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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROCEDIMENTO PROCESSUAL

Urge ressaltar primeiramente acerca de algumas curiosidades na justiça dos Estados Unidos. A aplicação da lei penal nos Estados Unidos caracteriza-se como menos branda devido imposições de penas de prisão severas e aplicação de pena de morte em pelo menos 38 (trinta e oito) Estados dos 50 (cinqüenta) que formam os Estados Unidos da América (OLIVEIRA, E. 1999, p. 106).

Convém expor ainda sobre o acréscimo do número de julgamentos, que em 1998, chegou ao número alarmante de 18 milhões, ou seja, 01 (um) julgamento para cada nove adultos (BUNA, 2005). O júri americano tem tamanha importância que existem autores que o classificam como uma instituição política e não judiciária, em face de sua influência perante a sociedade (TOCQUEVILLE, 2001, p. 318).

No que tange ao júri norteamericano, este se consubstancia em “um grupo de cidadãos, geralmente em número de 12 (doze), que desempenha determinadas funções no julgamento de uma ação cível ou criminal” (KAPLAN, 1963, p. 42). Antes que o Estado culpe um cidadão e prive-o de sua vida, tal medida deve ser analisada não somente por um profissional da lei, mas pela consciência de homens comuns, e no presente caso, 12 (doze) homens que representam a sociedade (KAPLAN, 1963, p. 46).

O Bill of Rights (Declaração de Direitos), escrita por James Madison, foi o que trouxe primeiramente como uma das conquistas aos direitos humanos internacionais, a possibilidade de julgamento pelo júri (ARAÚJO; ALMEIDA, 1996, p. 208).

Inicialmente, no que concerne à Constituição dos Estados Unidos da América, necessário descrever sobre o artigo 3º, Seção II, item 3: “O julgamento de todos os crimes, exceto em casos de crimes de responsabilidade, será feito por júri e esse julgamento realizar- se-á no Estado em que os crimes tiverem sido cometidos; mas, quando não sejam cometidos em nenhum dos estados, o julgamento ocorrerá na localidade ou localidades que o Congresso designar por lei” (NUCCI, 1999, p. 71).

As sexta e sétima emendas à Constituição de 1791 trouxeram a consagração do Júri na esfera criminal e cível respectivamente:

Emenda VI Acusação Criminal

Em todos os processos criminais, o acusado terá direito a um julgamento rápido e público, por um júri imparcial do Estado e distrito onde o crime houver sido cometido, distrito esse que será previamente estabelecido por lei, e de ser informado sobre a natureza e a causa da acusação; de ser acareado com as testemunhas de

acusação; de fazer comparecer por meios legais testemunhas da defesa, e de ser defendido por um advogado (COOLEY, 2002, p. 359).

Emenda VII

Direito Comum Consuetudinário

Nos processos de Direito consuetudinário, quando o valor da causa exceder vinte dólares, será garantido o direito de julgamento por júri, cuja decisão não poderá ser revista por qualquer tribunal dos Estados Unidos senão de acordo com as regras do direito costumeiro (COOLEY, 2002, p. 359).

Devido não estar disciplinado em tais emendas como se constituiria o Tribunal do Júri, decisões jurisprudenciais forneceram o caminho a ser seguido. Em 1930, no caso Patton v. U.S., 281, U.S. 276, 288, o magistrado Sutherland, tomando por base o ordenamento inglês, relatou que “o direito ao júri queria dizer um júri formado por 12 (doze) jurados, com um julgamento presidido por um juiz togado, com poder de direção, a fim de informar os juízes leigos sobre a lei e sobre os fatos em discussão, bem como que a decisão deveria ser sempre unânime.” Referida decisão também estabeleceu que o júri é um privilégio do acusado, podendo este abrir mão. Este é o significado do direito a ser julgado por um Tribunal do Júri pelas cortes federais estadunidenses, em contrapartida, tais preceitos foram amenizados nas cortes estaduais (NUCCI, 1999, p. 71).

A Suprema Corte Americana chegou a pronunciar-se sobre os preceitos supracitados, e declarou que todo acusado tem direito a um julgamento pelo tribunal do júri desde que a pena privativa de liberdade ultrapasse 6 (seis) meses (NUCCI, 1999, p. 71).

