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Principais rubricas da Demonstração de Resultados

5. CASO DE ESTUDO: ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA DA FPF ENTRE 2010-2012

5.3. Apresentação e enquadramento da FPF

5.4.4. Principais rubricas da Demonstração de Resultados

As principais rubricas da DR permitem-nos tirar algumas conclusões sobre relevantes sobre os resultados da atividade da empresa.

- € 5.000.000,00 € 10.000.000,00 € 15.000.000,00 € 20.000.000,00 € 25.000.000,00 € 30.000.000,00 €

Capital Social Reservas Resultados Transitados Resultado Liquido Exercício Total do Capital Próprio Principais Rubricas que compõem o Capital Próprio da FPF

2010 2011 2012 44% 42% 5% 9%

Peso médio de cada rubrica no Capital Próprio Total da FPF - 2010-2012

Capital Social Reservas

Resultados Transitados Resultado Liquido Exercício

Na DR encontram-se essencialmente elementos de cariz económico onde se evidenciam os resultados (lucros ou prejuízos). É um documento, onde através da leitura das suas principais rubricas, podemos fazer uma avaliação do desempenho económico num determinado período.

Quadro 13. Principais rubricas da DR da FPF

Figura 15. Principais Rubricas da DR da FPF (euros)

Analisando o Quadro 13 onde constam as principais rubricas da DR podemos concluir que 2010 foi o único ano do triénio em estudo em que nem todos os resultados foram positivos. Neste ano os RO e os RC situaram-se em valores negativos devido ao fato de a FPF ter mais gastos operacionais (12.032.102,34€) do que ganhos (3.126.739,35€) assim como um maior valor de gastos correntes quando comparado com os ganhos. O que contribuiu para

Resultados Operacionais -1.579.895,71 € 1.270.444,87 € 1.766.948,11 €

Resultados Financeiros 296.046,50 € 922.718,94 € 1.308.392,36 € Resultados Correntes - 1.283.849,21 € 2.193.163,81 € 3.075.340,47 €

Resultados Antes de Impostos 489.948,97 € 3.365.743,79 € 2.689.192,16 €

Resultado Líquido 489.948,97 € 3.365.743,79 € 2.689.192,16 € Demonstração de Resultados 2010 2011 2012 -2.000.000,00 € -1.000.000,00 € 0,00 € 1.000.000,00 € 2.000.000,00 € 3.000.000,00 € 4.000.000,00 € Resultados Operacionais

Resultados Financeiros Resultados Correntes Resultados Antes de Impostos Resultado Líquido

Demonstração de Resultados

2010 2011 2012

que os gastos operacionais fossem superiores aos ganhos foram essencialmente os custos com pessoal que ascenderam aos 4.433.098,04€.

Os anos que se seguiram a 2010 revelaram um desempenho económico-financeiro bastante positivo com todas as rubricas da DR a terem bons resultados quando comparados com o ano de 2010.

Pela leitura da Figura 15, percebemos imediatamente que entre 2011 e 2012 destaca-se um aumento constante dos RO, RF e RC na casa dos 40% de variação positiva e uma ligeira diminuição do RAI e RL a rondar os 20% de variação negativa.

No entanto se analisarmos a DR no seu todo concluímos que a FPF respira saúde financeira como veremos na continuação da análise financeira que se segue onde se utilizará o método dos rácios.

5.4.5. RÁCIOS FINANCEIROS

A utilização dos RF permite avaliar o equilíbrio das massas patrimoniais do balanço, relacionando grandezas desta demonstração financeira.

Tabela 1. RF da FPF

Tabela 5.2 – Rácios Financeiros da FPF

Solvabilidade Total

Relativamente ao rácio de ST verificam-se valores sempre superiores a 1, o que significa que o valor do património da FPF foi sempre suficiente para cobrir as dívidas da empresa, ou seja, a FPF teve sempre uma elevada capacidade de fazer face aos seus compromissos com terceiros, algo conseguido de forma cada vez mais confortável. Os seus credores não correm praticamente qualquer risco devido à elevada solvabilidade.

