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Previsão de Demanda

No documento GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II (páginas 52-55)

Uma das estratégias utilizadas pelo PCP são as previsões que são aplicadas para planejar o sistema de produção e para planejar como este sistema será utilizado. No primeiro caso, as previsões de longo prazo servem para elaborar o plano estratégico de produção, em que se define os produtos/serviços oferecidos ao mercado-alvo. Já no segundo caso, as previsões mais detalhadas (de médio/curto prazo) formam a base para planejar e programar a produção em si, determinando como os recursos definidos serão utilizados, considerando a definição dos planos de produção e de armazenagem (TUBINO, 2009).

Conforme Bowersox et al. (2013), todo o processo de produção para estoque ou para planejamento demanda uma previsão quanto às necessidades do mercado-alvo. A importância da previsão de demanda reside na utilização dos recursos, maquinários e recursos humanos de maneira adequada, para repor os materiais no momento e quantidade correta, possibilitando a programação das atividades produtivas.

Esta etapa é talvez a mais importante ao se definir um sistema de produção, especialmente para atender às funções do PCP (TUBINO, 2009). Isto porque a previsão da demanda fundamenta o planejamento estratégico da produção, das vendas e das finanças da organização. Ademais, as previsões permitem que os gestores compreendam as possibilidades, oportunidades e ameaças futuras para planejar e adequar suas ações e agir frente ao cenário que se apresenta. Dessa forma, auxilia a reduzir as incertezas, contribuindo para o desenvolvimento de planos mais realistas (AQUILANO; CHASE; JACOBS, 2006).

Confira, no vídeo a seguir, três técnicas de previsão de demanda para manter seus clientes satisfeitos: <https://www.youtube.com/

watch?v=OEOUEmXvrn0>.

As previsões são ainda informações básicas para as diversas tomadas de decisão que os gestores devem fazer diariamente (STEVENSON, 2001). Nesta apostila vamos considerar que previsão é a arte de estimar a demanda futura, antecipando o que os compradores possivelmente farão em determinadas condições futuras (KOTLER; ARMSTRONG, 2012).

Planejamento e Controle da Produção Capítulo 2

MÉTODOS PARA PREVISÃO DE DEMANDA

Extrapolação: a partir de dados das vendas, da análise das sazonalidades e dos ciclos de vendas projeta-se a previsão de vendas.

Suavização exponencial: aplicação da média ponderada e média móvel. Os dados disponíveis para o cálculo da previsão tornam-se cada vez menos relevantes conforme o aumento de sua idade.

Pesos mais altos são utilizados para dados mais recentes.

Média simples: previsão é feita a partir da média aritmética das demandas passadas. Considera o mesmo peso para todos os dados históricos.

Média móvel: média dos dados mais recentes, atribuindo o mesmo peso para todos os dados. Necessita de uma grande quantidade de dados para produção de bons resultados.

Box-Jenkins (ARIMA): modelo que apresenta o menor erro.

Considera-se série histórica de vendas, em ordem cronológica, na qual se realizam análises de autocorrelações e autocorrelações parciais, para se calcular uma estimativa dos parâmetros, minimizando o erro.

Correlação e regressão: a análise de regressão é muito utilizada para o desenvolvimento da função de demanda (com fator simples ou múltiplos fatores).

Modelos econométricos: são modelos estatísticos complexos realizados por especialistas.

Fonte: Adaptado de Lin (2000).

As etapas da previsão de demanda devem ser objetivas e incluem a coleta e análises dos dados, a seleção do método de previsão e o monitoramento contínuo do modelo para realizar os ajustes necessários. Na elaboração dos modelos, a escolha da técnica adequada é a etapa mais importante do modelo de previsão.

Estas análises devem ser baseadas em modelos estatísticos, matemáticos, econométricos ou subjetivos suportados por um método claro.

GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II

Entretanto, as previsões normalmente estão inexatas e estes erros não apenas são inevitáveis, como devem ser esperados e estimados em cada uma das previsões. Além disso, as previsões podem funcionar muito bem para fatores mais específicos, como dentro de nichos de mercado, por um período de tempo curto, mas deverão ser periodicamente refeitas e atualizadas, considerando novos métodos e novas informações.

Para efetuar previsões eficazes é importante conhecer os mercados, os produtos, os concorrentes e seu comportamento, as ações da empresa que afetam a demanda, além de analisar os dados históricos, manter uma base de dados relevantes, trabalhando com fatos e não com opiniões para articular os diversos setores que contribuem para a elaboração da previsão (CORRÊA;

GIANESI; CAON, 2001). Entretanto, uma previsão incorreta pode causar excesso de estoque, redução desnecessária dos preços e ainda vendas não realizadas em função da falta de produtos. Além disso, é impossível ter certeza da quantidade exata a ser solicitada pelos compradores e da quantidade a ser armazenada. As técnicas de previsão podem ser classificadas, conforme Dias (2010), como:

Projeção: previsões que admitem que o futuro será repetido conforme o passado ou que as vendas vão evoluir segundo os mesmos princípios no tempo;

Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível;

Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.

Quanto melhor forem estimadas e previstas as necessidades de capacidade e menos variabilidade de produtividade houver num sistema de serviços, melhor será o resultado do planejamento de capacidade e, consequentemente, melhor será o desempenho do sistema para atender a demanda. Após a compreensão da demanda futura, as empresas devem definir qual estratégia vão selecionar para atender seu mercado-alvo.

Planejamento e Controle da Produção Capítulo 2

O seguinte artigo de Pellegrini e Fogliatto (2001) apresenta um estudo de caso de como realizar uma previsão de demanda.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65132001000100004&script=sci_arttext&tlng=es>.

Neste material suplementar temos um exemplo de aplicação de um programa mestre de produção para uma indústria de cervejas e refrigerantes. Disponível em: <http://www.paulorodrigues.pro.br/

arquivos/enanpad1998_ols_13.pdf>.

No documento GESTÃO DO AGRONEGÓCIO II (páginas 52-55)