As 8 (oito) primeiras emendas à Constituição Americana trouxeram limitações restringindo a liberdade dos cidadãos e punindo ilícitos. Nota-se que de 23 (vinte e três) direitos autônomos constantes em tais emendas, 12 (doze) eram referentes à justiça criminal. Com isso, os Estados americanos alertaram os cidadãos de que os bens jurídicos mais valiosos — tais como a liberdade e a vida — podiam ser postos em risco (ISRAEL; LA FAVE apud ARAÚJO; ALMEIDA, 1996 p. 208).

Nos Estados Unidos, a principal garantia é a da igualdade das condições chamada de fairness, no esforço pela descoberta da verdade (ARAÚJO; ALMEIDA, 1996, p. 210). O sistema se baseia na crença de que a verdade tem maior probabilidade de aparecer quando as partes (acusação e defesa) em conformidade com normas imparciais, diante de um juiz isento, regem as provas, apresentando a causa de forma veemente ao júri (SÉRROUSI, 2001, p. 98).

No ponto concernente às atribuições das partes no Tribunal americano, cabe a estas produzir provas, convocar e preparar testemunhas, contratar peritos e arrecadar provas que lhe sejam favoráveis (CARLOTTO et. al, 2005).

No ordenamento norteamericano existe o princípio da apreciação compacta, o qual estabelece que os procedimentos devem ser fluentes, cabendo ao juiz a resolução de plano de eventuais dúvidas concernentes à matérias de direito, entretanto, não existe oposição de que uma questão de direito seja discutida esgotavelmente, visto que a má aplicação da law of evidence pode levar a uma nulidade (CARLOTTO et. al, 2005).

O confronto entre as partes no Tribunal do Júri faz com que a verdade apareça através das provas e dos debates. Trata-se de demonstração prática já delineada por jusfilósofo americano, que trouxe 3 (três) características dos padrões legais (ARAÚJO; ALMEIDA, 1996, p. 210):

(1) They all involve a certain moral judgment upon conduct. It is to be "fair", or "conscientious", or "reasonable", or "prudent", or "diligent". (2) They do not call for exact legal knowledge exactly applied, but for common sense about common things or trained intuition about things outside of everyone’s experience. (3) They are not formulated absolutely and given an exact content, either by legislation or by judicial decision, but are relative to time and places and circumstances and are to be applied with reference to the facts of the case in hand. They recognize that, within the bounds fixed by the law, each case is to a certain extent unique (POUND, 1965, p. 58)1

Antes de haver a decisão de o infrator ser ou não julgado pelo Tribunal do Júri, há a ocorrência da plea. Tal fenômeno consiste na declaração inicial que faz o indiciado acerca da acusação que lhe é movida, podendo este declarar-se inocente (not guilty plea), culpado (guilty plea) ou requerer a plea bargaining (MOREIRA, 2000). A plea bargaining consiste em negociação entre o acusado (podendo ser representado pelo advogado), o promotor público e o juiz, às vezes até com participação da vítima, para acharem uma conclusão prática em torno do objeto da acusação.

Nesta senda, explana Oliveira, E. (1999, p. 108): “Digamos que o delinqüente confesse um homicídio simples, mas em verdade ele cometeu um homicídio qualificado. Se o Ministério Público tem dificuldades de provar o homicídio qualificado, ele pode aceitar a punição por homicídio simples confessado pelo acusado.” Desta forma, há uma cedência entre as partes, ressaltando a diminuição do risco de incerteza no plano judicial pelo órgão do Ministério Público.

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(1) Todos eles envolvem um certo julgamento moral sobre a conduta. Ela deve ser ‘justa’, ou ‘conscienciosa’, ou ‘razoável’, ou ‘prudente’, ou ‘diligente’. (2) Eles não apelam a um conhecimento jurídico preciso e precisamente aplicado, mas a um senso comum sobre coisas comuns ou uma intuição educada sobre coisas da experiência de cada um. (3) Eles não são formulados em termos absolutos, ou delimitados com exatidão, nem pela legislação, nem pela jurisprudência, mas são relativos a épocas e lugares e circunstâncias, devendo ser aplicados em referência aos fatos do caso em questão. Eles reconhecem que, dentro de limites fixados pelo direito, cada caso é, em uma certa medida, único (ARAÚJO; ALMEIDA, 1996, p. 210).

