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Princípios da Hierarquia e Disciplina-Virtudes-Kant

Os Direitos Fundamentais previstos na constituição, são inerentes a toda pessoa humana, e o policial antes de ser por opção um militar, é um cidadão, com plenas garantias, inerentes a qualidade de ser humano. Não sendo a farda, que ao envolver o corpo, afasta o manto jurídico e retira a característica de cidadão, pessoa, pois se assim o fosse seria o agente tratado como ferramenta, um meio para atingir uma finalidade, e não um fim em si.

A Pessoa Humana, quando adquire tal conceito, certamente o é por sua capacidade cognitiva, pela razão, que o leva a virtudes, o que para Kant, este indivíduo faz uma escolha de agir conforme o dever e o respeito que o tem em relação ao que é bom, que é correto, legal. O conceito moral, esta fonte de obrigação advém de sua razão que age sobre sua vontade livre, como obrigação que reflete o agir de maneira que acredita ser correta a ação, sem nenhuma finalidade, apenas pelo agir, pura e simples.

Quando esta ação é realizada pela razão, e esta razão sofre uma interferência de um meio externo, que a direciona, delimita sua vontade, esta não vem de uma razão pura. Assim haverá um vício na vontade do agente, pois não age com autonomia sobre sua vontade, e logo sua vontade não é livre, pois sofrendo tal interferência, age por um determinado fim.

Sendo a vontade humana, para Kant, governada pela razão, e que esta avaliadora do fato, e quem usa de discernimento, tem autonomia para agir sobre a vontade, e a priori, faz uma mediação entre a lei e a liberdade, que reflete na efetiva ação a posteriori. Esta ação, verdadeira e prática autonomia da vontade, prevalecendo sobre seus impulsos, tem o agente a moralidade, não se sujeita a uma subordinação, obediência, mas a crença do que é certo a ser feito, sem vício.

[...]quando as contrariedades e o desgosto sem esperança roubaram totalmente o gosto de viver; quando o infeliz, com fortaleza de alma, mais enfadado do que desalentado ou abatido, deseja a morte, e conserva contudo a vida sem a amar, não por inclinação ou medo, mas por dever, então a sua máxima tem um conteúdo moral. (KANT, 2007, p. 68).

Esse pensamento, aliado a fim de organizar a instituição militar, dentro da Democracia, e voltados aos princípios da Hierarquia e Disciplina, os quais para Boëchat, (2014, pg. 16), ―A hierarquia, por certo, sempre existiu no campo de batalha, pois era necessário ter alguém que desse as ordens para melhor organizar o combate.‖. Tal pensamento se coaduna com Eduardo Augusto Alves Vera Cruz Pinto, (apud, De PAULA, et al [s.d.], p. 2) em estudo, inserido na obra Tratado Luso- Brasileiro da Dignidade Humana, define hierarquia e disciplina como sendo...

[...]princípios organizativos estruturados em valores bem sedimentados de honra, coragem, honestidade, coesão, companheirismo e cumplicidade entre aqueles que, em cumprimento da missão, aceitam voluntariamente sacrificar a própria vida em defesa da comunidade formalizada em torno do conceito de Pátria.

Ainda, Eduardo Augusto Alves Vera Cruz Pinto, assegura que no Estado Democrático de Direito é a Comunidade quem ―através das leis confere à hierarquia militar a garantia de que a disciplina é mantida pela aplicação de normas aprovadas por ela, através dos seus representantes.‖, (apud, De Paula [s.d.], p. 2), e esta sociedade, requereu, solicitou,

―(...) é pedido um serviço público de interesse geral que pode ir até o sacrifício da vida e ele é treinado para o uso legítimo da violência através da aplicação de um conjunto concatenado de armas letais. Essas particularidades, únicas e caracterizadoras do exercício da função militar impõem um estatuto jurídico próprio da função militar, não diretamente da condição militar, e a aceitação de adaptações a princípios e institutos jurìdicos quando aplicado aos militares‖ (VERA CRUZ PINTO, apud De Paula, [s.d.] p. 2)

Os princípios basilares das Forças Armadas, baseados na Hierarquia e Disciplina, são sedimentados nas virtudes, expressas na Portaria 156/2002, que contém Valores, Deveres e Ética Militares, difundidos pelos ritos militares, os cerimoniais, o que considera Boëchat como as virtudes inerentes aos militares, do Exército Brasileiro, e em consequência as Polícias Militares dos Estados da Federação, e que estas devem ser desenvolvidas.

