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4 MÉTODO

4.1 ETAPA 1: CONSTRUÇÃO DAS DEFINIÇÕES CONCEITUAIS E

4.1.1 Revisão integrativa

Trata de um estudo de revisão integrativa de literatura, parte integrante de um estudo metodológico de validação de diagnósticos de enfermagem, referente a última etapa do modelo de análise de conceito de Walker e Avant (2011) quanto à elaboração dos referentes empíricos, ou seja, a construção das definições constitutivas e operacionais de um elemento de interesse do diagnóstico, com vistas a viabilizar sua mensuração.

A definição constitutiva oferece uma variável ou conceito com significado conotativo (abstrato, compreensivo, teórico), estabelecido por intermédio da análise de conceito, derivação de conceito ou síntese de conceito (BURNS; GROVE, 1995). A definição operacional descreve o que será medido e como será feito, aumenta a fidedignidade e validade dos dados, facilita a reprodução da pesquisa e proporciona ao pesquisador relatar novos achados (GRANT; KINNEY, 1991).

Para condução desta etapa utilizou-se o método de revisão integrativa de Whittemore e Knalf (2005) de acordo com a sequência metodológica recomendada descrita anteriormente.

Partiu-se da seguinte questão norteadora: Quais são e como são definidos e mensurados os fatores de risco para o olho seco? Os critérios de inclusão elencados para a seleção dos estudos foram: artigos disponíveis na íntegra; que identificaram os fatores de risco para o olho seco em pacientes internados em UTI com idade

Revisão integratíva Whittemore e Knalf (2005)

maior ou igual a 18 anos; nos idiomas inglês, português e espanhol e que apresentaram as definições constitutivas e operacionais.

Ao considerar que uma definição operacional tem potência de atribuir um significado comunicável a um conceito através da especificação de como é aplicado, pode oferecer ao revisor liberdade na busca e na análise da literatura sobre o tópico de interesse. Assim, a estratégia de busca deve ser formulada de forma a alcançar a proposta do estudo (SOARES et al., 2014).

Ainda com relação à estratégia de busca, Lopes, Silva e Araujo (2013) afirmam que os artigos científicos originais disponíveis em bases de dados não são suficientes para incorporar todos os elementos de um processo de validação ou para construir as definições constitutivas e operacionais, sobretudo quando o diagnóstico em questão refere-se à aspectos fisiológicos.

Além disso, pesquisas originais e com nível de evidência maior dificilmente abordam fatores etiológicos ou indicadores clínicos em seus aspectos conceituais e operacionais. Esta consideração explica resultado de análise de conceito com estudos de nível de evidência inferior (LOPES; SILVA; ARAUJO, 2013).

Pompeo, Rossi e Galvão (2009) apontam que para atingir os objetivos da revisão proposta, as estratégias de busca podem ser ampliadas para além de pesquisas em bases de dados, como portal de periódicos, consulta à lista de referências bibliográficas, teses, dissertações e livros-texto.

Mediante tais considerações, a estratégia de busca partiu das referências utilizadas na análise de conceito de Fernandes (2015) e das referências da própria taxonomia da NANDA-I para o diagnóstico de enfermagem Risco de olho seco. Acrescido a isto, por tratar de um estudo de construção de definições de fatores de risco de uma vulnerabilidade fisiológica, ampliou-se a busca na literatura cinzenta em livros-textos. Esta estratégia é recomendada tanto pelo referencial metodológico adotado de Lopes, Silva e Araujo (2012), bem como pelo Manual Scoping Reviews do Instituto Joanna Briggs (JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2015).

Em particular ao uso da literatura cinzenta, as revisões podem ser conduzidas de forma independente para alcançar áreas de interesse não identificadas em lacunas de evidências, como nas situações de esclarecimento de conceitos-chaves (JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2015).

Na estratégia de busca, utilizaram-se três recursos informacionais: duas bibliotecas digitais, Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), e um buscador acadêmico (Google Acadêmico). Além disso, explorou-se a literatura cinzenta em livros textos clássicos de oftalmologia e semiologia e semiotécnica. Buscou-se complementar o levantamento com busca reversa dos estudos selecionados.

A estratégia obedeceu aos seguintes passos:

1. Identificação de todas as referências utilizadas por Fernandes (2015) e pela taxonomia da NANDA-I com: autores, título, periódico e ano de publicação ano em planilha no Microsoft Excel®.

2. Busca eletrônica dos artigos científicos com os recursos informacionais citados pelo proxy da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para identificação por meio do nome dos autores, título do artigo, periódico e ano de publicação.

3. Busca reversa das referências identificadas para complementação do levantamento.

4. Exploração da literatura cinzenta com seleção de livros-textos clássicos para a temática.

Das 120 referências bibliográficas oriundas da Análise de conceito e da taxonomia da NANDA-I, 11 estavam duplicadas. Deste modo, 109 referências foram rastreadas quanto à disponibilidade em texto completo. Optou-se por um primeiro rastreamento de elegibilidade deste critério pois preconizou-se que a primeira leitura dos objetivos, resultados e conclusões dos artigos fossem realizadas na íntegra e não somente pelo título e resumo. Como as definições constitutivas e operacionais dificilmente são trazidas no resumo, esta decisão favoreceu a identificação de possíveis achados no corpo do texto e evitou a exclusão de artigos potencialmente elegíveis.

Assim, 104 referências foram rastreadas em texto completo e 72 excluídas por não atenderem aos critérios de inclusão do estudo, em especial pela insuficiência de definições dos fatores de risco e suas mensurações.

Frente a esta dificuldade, a revisão foi ampliada por meio de busca reversa da literatura selecionada e pelo uso da literatura cinzenta subsidiada por livros-textos clássicos em oftalmologia e semiologia e semiotécnica. A amostra foi composta por 35 referências científicas.

Figura 6 - Fluxograma representativo da amostra final para construção das

definições constitutivas e operacionais dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de olho seco da NANDA-I. Natal, 2016.

Para extração dos dados foi elaborado um formulário de coleta de dados com as seguintes informações: 1) identificação do estudo; 2) área de publicação; 3) país em que o estudo foi realizado; 4) objetivos; 5) características metodológicas; 6) resultados; 7) definições constitutivas e operacionais dos fatores de risco e 8) conclusões.

Em seguida, os estudos selecionados foram analisados na íntegra e de forma criteriosa para comparar convergências ou divergências nas definições encontradas. O enfoque da análise dos dados foi direcionado para o refinamento dos fatores de risco já identificados na Análise de Conceito de Fernandes (2015) e o significado a respeito de sua representação para a ocorrência do olho seco nos pacientes internados na UTI, bem como seus métodos de mensuração. As definições encontradas foram organizadas e agrupadas quando apresentavam significados semelhantes e dispostas em quadros sinópticos para facilitar o exame periódico dos resultados e conclusões evidenciados em cada estudo.

4.2 ETAPA 2: VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

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