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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.3 PROCEDIMENTOS DOCENTES E TIPOS DE AVALIAÇÃO DA

Neste segundo núcleo temático, foi possível identificar 38 unidades de contexto com 54 unidades de registro. Destas unidades de registro, emergiram sete categorias com doze subcategorias, conforme Quadro 2:

Quadro 2: Categorias e subcategorias do 2º Núcleo Temático: Procedimentos docentes e tipos de avaliação da aprendizagem.

Categorias Subcategorias

Associando teoria à prática

Atividades escritas como complementação à avaliação prática.

Avaliação no campo como estratégia para resgaste de conhecimento teórico.

Prática para avaliar competências e habilidades.

Interesse do aluno para aprender

Predisposição para aprender.

Pertinência dos questionamentos acerca dos conteúdos.

Variedade de instrumentos para avaliar

Ludicidade para avaliar.

Provocadora do desenvolvimento de múltiplas habilidades cognitivas.

Diferentes possibilidades de avaliar Avaliação que atende as exigências

institucionais Avaliação escrita como componente obrigatório Avaliação tradicional Prova em suas diferentes modalidades como

instrumento de avaliação Prova Prática Possibilidade de demonstrar melhor a

aprendizagem Avaliação cotidiana

Avaliação contínua

A categoria Associando teoria à prática, apresenta informações ricas de como ocorre a avaliação na perspectiva prática, pois, como o que está em voga é a formação profissional, os professores utilizam dessa modalidade de avaliação para perceber como está o desenvolvimento prático e se há uma relação da teoria com a prática, visto em :

“Eu realizo a avaliação fazendo associação teórico prático” (P1).

Essa fala caracteriza primordialmente a categoria, a partir do momento em que o estudante é posto frente a ferramentas que buscam elucidar como se encontra a prática dentro da profissão, e é possível tanto ao estudante quanto ao professor, analisar o que necessita ser melhorado, ajustado e modificado.

Dentro desse contexto, os professores enfatizam Atividades escritas como complementação à avaliação prática, para avaliar os estudantes.

Eu faço com ele em campo quando ele está desenvolvendo alguma atividade (prática) e faço também atividades escritas para complementar associando alguma necessidade ou alguma referência específica para o campo que ele está cumprindo o estágio. (P2)

Nessa situação, o professor lança mão de atividades escritas no momento da avaliação prática. Então, no decorrer do estágio, ao perceber alguma dificuldade de cunho teórico, o resgate de aprendizagens é feito utilizando instrumentos escritos para que o estudante possa realizar uma associação entre o momento prático e sua fundamentação teórica.

Avaliação prática é importante para que o estudante demonstre seu desempenho para o trabalho e indica o nível de conhecimento do aluno sobre determinado conteúdo. No caso de usar as atividades escritas, (não fica claro se objetivas ou discursivas) elas são complementares pelo fato de que há objetivos que somente com o recurso prático, não seria possível aferir (GIL, 2009).

A subcategoria Avaliação no campo como estratégia para resgaste de conhecimento teórico, apresenta valiosa ligação no desenvolvimento profissional.

A avaliação da aprendizagem no campo prático, que é a área que eu atuo, acontece na forma teórica, trazendo um resgate teórico do que o aluno vivenciou em sala de aula. É muito importante para o campo prático que ele tenha esse embasamento teórico. (P2)

Gil (2009) indica que as avaliações de forma prática são adequadas quando os objetivos são de natureza psicomotora, e que envolve atividades essencialmente neuromusculares (o que na profissão de Enfermeiro é bastante comum), o que torna esse tipo de avaliação bastante utilizada pela impossibilidade de se avaliar o estudante apenas por meio de provas escritas.

Com a execução de práticas, é possível realizar uma revisão dos conteúdos, pois ocorre um reforço da aprendizagem em situações práticas específicas. Com esse estímulo, gera um melhor desenvolvimento da aprendizagem (OLIVEIRA, 2001).

Dentro desse contexto de avaliações práticas, uma subcategoria mostrou-se de alta relevância: Prática para avaliar competências e habilidades, que aparece na fala de professores como algo importante na formação profissional.

