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Estudo do crescimento físico, composição corporal, saúde óssea e desempenho físico de crianças e adolescentes praticantes de beisebol brasileiro : análise segundo idade cronológica e estado de maturação somática

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Academic year: 2021

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JESUS JOSE MONTENEGRO BARRETO

ESTUDO DO CRESCIMENTO FÍSICO, COMPOSIÇÃO CORPORAL, SAÚDE ÓSSEA E DESEMPENHO FÍSICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE BEISEBOL BRASILEIRO: ANÁLISE SEGUNDO IDADE

CRONOLÓGICA E ESTADO DE MATURAÇÃO SOMÁTICA.

CAMPINAS – SP 2020

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JESUS JOSE MONTENEGRO BARRETO

ESTUDO DO CRESCIMENTO FÍSICO, COMPOSIÇÃO CORPORAL, SAÚDE ÓSSEA E DESEMPENHO FÍSICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE BEISEBOL BRASILEIRO: ANÁLISE SEGUNDO IDADE

CRONOLÓGICA E ESTADO DE MATURAÇÃO SOMÁTICA.

Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutor em Educação Física, na Área de Biodinâmica do Movimento e Esporte.

ORIENTADOR: PROF. DR. MIGUEL DE ARRUDA

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE A VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO JESUS JOSÉ MONTENEGRO BARRETO E ORIENTADO PELO PROF. DR. MIGUEL DE ARRUDA.

CAMPINAS - SP 2020

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS BIBLIOTECA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Dulce Inês Leocádio – CRB 8/4991

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Study of physical growth, body composition, bone health and physical performance of children and adolescents who practice Brazilian baseball: analysis according to chronological age and state of somatic maturation. Palavras-chaves em Inglês

Baseball Growth

Young people – Physical activities Bone Density

Área de Concentração: Biodinâmica do Movimento e Esporte. Titulação: Doutor em Educação Física.

Banca Examinadora:

Miguel de Arruda [Orientador] Rossana Anelice Gomez Campos Daniel Leite Portella

Paulo Cesar Montagner João Paulo Borin

Data da Defesa: 30/06/2020

Programa de Pós-Graduação: Educação Física

M764e

Montenegro Barreto, Jesus Jose, 1984-

Estudo do crescimento físico, composição corporal, saúde óssea e desempenho físico de crianças e adolescentes praticantes de beisebol brasileiro: análise segundo idade cronológica e estado de maturação somática / Jesus Jose Montenegro Barreto. – Campinas, SP: [s.n.], 2020.

Orientador: Prof. Dr. Miguel de Arruda.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas,Faculdade de Educação Física.

1.Beisebol. 2. Crescimento. 3. Jovens – Atividades esportivas. 4. Densidade óssea. I. Arruda, Miguel de. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física. III. Titulo.

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-2239-9185 - Currículo lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/5127192275109784

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Prof. Dr. Miguel Arruda Orientador

Prof. Dr. Daniel Leite Portella

Prof. Dr. Paulo Cesar Montagner

Profa. Dra. Rossana Anelice Gomez Campos

Prof. Dr. João Paulo Borin

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade.

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Dedico esta obra a todos os integrantes da minha Família Montenegro Lares e Montenegro Barreto que atualmente lutam na Venezuela por uma melhor qualidade de vida. A meu pai Andrés Ramon Montenegro Azuaje que desde o céu guia meus passos e suas orientações antes da sua partida são a chave de todos os sucessos da minha vida. A minha avó Aura Lares quem cuidou de mim desde criança até minha vida profissional; “muito obrigado vovó se não for por você eu não fosse o homem que sou hoje! A minha mãe Noelis Barbarita Barreto pelo amor, atenção, aprendizado e orações.

Ao amor de minha vida e esposa Andis Aguiar pelo amor, compromisso e entrega. Te Amo Muito!

Especialmente dedico este trabalho a meu filho Alex Jesus, nascido no mês de janeiro de 2020, desejo que sejas um menino saudável, amante do esporte e um homem do bem, teus padres e família te AMAM MUITO! Aos Venezuelanos que tiveram que ir embora na busca de uma melhor qualidade de vida no planeta terra, representando dignamente nosso belo país.

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A Deus Todo-poderoso, pela graça de me deixar crescer e desenvolver neste mundo e nestes tempos.

Ao meu grande amigo orientador e conselheiro Miguel de Arruda, pela grande oportunidade, credibilidade, ensino e confiança desde minha chegada ao Brasil.

A Meus amigos Marcos Antonio Cossio Bolaños e sua esposa Rossana Analice Gómez Campos por todo o apoio e orientações.

