geração está a ser restringida, uma vez que existe uma toxicidade elevada para espécies não alvo e uma grande permanência das moléculas nos tecidos (DeClementi e Sobczak, 2012; Bates, 2016). A necessidade da criação de novas moléculas justifica-se quando, como já foi referido, os anticoagulantes de segunda geração têm um tempo de ação de cerca de três a sete dias, mas a sua semi-vida em ratos é exponencialmente superior, tendo impacto ecológico nas espécies selvagens (Vandenbroucke et al., 2008; Damin-Pernik et al., 2016).

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Embora existam várias moléculas disponíveis no mercado, a necessidade de as substituir por alternativas mais eficazes e seguras torna a pesquisa no campo dos rodenticidas necessária, o que está a ser levado a cabo por vários investigadores da área. Uma das novas possibilidades é a junção de um tóxico agudo e um anticoagulante, em que a hipótese de haver uma ação imediata, mas não mortal, levaria o animal a esconder-se até ao surgimento dos sinais provocados pelo anticoagulante, diminuindo a contaminação secundária de possíveis predadores. A difacinona poderia ser uma alternativa a considerar a longo prazo, uma vez que possui uma ação satisfatória no controlo de roedores, associada a uma diminuída persistência no organismo dos mesmos. No entanto, após a morte dos roedores, a eliminação do composto não ocorre e a contaminação secundária continua a ser uma preocupação (Fisher et al., 2003). Um novo estudo, levado a cabo recentemente por Damin- Pernik et al. (2016), corrobora a importância de serem criadas novas moléculas anticoagulantes, cujos valores de ecotoxicidade sejam diminuídos, de forma a controlar as populações de roedores. Estas poderão ser a terceira geração de rodenticidas e a sua formulação poderá ser uma alteração dos já existentes rodenticidas de segunda geração.

Está descrito, também, que a espiga de milho pode ser utilizada conjuntamente com celulose e melaço, atuando como um rodenticida “natural”. O modo de ação não é claro, mas parece haver um bloqueio da absorção de água por parte do trato gastrointestinal do roedor, resultando em desidratação e choque circulatório em alguns dias. A vantagem desta opção é o facto de não haver risco de bioacumulação ou envenenamento secundário. Já a desvantagem prende-se com o facto de que, em estudos em que houve oferta concorrente de comida, a taxa de mortalidade conseguida foi baixa (Swegen, Gibb e Aitken, 2017).

Há, ainda, uma nova classe de moléculas que poderão ser utilizadas como rodenticidas: são compostos indutores de metahemoglobina, que dificultam a capacidade sanguínea de transportar oxigénio, havendo hipóxia e, consequentemente, morte do roedor. Uma destas possibilidades é o nitrito de sódio, que já foi utilizado no controlo de javalis (Sus scrofa) na Austrália e no Reino Unido. Poderá ser uma mais-valia, uma vez que a molécula atua rapidamente e há o antídoto para a mesma , que é o azul de metileno (Witmer, Horak e Moulton, 2014). Esta molécula é absorvida do trato gastrointestinal superior para a corrente sanguínea, transformando a hemoglobina em meta-hemoglobina, que está impossibilitada de transportar oxigénio aos tecidos. Persiste no organismo por um período inferior a 24 horas, segundo inferem os investigadores. No entanto, o risco de uma intoxicação secundária mantém-se (Crowell et al., 2013). Outra molécula que tem um mecanismo de ação semelhante é a para-aminopropiofenona, que foi aprovada para o controlo de espécies infestantes de grandes dimensões, como cães selvagens e raposas na Austrália. É um tóxico que possui diminuído risco de bioacumulação, havendo antídoto para a mesma. A desvantagem da sua

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utilização como rodenticida prende-se com o facto de os roedores serem poucos sensíveis, questão pela qual é necessário sintetizar análogos da molécula. Outra hipótese poderá ser a tetrodotoxina, a toxina do peixe-balão: tem como vantagens ser uma neurotoxina que induz paralisia e não ser espécie-específica na sua ação, apesar de ser uma toxina muito mortal Também está descrita a utilização de Sarcocystis singaporensis para debilitar roedores, embora não haja grande evidência cietnífica dos seus resultados no que toca à sua eliminação (Rattner et al., 2014; Swegen, Gibb e Aitken, 2017).

