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3.6 ETAPAS DA PESQUISA

3.6.1 Primeira Etapa Planejamento da Pesquisa

Nesta pesquisa, os conhecimentos prévios foram aferidos por meio de uma entrevista, onde se pesquisou o que o educando conhecia sobre o assunto. Isso possibilitou o planejamento das atividades de acordo com os dados levantados individualmente.

Os conteúdos foram distribuídos de forma a conduzir a construção do conhecimento como um todo. Os temas foram escolhidos levando em conta o significado para o aprendiz, e de forma contextualizada.

Como ambiente experimental planejou-se utilizar a sala de aula onde estariam dispostos produtos de um “mercadinho”, utilizando-se dinheiro lúdico e real para simular compras. Também foram programadas compras reais em sala com "vale-compras" em um sebo de gibis e por vezes um brechó de roupas e afins. Analisar-se-iam variados produtos sobre o valor de mercado em conjunto com os educandos e estes colocariam as etiquetas, para ajustar à realidade a visão que o educando concebia dos preços desses produtos.

Primeiramente seriam explorados os numerais que compõe as notas de papel moeda e moedas de metal, sendo, 1, 2, 5, 10, 20, 25, 50, 100.

Após, seriam trabalhados valores monetários correspondentes a todas as notas de papel moeda e à moeda de metal de R$ 1,00. Na sequência, seriam trabalhados valores correspondentes às moedas de metal e se faria uma visita a uma papelaria para compras com até R$ 2,00. Só então se utilizariam todas as notas de papel moeda e moedas de metal, trabalhadas em conjunto de quantias com parte inteira e parte decimal (R$ 2,50).

Como estímulos visuais seriam colocados notas de papel moeda reais e lúdicas e as moedas de metal reais, e como estímulos auditivos instruções verbais de preços correspondentes às notas de papel moeda e moedas de metal.

Por meio de ditado os educandos identificariam o valor monetário ditado e corresponderiam com o dinheiro lúdico, com notas de papel moeda e moedas de metal fotocopiadas. Após se faria o mesmo com dinheiro real. Em seguida, identificariam o valor ditado e corresponderiam com o valor escrito (R$ 1,00).

As notas de papel moeda seriam manipuladas pelos educandos que poderiam reconhecer suas representações gráficas, identificando as espécies animais, pois no Brasil cada nota possui ilustração de um animal em extinção. Pela manipulação e comparação constatariam a textura, cor, tamanho, holografia, ilustração e o numeral impresso.

O mesmo ocorreria com as moedas de metal que seriam manipuladas para identificar a ilustração em baixo relevo, comparar cores dos materiais, tamanhos e o numeral gravado. A

identificação da textura das moedas de metal seria feita também pela técnica de frottage (decalque).

A cada etapa os educandos simulariam compras no “mercadinho” e “sebo”, outras vezes fariam compras reais no brechó com o valor de “vale-compras” a ser fornecido pela pesquisadora. Gradualmente, conforme os avanços do educando, seriam inseridas quantidades de notas de papel moeda e moedas de metal. Primeiramente trabalhariam com uma só nota de papel moeda ou moeda de metal e aos poucos seriam inseridos conjuntos de duas ou mais notas de papel moeda e moedas de metal.

Também se trabalharia um orçamento individual com o valor do benefício que o educando recebe do governo. Gastos indispensáveis como o valor do transporte e remédios de uso contínuo que a maioria deles utiliza. Também programação de compras futuras baseadas na economia que podem fazer, exemplo: Uma calça custa R$ 90,00. Se economizo R$ 20,00 por mês em quantos meses conseguirei comprar a calça? E compras à prestação.

Após, seria feita conscientização de compras com valores bem maiores do que as usuais. Exemplo; quanto custa um carro, casa, terreno/localização, bicicleta...

Por último os educandos seriam levados a fazer compras no comércio local como atividade da produção final.

Foram planejadas as seguintes ações:

 Encontros da equipe, realizando um trabalho cooperativo e reflexivo.  Seleção dos tópicos desenvolvidos na disciplina.

 Investigação de diferentes formas de potencializar o ensino de matemática tendo em vista a aplicação na vida cotidiana dos educandos.

 Confecção, organização, planejamento e disponibilização do material didático na sala de aula.

 Aulas de aplicação prática da matemática.

 Trabalho com as duas operações (adição e subtração) em questões monetárias, como troco, compra, venda com dinheiro lúdico e real.

 Simulação do comércio com dinheiro lúdico e real em um mercadinho em sala de aula.

 Realização de compras reais em um brechó e um sebo na sala de aula com “vale- compras”.

 Planejamento de gastos mensais tomando por base o valor do benefício que recebem do governo.

 Compras reais no comércio local.

 Avaliação das ações realizadas durante o desenvolvimento, planejamento e execução do projeto.

Seriam feitos registros em sala de aula das atividades e dos pontos pesquisados diariamente, bem como dos avanços obtidos pelos educandos durante e após a aplicação da pesquisa.

3.6.1.1 Contato inicial com a escola

No quarto bimestre escolar de 2012, a pesquisadora entrou em contato com a Escola de Educação Especial, nas pessoas da sua diretora e pedagoga. Foi proposto pelas mesmas um tema que era do interesse da escola: o ensino de habilidades matemáticas e monetárias que envolvesse os educandos em atividades práticas de compra e venda.

Nesse contato inicial estabeleceu-se que a aplicação da pesquisa deveria ocorrer no segundo semestre de 2013.

Em abril de 2013, reiniciou-se o diálogo com a escola, agora envolvendo a educadora da sala. A mesma concordou em ceder suas aulas nas quintas-feiras pela manhã, nos meses de setembro, outubro e novembro para a aplicação da pesquisa.

Durante o mês de maio, foi discutido com a educadora da sala os procedimentos e materiais a serem utilizados. Nessa etapa foram disponibilizados os materiais que a educadora regente possuía e planejados a confecção de outros.

3.6.1.2 Contato inicial com os educandos e os pais

Em maio de 2013, a pesquisadora visitou a sala de aula e apresentou aos educandos sua proposta de pesquisa. Conversou sobre as experiências de cada um com atividades monetárias dentro e fora da escola, e quais expectativas tinham com a pesquisa.

Essa visita foi uma oportunidade para conhecer melhor os educandos e suas dificuldades que deveriam ser levadas em conta durante a aplicação da pesquisa. Dois desses

educandos precisariam de material especial devido à dificuldade visual e ainda ao comprometimento motor de um desses.

Foi explicado que os trabalhos se iniciariam em setembro, embora estivessem empolgados com a proposta e quisessem começar já em junho.

Em junho, a pesquisadora e uma educadora da escola foram às casas dos educandos e conversaram com os pais, explicando como seriam as aulas e pedindo a autorização dos mesmos no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE I). Aos educandos foi pedido o assentimento no Termo de Assentimento Informado Livre e Esclarecido (APÊNDICE J).

Na primeira semana de setembro, a diretora enviou um comunicado aos pais em que explicou a importância da pesquisa a ser desenvolvida para o educando e pedindo a colaboração para que os pais não deixassem de enviar seus filhos às quintas-feiras.