A todo o pessoal Docente, Administrativo e de Apoio da Faculdade de Educação Física da UNICAMP.

A Universidade Estadual de Campinas pelo financiamento da bolsa de estudo de Doutorado; assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e ao Grupo Coimbra das Universidades Brasileiras.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar o crescimento físico, composição corporal, desempenho físico e saúde óssea de crianças e adolescentes praticantes de beisebol e que fazem parte da seleção Brasileira nas idades entre 9 e 15 anos. Os objetivos específicos foram: a) comparar o crescimento físico das crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol com as referências do CDC-2012; b) analisar o crescimento físico, composição corporal, desempenho físico e saúde óssea das crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol segundo idade cronológica (IC) e estado de maturação somática (APVC); c) comparar a saúde óssea (DMO e CMO) das crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol com valores de referência da equação proposta; d) comparar o crescimento físico, composição corporal, e desempenho físico segundo as categorias da saúde óssea dos jogadores. Metodologia: foi realizado um estudo descritivo transversal. A amostra foi constituída por 102 crianças e adolescentes do gênero masculino (APVC = 14,8 ± 0,5 e IC = 12,2 ± 2,2). A seleção da amostra foi por conveniência (não probabilística). O tratamento estatístico utilizado consistiu em analisar a média aritmética, desvio padrão, amplitude, teste “t” para uma amostra, e ANOVA de uma via e a prova de especificidade de Tukey, (p<0,05) em todos os casos. Resultados: Os jogadores de beisebol brasileiros apresentam semelhanças no peso e estatura (crescimento físico) em relação a referência do CDC (2012); no entanto observou-se diferenças se forem comparados especificamente com a base de dados da Confederação Mundial de Beisebol e Softbol (WBSC). Enquanto ao analises do crescimento físico, composição corporal, desempenho físico e saúde óssea segundo IC e APVC, observou-se que ao analisar os resultados pelo estado de maturação somática a descrição dos jovens foi mais representativa. Conclusões: O estudo logrou descrever os jogadores de beisebol que representaram ao Brasil nas competições internacionais nos anos 2017 e 2018 através de análises do crescimento físico, composição corporal, desempenho físico e saúde óssea; utilizando ferramentas antropométricas de baixo custo e fácil domínio para os profissionais da educação física, treinadores e pesquisadores.

Palavras-chaves: Beisebol, Crescimento, Maturação Somática, Composição Corporal, Densidade Óssea, Conteúdo Ósseo, Desempenho Físico, Jovens, Atividades Esportivas.

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ABSTRACT

The objective of this study was to analyze the physical growth, body composition, physical performance and bone health of children and adolescents who play baseball and who are part of the Brazilian team between the ages of 9 and 15 years. The specific objectives were: a) to compare the physical growth of Brazilian children and adolescents who practice baseball with the references of the CDC-2012; b) analyze the physical growth, body composition, physical performance and bone health of Brazilian children and adolescents who practice baseball according to chronological age (CI) and somatic maturation status (APVC); c) to compare bone health (BMD and BMC) of Brazilian children and adolescents who practice baseball with reference values of the proposed equation; d) to compare physical growth, body composition, and physical performance according to the players' bone health categories. Methodology: a cross-sectional descriptive study was carried out. The sample consisted of 102 male children and adolescents (APVC = 14.8 ± 0.5 and CI = 12.2 ± 2.2). The sample was selected for convenience (not probabilistic). The statistical treatment used consisted of analyzing the arithmetic mean, standard deviation, amplitude, “t” test for a sample, and one-way ANOVA and the Tukey specificity test, (p <0.05) in all cases. Results: Brazilian baseball players have similarities in weight and height (physical growth) in relation to the CDC reference (2012); however, differences were observed if they are compared specifically with the database of the World Confederation of Baseball and Softball (WBSC). Regarding the analysis of physical growth, body composition, physical performance and bone health according to CI and APVC, it was observed that when analyzing the results by the state of somatic maturation, the description of the young people was more representative. Conclusions: The study succeeded in describing the baseball players that represented Brazil in international competitions in the years 2017 and 2018 through analyzes of physical growth, body composition, physical performance and bone health; using anthropometric tools of low cost and easy domain for physical education professionals, trainers and researchers.