A utilização de métodos não letais, embora requeira conhecimentos mais aprofundados – controlos de fertilidade, prevenção de danos feitos por roedores ou mecanismos comportamentais, entre outros - é sempre mais eficaz do que outro tipo de controlo de rodenticidas, nomeadamente os RA, uma vez que poderá diminuir, por exemplo, a sua capacidade reprodutiva, importante nestas espécies muito fecundas. Estudos realizados na Ásia dão conta de que o maneio ecológico de pragas de roedores diminui cerca de 50% da necessidade de utilização de rodenticidas, o que poderá suportar a hipótese de que um meio de controlo de roedores nunca deverá ser utilizado de forma singular (Capizzi, Bertolino e Mortelliti, 2014).

63 III - MATERIAIS E MÉTODOS

A amostra considerada no presente estudo é constituída por 40 cães, admitidos no Hospital Veterinário do Baixo Vouga (HVBV), Águeda, no período compreendido entre janeiro de 2015 e janeiro de 2017. A obtenção dos dados considerados foi feita através de uma análise secundária, com recurso à consulta de historiais médicos. Neste trabalho, foram apenas incluídos animais que possuíssem, mesmo que apenas medidos uma vez, ambos os tempos de protrombina e de tromboplastina parcial ativados. Desta forma, na incapacidade de observar diretamente os animais em estudo e com limitações relacionadas com a quantidade de informação clínica recolhida e registada aquando da abordagem ao paciente, observam-se falta de dados e lacunas de informação nos historiais considerados, o que é normal num estudo clínico desta natureza. Todos os resultados foram organizados através do denominado modelo relacional (Thrusfield, 2007).

Como fatores de inclusão de animais neste estudo consideraram-se a suspeita de ingestão de rodenticidas e a existência de provas de coagulação e dos seus respetivos valores no historial dos casos clínicos em questão compatíveis com a suspeita. Por diferentes razões de ordem económica ou por decisão clínica pessoal, nem todos os animais foram sujeitos aos mesmos tratamentos ou à realização dos mesmos exames complementares.

Na caraterização da amostra em estudo, vários parâmetros foram considerados. A determinação do estado fértil dos animais foi baseada nos registos hospitalares. Por sua vez, a raça descrita foi aquela fornecida pelo detentor do animal ao funcionário do hospital que criou o registo do animal, não havendo acesso a registos oficiais. A idade do animal foi, também ela, estimada pelo mesmo detentor no momento da criação do registo. O peso dos animais foi determinado por uma balança Regivete, com capacidade de 150 quilograma e resolução de 0,05 quilograma.

As provas de coagulação consideradas são o TP e o TTPA realizados após colheita de sangue em tubos citratados, com posterior análise no aparelho IDEXX Coag Dx™ Analyzer. Segundo o manual de funcionamento do equipamento, deverá utilizar-se um cartucho apropriado. Este deverá estar à temperatura ambiente, pelo que deverá ser retirado do frio cerca de trinta a sessenta minutos antes da realização do teste, que poderá englobar sangue inteiro ou sangue armazenado em citrato como anticoagulante. Neste cartucho é colocada a amostra a analisar e é avaliado o tempo entre a entrada da mesma no cartucho e a formação de um coágulo, medido em segundos. Quanto à obtenção da amostra de sangue, o animal deverá estar calmo para que a colheita da amostra se dê de forma rápida e com a menor quantidade de coágulos, bolhas de ar ou apresentar sinais de estar hemolisada. As agulhas a utilizar não deverão conter heparina e poderão ter diâmetros entre os dezoito e os

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vinte e três gauge. Quando utilizando amostras de sangue fresco, as amostras apenas deverão ser colhidas após o cartucho estar inserido na máquina e estiver a mostrar o alerta para adicionar a amostra, havendo um período de cinco minutos para esta ação. A vantagem de utilizar sangue citratado é que a amostra poderá ser analisada até seis horas após a colheita, devendo haver sempre cinco minutos de intervalo entre a colheita da amostra e sua análise, de forma a haver um equilíbrio entre o sangue e o citrato. O volume de sangue deverá corresponder às exigências do método de armazenamento que contenha citrato, de forma a haver uma correta diluição no anticoagulante. Deverá ter-se em atenção que, neste equipamento específico, amostras com microhematócritos inferiores a 22% ou superiores a 55% poderão não ser lidas da melhor forma e, consequentemente, poderão providenciar resultados duvidosos (Idexx Laboratories, Inc, 2013).

