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4. MÉTODO

4.5 Procedimentos

Todos os instrumentos que compõem este estudo foram construídos a partir de estudo bibliográfico referente ao tema, como também de acordo com os objetivos da presente pesquisa, em que se verificou a possibilidade de realização de aprofundamento de questões a serem melhor delineadas neste campo temático, o da atenção a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico a serem atendidos nos serviços públicos de saúde.

4.5.1. Validação dos Instrumentos

Dada à construção dos roteiros de entrevista e das fichas de identificação dos serviços, estes foram encaminhados para validação por juízes externos ao processo de construção desta pesquisa, conforme indica Manzini (2003). Foram convidados nove juízes com experiência tanto acadêmica quanto na prática assistencial em relação ao tema deste estudo: saúde mental infantojuvenil, saúde coletiva.

A validação dos instrumentos de pesquisa por juízes externos ao processo tem a função de fazer uma primeira ligação do estudo com a realidade social em questão. É nesse sentido que se efetiva uma “primeira conversa” com o campo e com os sujeitos envolvidos (MANZINI, 2003).

Dos nove juízes convidados via correio eletrônico e envio da carta convite para participação, todos aceitaram a tarefa de contribuírem com o estudo.

Após o envio da carta convite e do retorno com o aceite em participar, foi encaminhado, via email, os instrumentos da pesquisa somados a uma breve apresentação desta: objetivos, participantes, método e forma de análise dos dados. Após avaliação e recomendação de sugestões/considerações acerca dos roteiros, os instrumentos foram reenviados para a pesquisadora para que pudesse reorganizá-los. De modo geral, as contribuições realizadas pelos juízes diziam respeito mais a forma de apresentação e de nomeação das perguntas, do que exatamente sobre seu conteúdo. Finalizadas as adequações, novamente os instrumentos foram enviados para os juízes, que não realizaram mais nenhum acréscimo ao conteúdo destes. Os documentos

enviados aos juízes encontram-se ao final do texto; APÊNDICE E – CARTA

CONVITE: JUIÍZES; APÊNDICE F – CARTA DE INSTRUÇÕES À

PARTICIPAÇÃO AOS JUÍZES.

4.5.2. Aspectos Éticos

Finalizado o texto do projeto de pesquisa, este foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para avaliação de sua pertinência quanto aos aspectos éticos envolvidos. O referido parecer se encontra anexo ao texto (ANEXO A). Das quatro cidades contatadas, duas, Azul e Vermelho contavam com Comitês de Ética próprios, sendo o projeto também encaminhado para avaliação por estas instâncias. A ida aos serviços ocorreu somente após a liberação pelos órgãos locais de avaliação. O Comitê de Ética da cidade Vermelha solicitou que se construísse em separado um projeto de pesquisa que caracterizasse apenas seu município, o que foi realizado, com a ressalva de que os resultados não seriam apresentados em separado. Nas duas outras cidades, Lilás e Verde, os projetos de pesquisa foram apresentados aos coordenadores dos CAPSi que avaliaram positivamente a realização da pesquisa; na cidade Verde o projeto também foi avaliado pelo Comitê de Saúde Mental local. Em todas as unidades contatadas, além do parecer positivo do Comitê de Ética da UFSCar, também foram apresentadas cópias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), uma cópia encontra-se ao final

do texto no APENDICE G – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO.

Ainda no campo das condutas éticas enfatiza-se a importância de tratar deste tema a partir de outras dimensões: ética na produção de conhecimento e ética na produção de pesquisa em serviços de saúde. Compartilha-se com Almeida (2004), que ética mais que um conceito é uma pragmática, pois diz de posicionamentos e análises constantes frente às questões que se colocam no conjunto das forças inseridas no plano coletivo da vida, também em suas dimensões políticas e estéticas. Políticas porque relacionadas não ao bem individual, mas sim à busca pelas melhores respostas para a comunidade. E estéticas, pois visam as diferenciações, a busca de alternativas e do bem comum a partir de movimentos de criação não normativos, mas sim inventivos.

4.5.3. Localização dos participantes e contato com as unidades

Após a escolha das cidades em que seriam realizadas as entrevistas nos CAPSi, foi iniciado o contato com os serviços. Na cidade Azul, que contava com mais um CAPSi, tentou-se contato via Secretaria Municipal de Saúde, entretanto a orientação foi para que se realizasse a pesquisa em somente um dos equipamentos, uma vez que o outro se encontrava em momento de mudança de coordenação e de organização do trabalho.

Os primeiros contatos realizados ocorreram por meio das Secretarias Municipais de Saúde ou diretamente com os serviços previamente elencados. Os contatos nos serviços ocorreram via coordenadores locais das instituições tanto por meio de ligações como por meio de correio eletrônico. Neste primeiro contato o projeto de pesquisa e a carta convite para inclusão do CAPSi no estudo foram apresentados (APÊNDICE H – CARTA CONVITE E DE APRESENTAÇÃO AOS CAPSi). Após este primeiro contato, agendaram-se as idas aos equipamentos. No CAPSi da cidade Azul, por solicitação da coordenação, foi feita a apresentação da pesquisa durante reunião de equipe e, posteriormente, agendados os dias de entrevistas com os profissionais e com os familiares dos usuários.

Ao contato realizado com os gestores das unidades, estes realizaram convite a sua equipe. Em todas as unidades visitadas a participação na pesquisa ficou a cargo de escolha individual de cada um dos técnicos em aceitar ou recusar ao convite apresentado pela pesquisadora. Não houve indicação prévia por parte do coordenador de qual trabalhador seria entrevistado, nem tampouco obrigatoriedade quanto a participação, embora alguns gestores tenham sugerido aos próprios funcionários que seria interessante a participação no estudo.

Em decorrência de tal escolha de abordagem, algumas categorias profissionais não compuseram o conjunto de partipantes da pesquisa, apesar de terem sido convidados a participar, como é o caso da categoria médica. Nota-se ainda que dentre os quatro equipamentos participantes, verificou-se cotidianamente a presença de médicos em dois dos serviços. Nenhum dos profissionais convidados à participar negou-se de pronto à abordagem, o motivo de recusa, quando houve, no geral foi de escassez de tempo para a entrevista.

Os familiares/responsáveis participantes foram indicados por membros da equipe, a partir da solicitação da pesquisadora que se tratassem de responsáveis por crianças ou adolescentes em situação de intenso sofrimento psíquico. Pontua-se que este critério para a inclusão das famílias por algumas vezes não foi de consenso entre a equipe, a pesquisadora procedeu então pela sugestão do maior número de profissionais. Uma vez que a participação também se deu de forma espontânea em relação aos familiares, os convites feitos pela pesquisadora foram em número superior aos aceites. No geral, as famílias que recusaram participar do estudo a fizeram por motivo de falta de tempo

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