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Principais Fatores que dificultam ou impedem as empresas brasileiras de utilizar

4 ANÁLISE DOS DADOS

4.3 Principais Fatores que dificultam ou impedem as empresas brasileiras de utilizar

Existem fatores que dificultam ou impossibilitam a utilização do Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica pelas empresas. Oito profissionais entrevistados informaram que um dos motivos que os impedem de utilizar esse tipo de incentivo está relacionado à falta de

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As empresas não utilizam índices para mensurar o retorno dos investimentos em

inovação

As empresas utilizam índices para mensurar o retorno dos investimentos em inovação

conhecimento da legislação que estabelece os procedimentos para a sua adoção. Um dos entrevistados afirmou que a legislação não especifica com clareza os projetos que podem ser beneficiados com o incentivo. Dois executivos entrevistados, por seu turno, afirmaram que a maior dificuldade identificada foi determinar os projetos que poderiam ser utilizados para a obtenção do incentivo. Somente uma pessoa entrevistada não respondeu a esta questão.

Outros aspectos mencionados pelos entrevistados que dificultariam ou impediriam as empresas de utilizar o incentivo são estes:

 burocracia para utilização do incentivo;

 falta de estrutura para cumprir as exigências do incentivo;  falta de regularidade fiscal;

 exigência de tributação do IRPJ e da CSLL com base no lucro real.

A Figura 20 indica os principais fatores que dificultam ou impedem as empresas de utilizar o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica:

Figura 20: Principais fatores que dificultam ou impedem as empresas de utilizar o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica

Em relação às informações requeridas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), três pessoas entrevistadas informaram que é muito alto o nível de exigência das

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Falta de conhecimento da legislação que trata do Incentivo Fiscal da Inovação

Tecnológica

Dificuldade de identificar na legislação quais são os projetos passíveis de utilização do

informações e cinco informaram que as informações exigidas são complexas. Um dos entrevistados, por outro lado, considerou que as informações exigidas são suficientes. Nas entrevistas, duas pessoas não responderam a pergunta referente a esse assunto.

A Figura 21 traz a classificação das exigências de informações pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT):

Figura 21: Classificação das exigências de informações pelo Ministério da Ciência e Tecnologia

Como se registra no relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia (2008, p. 7), referente ao ano-calendário de 2008, uma grande quantidade de empresas apresentou informações incorretas, imprecisas e/ou incompatíveis com o atendimento dos dispositivos da Lei do Bem. Levando-se em conta as respostas das entrevistas, pode-se concluir que as incorreções são ocasionadas pela complexidade das informações exigidas para a fruição do incentivo.

Nas entrevistas realizadas, buscou-se verificar, também, as principais dificuldades encontradas para a realização de investimentos em inovação nas empresas que NÃO utilizaram o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica. Dois executivos entrevistados afirmaram que a falta de pessoal qualificado restringe a possibilidade da opção pelo investimento e três disseram que a rigidez da estrutura da empresa e a dificuldade em convencer as pessoas sobre a necessidade de investir em inovação foram fatores determinantes para o não investimento. Somente um dos entrevistados informou que, em

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É muito alto o nível de informações exigidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT É complexo o nível de informações exigidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT São suficientes as informações exigidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT Pergunta não respondida

virtude de seu segmento de atuação, o investimento em inovação não é fator relevante; por esse motivo, o investimento é direcionado para a melhoria dos controles internos.

A Figura 22 aponta os principais fatores que dificultam a realização de investimentos em inovação tecnológica:

Figura 22: Principais fatores que dificultam as empresas de realizar investimentos em inovação tecnológica

Considerando-se somente as empresas que utilizaram o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica, oito executivos entrevistados informaram ter tomado conhecimento do incentivo por meio de seus assessores tributários, três afirmaram que o incentivo foi identificado por seu departamento tributário e somente um informou que teve conhecimento do incentivo pela participação em evento de associação de classe.

A Figura 23 mostra os responsáveis pela apresentação do Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica: 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Falta de mão-de-obra especializada Rigidez a mudanças e dificuldade de convencimento das pessoas

sobre a importância e necessidade dos gastos

Não é fator relevante para seu negócio

Figura 23 - Responsáveis pela apresentação do Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica à empresa

Quanto ao período de utilização do incentivo, nove executivos entrevistados informaram que o uso ocorreu a partir do ano-calendário de 2008, um informou ter utilizado a partir de 2009 e somente um afirmou ter utilizado a partir de 2006, primeiro ano de vigência do incentivo.

A Figura 24 expõe em qual período as empresas passaram a utilizar o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica: 0 1 2 3 4 5 6

Assessores tributários Departamento tributário Cada unidade de negócio é responsável pela identificação

de incentivos fiscais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O incentivo foi utilizado em 2006

O incentivo foi utilizado em 2008

O incentivo foi utilizado em 2009

Figura 24: Utilização do Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica

No relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia (2008, p. 7), menciona-se que a não utilização do incentivo fiscal pelas empresas seria, entre outros aspectos, devida ao fato de estas terem apresentado resultados negativos. No entanto, nas entrevistas realizadas, todos os entrevistados afirmaram que suas empresas apresentaram resultados positivos, inclusive aquelas que investiram em inovação, mas que não utilizaram o incentivo.

Das empresas que realizaram investimentos em inovação, algumas não utilizaram o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica, como já se apontou. Nas entrevistas feitas, procurou-se saber por que isso ocorreu. Quatro executivos entrevistados afirmaram que a maior parte de seus produtos é desenvolvida no exterior e quatro mencionaram o desconhecimento desse incentivo. Somente um dos entrevistados não respondeu a essa questão.

A Figura 25 demonstra os fatores que impediram as empresas de utilizar o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica:

Figura 25: Fatores que impedem as empresas de utilizar o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica

Para que as empresas possam usufruir do Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica, deverão observar as exigências da Lei 11.638/07, quais sejam:

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Os produtos são desenvolvidos no exterior

Desconhece-se o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica

 os investimentos deverão ser realizados no país;

 as empresas deverão apurar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro Real;

 precisa haver manutenção do controle de todos os gastos com inovação tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica;

 deve haver comprovação de regularidade fiscal.

Ainda a respeito das exigências feitas para a utilização do incentivo, verificou-se que 33% dos entrevistados informaram que o incentivo é restringido pela:

 exigência de que os investimentos sejam realizados no país;  exigência de regularidade (que é um fator negativo);

 exigência de tributação do IRPJ e da CSLL pela sistemática do Lucro Real. No momento da entrevista, um dos entrevistados afirmou, também, que:

As autoridades deveriam avaliar a possibilidade de estender o Incentivo Fiscal da Inovação Tecnológica para as empresas que apuram seus tributos pela sistemática do Simples e Lucro Presumido.

As pessoas entrevistadas foram unânimes em afirmar que a economia tributária obtida com o incentivo fiscal é reinvestida em outros projetos de inovação. Somente uma delas informou que o resultado obtido com a economia fiscal é utilizado em outros projetos não relacionados à melhoria de seus produtos e processos.