Em termos terapêuticos, a administração de vitamina K1 foi realizada em tratamentos orais (Koag1®, Kimipharma) e por administração subcutânea ou intramuscular (Kanakion®, Roche).

A análise estatística possível deste trabalho foi realizada com recurso ao programa Microsoft Excel 2016, ao programa JMP 10.0, ao programa R for Windows i386 3.4.3 e ao programa Edraw Max, sendo os dados apresentados ao longo do texto, com a ajuda de elementos visuais na forma de gráficos. Nos gráficos do JMP denominados outlier box plot é possível analisar a distribuição da amostra, identificando valores que se desviam da média ou demonstrando distribuições continuas de dados, como descrito na figura 18. A linha horizontal no centro da caixa representa o valor médio da amostra. O “confidence Diamond” contém a média e os valores 95% superiores e inferiores à média. Se for desenhada uma linha pelo meio do “Diamond”, teremos a média. O final da caixa representa o primeiro e terceiro quartil, que correspondem a 25 e a 75%, respetivamente. A diferença entre o 1 e o terceiro quartil é chamado o intervalo inter-quartis. O intervalo fora da caixa identifica a metade mais curta, que é onde estão concentradas 50% das observações (Rousseeuw e Leroy, 1987).

Tendo em conta todas as limitações implícitas no que atrás foi escrito, os dados que a seguir se apresentam e a respetiva análise devem ser lidos à luz das suas limitações e não como um estudo experimental em condições controladas. Um trabalho profundo e com bases que permitam conclusões sólidas neste tema, em contexto clínico-hospitalar, implicaria provavelmente um trabalho de, pelo menos, uma década, tendo em conta a dimensão do local de estágio. Mesmo num outro local com níveis excecionalmente elevados de casos de

Figura 18 – Legenda da análise de um gráfico do programa JMP.

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suspeita de intoxicação por RA, a duração do estudo nunca seria inferior a um período de dezoito a vinte e quatro meses. Desta forma, é possível concluir que estas dimensões temporais são incompatíveis com os prazos próprios de uma dissertação de mestrado. No entanto, a pertinência do tema e a ausência de estudos conhecidos em Portugal levou-nos a abraçar o desafio, sendo que o objetivo não se prende com o retirar conclusões estruturantes, mas sim o fazer uma primeira abordagem, que atraia a devida atenção para o tema, que possa servir de inspiração para trabalhos futuros e que possa comparar a abordagem clínica que é feita em território nacional com aquela que é realizada em países com maior poder económico ou mesmo em instituições universitárias.

67 IV - RESULTADOS

1) Caracterização dos animais intoxicados 1.1) Género:

Na amostra de animais considerada, 57% (n=23) eram fêmeas e 43% (n=17) eram machos (gráfico 1).

Gráfico 1 – Distribuição da amostra em função do género (n=40).

1.2) Estado fértil

Relativamente ao estado fértil destes animais, os mesmos foram divididos em animais férteis (67%; n=27), fêmeas esterilizadas (15%; n=6), estado fértil indefinido (12%; n=5), machos castrados (3%; n=1) ou fêmea gestante (3%; n=1).

1.3) Raça

Relativamente às raças que constituem esta amostra, a maior percentagem é atribuída à categoria de SRD (sem raça definida), com n=20, o que corresponde a 50% da população. Das raças definidas, o Labrador é aquela que surge em maior número, com oito animais (n=8) e uma percentagem de 20%. O Pastor Alemão surge com três elementos (n=3) e uma percentagem de 8%, seguido do Pinscher, com elementos (n=2) e uma expressão de 5%. As restantes raças (Buldogue Francês, Weimaraner, Caniche, Yorkshire Terrier, Golden Retriever, Buldogue Inglês e Chihuahua) fazem-se representar por apenas um elemento cada uma (n=1) e a sua expressão nesta amostra é de 2% (gráfico 2).