Keywords: Baseball, Growth, Somatic Maturation, Body Composition, Bone Density, Bone Content, Physical Performance, Youth, Sports Activities.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

%G – Porcentual de Gordura 1ªB – Primeira Base

2ªB – Segunda Base 3ªB – Terceira Base

APVC – Anos do Pico de Velocidade de Crescimento (Idade Biológica) ATC – Altura Tronco-Cefálica

CBBS – Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol CMO – Conteúdo Mineral Ósseo

C – Catcher (receptor)

CDC – Centers for Disease Control and Prevention

CF – Center Field (jardineiro central)

CP – Comprimento das Pernas DC – Dobra Cutânea Tricipital DC – Dobra Cutânea Subescapular D. Japão – Descendente de Japão DMO – Densidade Mineral Óssea DP – Desvio Padrão

DXA – Absortometria de Raio-X de Dupla Energia ECH – Estudantes Chilenos

ECHP50 – Estudantes Chilenos Percentil 50

ECHP75 – Estudantes Chilenos Percentil 75

ETM – Erro Técnico de Medida FMA – Força Muscular Abdominal IC – Idade Cronológica

IMC – Índice de Massa Corporal

J.B.B – Jogadores de Beisebol Brasileiros LBM – Lançamento de Bola Medicinal LF - Left Field (jardineiro esquerdo) MG – Massa de Gordura

MLG – Massa Livre de Gordura

OMS – Organização Mundial da Saúde P - Pitcher (Lançador)

PHV – Velocidade Máxima de Altura

PVC – Pico de Velocidade de Crescimento RF - Right Field (jardineiro direito)

RSA – África do Sul SH – Salto Horizontal

SS – Short Stop (inter bases ou campo curto)

WBSC – Confederação Mundial de Beisebol e Softbol - Média Aritmética

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Desenho Infielder do Campo de Beisebol ...…….. 26

Figura 2 - Desenho do Campo e Posições Defensivas ...………….…. 27

Figura 3 - Desenho da Zona de Strike ... 29

Figura 4 - Diferentes Tipos de Luvas dos Defensores ……… 32

Figura 5 - Gesto Técnico Para Pegar as Bolas Rasteiras (Rolling) ... 34

Figura 6 - Gesto Técnico Para Pegar as Bolas Altas (Fly) …... 36

Figura 7 - Comparação das Variáveis do Crescimento Físico com a Referência do CDC 2012 ... 62

Figura 8 - Comparação do Crescimento Físico (peso e estatura) Pela Idade Cronológica (IC) e Estado de Maturação Somática (APVC) Dos Jogadores de Beisebol ... 64

Figura 9 - Comparação da composição Corporal Segundo Idade Cronológica e Estado de Maturação (APVC) dos Jogadores de Beisebol Brasileiro ... 66

Figura 10 - Comparação do Desempenho Físico Segundo Idade Cronológica e Estado de Maturação (APVC) dos Jogadores de Beisebol Brasileiro ... 68

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Categorias de Competições Internacionais e Duração de Cada Jogo Segundo WBSC e COPABE ... 24 Quadro 2 - Distancias e Medidas do Campo de Beisebol nas Diferentes

Categorias Segundo WBSC e COPABE ...… 25 Quadro 3 - Número de Lançamentos Permitidos num Jogo e Dias de

Descanso Obrigatório Para Voltar Atuar Como Lançador num Torneio Internacional ... 30 Quadro 4 - Indicadores de Desempenho Físico ou Ferramentas nos

Jogadores de Beisebol em Cada Posição Defensiva ... 37 Quadro 5 - Características antropométricas dos jogadores de beisebol

profissional ...……... 44 Quadro 6 - Características antropométricas (peso e estatura) de crianças e

adolescentes participantes da copa mundial de beisebol nas categorias sub-12 e sub-15...……... 47

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Tabela 1 - Tamanho da Amostra de Jogadores de Beisebol Estudados ….. 51

Tabela 2 -

Equações Utilizadas Para Análise da Composição Corporal Pelo Método Antropométrico ... 53

Tabela 3

- Modelo Matemático Para Predizer os Anos do Pico de Velocidade de Crescimento (APVC) em Jovens do Sexo Masculino (MIRWALD et al., 2002) ... 53

Tabela 4

- Classificação dos Anos do Pico de Velocidade de Crescimento APVC, Segundo MIRWALD et al. (2002). ………....… 54

Tabela 5

- Equações Utilizadas Para Determinar Densidade Mineral Óssea (DMO) e o Conteúdo Mineral Ósseo (CMO) Pelo Método Antropométrico ...……... 54

Tabela 6

- Equações utilizadas para comparar a saúde óssea (DMO e CMO) dos jogadores de beisebol brasileiro (J.B.B) e estudantes chilenos (ECH) ... 55