Na Tabela 1, verifica-se que a evolução do rácio foi de 1,2 em 2010 para 1,45 em 2011 o que significa que a FPF aumentou a sua capacidade de solver as dívidas para com terceiros. Entre 2011 e 2012 houve uma queda de 0,25 que significa uma redução da capacidade da

Solvabilidade Total 0,85 1,45 1,20

Autonomia Financeira 0,46 0,59 0,55

Endividamento 0,54 0,41 0,45

Estrutura do Endividamento 0,81 0,81 0,67

FPF para satisfazer os seus compromissos (Figura 16) de Médio e Longo Prazo. No entanto, esta redução, que não tem grande importância já que o rácio se situa em valores superiores à unidade o que, por questões de prudência, é aconselhável em todas as empresas.

Figura 16. Rácio de ST

Autonomia Financeira

Relativamente ao rácio de AF (Figura 17) verificam-se valores sempre superiores a 1/3 ou 33%, o que significa que a FPF, no período compreendido entre 2010-2012, com valores entre os 55 e 65% teve sempre grande solidez financeira. No entanto é necessário referir que essa autonomia tem vindo a diminuir passando de 65% em 2010 para 59% em 2011 e finalmente para 55% em 2012. Apesar de ser uma queda pouco preocupante, pois todos os valores estão bem acima dos valores mínimos aceitáveis para este rácio, é aconselhável manter valores estáveis ao longo dos próximos anos. Esta queda deveu-se ao fato de o aumento verificado no Capital Próprio entre 2010-2012 não ter sido diretamente proporcional ao aumento do Ativo, o que significa que o Capital Próprio perdeu capacidade de financiar o Ativo da FPF levando a que se verificasse uma diminuição da autonomia da FPF face a terceiros. Contudo, a FPF apresenta uma grau de autonomia que contrasta claramente com o ciclo atual da economia.

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 Solvabilidade Total

Solvabilidade Total

2010 2011 2012

Figura 17. Rácio de AF

Endividamento

O REND (Figura 18) teve um decréscimo de 4% entre 2010-2011 e uma subida na mesma proporção entre 2011-2012. Os valores do endividamento situaram-se nos 45% em 2010, 41% em 2011 e 45% em 2012, podendo dizer-se que a FPF se encontra com um nível endividamento abaixo dos 50% o que se revela muito positivo, até porque normalmente os níveis de endividamento das empresas se situam no intervalo entre 50 e 66%.

O fato dos níveis de endividamento se terem mantido praticamente constantes no triénio estudado é também fator revelador da boa situação económico-financeira da FPF.

Figura 18. REND

Estrutura do Endividamento

Pela análise do rácio de EE podemos constatar que o endividamento da FPF é essencialmente de curto prazo pois o passivo corrente representa mais de 50% do passivo

0,38 0,39 0,40 0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 Endividamento

Endividamento

2010 2011 2012 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 0,62 0,64 0,66 Autonomia Financeira 2010 2011 2012

total. Importa aqui realçar que no triénio 2010-2012 a FPF não pediu qualquer financiamento a instituições de crédito, fator este que revela a sua autonomia financeira já referenciada no presente estudo. Neste triénio, apenas em 2010 a FPF tinha uma dívida a instituições de crédito no valor de 358.613,69€, divida esta que vinha de anos anteriores pois neste mesmo ano também não obteve qualquer financiamento. Nos anos subsequentes (2011 e 2012) não pediu qualquer financiamento nem apresentou qualquer dívida a instituições financeiras.

O rácio de Estrutura de Endividamento (Figura 19) manteve-se inalterado entre 2010 e 2011 mantendo-se nos 81%, entre 2011 e 2012 teve uma descida de 14% situando-se nos 67%.

Estes resultados significam que o peso do passivo corrente no endividamento da FPF diminuiu 14% entre 2011 e 2012. Conclui-se que a pressão do endividamento sobre a tesouraria se manteve inalterada entre 2010 e 2011, para depois decair em 14% em 2012, o que demonstra elogiável solidez financeira.

Figura 19. Rácio de EE

5.4.6. RÁCIOS ECONÓMICOS

A pertinência dos RE tem a ver com a sua capacidade de estudar a rendibilidade da empresa através da análise da Demonstração de Resultados. É um rácio que permite abordar e analisar aspetos tais como as margens de rendibilidade, a estrutura de custos e a capacidade de autofinanciamento. 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 Estrutura do Endividamento

Estrutura do Endividamento

2010 2011 2012

Tabela 2. RE da FPF

Rendibilidade Operacional das Vendas

O rácio de ROV (Tabela 2) teve uma forte evolução entre 2010 e 2011, pois passou de - 85% para 74%, o que revelou um aumento muito significativo da ROV da FPF. A subida foi de 159% o que demonstrou efetivamente uma subida vertiginosa da percentagem das vendas da FPF resultante, de fato, da participação no Campeonato do Mundo na África do Sul. Entre 2011 e 2012 a subida situou-se nos 53% passando de 74% em 2011 para 127% em 2012 (Figura 20).

