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1 RESUMO EXECUTIVO

3. REVISÃO TEÓRICA

4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Com relação às técnicas de coleta de dados, Roesch (2009) afirma que as mais comuns nas pesquisas qualitativas são as entrevistas, observação e uso de diários. Nesta pesquisa, foram usados como instrumentos de coleta de dados a pesquisa bibliográfica, a análise documental, a observação participante e as entrevistas em profundidade.

Barros e Junqueira (2006, p. 47) destacam que a primeira etapa de um trabalho de pesquisa “será a pesquisa bibliográfica, com a leitura e o fichamento das obras selecionadas”. A pesquisa bibliográfica foi a primeira fase deste projeto e serviu para fundamentação de seu referencial teórico e de orientação para os passos seguintes.

A revisão bibliográfica incluiu livros e artigos sobre estrutura organizacional, comunicação organizacional e mapeamento de processos. A partir daí, foi elaborado o roteiro da coleta de dados.

No entanto, durante toda a pesquisa, por várias vezes o pesquisador voltou a consultar a bibliografia para sanar dúvidas ou obter mais informações. Como observa Stumpf (2006), a revisão da literatura, além de constituir-se em etapa específica do trabalho de pesquisa, ocorre ao longo de todo o trabalho acadêmico, inclusive na análise dos resultados.

Em seguida à pesquisa bibliográfica, seguiu-se uma etapa de análise de documentos do IFSC. O objetivo foi o de identificar como está formalmente estruturada a área de comunicação do IFSC e obter mais dados sobre as atividades

desempenhadas pelos servidores da área na organização. Foram consultados os seguintes documentos do IFSC:

a) Regimento Geral e regimentos internos dos campi; b) Estatuto;

c) Portarias;

d) Instruções normativas; e) Política de Comunicação;

f) Atas de reuniões do Colégio de Dirigentes; g) Relatórios de gestão da Dircom.

Também foi consultado o Sistema de Gestão de Pessoas do IFSC, um banco de dados online, disponível em http://dgp.ifsc.edu.br (acesso restrito). O objetivo foi fazer um levantamento do quantitativo de servidores que trabalham nos setores de comunicação, traçar um perfil deles com relação a sua formação e cargos que ocupam e obter os contatos (e-mail e telefone) para marcação das entrevistas.

O passo seguinte foi a realização de entrevistas em profundidade, seguindo um roteiro base, com dirigentes e servidores do IFSC que atuam na área de comunicação dentro da organização. A entrevista em profundidade é a técnica fundamental da pesquisa qualitativa, para Roesch (2009). Ela tem como objetivo “entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente a partir das suposições do pesquisador” (ibidem, p. 159).

Segundo Duarte (2006, p. 62), a entrevista em profundidade busca “recolher respostas a partir da experiência subjetiva de uma fonte, selecionada por deter informações que se deseja conhecer”. Ela permite colher dados por meio de interpretações e reconstruções da realidade.

As perguntas nesse tipo de entrevista “visam a explorar um assunto ou aprofundá-lo, descrever processos e fluxos, compreender o passado, analisar, discutir e fazer prospectivas”

(DUARTE, 2006, p. 63). A entrevista em profundidade não proporciona uma visão objetiva do tema de pesquisa nem prova nada, mas possibilita uma construção baseada em relatos de interpretação e experiências. O entrevistado descreve processos complexos nos quais está ou esteve envolvido.

Quanto à sua estruturação, classificam-se as entrevistas em profundidade realizadas para esta pesquisa de semiestruturada. Esse tipo de entrevista caracteriza-se por questões abertas, com objetivo de captar a perspectiva do entrevistado.

De acordo com Duarte (2006), na entrevista semiestruturada, ou semiaberta,

as questões, sua ordem, profundidade, forma de apresentação, dependem do entrevistador, mas a partir do conhecimento e disposição do entrevistado, da qualidade das respostas, das circunstâncias da entrevista. (p. 66)

Na entrevista semiestruturada, as perguntas são poucas e amplas, podendo as questões-chave serem alteradas no decorrer da conversa (DUARTE, 2006). O objetivo desse tipo de entrevista é fornecer elementos para que o pesquisador compreenda uma situação ou estrutura de um problema. Buscou- se um modelo neutro de entrevista, para atingir a impessoalidade e equilíbrio na relação entre entrevistador e entrevistado.

O objetivo das entrevistas em profundidade presenciais foi conhecer as atividades desenvolvidas em cada setor e as dificuldades encontradas para realizá-las. Foram analisadas como são distribuídos atualmente os processos de comunicação entre Reitoria e campi e as estruturas que cada um possui para desempenhá-las.

Pretendia-se avaliar também como esses processos poderiam ser mais bem distribuídos para que as necessidades de comunicação da organização e de seus membros sejam

atendidas, assim como a política de comunicação institucional, levando-se em conta as especificidades da organização e da administração pública federal.

As entrevistas em profundidade foram feitas presencialmente porque, conforme afirma Cury (2007), o levantamento sobre os processos deve ser feito com os funcionários diretamente envolvidos neles, no local de trabalho em que o processo é realizado.

Em alguns casos, os servidores dos campi mostravam como faziam o trabalho e até produtos que surgiam dos processos, como os boletins informativos, o que, na visão do pesquisador, ajudou a compreender o trabalho desenvolvido e enriqueceu a pesquisa.

A observação participante foi usada durante todo o período da pesquisa, a partir da qualificação do projeto, em novembro de 2013. Segundo Roesch (2009), nessa técnica de coleta de dados o pesquisador tem permissão para observar, entrevistar e participar no ambiente de trabalho em estudo.

Ela pode ser feita de maneira encoberta – quando, por exemplo, o pesquisador emprega-se na organização, mas os pesquisados não sabem do estudo que está sendo feito – ou de maneira aberta, quando todos sabem a respeito do trabalho, como foi o caso desta pesquisa.

Não faria sentido fazer diferente, pois o pesquisador é servidor do IFSC e está inserido na equipe da Dircom, que coordena a análise para criação ou adequação das estruturas de comunicação dos campi e da Reitoria. Com a observação, a intenção foi obter mais informações além daquelas oriundas de documentos e entrevistas, compreendendo o funcionamento dos processos ligados à comunicação organizacional, as disputas de poder e os conflitos dentro do setor.

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