[...] na parte prática, avaliando as habilidades deles de acordo com as competências propostas. As estruturas curriculares do curso estão dentro das diretrizes curriculares de enfermagem. (P2)

Na aula teórico-prática, eu peço para que eles realizem o procedimento que foi ensinado e que eles realizem esse procedimento falando e justificando cada ação. No passo a passo. (P7)

Tanto prática como ela escrita. Quanto às práticas, é melhor para entender e absorver mais o assunto, porque daí você pega a teoria com a prática juntas e dessa forma tem o melhor desenvolvimento de habilidades. (E3)

A proposta formativa do profissional de saúde deve ser articulada ao mundo do trabalho, rompendo a muralha que separa a teoria da prática, proporcionando aprendizagem significativa e sendo capaz de promover a formação de profissionais que favoreçam o desenvolvimento de modelo de atenção à saúde. É necessário estar sempre pautada nos princípios do SUS – Sistema Único de Saúde que são: universalidade, integralidade e equidade (LALUNA; FERRAZ, 2003).

O estudante é instigado a pensar sobre as situações vividas no contexto profissional, com as quais irá se deparar e que requer pensamento crítico, para desenvolver a competência do cuidado integral às necessidades individuais e coletivas. Tudo isso, direcionado por movimentos atitudinais, com a observação reflexiva e um resgate da teoria, tomando por referência as aprendizagens anteriores. Os estudantes devem apresentar uma habilidade de pensar criticamente, pois são submetidos a diferentes situações próprias da profissão, que os instigam a ter

uma performance de múltiplas habilidades cognitivas além de aptidão técnica (CHIRELLI; MISHIMA, 2003).

Para o desenvolvimento das habilidades e competências do profissional enfermeiro, se faz necessário um item importante que deu origem a categoria Interesse do aluno para aprender.

“Desde o momento que que se começa a ministrar as aulas e os conteúdos, já começávamos a avaliar o interesse do aluno. Sabemos que a questão da aprendizagem tem a ver com o interesse” (P7).

Para compreender a desmotivação e falta de interesse encontradas no contexto universitário, temos que analisar que são provenientes de diversas origens. Umas como questões pessoais dos alunos, exigências acadêmicas e profissionais que devem ser desempenhadas com eficiência e a própria adaptação a um novo ambiente, fator que influencia diretamente o desempenho acadêmico (POLYDORO, 2000).

Percebe-se que os problemas motivacionais podem interferir diretamente na aprendizagem dos estudantes, e que há estreita relação entre o sucesso acadêmico e a motivação. Diversas variáveis podem interferir na motivação do estudante, como por exemplo, o ambiente da sala de aula, o comportamento do professor, os aspectos emocionais, o uso inadequado de estratégias de aprendizagem, entre outros pontos. Esses ditam o interesse do aluno em aprender e modulam sua motivação para tal (ZENORINI; SANTOS; MAGALHÃES MONTEIRO, 2011).

Uma parte da motivação e do interesse do estudante em aprender, diz respeito ao trabalho do professor. Segundo Gasparin:

[...] o educando deve ser desafiado, mobilizado, sensibilizado; deve perceber alguma relação entre o conteúdo e a sua vida cotidiana, suas necessidades, problemas e interesses. Torna-se necessário criar um clima de predisposição favorável à aprendizagem (GASPARIN, 2005, p.5).

No que se refere, ainda, à motivação e interesse no processo de ensino e aprendizagem, do ponto de vista dos entrevistados, a Predisposição para aprender, é importante.

A gente já começa a avaliar desde o interesse do aluno. Sabemos que a questão da aprendizagem tem a ver com o interesse, então um dos fatores que a aprendizagem depende é o do interesse, da curiosidade e da motivação desse aluno em aprender. (P7)

A ocorrência da integração do estudante ao mundo acadêmico é um processo polivalente, construído nas relações estabelecidas entre o estudante e os propósitos

da instituição. É vivenciado e percebido de forma particular, envolve expectativas em relação à estrutura, normas, qualidade no ensino e a adaptação a uma nova rotina. A motivação é gerada pela relação desenvolvida com o professor no desenvolvimento de atividades de aprendizagem, organização curricular e contexto acadêmico no geral (POLYDORO, 2000).

Bzuneck (2010) relata que é preciso mostrar ao estudante a importância da aprendizagem, apresentar objetivos e discutir metas. Assim, o professor consegue captar quais são os interesses dos alunos e o que lhes proporciona interesse, para que as atividades sejam propostas com características desafiadoras. Nesse contexto, o professor precisa estar motivado para conseguir motivar os seus alunos.