Ao longo do triénio a FPF foi melhorando a sua capacidade de gerar resultados operacionais através do seu volume de negócios (vendas + prestação de serviços) revelando-se cada vez mais eficiente a capacidade de gerar lucros.

Conclui-se pois que a atividade comercial da FPF, que se refere essencialmente à venda de merchandising e prestação de serviços, teve uma evolução economicamente significativa.

Figura 20.Rácio de ROV

-1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00 1,50

Rend. Oper. das Vendas

Rendibilidade Operacional das Vendas

2010 2011 2012

Rendibilidade Liquida das Vendas

Analisando os valores deste rácio (Figura 21) facilmente se conclui que a capacidade da FPF em gerar resultados líquidos com o volume de negócios tornou-se cada vez maior sendo esses resultados refletidos na evolução do rácio de 26% em 2010 para 196% em 2011. Deste último ano para 2012 o valor manteve-se alto apesar de ter tido uma redução de 3% que se traduziu num rácio de 193% em 2012. Depois de pagos todos os custos, encargos financeiros e impostos, a FPF teve resultados muito esclarecedores da sua excelente situação económico-financeira.

Importante também referir que a RLV apresenta valores maiores que a ROV porque o RL é superior aos RO.

Figura 21. Rácio de RLV

Rendibilidade do Ativo Total

Analisando os valores deste rácio (Figura 22) facilmente se conclui que o rácio teve uma evolução de 7% entre 2010 e 2011 e uma redução de 3% entre 2011 e 2012. Daqui se conclui que o lucro obtido pela FPF com o ativo total não se revela preponderante nas suas contas, mas ainda assim é relevante pelo fato de ser sempre positivo ao longo do triénio. Traduzindo estas percentagens para valores reais pode-se dizer que por cada 1.000.000€ investidos a FPF obteve 10.000€ de rendibilidade em 2010, 80.000€ em 2011 e 50.000€ em 2012. Apesar de não serem percentagens muito altas, são no entanto, positivas e geradoras de retorno do investimento realizado.

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Rend. das Vendas

Rendibilidade Líquida das Vendas

2010 2011 2012

Figura 22. Rácio de RAT

5.4.7. RÁCIOS ECONÓMICO-FINANCEIROS

Estes rácios analisam as relações económico-financeiras integrando grandezas económicas da DR e grandezas financeiras do balanço. Para análise no presente estudo apenas irei calcular a RCP pois é o que melhor se adapta à análise económico-financeira da FPF.

Tabela 3. REF da FPF

Rendibilidade do Capital Próprio

A leitura da Tabela 3 demonstra que, a RCP apresenta nos anos de 2011 e 2012 valores francamente superiores aos de 2010. Em 2010 teve 2%, em 2011 13% e em 2012 teve 10%. Os valores mais elevados dos últimos dois anos do triénio em estudo devem-se, essencialmente, á melhoria do RL do período em causa. Enquanto que em 2010 o RL se situou nos 489.948,97€, em 2011 e 2012 teve uma subida substancialmente superior situando-se em 3.365.743,79€ e 2.689.192,16€ respetivamente. A baixa RCP em 2010 deve-se ao baixo valor da rendibilidade das vendas e ao aumento da carga fiscal.

Na Figura 23 podemos analisar os valores resultantes da diminuição da RCP de 13% em 2011 para 10% em 2012, rapidamente verificamos que esta descida foi acompanhada com uma diminuição da RV e de um aumento da carga fiscal. Em 2011 a RV foi de 196% face

0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09

Rend. do Ativo Total

Rendibilidade do Ativo Total

2010 2011 2012

Rend. dos Capitais Próprios 0,02 0,13 0,10

aos 193% de 2012 e a carga fiscal foi de 553.075,94€ em 2011 face aos 873.485,09€ em 2012.

Figura 23. Rácio de RCP

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