Tabela 7

- Características antropométricas, composição corporal, desempenho físico e saúde óssea da amostra estudada segundo valores da média aritmética ( ) e desvio padrão (DP) .. 60

Tabela 8

- Valores médios e diferenças para cada faixa etária das variáveis de crescimento físico (peso e estatura) das crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol masculino e as referências do CDC (2012) ... 61

Tabela 9

- Comparação do crescimento físico (peso e estatura) pela idade cronológica (IC) e estado de maturação somática (APVC) dos jogadores de beisebol... 63

Tabela 10

- Comparação da composição corporal segundo idade cronológica (IC) e estado de maturação somática (APVC) dos jogadores de beisebol... 65

Tabela 11

- Comparação do Desempenho físico segundo idade cronológica e estado de maturação somática (APVC) dos jogadores de beisebol brasileiro... 67

Tabela 12

- Comparação dos valores da saúde óssea DMO e CMO dos Jogadores de Beisebol Brasileiros (J.B.B) com percentil 50 e percentil 75 de crianças e adolescentes Estudantes Chilenos (ECH). ... 70 Tabela 13 - Comparação do Crescimento Físico, Composição Corporal e

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1 INTRODUÇÃO... 15 1.1 Justificativa ... 18 1.2 Objetivo do estudo ...…………...……….... 19 1.2.1 Objetivo geral ...……….... 19 1.2.2 Objetivos específicos ... 19 1.2.3 Hipóteses ... 19 2 REVISÃO DA LITERATURA... 20

2.1 Aspectos conceituais gerais...…... 20

2.2 Aspectos conceituais do beisebol ...…... 22

2.2.1 Características dos Jogadores Defensivos ... 27

2.2.1.1 Lançadores ... 27

2.2.1.2 Receptores ... 30

2.2.1.3 O Defensor da Primeira Base 1ªB ... 31

2.2.1.4 Infielders (2ªB, 3ªB e Campo Curto) ... 32

2.2.1.5 Outfielder (LF, CF e RF) ……... 34

2.3 Indicadores de Desempenho Físico nos Jogadores de Beisebol ... 36

2.3.1 Velocidade de Corrida ... 37

2.3.2 Potência no Braço ... 38

2.3.3 Defesa ... 39

2.3.4 Ofensiva (Habilidade de Batida, Poder ou Força Rápida) ... 41

2.4 Características Antropométricas dos Jogadores de Beisebol ... 42

2.5 Características da Composição Corporal dos Jogadores de Beisebol 43 2.6 Saúde Óssea dos Jogadores de Beisebol ... 47

3 MATERIAIS E MÉTODOS………... 51

3.1 Tipo de Estudo e Amostra ... 51

3.2 Procedimentos ... 52

3.2.1 Avaliações Antropométricas ... 52

3.2.2 Avaliações de Desempenho Físico ... 55

3.3 Tratamento Estatístico ... 57 4 RESULTADOS ………...………..… 58 5 DISCUSSÃO ………. 73 6 CONCLUSÕES ……….………. 77 7 SUGESTÕES... 80 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...……… 81 9 ANEXOS ……… 94

Anexo 1. Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) ... 94

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Anexo 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Para Responsável Legal ...

100

Anexo 3. Termo de Assentimento Para Ética em Pesquisa com Seres Humanos (7 a 10 anos) ... 103 Anexo 4. Termo de Assentimento Para Ética em Pesquisa com Seres Humanos (11 a 14 anos) ... 106 Anexo 5. Termo de Assentimento Para Ética em Pesquisa com Seres Humanos (15 a 17 anos) ... 109 Anexo 6. Planilha de Avaliação de Antropometria e Desempenho Físico

das Crianças e Adolescentes da Seleção Brasileira ... 112 Anexo 7. Carta de Autorização da Confederação Brasileira de Beisebol e

Softbol ... 113 Anexo 8. Glossário do Beisebol ... 114

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1. INTRODUÇÃO

O beisebol é uma modalidade esportiva praticada em diferentes partes do mundo, principalmente nos continentes Americano e Asiático, e está crescendo na Europa, África e Oceania (CARVAJAL et al 2009); além de ser o principal esporte ou o mais treinado nos países centro-americanos (PUGH et al, 2001). No entanto, no Brasil, esse esporte não é muito conhecido pela população, embora tenha uma história de mais de 100 anos, graças as colônias japonesas que desde 1908 foram se implantando inicialmente nos estados de São Paulo e Paraná.