Há também a possibilidade de o infrator optar pela guilty plea, que seria a confissão do acusado declarando-se culpado. Tal fenômeno, geralmente vem precedido da plea bargaining, o que pode vir a encerrar a negociação, desde que haja anuência do juiz e do representante do Ministério Público. Todavia, em processos de crimes com grande ressonância social, o órgão do Ministério Público não vem aceitando a plea bargaining, pois prefere que se cumpra todo o ritual processual, principalmente através da instrução e julgamento, para que a comunidade veja a transparência da justiça (OLIVEIRA, E. 1999, p. 108).

No procedimento criminal ou cível do Júri norteamericano há a opção de o acusado requerer ou não o julgamento pelo Tribunal do Júri, conforme dito anteriormente. Nos casos criminais, conforme entendimento já citado da Suprema Corte Americana, desde que a condenação ultrapasse 6 (seis) meses, e nos casos cíveis, o valor da condenação exceda 20 (vinte) dólares. Porém, há uma ressalva quanto à desistência ou não por julgamento através do júri, pois, para que essa desistência tenha validade, tanto em cortes federais quanto em estaduais, tem que haver a concordância do promotor e do juiz (NUCCI, 1999, p. 73).

Nas cortes federais há a possibilidade de o réu desistir do julgamento pelo júri até em casos de pena de morte, todavia, certas cortes estaduais não possuem essa benesse, bem como, em alguns Estados americanos, não há a possibilidade de desistir do júri em casos de crimes graves (NUCCI, 1999, p. 73). Prudente salientar que os Estados Unidos são uma autêntica Federação, cujos Estados são bastante autônomos, por isso notam-se tais diferenças entre um Estado e outro no que tange à Justiça (NUCCI, 1999, p. 71).

Outra diferença entre cortes estaduais e federais é que nestas o veredicto tem de ser unânime, enquanto que naquelas é possível proferir sentenças condenatórias por maioria, dependendo do Estado, desde que não se trata de pena de morte ou de infrações penais graves. Ademais, nas cortes federais o número de jurados é necessariamente 12 (doze) e em contrapartida, nas cortes estaduais este número pode ser reduzido, embora não exista júri com menos que 6 (seis) jurados (NUCCI, 1999, p. 72).

Comporta estabelecer que nos Estados Unidos há o Grande Júri (Grand Jury) e o Pequeno Júri (Petit Jury) (OLIVEIRA, E.1999, p. 106).

O Grande Júri é formado por eleitores da comunidade e sua composição varia de Estado para Estado, entre 16 (dezesseis) e 23 (vinte e três) jurados. Tais jurados tem as funções de acusar infratores que violaram crimes previstos na legislação penal, considerando existirem provas suficientes apresentadas pelo promotor e investigar possível cometimento de crimes. “O grande júri, assim sendo, é um organismo judicial de acusação ou de investigação,

mas não tem função de decidir sobre inocência ou culpabilidade do possível infrator” (OLIVEIRA, 1999, p. 106). Após a investigação, se for dada a acusação, o processo é remetido para julgamento pelo pequeno júri, e se não houverem elementos suficientes para o convencimento da culpa do acusado, arquiva-se o processo. Pesquisas indicam que apenas de 3 a 8% dos casos submetidos ao pequeno júri divergem da acusação proferida pelo Grande Júri (ISRAEL; LA FAVE apud NUCCI, 1999, p. 72).

No Pequeno Júri a responsabilidade dos jurados é julgar o acusado inocente ou culpado. Na maioria dos Estados é composto por 12 (doze) pessoas sorteadas entre os eleitores da comunidade. Também é atribuição do pequeno júri fazer recomendação ao juiz sobre a pena a ser aplicada. Nos Estados em que há pena de morte por crimes gravíssimos, como, por exemplo, o homicídio doloso perverso, em havendo condenação, o pequeno júri pode recomendar a pena de morte ao acusado (OLIVEIRA, E. 1999, p. 106).