F 57%

M 43%

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Gráfico 2 – Caracterização da amostra consoante as raças presentes na população (n=40).

1.4) Idade

Os animais desta amostra tinham idades compreendidas entre os dois meses e os doze anos de idade, com uma média de idades de 2,638 anos (desvio padrão de 2,641) (gráfico 3).

Gráfico 3 – Caracterização da amostra em função da idade (n=40). 20% 50% 2% 2% 2% 5% 2% 3% 3% 8% 3% Labrador SRD Buldogue Francês Weimaraner Caniche Pinscher Yorkshire Terrier Golden Retriever Buldogue Inglês Pastor Alemão Chihuahua

69 1.5) Peso

O peso de doze animais era desconhecido. Desta forma, com n=28, o peso médio é 15,45 quilograma (desvio padrão 10,38) (consultar o gráfico 4).

Gráfico 4- Caracterização da amostra em função do peso (n=28).

2. Apresentação clínica dos animais

2.1) Animais referenciados de outros Centros de Atendimento Médico-Veterinário (CAMV’s)

Dos quarenta animais analisados (n=40), três foram referenciados de outro CAMV, o que corresponde a 8%. Os restantes 92% (n=37), foram atendidos primariamente no Hospital Veterinário do Baixo Vouga.

2.2) Animais sem sintomatologia clínica:

Dos quarenta animais presentes nesta amostra (n=40), dezoito não demonstravam sinais clínicos e vinte e dois manifestavam um ou mais sinais clínicos.

2.3) Possibilidade de ingestão de rodenticidas

Em vinte e três dos quarenta animais da população, o detentor do animal referiu existir a certeza ou a possibilidade de ingestão de rodenticidas.

70 2.4) Apresentação clínica

Dos vinte e dois, animais que exibiam sinais clínicos quando se apresentaram no HVBV, onze estavam prostrados, nove tinham alterações respiratórias, oito apresentavam mucosas pálidas, sete evidenciavam anorexia, cinco demonstravam dor abdominal, quatro tinham tido um ou mais episódios de vómito, três apresentavam tosse, dois tinham hemorragia ativa e dois apresentavam hemotórax. A frequência de sinais como hematoquésia, parésia, choque, sons cardíacos abafados, taquicardia, timpanismo ou tremores ocorreu apenas uma vez, mas esta informação não invalida que os sinais clínicos pudessem ocorrer simultaneamente com outros descritos, como se pode ver pela relação do dendrograma do gráfico 5.

Gráfico 5 - Distribuição dos sinais clínicos apresentados pela população em estudo e as suas relações (n=23).

2.5) Conhecimento do princípio ativo

A suspeita de intoxicação por um determinado princípio ativo ocorreu em seis casos. Uma vez que não foi confirmado por métodos cromatográficos, a confirmação final e definitiva não ocorreu. Nestes casos, existiam dois casos de presumível consumo de bromadiolona, dois casos de presumível consumo de brodifacum, um caso de presumível consumo de flocoumafeno e um caso de consumo de uma combinação de difenacume com benzoato de denatónio, um amargante. Nos restantes animais, o princípio ativo ingerido era totalmente desconhecido, de acordo com os registos hospitalares (n=34) (gráfico 6).

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Gráfico 6 - Distribuição da população relativamente ao princípio ativo envolvido (n=40).

2.6) Estação do ano em que ocorreu intoxicação

Quanto à estação do ano em que os animais se apresentaram com suspeita de intoxicação, 23% (n=9) ocorreram na primavera, 30% (n=12) ocorreram no verão, 27% (n=11) ocorreram no outono e 20% (n=8) ocorreram no inverno (gráfico 7).