Na subcategoria Pertinência dos questionamentos acerca dos conteúdos, o professor busca perceber o aprendizado por meio da participação de atividades em sala de aula.

Avalio pela participação em sala de aula, com perguntas e respostas, também com algumas atividades que faço dentro de sala de aula. (P17)

Os questionamentos no meio da aula, com o estímulo da participação do aluno a manifestar o conhecimento dele. Também percebemos sempre, quando fazemos algumas considerações no fechamento da aula. A partir disso percebemos que ele conseguiu aprender e se ele conseguiu assimilar muitos dos conteúdos que eram previstos pra aquele momento. (P18)

Os questionamentos dos estudantes em sala de aula acerca dos conteúdos ministrados, podem ser bons indicativos ao professor do grau de compreensão ou não, sobre determinado assunto. Alguns docentes consideram essas intervenções dos estudantes para avaliá-los. Contudo, Gil (2010) indica que essa estratégia, tem diversas limitações e por isso tem sido suprimida nas instituições de ensino superior, mas que podem ser utilizadas para avaliar inúmeros itens, como: profundidade e extensão dos conhecimentos, opiniões, atitudes e habilidade de se expressar oralmente.

Essa prática de utilizar a verbalização para avaliar os estudantes, pode ser empregada por meio da estratégia de Grupo de Observação e Grupo de Verbalização, como indicam Anastasiou e Alves (2003). Nessa estratégia, o professor deve observar clareza e coerência; domínio da problemática na apresentação; participação do grupo observador durante a exposição e relação crítica da realidade.

que discutir a opção por um método ou outro, é entender qual a finalidade ao se avaliar ou o que se quer avaliar. Será somente a capacidade de memorização de conhecimentos? Perceber a criticidade, possibilitar reflexão, promover meios de autonomia?

A categoria Variedade de instrumentos para avaliar emergiu nas falas de 10 dos 19 professores que participaram dessa pesquisa.

Existem outros tipos de estratégias que a gente pode lançar mão, por exemplo seminários, a questão de rodas de conversas, uma aula prática em laboratório. (P16)

Também faço observação, questionamento. Algumas vezes, fazemos dinâmicas na sala: a prova escrita, simulados. (P7)

Eu já passei por avaliações práticas de provas em laboratórios; por avaliações em sala de aula com trabalhos, questionamentos e com avaliações orais, quando os professores perguntam diretamente durante suas aulas, especificamente a cada aluno. No meu caso, foram esses tipos de avaliações (E1).

Avaliação prática, teórica e discursiva (E2).

A realidade do futuro profissional de enfermagem exige muito mais do que apenas ensino e o acúmulo de informações. Por isso, há necessidade de vários instrumentos de avaliação, em que o aprendiz seja colocado nos procedimentos em que seja capaz de lidar com as mais diversas e complexas situações que demandam o cotidiano profissional. Isso para desempenhar funções intelectuais, motoras, atitudinais, dentre outras, que devem ser apreendidas e aperfeiçoadas (BERBEL et al., 2001).

É de grande valia que o professor, ao planejar o processo de avaliação, escolha as técnicas e os respectivos instrumentos, e que estes sejam capazes de responder aos objetivos educacionais propostos, observando as vantagens e limitações. Interessante mencionar que o professor pode adequar ou criar estratégias, se entender que os instrumentos disponíveis não são completamente adequados para atingir os seus propósitos. Mesmo que algumas técnicas e instrumentos sejam predominantes no ensino superior, cabe ao professor perceber e estudar que estratégia melhor se enquadra aos objetivos da aprendizagem (GIL, 2010).

Dentro desse contexto, os professores indicam a importância de utilizar formas alternativas para realizar a avaliação, fazendo uso da Ludicidade para avaliar.

Faço alguns jogos de memória, porque é uma forma também, deles poderem dizer se estão aprendendo[...] inclusive até palavra cruzada. (P3)

Metodologias ativas, alguns jogos, algumas brincadeiras, algumas perguntas direcionadas como exercícios, perguntas orais de forma individualizada. (P3)

Também teve avaliação através de seminário e de outras formas distintas, por exemplo, apresentação por meio de fantoche. Apresentar algum assunto de forma lúdica. (E7)

Cabe ao professor planejar, organizar e intermediar as atividades de ensino utilizando instrumentos lúdicos, na busca por promover condições satisfatórias para que os estudantes desenvolvam o aprendizado, despertem para a iniciativa, a independência e a criatividade e os atributos essenciais na construção profissional. Essas práticas lúdicas, deveriam ser mais frequentes, pois, na perspectiva construtivista, constitui-se em um recurso pedagógico de inestimável valor na construção da escrita e da leitura, além de propiciar o desenvolvimento cognitivo (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2005).