A Hierarquia para Cleber Pires, (2006, p. 203), serve no âmbito militar ―[...] para designar a cadeia de comando a ser seguida pelos integrantes das instituições militares, como forma de organização de toda a estrutura militar.‖

[...] a superposição de vários graus em uma organização autorizada de agentes, de sorte que agentes inferiores não cumprem suas funções sob a obrigação direta e única de observar a lei, mas pela obrigação de obedecer ao chefe que se interpõe entre eles e a lei‖. (FAGUNDES, apud PIRES, 2006, p. 203)

Esta forma de organização, com a denominada ―pronta obediência‖, em que é necessário um interlocutor entre a lei, e subordinado, inferior hierarquicamente ao qual só pode obedecer, não lhe convindo nem devendo pensar sobre a ordem, interfere na vontade do agente, retirando sua capacidade de decidir, sua autonomia decisória, que reflete em suas ações, e que muito pode interferir na finalidade da polícia militar, que é a preservação da ordem pública.

A autonomia da vontade, somente possível devido a atividade cognitiva, consequência da razão humana e portanto somente proporcionado o pensamento ao ser humano, por sua qualidade humana, qualidade esta que confere sua dignidade, motivo pelo qual a sociedade merece um agente do estado capaz de exercer tal atividade cognitiva, fazer escolhas, interpretar e aplicar a lei, a cada caso, conforme seu treinamento, suas características peculiares, morais, éticas, sendo que a hierarquia não pode atingir a dignidade da pessoa humana.

E Pires afirma que ―[...]a hierarquia possui estreita ligação com a subordinação[...]‖ (2006, p. 204), pois significa ―[...] ordem estabelecida entre pessoas, de modo que umas ficam dependentes das outras.‖ (NETO, apud PIRES, 2006, p. 204), assim a hierarquia e a subordinação levam a obediência, levando assim ao dever, o ―dever militar‖, assim estabelecendo relações de autoridade e responsabilidade.

A relação instituição e agente merece reflexão, pois não é a instituição que age, quem efetivamente toma uma atitude quando ocorre um ilícito, sendo que as leis são relacionadas aos atos do agente, e citamos o artigo 121 do Código Penal, pois em caso de emprego de arma de fogo cabe ao Policial a ―Decisão de Tiro‖, sendo deste a responsabilidade, penal, civil e administrativa. Esta ―Decisão de Tiro‖ tem que estar amparada na legitima defesa, Artigo 25 do Código Penal, sendo que

esta decisão de força extrema, é tomada em situação cotidiana atípica, ou seja, em momento de grande Stress, e desta dependerá uma vida.

Conforme analisamos, o pensamento de Fagundes, nesta situação, o superior deve se fazer presente a fim de ordenar o subordinado no momento de decidir, pois não se tem autonomia da vontade, sendo que ―[...]agentes inferiores não cumprem suas funções sob a obrigação direta e única de observar a lei, mas pela obrigação de obedecer ao chefe que se interpõe entre eles e a lei‖. (FAGUNDES, apud PIRES, 206, p. 204).

Já a Disciplina se fundamenta na obediência, sendo que no meio militar e está intimamente ligada a hierarquia, vez que ―[...]traz o sentido de mudança de conceitos e hábitos e de adequação as normas e as ordens, caracterizadas pela modelagem de caráter e pela unidade de conduta‖. (PIRES, 2006, p. 207).

A palavra disciplina tem origem do latim, e significa instruir, educar, aplicar, fundamentar princìpios morais, sendo no meio militar direcionada a ―ordem‖, sendo que a desobediência é o contrário da obediência, sendo punida, cujo castigo tem a finalidade de direcionar o militar a obediência, assim ―[...]na sua expressão militar traz o sentido de mudança de conceitos e hábitos e de adequação as normas e as ordens, caracterizadas pela modelagem de caráter e pela unidade de conduta‖. (PIRES, 2006, p. 207).