Há no sistema norteamericano a importante doutrina das exclusionary rules. Tal doutrina preconiza a exclusão de determinadas provas no ordenamento penal. Este direito está previsto na 4ª Emenda Constitucional Americana a qual proíbe buscas e apreensões arbitrárias que não sejam de forma fundamentada (NETO, 2011).

No concernente às provas obtidas por meios ilícitos, estas geralmente não são consideradas em julgamento. Somente em alguns casos se tem entendido a aceitação de tais provas devido ao ganho que elas trouxeram para a busca da verdade em detrimento de uma violação menor para quem a prova não beneficiava (MOREIRA, 2000, p. 8).

Existe também a questão das fruits of the poisons trees (árvore dos frutos envenenados), a qual proclama que se descobrirem provas por ato derivado de prova obtida por meios ilícitos, estas não deverão ser aceitas posto que se as raízes estão envenenadas também estarão os frutos (MOREIRA, 2000, p. 8).

A 5ª Emenda norteamericana confere ao réu a possibilidade de não produzir prova em seu desfavor, tal benesse é denominada de privilege against self-incrimination (MOREIRA, 2000, p. 9).

Constata-se que o acusado possui direitos e garantias constitucionais que devem ser respeitados pela polícia, pelo juiz, pelo promotor ou até mesmo pelo júri. Qualquer violação pode anular o processo e até mesmo favorecer a absolvição do acusado (OLIVEIRA, E. 1999, p. 109).

No disposto ao julgamento pelo júri, este pode demorar semanas e até meses. Após as fases de inquirição, exibição oral das provas e debates, o júri delibera em portas fechadas durante horas até alcançar um veredicto. O veredicto dos jurados precisa estar

estritamente vinculado aos elementos probatórios expostos em plenário. Há o principio do Allen Charge no qual em alguns Estados americanos, o juiz faz uma alocução explicativa aos jurados, antes do veredicto, para que estes julguem conforme as provas apresentadas e com livre convencimento. Em alguns Estados foi abolido tal medida devido ser esta considerada interferência e pressão do Juiz sobre os jurados (OLIVEIRA, E. 1999, p. 110).

Convém explanar que na sala de deliberação dos jurados, somente estes podem entrar e deliberar sobre o caso. O veredicto deve se baseiar na beyond a reasonable doubt (além de uma razoável dúvida), ou seja, a constatação sobre a participação do acusado no crime e o grau de culpabilidade não devem se apoiar em manifestações exclusivas de dúvidas (OLIVEIRA, E. 1999, p. 111).

Como já dito anteriormente, o júri tem de ser unânime, exceto em alguns Estados. Se porventura a unanimidade não é obtida, acontece o hung jury, que leva o juiz presidente a declarar o mistrial e determinar novo julgamento. Em alguns Estados, a falta de unanimidade entre os jurados faz com que o juiz em consonância com o promotor venham a absolver o acusado (OLIVEIRA, E. 1999, p. 111).

No júri norteamericano o acusado tem sempre a opção de recorrer, principalmente quando condenado à pena de prisão. “Estatísticas demonstram que somente 10 a 20% dos apelos são providos pelos tribunais togados” (ISRAEL; LA FAVE apud Nucci, 1999, p. 73).

Ademais, há a possibilidade de o juiz norteamericano rejeitar o veredicto dado pelo júri, quando ele esteja convencido que a sentença não foi suficientemente razoável e convincente. Na ocasião de o veredicto ser rejeitado, é chamado novo corpo de jurados para julgar ou o processo é submetido a novo juiz. Entretanto, o veredicto que absolve criminalmente o acusado não pode ser rejeitado (KAPLAN, 1963, p. 43).

3.3 ATUAÇÃO DO ADVOGADO

O estereótipo de advogado no júri dos Estados Unidos é sempre um presente ícone de massa, um herói da América (ARAÚJO; ALMEIDA, 1996, p. 209). Observa-se tal importância do Advogado nos EUA por ter nada menos que 314 (trezentos e quatorze) advogados para cada 10.000 (dez mil) habitantes norteamericanos (SÉRROUSI, 1999, p. 156).