A prática lúdica contribui para o desenvolvimento de recursos cognitivos e afetivos que favorecem o raciocínio. Como em geral demanda respostas rápidas, acaba por desenvolver no estudante a tomada de decisão, a solução de problemas e o desenvolvimento do potencial criativo, elementos importantes em todos os profissionais e na enfermagem também. Porém, é um recurso pouco explorado no contexto da formação assistencial em saúde, que poderia se fazer uso de: dinâmicas de grupo, atividades lúdicas, jogos e grupos educativos. É utilizado também para rever e reforçar os conteúdos das aulas, proporcionando feedback imediato, percebido por um dos professores (P3), que menciona usar para perceber se o estudante está aprendendo (MAGALHÃES, 2007).

Demo (2011), afirma que a educação é fenômeno profundamente emocional, e que é importante que o professor saiba motivar e envolver o estudante, pois, o desenvolvimento e o aprendizado acontecem de forma satisfatória quando se tem prazer.

Vale ressaltar que a aprendizagem não se reduz a prazer, porque implica sempre em esforço e processo de contínua construção e desconstrução. Por isso,

de acordo com Luckesi (2001), a ludicidade e diversão são conceitos próximos, mas não sinônimos.

Ao utilizar diversos instrumentos de avaliação, um dos principais intuitos do professor se reflete na subcategoria Provocadora do desenvolvimento de múltiplas habilidades Cognitivas.

Eu realizo também atividades como seminários, discussão de casos, leitura de artigos, resolução de casos clínicos. Tento diversificar da melhor forma possível. (P5)

Além de fazer essas avaliações que têm caracteres diversos, eu costumo atentar sempre para o que está proposto na ementa. Para os conteúdos, sempre trago diversas abordagens desde avaliações com questões fechadas, estudos de casos, provas práticas, em dupla, em grupo. (P8)

[...] mas aí a cada nova discussão, eu promovo avaliações centradas em estudos clínicos, avaliações centradas em abordagens práticas nos laboratórios. Coloco muitas vezes algumas avaliações para serem analisadas e autoavaliação desses alunos, além da avaliação entre eles também. (P9)

O estudante de enfermagem é estimulado a refletir sobre o ser profissional para tomar iniciativa, buscar autonomia e assumir responsabilidade num cenário real para que possa desenvolver competências para atuar de maneira satisfatória no mundo profissional.

Características como: domínio cognitivo, apontando o saber; domínio psicomotor, que reflete o saber fazer e as atitudes do domínio afetivo, que trazem o saber ser e conviver, são algumas das características que se exigem dos profissionais de enfermagem. As avaliações da aprendizagem que priorizam a experimentação da prática profissional proporcionam ao estudante de enfermagem a aprendizagem significativa, solidificação de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e atitudes (GODOY, 2002).

Diversas ações competem ao profissional de enfermagem no ensino superior, como identificar as necessidades de saúde de forma individual e coletiva, elaborar, executar e avaliar o plano assistencial de cuidado, com vistas para que ocorra um cuidado integrado. As diversas formas de avaliar, que os professores mencionam, objetivam propor ao estudante uma ação que requer o uso de atributos, como conhecimentos, habilidades e atitudes, e os resultados dessas avaliações vão orientar o ensino e a aprendizagem (GODOY, 2002).

Para Freire (2008, p.12), “ensinar não é apenas transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou sua construção”. Por isso, as diversas estratégias criadas pelos professores buscam desenvolver múltiplas habilidades. O ensino em saúde se constitui como um processo multidisciplinar, inter- relacionando o conhecimento com as habilidades e atitudes que promovam o processo de ensinar e aprender (ESPIRIDIÃO, 2005).

A subcategoria Diferentes possibilidades de avaliar, mostra que justamente para desenvolver múltiplas habilidades como discutido acima, se faz necessário diversos momentos e situações do ato de avaliar.

O curso de enfermagem tem essa possibilidade de ser utilizado a partir de diversas estratégias para contemplar o processo avaliativo. (P6).

