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Todas as avaliações foram realizadas nas instalações de treinamento utilizadas pela Seleção Brasileira. Realizaram as avaliações por meio de estações: antropometria e teste de desempenho físico. Previamente os clubes de cada atleta informaram as datas de nascimento e tempo de prática na modalidade de cada um dos jogadores. Esta informação foi inserida numa ficha de avaliação individual.

3.2.1 Avaliações Antropométricas

A avaliação antropométrica foi feita de acordo às normas descritas por Ross, Marfell-Jones (1991). Todas as variáveis foram feitas duas vezes e para as dobras cutâneas, diâmetros e larguras, usou-se o lado direito do corpo. O erro técnico de medida ETM das variáveis oscilaram entre 1% a 3%. O procedimento foi realizado por um único avaliador com ampla experiência.

A estatura em pé foi mensurada utilizando um estadiômetro portátil (Seca Gmgh & Co. KG, Hamburg, Alemanha) com uma precisão de 0,1 mm. A estatura sentado ou altura Tronco-Cefálica (ATC) foi mensurada com o sujeito sentado num banco de madeira com uma altura de 50 cm, e um estadiômetro apoiado na parede com uma precisão de 0,1 mm. A massa corporal foi mensurada utilizando uma balança digital (Tanita) com precisão de 200g, tendo uma escala de (0 a 150kg). As dobras cutâneas (tricipital e subescapular) foram mensuradas com um adipômetro de dobras cutâneas (Harpenden, Inglaterra).

O comprimento do antebraço (m) foi mensurado entre o ponto radial e bi- estoideo, utilizando um paquímetro de marca Cescorf® com uma escala de 0 a 60 cm com uma precisão de 1 mm. O diâmetro do fêmur biepicondilar (cm) foi mensurado utilizando um paquímetro Cescorf® com uma escala de 0 a 20 cm e uma precisão de 1 mm.

Para a mensuração da % de gordura foi utilizada a equação proposta por Boileau et al (1985) utilizando as dobras cutâneas tricipital e subescapular (tabela 2). A massa gorda e massa livre de gordura foram deduzidas usando o peso corporal total.

O estado de maturação somática foi determinado por meio da equação proposta por idade e sexo de Mirwald et al (2002). Esta técnica permite interpretar o tempo antes ou após de atingir a velocidade máxima da estatura (APVC) (tabela 3 e 4).

Tabela 2. Equações utilizadas para a análise da composição corporal pelo método antropométrico.

Equações

%G= 1,35(Ʃ tricipital + subescapular) – 0,012 (Ʃ tricipital + subescapular)2 – 4,4

MG= (MC x %G) / 100 MLG= MC - (%G x MC/100) Fonte: Boileau et al, 1985.

MC= massa corporal, MG= massa de gordura, MLG= Massa livre de gordura, %G= percentual de gordura, Ʃ= somatório.

• % de gordura (%G): Foi utilizada a equação proposta por Boileau, Lohman, Slaughter (1985).

• Massa de gordura (kg): Este componente é determinado por uma dedução matemática.

• Massa livre de gordura (kg): Este componente é determinado por uma dedução matemática.

Tabela 3. Modelo matemático para predizer os anos do pico de velocidade de crescimento (APVC) em jovens do sexo masculino (Mirwald et al., 2002).

Equação

APVC= -9,232+0,0002708(CP*ATC)-0,001663(I*C)+0,007216(I*ATC)+0,02292 (P/Est)

Fonte: Mirwald et al, 2002. CP= Comprimento da perna, ATC= Altura tronco cefálica, I= Idade, P= Peso, Est= Estatura.

Tabela 4.Classificação dos Anos do Pico de Velocidade de Crescimento APVC, segundo Mirwald et al. (2002).

Nível Intervalo (anos) -4 Yi <- 3,49 -3 -3,50 ≤ Yi <-2,50 -2 -2,50 ≤ Yi <1,50 -1 -1,50 ≤ Yi <-0,50 0 -0,50 ≤ Yi <0,50 1 0,50 ≤ Yi <1,50 2 1,50 ≤ Yi <2,50 3 Yi ≥ 2,50

Fonte: Mirwald et al, 2002.

A saúde óssea, tanto da densidade mineral óssea (DMO) quanto do conteúdo mineral ósseo (CMO) foram calculadas por meio das equações antropométricas propostas por Gómez-Campos et al (2017) pela idade e sexo (tabela 5). Estas são baseadas no diâmetro do fêmur, comprimento do antebraço e APVC. Para comparar os padrões de crescimento físico, foi utilizada a referência americana do CDC-2012

Centers for Disease Control and Prevention (FRYAR et al, 2012).

Tabela 5. Equações utilizadas para determinar densidade mineral óssea (DMO) e o conteúdo mineral ósseo (CMO) pelo método antropométrico.

Equações

DMO= 0.605+0.056* APVC + 0.008* Largura Óssea do Antebraço + 0.022* Diâmetro do Fêmur.