Walla, apud Pires (2006, p. 209), refere que ―O próprio conceito de disciplina é um fim em si mesmo, no qual está inserido com meridiana clareza a concepção de integridade, isto é, de inteireza moral, retidão e imparcialidade.‖, e afirma que no meio militar ―Não é disciplina de paramilitar, nem disciplina light, nem disciplina prussiana. É disciplina, pura e simples, ou seja ausência de indisciplina.‖, sendo que altos padrões de chefia e treinamento terão reflexos na maneira de agir das corporações.

Nas instituições militares prospera a disciplina, assim sucumbe-se a liberdade, devido aos modelos institucionais militares, sendo exigidos uma ―pronta

disciplina‖, diferente das instituições civis, pois no meio militar existe um maior rigor, sendo que...

O rigorismo é a rigidez no cumprimento eficiente dos misteres militares. Não significa que a disciplina deve ser utilizada como método de incutir temeridade na tropa. A disciplina deve ser utilizada como uma forma de comando, visando corrigir o militar e redirecioná-lo nos mesmos objetivos da corporação, que é dar máxima eficiência ao controle da violência e garantir a justiça, a dignidade da pessoa humana e as liberdades individuais e coletivas. (MARTINIS, apud PIRES 2006, p. 208).

Para Pires (2006, pg. 208) ―Muito embora a disciplina militar não se confunda com autoritarismo, deve ter em mente sua peculiaridade[...]‖, e passa a citar Walla...

(...) na vida castrense, não bastam somente a observância, o acatamento e o cumprimento do dever, muito embora, suficientes para qualquer organização civil, pública ou privada. Ao contrário, as peculiaridades da vida castrense, em razão dos valores a preservar, exigem muito mais da disciplina, ou seja, o acatamento INTEGRA, o PERFEITO cumprimento do dever e a sua RIGOROSA observância. Por isso, não deixa margem a qualquer interpretação relativa ao maleável, como também, não admite ser baseada ou influenciada por valores subjetivos, particulares e individuais, decorrentes de preferências filosóficas ou ideológicas. É como a honra ou a honestidade: ou se tem honra, ou não se tem; ou se é honesto, ou não se é. (WALLA, apud PIRES, 2006, p. 2008)

Quando se refere a rigor na hierarquia e disciplina ou mesmo em diferentes entendimentos em relação a esta, devido à adequação relacionado ao texto constitucional, Walla relaciona tal a importância da hierarquia e disciplina dando a entender que está acima do texto constitucional, contudo nas entrelinhas e no contexto sempre existe um entendimento relacionado a característica de humanidade, dos militares, como refere Pires (2006, p.2007), expresso por Walla...

Não seria em demasia lembrar, que é cediço o entendimento de que não subsiste na vida militar uma DISCIPLINA PELA METADE ou RELATIVA, em decorrência do momento atual, ou ainda, porque se ampliaram os direitos declarados pela atual Constituição ou, simplesmente, porque a sociedade não observa mais intensamente a prática das virtudes morais ou sociais.

Boëchat cita que ―No Exército Brasileiro, existem três cìrculos hierárquicos: o círculo das praças, o círculo dos Oficiais e o círculo dos Oficiais-Generais. Estes cìrculos, por sua vez se dividem em subcìrculos.‖, ao que citamos para que possamos melhor entender.

O das praças se divide em subcírculo dos Cabos e Soldados; subcírculos dos Subtenentes e Sargentos, que engloba os subtenentes, os 1º. Sargentos, os 2º. Sargentos, e os 3º. Sargentos; e o subcírculo das praças especiais, que engloba os alunos e os cadetes que estão na fase inicial de formação, além dos Aspirantes-a-Oficial. (BOËCHAT, 2014, p. 25)

