• Nenhum resultado encontrado

SUMÁRIO 1 Introdução

R- D Placa cimentícia D

7. ESTUDO DE CASO

9.1. Principais considerações

Inicialmente foi feita uma pesquisa na literatura para estudar as etapas e os componentes do sistema de fachadas em chapas delgadas estruturadas em LSF. Em seguida, foram discutidas algumas das manifestações patológicas nesse sistema que já foram encontradas por outros autores. E por fim, foram realizados seis estudos de casos para identificar as principais causas das manifestações patológicas na prática.

Comparando a literatura com os estudos de caso, foi possível descobrir que as causas principalmente provenientes da execução, se assemelham muito com o que foi encontrado na prática, como não atendimentos das recomendações de projetistas e fornecedores, além da necessidade do estreitamento das atividades de projeto e execução.

Um ponto muito importante na revisão da literatura, foi em relação a necessidade de formalização de uma norma para a utilização dos sistemas industrializados ser eficiente. Como foi analisado nos estudos de caso, sem a norma do LSF em vigor, não é possível estabelecer regras, diretrizes e características em relação ao desempenho, projeto e execução do sistema como um todo.

Além da norma se faz necessária também uma visão sistêmica de todo o processo de produção e execução. Os resultados obtidos nos estudos de caso confirmaram que o sistema LSF ainda enfrenta grande dificuldade de implementação como sistema no Brasil em função da falta de conhecimento do processo construtivo na construção, falta de treinamento da mão-de-obra, falta da disponibilidade de materiais no mercado, assistência pós-venda e proliferação de manifestações patológicas.

A região dos prédios observada, durante os estudos de caso, mais suscetível a aparição de manifestações patológicas, foi no entorno das aberturas de janelas. Erros, tais como: no plaqueamento, no caimento incorreto do peitoril, na falta do friso da pingadeira, na falta de instalação do “flashing” ou o tamanho do vão de esquadria incompatível, foram os principais erros encontrados nessa região.

Erros de projetos também foram encontrados nos estudos de caso, tais como: projetos sem previsão de contraventamento, de vergas ou de enrijecedores nas estruturas, além de projetos com falta de informações de sequenciamento, ferramentas ou mal dimensionamento do transporte.

Em relação a execução foram identificadas falhas no espaçamento de parafusos, não instalação de enrijecedores ou de contraventamentos previstos em projetos, além de cortes nos perfis, em contraventamento e em placas cimentícias. Enfim, improvisos em obras, omissão de informações e irresponsabilidades.

As principais manifestações patológicas em fachadas em chapas delgadas, encontradas nos estudos de casos, foram as fissuras e trincas, infiltração, desplacamento, falha nas interfaces, falha nas juntas, falha na ancoragem, oxidação e corrosão. Manifestações essas que também foram encontradas durante a revisão da literatura, mas que puderam ser identificadas com mais detalhes, particularidades e exemplos na prática.

O uso de materiais em desacordo com as recomendações dos fornecedores, principalmente no tratamento de juntas (massa, telas e tempo de cura adequado), foram recorrentes nos estudos de casos. Nesse caso, além de perder a garantia do material, ficam propensos a aparição de manifestações patológicas como a infiltração, perda de aderência do substrato, estufamento de placas, corrosão e assim chegar a degradar todo o sistema.

Além da região das juntas, foi exatamente na área em torno das placas cimentícias ou propriamente nas próprias placas cimentícias, que se identificou um ponto muito sensível a aparição das manifestações patológicas. Foi discutido que existem diferentes formas de fabricação das placas cimentícias e diversos fabricantes no Brasil e no exterior com variações dimensionais distintas. Concluiu-se então que, se houvesse na norma de placas cimentícias (NBR 15.498), uma exigência quanto a variação dimensional dos estágios seco/ saturado ser menor para as placas utilizadas em fachadas com juntas invisíveis, seria possível uma diminuição das manifestações patológicas em torno dessa região.

O estudo da degradação das fachadas foi essencial para entender que, os danos que poderiam ser inicialmente só estéticos podem aumentar a degradação das edificações, se tornando danos estruturais, podendo comprometer o desempenho de

todo o edifício. As degradações de nível 3 - Degradação externa (Fissuração localizada, cantos ou bordas danificadas, infiltrações localizadas, eflorescências, superfície danificada, desalinhamento da fachada, oxidação localizada e estufamento das placas) e degradações de nível 4 – Pior degradação (Fissuração intensa, descolamento ou degradação da superfície, infiltração intensa e superfície danificada, elementos de aço quebrados ou corroídos, perda de aderência entre camadas, destacamento da parede, oxidação e corrosão intensa e comprometimento estrutural) foram os mais identificados nos estudos de casos.

A partir da análise das matrizes de correlações - apresentadas no item 8.4 - foi possível evidenciar a relação existente entre as manifestações patológicas e suas principais causas, a relação de novas manifestações patológicas devido a existência de outras manifestações patológicas, e por fim uma análise das manifestações patológicas e suas técnicas de reparo.

A fissuração e deterioração das juntas foram as principais manifestações patológicas encontradas nas matrizes. Fazendo uma ligação com as principais causas correlacionadas nas matrizes estão; a falta de norma de LSF no Brasil, não cumprimento das recomendações de fornecedores e variação de temperatura. Essas manifestações patológicas quando correlacionadas com outras manifestações patológicas resultam na infiltração e na perda do desempenho estrutural, que por fim se correlacionam com as técnicas de reparo principalmente em relação ao basecoat, reparo no tratamento de juntas ou troca de placas.

Por fim, a metodologia empregada na análise dos estudos de caso atingiu com êxito o objetivo da pesquisa e desempenhou um papel fundamental na constatação das manifestações patológicas, suas respectivas regiões de origem, e obtenção das prováveis causas. Uma contribuição não apenas para o meio acadêmico, mas também para todos aqueles que trabalham e vivenciam diariamente o sistema na prática. Com certeza, com um maior conhecimento sobre as manifestações patológicas, é possível alertar as entidades responsáveis, aumentar a fiscalização, e tomar ações cabíveis para melhoria do sistema de fachadas.