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4 MÉTODO

4.2 ETAPA 2: VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE

4.2.10 Procedimento de coleta de dados

Período de coleta de dados: janeiro a julho de 2016 e foi a partir deste período que

se estabeleceu a amostra do estudo.

Tempo de acompanhamento: até 5 dias, com avaliações diárias, consecutivas, nos

três turnos e independente do dia da semana. O tempo de acompanhamento justifica-se por resultados encontrados em estudos que apontam que o ressecamento ocular pode ocorrer a partir de 48 horas de internação na UTI e

alcançar lesões mais graves, como a úlcera de córnea num tempo médio de 8,9 dias (ARAÚJO et al., 2016; KOCAÇAL-GÜLLER; ESER; FASHAFSHEH et al., 2016; ALANSARI, HIJAZI; MAGHRABI, 2015; MASOUDI-ALAVANI et al., 2014; WERLI- ALWARENGA et al., 2011).

Forma de obtenção dos dados: fonte primária (diretamente com os pacientes

mediante avaliação clínica) e secundária (mediante consulta dos registros contidos no prontuário).

Revisão dos critérios de elegibilidade

 Antes da explicação sobre os objetivos da pesquisa ao familiar/responsável pelo paciente realizou-se uma consulta prévia em prontuário para avaliar os critérios de elegibilidade a fim de evitar abordagens desnecessárias.

 Durante aproximação junto ao familiar/responsável pelo paciente para assinatura do TCLE, uma consulta direta sobre os critérios de elegibilidade possivelmente omitidos em prontuário, em especial sobre doenças da superfície ocular foram revistos.

 Após obtenção do TCLE executou-se a primeira avaliação para garantir que o critério de elegibilidade, ausência de ressecamento ocular, fosse cumprido.

Mensurações

A primeira mensuração era realizada obrigatoriamente antes das 24 horas de admissão na UTI e sua finalidade era definir se os participantes já possuíam o desfecho de ressecamento ocular ao serem admitidos na unidade. Os dados desta avaliação eram submetidos à análise dos diagnosticadores por um sistema de comunicação em tempo real para garantir fidedignidade e forma não tendenciosa de inclusão de pacientes no estudo com o desfecho. Na ausência do desfecho na admissão, os sujeitos eram incluídos no estudo e as demais mensurações aconteciam após 24 horas, preferencialmente no mesmo horário, até o tempo de seguimento preconizado de 5 dias. Na presença do desfecho na admissão, ou seja, na primeira mensuração, os pacientes eram excluídos do estudo.

A justificativa das mensurações subsequentes acontecerem no mesmo horário que a anterior se fundamentou no apontamento de estudos que afirmam que os resultados do teste de Schirmer podem variar de acordo com a hora do dia

(SAVINI et al., 2008). Assim, esta padronização minimizou o viés da influência desta variável nos resultados do teste diagnóstico utilizado no estudo para mensuração da secreção lacrimal.

Operacionalização da coleta de dados

Ao chegar na unidade, verificava-se a lista dos pacientes internados para realização de uma análise prévia em prontuário para os critérios de elegibilidade. Em seguida, os familiares ou responsáveis pelo paciente eram abordados na ante-sala da UTI em local reservado para explicação dos objetivos da pesquisa e após visitarem seus familiares. As visitas aconteciam em dois turnos: matutino (das 11 às 12:30 horas) vespertino ( das 16 às 17:30 horas).

No momento da abordagem, os critérios de elegibilidade eram novamente verificados junto aos responsáveis, mediante possibilidade de omissão desta informação em prontuário. Após consentimento para participação mediante assinatura do TCLE (APÊNDICE B), iniciava-se a coleta de dados propriamente dita de acordo com a sequência das variáveis contidas no instrumento de coleta de dados: 1. Avaliação neurológica 2. Avaliação ventilatória 3. Avaliação hemodinâmica 4. Avaliação ocular 5. Teste de Schirmer

Ressalta-se que apenas a avaliação do reflexo córneo-palpebral era realizada após o Teste de Schirmer para evitar estimulação reflexa excessiva da secreção lacrimal e minimizar o viés de alteração do resultado pela influência desta variável. A coleta de dados em prontuário era realizada antes ou após a avaliação clínica.

Métodos de acompanhamento

Os pacientes foram acompanhados quanto à presença do desfecho por um tempo limite de até 5 dias. Os participantes eram arrolados em dois grupos: com desfecho e sem desfecho de ressecamento ocular. O grupo de desfecho foi classificado como unilateral (diagnóstico de ressecamento ocular em apenas um olho) e bilateral (diagnóstico de ressecamento ocular nos dois olhos).

Caso o ressecamento ocular ocorresse em um dos olhos antes do 5º dia, o acompanhamento do olho com desfecho era finalizado e registrado o dia em que o mesmo ocorreu. No entanto, o paciente continuava a ser acompanhado se naquela ocasião o outro olho não apresentasse o desfecho, de modo que o olho sadio continuasse a ser avaliado até atingir o 5º dia, até receber alta antes do 5º dia ou até desenvolver o desfecho (antes ou no 5º dia). Portanto, a depender dos resultados, este paciente era arrolado no grupo de desfecho unilateral ou bilateral.

Os pacientes com tempo de acompanhamento menor do que 5 dias e sem ocorrência do desfecho finalizavam o seguimento em virtude de alta da UTI. Deste modo eram arrolados no grupo sem desfecho. A Figura 8 demonstra o método de acompanhamento dos participantes.

Figura 8 - Diagrama do método de acompanhamento dos participantes e

compoisção dos grupos estudados. Natal, 2016.

Perdas: óbito durante acompanhamento; recusa do paciente ou responsável na

continuidade das avaliações

Conforme já citado, esta pesquisa foi conduzida por duas equipes; uma de coleta de dados e outra de diagnosticadores. Ambas foram treinadas para suas finalidades. É válido mencionar que mesmo com uma equipe de coleta de dados treinada e apta, a obtenção dos dados aconteceu sempre sob supervisão presencial da pesquisadora. A equipe teve sua fundamental importância na otimização logística

da coleta para busca de dados em prontuário e auxílio na execução dos procedimentos.

Os diagnosticadores receberam presencialmente todos os instrumentos com os dados referentes a cada paciente, juntamente com as definições constitutivas dos fatores de risco para o olho seco elaboradas na etapa 1 e com uma planilha para registro de seu julgamento. A inferência diagnóstica foi realizada de forma individual e os resultados recebidos em planilhas separadas e identificadas como diagnosticador A e diagnosticador B.

Ao final, foi aplicado o coeficiente Kappa e novamente verificado concordância quase perfeita. As divergências entre a opinião dos diagnosticadores foram tratadas por meio de consenso com a orientadora da pesquisa que atuou como terceira avaliadora. Após decisão por consenso, os pacientes eram arrolados para o grupo de desfecho (olho seco) ou para o grupo de risco de olho seco.

A Figura 9 apresenta o fluxograma para obtenção da amostra final.

Figura 9 - Diagrama de fluxo de obtenção da amostra final do estudo. Natal, 2016.

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