Para ser advogado (lawyer) nos Estados Unidos, tem que ser aprovado na National Bar examination, organizado pela American Bar Association (Associação dos Advogados Americanos) a qual equivale a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A ABA organiza os advogados seja para as subseções estaduais ou federais. O exercício da advocacia é permitido em outros Estados diferentes daquele em que o advogado se inscreveu no exame, desde que realize o exame correspondente ao Estado pretendido ou preencha condições que variam de Estado para Estado (a idéia principal é que o advogado tenha conhecimento da legislação local bem como dos case laws aplicados naquele Estado) (SOARES, 1999, p. 64).

O sistema de Justiça criminal dos Estados Unidos confere ao Estado poderes extraordinários no que tange ao processo crime, bem como impõe pesado ônus para o Estado obter condenação. Em decorrência disto, o advogado possui trabalho árduo e desafiador ao defender o acusado (POLLACK, 2009, p. 29).

Outro quesito que dificulta o trabalho do advogado em plenário é o fato de que a defesa não pode obrigar uma testemunha a depor concedendo imunidade a ela, ao contrario do Estado, que possui essa benesse (POLLACK, 2009, p. 30).

Quando as acusações criminais são apresentadas, se o réu não tem condições de constituir um advogado, este é nomeado pelo Estado (POLLACK, 2009, p. 29).

O advogado de defesa criminal nos Estados Unidos tem o direito, e na verdade a obrigação de organizar todos os fatos e argumentos possíveis em prol do acusado, com a restrição de que não pode apresentar depoimento falso conscientemente (POLLACK, 2009, p. 30).

Convém expor que o advogado criminal dos Estados Unidos tem ampla liberdade para produzir prova, podendo este: indicar, convocar e preparar as testemunhas; apresentar provas documentais ou que envolvam objetos relacionados ao crime; contratar peritos e ainda usar de materiais didáticos e recursos tecnológicos que se relacionam ao recolhimento ou apresentação de indícios ou provas (OLIVEIRA, E. 1999, p. 107).

3.4 ATUAÇÃO DO PROMOTOR DE JUSTIÇA

O papel do promotor público dos Estados Unidos é semelhante ao do promotor no Brasil, uma vez que este representa o Estado na acusação do réu (READ, 2009, p. 26).

O promotor nos Estados Unidos pode ser chamado de D.A. (District Attorney), State Attorney, Country Prosecutor ou ainda Prosecuting Attorney (ARAÚJO; ALMEIDA, 1996, p. 210).

O chefe da promotoria é eleito pela comunidade na Comarca onde atua ou nomeado pelo Poder Executivo, dependendo de Estado para Estado (NUCCI, 1999, p. 73). Araújo e Almeida (1996, p. 108), listam algumas atribuições dos promotores de justiça:

[...] dispor de verbas significativas e de pessoal de apoio que lhe dará suporte para seus estudos, tarefas burocráticas e realizar diligências, as quais exigem autorização judicial nas situações em questão envolvidas regras de direitos humanos ou garantias constitucionais.O chefe da Promotoria tem ainda a opção de determinar o arquivamento do inquérito por conta própria, ou, se houver provas ou indícios claros, dar curso ao processo criminal, apresentando suas razões de acusação ao júri. Observa-se a discricionariedade do promotor de justiça em controlar e supervisionar todo o inquérito, sendo responsável pela correção e efetividade dos elementos probatórios (CARLOTTO et. al, 2005).

Após a seleção de jurados para o caso, o State Attorney faz suas alegações iniciais perante o júri, pronunciando quais serão as provas produzidas em juízo que comprovarão a culpabilidade do acusado. Terminada a apresentação do caso pelo Promotor ao júri, o réu tem o direito de apresentar provas de sua inocência. Quando a defesa apresenta suas testemunhas para comprovar tal inocência, o promotor tem o direito de questioná-las (READ, 2009, p.26).

O papel do D.A. se finda quando este apresenta suas alegações finais no término do julgamento. Em suma o papel do promotor de justiça não é obter a condenação do acusado a qualquer custo, mas sim trazer justiça para que nenhum réu seja condenado injustamente (READ, 2009, p. 27).

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