O círculo dos Oficiais se divide em subcírculo dos Oficiais Subalternos, que engloba os 1º e 2º Tenentes; o subcírculo dos Oficiais Intermediários, que engloba os Capitães; o subcírculo dos Oficiais Superiores, que engloba os Majores, os Tenentes- Coronéis e os Coronéis. (BOËCHAT, 2014, p. 25) O círculo dos Oficiais-Generais engloba os postos de General-de-Brigada, General-de-Divisão e General-de-Exército. Em época de guerra, o Exército cria mais um posto, que seria o mais alto, na Hierarquia Militar Brasileira: o posto de Marechal. (BOËCHAT, 2014, p. 25)

A pretensão de separar os militares por círculos possivelmente é devido a diferenciação das funções exercidas pelos integrantes das forças militares, contudo esta forma de organização hierárquica pode conduzir a um abismo entre o topo e a base, pode ocorrer uma deturpação dos valores e das relações interpessoais.

Não se pode permitir que uma instituição de segurança pública seja pautada por ―ordens cegas‖ devido a verticalidade do poder, mas sim pela confiança e apreço aos idealizadores e gerenciadores das instituições. Esse fator pode ocasionar uma relação de posição de cada ocupante na organização hierárquica, confundindo com capacidade e inteligência, em uma ordem imposta pelo medo, relacionada ao cumprimento de ordens ameaçadas por punições e não pelo sentimento de dever, por questão moral, pela vontade.

Os círculos hierárquicos são âmbitos de convivência dos militares. Um militar não pode frequentar o círculo de convivência do outro, pois estaria agindo contra os princípios hierárquicos. Aqui se faz necessário uma reflexão sobre o desenvolvimento das virtudes, como Camaradagem e Espirito de Corpo, pois as relações de subordinação pela convivência certamente aprimorariam a instituição militar, vez que é atividade diferenciada e com função específica, ademais a própria regulamentação não prevê qualquer discriminação ou afetação a dignidade das pessoas, cidadãos.

Art. 13 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os servidores militares da mesma categoria e tem a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo. (BRASIL, 1997)

A rígida hierarquia imposta pela disciplina, ou seja a pronta e integral obediência as normas, neste momento parece ofender o ―Espirito de Corpo‖, ―Camaradagem‖, ―Coesão‖, sendo uma forma cerimonial de mostrar quem é superior ―subordinado‖, o que neste aspecto demonstra ―inferior‖, ao que Túlio Viana afirma como ―treinamento militar centrado na obediência e na submissão‖, ao que certamente deveria ser um convívio aberto e harmonioso.

Para Souza (2017, pg. 2), a ―hierarquia e disciplina não são um cabresto do policial‖. Pois o ―espìrito de acatamento à autoridade e às leis está atrelado respectivamente à hierarquia e à disciplina e não autoriza a equiparação da conduta do agente a de um animal que age ―às cegas‖, seguindo o comando de seu dono.‖

Esse maior apego a fórmulas disciplinares de conduta não significa perda do senso crítico quanto aos reclamos elementarmente humanos de se incorporarem ao dia a dia das Forças Armadas incessantes ganhos de modernidade tecnológica e arejamento mental-democrático. (BRASIL-STF- CONSTITUIÇÃO INTERPRETADA, p. 1202)

Todo ser humano possui liberdade, autonomia de vontade, guiadas pela razão, e definida por Kant, como fundamento de sua moral, e assim passível de dignidade, garantida pela Constituição Federal de 1988. É verdade, tanto que lhe é cobrado discernimento, quando tendo que realizar decisões sobre ―vidas humanas‖, em situações das mais inusitadas, e, tendo que ser estas corretas.

A subordinação, submissão de comando, inegavelmente, retira grande parcela de autonomia nas decisões, como já visto, pois está subordinado a toda ordem superior, e, neste ponto merece atenção, pois ―toda ordem superior‖, representados pela hierarquia e disciplina, não reflete tão somente a lei, mas as regulamentações institucionais, criadas por elas próprias, pela vontade dos representantes destas, que deverão em regra atender a lei.

