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2.3 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E JOGOS COMO ESTRATÉGIAS DE

2.3.1 Resolução de Problemas

Os PCN orientam para que o ensino da matemática seja voltada para a resolução de problemas. Recomendam articular os conhecimentos matemáticos dos educandos com outras áreas e outros conhecimentos (BRASIL, 1998). Assim dispõe:

Em contrapartida à simples reprodução de procedimentos e ao acúmulo de informações, educadores matemáticos apontam a resolução de problemas como ponto de partida da atividade matemática. Essa opção traz implícita a convicção de que o conhecimento matemático ganha significado quando os alunos têm situações desafiadoras para resolver e trabalham para desenvolver estratégias de resolução. (BRASIL, 1998, p. 39).

As orientações didáticas para a utilização da resolução de problemas visam concepções que orientam para esta atividade em sala como procedimento metodológico que possibilite ao educando desenvolver os conceitos, os algoritmos e a ideia matemática como um todo. O ponto de partida deverá ser uma questão a ser resolvida pelos educandos e, a partir daí, serão tomadas as iniciativas para a procura de respostas. Dessa maneira, investiga-se o

problema. A ampliação dos conhecimentos matemáticos dos educandos ocorrerá gradativamente por meio desse processo (SCHASTAI; SILVA; ALMEIDA, 2012).

Os exercícios matemáticos, por meio da resolução de problemas, ganham um maior significado por serem contextualizados, o que motiva o educando que passa a ver sentido na atividade. Segundo Onuchic e Allevato (2011, p. 82),

O professor precisa preparar, ou escolher, problemas apropriados ao conteúdo ou ao conceito que pretende construir. Precisa deixar de ser o centro das atividades, passando para os alunos a maior responsabilidade pela aprendizagem que pretendem atingir. Os alunos, por sua vez, devem entender e assumir essa responsabilidade.

Pode ser necessário que o educador auxilie na resolução do problema e, juntos, podem buscar a construção dos conceitos. Para tanto, os problemas devem ser do interesse dos educandos para serem motivadores e, ainda, deve-se atentar para que estejam de acordo com o conteúdo. Dantas et al (2013) explicam que a resolução de problemas é uma atividade que possibilita ao educando ter um maior interesse e oportuniza que ele venha a elaborar estratégias para resolver problemas. Os autores evidenciam,

[...] habilidades como compreensão e resolução de problemas, senso crítico e planejamento, tão necessárias em diversas atividades cotidianas, sejam elas profissionais ou não, estão também diretamente ligadas ao raciocínio lógico. É importante que essas competências sejam estimuladas e desenvolvidas desde as primeiras fases da educação, não só nas tarefas escolares, mas também em atividades culturais e de lazer. Entretanto, nem sempre é oferecido o estímulo necessário para o estudo e aplicação da lógica, gerando dificuldades para sua assimilação ao longo da vida (DANTAS et al, 2013, p. 353).

Desenvolver a capacidade de resolver problemas é importante para que o educando aplique essa habilidade na sua vida pessoal e também profissional. Para Polya (2006) o educando vai adquirir as habilidades de resolução de problemas observando outra pessoa resolver um problema, e, aperfeiçoar essa habilidade, vai depender da prática. Na escola podem ser proporcionadas diversas atividades de resolução de problemas, as mais variadas possíveis para que, pela imitação e prática, o educando aprenda a resolvê-las.

Polya (2006) apresenta a resolução de problemas em quatro fases. Primeira, a compreensão do problema, que determina a necessidade de entender o enunciado e descobrir suas particularidades. Nessa fase identificam-se quais as partes principais do problema necessárias para a análise do mesmo. A segunda fase é caracterizada pela elaboração de um

plano para ser seguido em busca da resolução, estipulando cálculos ou desenhos que possam vir a ajudar a descobrir a incógnita. Na terceira fase encontra-se a execução do plano. Nessa fase deverão ser observados os detalhes e examinados todos os pontos para que tudo fique o melhor esclarecido possível. A quarta fase é o retrospecto, onde se revisa o problema inteiro, do começo ao fim, analisando não só os resultados, mas também, os caminhos utilizados que levaram ao resultado.

Todos os tipos de problemas matemáticos podem seguir essas quatro fases. O educando poderá descobrir quais são as semelhanças com outros problemas. Esse passo facilitará e estimulará a resolução de outros problemas que são parecidos. Conteúdos monetários podem ser trabalhados por meio da resolução de problemas ganhando mais significado para as atividades. Concomitantemente poderão ser utilizados variados e diferentes suportes de representação que possam ser úteis no auxílio ao educando durante a resolução do problema. No entendimento de Batista e Spirillo (2008, p. 14)

Suportes de representação podem ser entendidos como signos, ferramentas e materiais usados durante a resolução de uma situação-problema, tais como material concreto (dedos, fichas, palitos, pedrinhas, jarros, flores, etc.) ou recursos gráficos diversos (desenhos, marcas icônicas, diagramas, gráficos, tabelas, etc.).

Utilizando-se de alguns suportes de representação o educando adquire uma maior confiança e aumenta sua chance de chegar à resolução da questão proposta, pois esses suportes facilitam a compreensão do problema. O material pode ser disponibilizado para o educando e o educador pode ensinar como utilizarem-se dele. Os suportes de representação poderão até mesmo fazer parte do problema como dividir flores em vasos, somar e subtrair bolinhas de gude, calcular área de figuras geométricas desenhadas, obter a diferença entre quantias em dinheiro, entre outros. Assim,

[...] os suportes de representação disponibilizados para resolver um problema fazem parte da situação, podendo ser entendidos como ferramentas que não apenas auxiliam na expressão das formas de raciocinar, mas que também as influenciam (BATISTA; SPIRILLO, 2008, p. 14).

São inúmeros os artifícios que podem ser utilizados para desenvolver o raciocínio e permitir a resolução da questão pretendida. Esses auxílios poderão ser retirados aos poucos, ou serem substituídos, quando o educando já tiver maior domínio de um tipo de problema. Na

resolução de problemas envolvendo questões de reconhecimento de notas de papel moeda e moedas de metal do Sistema Monetário Brasileiro, o material concreto que tem significado expressivo são notas e moedas verdadeiras. Fazer uso desse material se torna mais significativo quando se trata de educandos com DI, que apresentam um grau maior de dificuldade no aprendizado de habilidades monetárias.