CMO= 0.43+0,18* APVC + 0.039* Largura Óssea do Antebraço + 0.06* Diâmetro do Fêmur. Fonte: Gómez-Campos et al, 2017.

DMO= densidade mineral óssea, CMO= conteúdo mineral ósseo, APVC= Anos do Pico de Velocidades de Crescimento.

A porcentagem de diferença entre as médias aritméticas, tanto da densidade mineral óssea (DMO) como do conteúdo mineral ósseo (CMO) dos Jogadores de Beisebol Brasileiros (J.B.B) e as referências das crianças e adolescentes estudantes do Chile, foram calculadas por meio da equação matemática da tabela 6 (ILLINOIS STATE UNIVERSITY, 2004).

Tabela 6. Equações utilizadas para comparar a saúde óssea (DMO e CMO) dos jogadores de beisebol brasileiro (J.B.B) e estudantes chilenos (ECH).

Equações

% de Diferença= (( ECHP50 - J.B.B) / ECHP50) * 100. % de Diferença= (( ECHP75 - J.B.B) / ECHP75) * 100. Fonte: ILLINOIS STATE UNIVERSITY, 2004.

ECHP50= média aritmética Estudantes Chilenos percentil50, ECHP75= média

aritmética Estudantes Chilenos percentil75, J.B.B= média aritmética Jogadores de Beisebol Brasileiro.

3.2.2 Avaliações de desempenho físico

As avaliações de desempenho físico neste estudo foram feitas através de testes físicos que cumprem com as seguintes características: 1. são avaliações que têm proximidade como os movimentos e fundamentos do beisebol que de alguma maneira se relacionam com os indicadores desempenho dos jogadores (potência de membros inferiores e superiores, força da região abdominal e tronco); 2. são validados e confiáveis, 3. podem ser feitos diretamente no campo de treinamento sem interferir na preparação dos jovens atletas; 4. não precisam de ferramentas tecnológicas custosas que requerem de cuidados específicos no momento de transporte e instalação.

As provas de desempenho físico foram realizadas nas instalações de treinamento utilizadas pela Seleção Brasileira (campo de beisebol). Foi realizado previamente um aquecimento de 10-15 minutos. Avaliou-se as provas na seguinte ordem: força muscular abdominal (FMA), salto horizontal sem impulso (SH) e lançamento de bola medicinal de 2kg (LBM). As coletas foram realizadas pelo mesmo avaliador com ampla experiência para tais procedimentos. Todas provas

foram realizadas duas vezes (exceto FMA). O erro técnico de medida (ETM) oscilou nas provas de FMA, SH e LBM entre 1.5 a 2.5%. utilizou-se esses testes físicos para analisar os resultados de acordo com a idade cronológica e estado de maturação somática.

A força muscular abdominal (FMA) foi realizada sobre a grama com os jogadores deitados em decúbito dorsal com os joelhos flexionados e calcanhar apoiado e seguros por um companheiro, braços cruzados com as palmas das mãos entre das axilas e cabeça alinhada com o tronco; após o sinal do avaliador (apito) realizaram movimento (subida) de flexão do tronco até os antebraços fazer contato com as coxas, e posteriormente movimento (baixada) de extensão do tronco até que as costas terem contato completamente com o chão; o teste teve uma duração de 60 segundos, foi utilizado um cronômetro Casio® com uma precisão de (1/100 seg), seguindo as recomendações de Soares & Sessa (1983).

O salto horizontal sem impulso (SH) foi realizado sobre a grama com os jogadores utilizando tênis para fazer esta avaliação. A medição foi feita com uma trena métrica de três metros com uma precisão de 1mm, seguindo as recomendações de Castro-Piñero et al (2010).

Para saltar, cada atleta separou os pés ligeiramente na largura dos ombros com as pontas dos pés próximos a linha de salto, após se preparar, saltou para frente apenas com o balanceio de braços, sem, portanto, movimentar os pés (apenas balanceio de braços e tronco); cada sujeito teve uma tentativa de aquecimento e duas tentativas de avaliação e foi considerado o melhor resultado para o estudo.

O lançamento de bola medicinal (LBM) foi realizado na grama, parados e por cima da cabeça; com uma bola de borracha marca Slade Fitness® de 2 Kg de peso e 18 cm de diâmetro. A medição do lançamento foi feita com uma trena métrica de vinte metros com uma precisão de 1 mm, seguindo as recomendações de Legido (1995).

Para lançar a bola, cada atleta se posicionou parado com os pés ligeiramente à largura dos ombros e a ponta dos pés próximos à linha do lançamento, de frente ao setor de queda do lançamento, segurando a bola com as duas mãos atrás do pescoço com os cotovelos flexionados, após se preparar, lançou a bola por cima apenas com o balanceio de braços e troncos, sem, portanto, movimentar os pés;

cada sujeito teve uma tentativa de aquecimento e duas tentativas de avaliação e considerado o melhor resultado para o estudo.

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