Gráfico 7 – Distribuição da população relativamente à estação do ano em que as suspeitas de intoxicação ocorreram (n=40). 34 1 2 2 1 Desconhecido Flocumafeno Bromadiolona Brodifacume Difenacume + Benzoato de Denatónio 20% 27% 23% 30%

72 3. Descontaminação

A indução da emese foi realizada em 30% dos animais (n=12), sendo que, em 10% (n=4) dos animais, este procedimento foi realizado em casa. Em 17% (n=7), a emese foi realizada já nas instalações do HVBV, tendo havido um único animal cuja emese foi induzida tanto em casa como no hospital, como se pode ver pelo gráfico 8.

Gráfico 8 – Distribuição da amostra relativamente à frequência e local onde foi realizada a indução de emese (n=40).

Para este conjunto de animais, os princípios ativos utilizados para a indução da emese foram vários. Do conjunto de oito animais cuja emese foi induzida no hospital, foi utilizada morfina em cinco. Em dois dos animais, o peróxido de hidrogénio e a morfina terão sido utilizados simultaneamente. O animal cuja indução foi estimulada em casa e no hospital ingeriu azeite, peróxido de hidrogénio e morfina. Do conjunto de animais cuja emese foi induzida em casa, um dos compostos utilizado para este fim era desconhecido, mas os restantes foram leite, azeite e peróxido de hidrogénio. No total de animais com emese induzida, esta foi eficaz em 50% dos animais (n=6).

4. Testes de coagulação

4.1) Tempo de Protrombina

O TP foi avaliado em trinta e oito animais, estando vinte e dois animais dentro do intervalo normal de referência (entre onze e dezassete segundos), cinco animais com valores acima dos valores normais, mas ainda quantificáveis (entre dezoito e cem segundos) e os restantes onze com valores tão altos que excederam os valores de referência do leitor utilizado (valor superior a cem segundos), tal como descrito no gráfico 9.

10%

17%

3% 70%

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Gráfico 9 - Distribuição, por intervalos, dos valores dos primeiros testes de protrombina realizados pelos animais pertencentes à população (n=38).

Deste grupo de animais, quinze efetuaram um primeiro controlo do TP. Do grupo de onze animais cujos valores se encontravam acima de cem segundos e, portanto, não mensuráveis, sete repetiram o teste e o seu TP encontrava-se no intervalo de valores normais (entre onze e dezassete segundos). Dos cinco animais presentes no grupo entre os dezoito e os cem segundos, quatro repetiram o teste, havendo um animal cujos valores ainda estavam neste intervalo; os restantes três já apresentavam valores no intervalo normal, entre os onze e os dezassete segundos. Quatro dos vinte e dois animais cujos primeiros valores estavam no intervalo normal também repetiram este teste, continuando todos no mesmo intervalo.

Um segundo controlo do TP foi realizado em dois dos catorze animais que se encontravam no intervalo normal (entre onze e dezassete segundos), não havendo alterações do valor previamente identificado.

Quando dividimos a população em animais com ou sem sinais clínicos evidentes, os resultados são os seguintes:

Gráfico 10 – Resultados dos tempos de protrombina realizados ao grupo de animais com sinais clínicos (n=20).

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Gráfico 11 - Resultados dos tempos de protrombina realizados ao grupo de animais sem sinais clínicos (n=18).

4.2) Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado

Por sua vez, o teste do TTPA foi realizado em vinte e quatro animais (n=24). Deste grupo, dez tinham este parâmetro dentro do valor normal de referência, entre os setenta e dois e os centos e dois segundos. Nove animais apresentaram com valores elevados, mas, ainda assim, quantificáveis, pertencendo a um intervalo entre os cento e três e os trezentos segundos. Por último, cinco animais demonstraram ter valores tão elevados que não era possível quantifica-los, sendo o seu TTPA superior a trezentos segundos (gráfico 10).

Gráfico 12 - Distribuição, por intervalos, dos valores dos primeiros tempos de tromboplastina parcial ativados realizados pelos animais pertencentes à população (n=24).

Destes vinte e quatro animais, sete foram alvo de um primeiro controlo deste parâmetro. Três dos animais que tinham valores não quantificáveis repetiram o teste e os novos valores obtidos encontravam-se no intervalo normal de referência. Dois dos nove animais que apresentavam valores acima dos do intervalo de referência repetiram o teste e apresentaram,

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