Uso prova teórica, escrita, apresentação didática e prova prática. É justamente a prática, para não ficar numa concepção única assim de prova escrita. Trabalhar bem os três tipos, porque tem alunos que são muito bons, confundem a prova escrita e alguns que confundem a prova prática. Então para a gente não delimitar o aluno só de uma forma, eu tento abranger outras formas de avaliação (P10).

Para que seja democrático é recomendável que o docente utilize diversos instrumentos e/ou procedimentos, tais como: provas escritas, orais ou práticas, entrevistas, visitas de estudo, relatórios, seminários, estudos de caso, projetos, portfólios, resumos, resenhas, entre outros, que dependem fundamentalmente dos objetivos de aprendizagem estabelecidos e permitem ao docente uma comunicação mais efetiva com seus alunos sobre o andamento do processo de aprendizagem (BORBA; FERRI; HOSTINS, 2005).

Vale ressaltar que a prática de avaliação deve ser compreendida como um processo, que não deve se fundamentar apenas no instrumento avaliativo, mas ser realizada nos diversos momentos do processo de aprendizagem. Como existem diversos métodos e técnicas de avaliação, o que de fato deve ser levado em consideração é o objetivo ao se avaliar, ou o que se pretende avaliar, que pode ser perceber a criticidade, possibilitar reflexão, promover meios de autonomia, ou observar diversas outras competências dos estudantes (OLIVEIRA, 2001).

Avaliação que atende as exigências institucionais, como algo imposto pelas normas da instituição, e a qual, muitos professores se„prendem‟ no momento de avaliar.

No curso a gente tem uma estrutura curricular onde avaliação é feita basicamente em três momentos, em que consiste em ter AP um, AP dois e AP três. (P8)

As provas teóricas da AP um, da AP dois e a mais difícil a da AP3. Nesta o assunto cobrado o professor não lecionou. (E10)

Na instituição que foi locus da pesquisa, existe uma estrutura estabelecida, na qual para a avaliar o semestre, existem três momentos denominados AP (avaliação parcial). Essas avaliações ocorrem com calendário fixo e o planejamento do professor precisa estar de acordo com as datas predeterminadas, dificultando uma avaliação que priorize o processo, pois o professor precisa trabalhar em cima das datas e não no andamento da aprendizagem.

As AP (avaliações parciais), precisam ser realizadas por meio de provas escritas, limitando as possibilidades de verificar a aprendizagem por meio de outros instrumentos.

Nesse sentido, a subcategoria Avaliação escrita como componente obrigatório, foi mencionada por boa parte dos professores participantes dessa pesquisa.

A gente tem as avaliações parciais da instituição. Nos é exigido que elaboremos provas para contemplar a nota para uma média final. (P9)

O instrumento é de acordo com a própria instituição. Um instrumento que eu utilizo para avaliar os alunos são provas escritas. (P15)

Além da prova convencional, é necessário fazer as AP´s, porque na instituição, consta como itens obrigatórios de avaliação. (P17)

É notório que há uma preocupação com as avaliações obrigatórias, e em cumpri-las no momento predeterminado. Essa prática gera diversos problemas, pois na situação posta, trata-se de educação de ensino superior, que deveria considerar características específicas do curso, para desenvolver competências e habilidades da profissão.

Dias Sobrinho (2003) aponta que os métodos avaliativos do ensino superior são utilizados de forma pontual, desconectados com o processo, havendo uma preocupação maior com a política da instituição ou programas.

Os autores Ludke e Salles (2002) criticam a forma de avaliar no ensino superior, colocando que não há uma preparação e que o momento avaliativo acontece de forma automatizada, sem compromisso com a realidade do estudante.

instrumentos aplicados, em sua maioria, os docentes registram os resultados edevolvem aos estudantes, cumprindo procedimentos institucionais (VILLAS BOAS, 2005).

Um estudo realizado por Chaves (2003), indica que a educação superior apresenta muitas características de forma tradicional ou conservadora e tem como instrumento básico, para avaliar os estudantes, a prova escrita, o que corrobora com essa pesquisa, já que grande parte dos entrevistados informam que esse item é obrigatório. Essa prática deixa de valorizar tanto os professores quanto os alunos, focando apenas no resultado obtido e não no processo de aprendizagem. Isso reitera que a avaliação tem sido utilizada como instrumento de poder e controle, como pode

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