Os cerimoniais impostos pelas Organizações Militares tem o objetivo de incitar o desenvolvimento de virtudes, que através do esforço da vontade constituem constantes disposições para a prática, para o que se entende ser bom, através de hábitos. Para Boëchat, (2014, p. 22), as virtudes militares como ―Amor a profissão‖,

são desenvolvidas pelos ―Valores Militares‖, que através do ―Dever militar‖, desenvolve o ―Disciplina e Respeito a Hierarquia‖, sendo a Ética Militar, o ―Decoro de Classe‖

As virtudes impostas para que amolde-se um ser humano, e obtenha-se a partir deste, uma conduta moral, não nos possibilita dizer que houve liberdade de escolha na ação, assim deduz-se que as virtudes expressas na Portaria 156/2002 Vade-Mécum de Cerimonial Militar do Exército - Valores, Deveres e Ética Militares, não são de escolha de respeito ao dever, pois há uma disposição de ―adestramento‖, e que o não cumprimento de tais deferências possibilitam toda uma gama de sansão disciplinar, cujo objetivo é a manutenção indiscutível da Hierarquia e da disciplina, mesmo que determinadas ações não ofendam a instituição.

Conforme Kant, em ―A Fundamentação da Metafìsica dos Costumes‖, Sócrates considerava ser virtuoso aquele que nascera com determinado dom, e no caso, o dom de guerrear, usados para proteger os ―não virtuosos‖, ao que Kant afirmou existir a virtude em todo ser humano, pois a razão, controla a vontade, possibilitando o desenvolvimento da virtude, característica humana. (KANT, 2007)

Os seres cuja existência depende, não em verdade da nossa vontade, mas da natureza, têm contudo, se são seres irracionais, apenas um valor relativo como meios e por isso se chamam coisas, ao passo que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua natureza os distingue já como fins em si mesmos, quer dizer como algo que não pode ser empregado como simples meio e que, por conseguinte, limita nessa medida todo o arbítrio (1) (e é um objecto do respeito). (KANT, 2007, p. 68).

Sobre a razão, considera-se aquele ser que possui capacidade reflexiva, de outro lado aqueles seres desprovidos de tal capacidade, sendo estes tratados como coisas. A problemática do conjunto ―a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos;‖ (RIO GRANDE DO SUL, 2004), o que é justamente a necessária manifestação de agir, sem, contudo pensar, mas executar, ao que se relaciona a questão da moral.

Art. 3° - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Brigada Militar.

Art. 4° - São manifestações essenciais da disciplina e da hierarquia policial- militar:

II - a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos; III - a dedicação integral ao serviço;

IV - a colaboração espontânea para a disciplina coletiva e a eficiência da instituição;

V - a consciência das responsabilidades;

VI - o respeito à hierarquia entre os servidores militares ativos e inativos; VII - a rigorosa observância das prescrições legais e regulamentares.

As manifestações a Hierarquia e Disciplina Militares, são a base institucional, organizadora de tais instituições, as quais possivelmente não existiriam, bem como qualquer organização, até mesmo a instituição família, pois se faz necessário para uma estrutura funcional. Esta ―estrutura funcional‖ deve ser guiada pela autonomia da vontade, pelas virtudes humanas que formam o caráter e assim atingir uma moral, que refletira na ética, agora sim a nível de corporação instituição, tudo a partir da autonomia da vontade, da vontade livre.

As Polícias Militares, são instituições garantidoras de direitos e segurança à população, assim, se faz necessário um diferencial de conhecimento técnico/profissional, pois trabalha com pessoas, da mais humilde em conhecimento a mais alto grau acadêmico, cabendo sempre a decisão de agir, como agir, quando agir. Devido a este nível decisório de cada agente do Estado, se faz necessário repensar o rigor da Hierarquia e Disciplina, pois esta, claramente tem um contexto de guerra, combate.

As virtudes militares foram desenvolvidas ao longo dos anos e pela observação de seus efeitos em combate. Assim, as Forças Armadas tem como pilares a ‗Hierarquia‘ e a ‗Disciplina‘, pois estas caracterìsticas se mostraram fundamentais para se obter o sucesso em combate. (BOËCHAT, 2014 p. 22).

A função de garantir direitos, realizada pelas polícias, deve andar ao mesmo passo de garantias que o policial deve possuir, pois estas garantias não podem estar atreladas a uma limitação de capacidade decisória, visto ser uma característica humana, além de ser exatamente o que o agente policial mais faz para garantir a efetividade da harmonia social.

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