Em primeiro lugar, o beisebol é caracterizado como um esporte coletivo onde os atletas precisam desenvolver aspectos ofensivos e defensivos, onde é requerido força, potência, agilidade, equilíbrio, coordenação, precisão, velocidade de deslocamento, velocidade de braços e pernas, resistência muscular específica e capacidade respiratória (RIVERA, RIVERA, 1991, VIDAL, et al, 2013).

Desta maneira, o desempenho físico é uma das variáveis que podem ser consideradas importantes para melhorar o rendimento competitivo e adquirir habilidades específicas do jogo (VAQUERA et al, 2015, PAZ et al, 2017, WATANABE et al 2017). A composição corporal, crescimento físico e maturação somática durante os períodos de pré-puberdade e puberdade são também fatores fundamentais que devem ser pesquisados, especificamente pelas mudanças de variabilidade que os jovens sofrem em seus sistemas orgânicos, físicos e relativos ao desempenho psicológico. Em geral, muitas pesquisas efetuadas em jovens atletas de diferentes modalidades têm evidenciado a importância de estudar essa população durante a etapa de crescimento e maturação biológica (FIGUEIREDO et al, 2009, GOUVÊA et al, 2017).

Porém, a maioria das investigações efetuadas em jovens e adultos jogadores de beisebol reportam evidências nos aspectos biomecânicos, lesões esportivas, velocidade de lançamento e perfil da composição corporal (CARVAJAL et al 2009, PUGH et al, 2001, LOENNEKE et al, 2013). Neste sentido, são escassas as pesquisas efetuadas em jovens atletas que exploram a composição corporal, saúde óssea e o desempenho físico durante a fase de crescimento e maturação somática (CLAVIJO-REDONDO et al, 2016, LOENNEKE et al, 2013).

A maturação somática varia entre os sistemas (muscular, esquelético, cardiovascular, hormonal, nervoso, sensorial) do corpo, assim como no tempo e

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ritmo que avança (PORTELLA et al, 2017), onde um estado de maturação avançado geralmente se associa com o maior tamanho corporal, força e potência muscular (TEIXEIRA et al 2009).

Por sua vez, a avaliação da saúde óssea no processo de crescimento físico é importante, já que fazendo este monitoramento é possível identificar jovens com baixa acumulação de minerais ósseos e risco de osteoporose no futuro devido a uma baixa densidade mineral óssea (DMO) (ZEMEL et al, 2011). Ter essa informação é fundamental para os treinadores e responsáveis dos jovens atletas.

Para estimar a composição corporal e a estrutura óssea existem vários métodos; a absortometria de raio-X de dupla energia (DXA) é o método considerado ideal ou padrão ouro para o uso pediátrico, já que tem uma ampla disponibilidade em clínicas e hospitais, gera resultados rápidos e um escaneamento com baixa exposição à radiação (ZEMEL et al, 2011), porém, está metodologia é considerada de elevado custo e inacessível para a maioria das pessoas que não fazem parte de grandes organizações ou instituições esportivas. Nesse sentido, há também outros métodos de referência relevantes para a avaliação da composição corporal conhecidos como a pesagem hidrostática e a pletismografia por deslocamento de ar “BODPOD” (PARKER et al., 2003).

Há, por exemplo, uma alternativa que avalia a composição corporal que é considerada de baixo custo e de fácil administração é a antropometria que, assim como qualquer outra área da ciência, depende de regras específicas, padronizadas para a determinação da localização de pontos e técnicas internacionais para a mensuração corporal (MONTEIRO e LOPES, 2009). Esse método é de boa reprodutibilidade e facilidade para tratar do desenvolvimento do corpo humano e das relações existentes entre os aspectos físicos e a performance, considerada também a “área base” para o estudo do desenvolvimento corporal (MEISEL; VEJA, 2016; FREITAS, 2018) e permite inferir a quantidade de massa gorda, muscular, óssea e residual que as pessoas têm em determinado momento que são valores necessários para equações de regressão a partir dos quais é possível prever o percentual de gordura corporal de um sujeito com base na idade e sexo (SANTI MARIA, 2013). Além disso, é um método de fácil aplicação, e pode ser utilizado tanto no laboratório quanto no campo esportivo.

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Nos últimos anos, muitos pesquisadores utilizam equações de regressão partindo de indicadores antropométricos para predizer a composição corporal e a saúde óssea (densidade mineral óssea (DMO) e conteúdo mineral óssea (CMO)) de jovens esportistas e dessa forma estabelecer indicadores de referência (SANTI MARIA, 2018; GÓMEZ-CAMPOS et al, 2017; LÁZARI, 2017; DINIZ et al, 2017). Para avaliar as capacidades físicas (força, velocidade, resistência, coordenação, flexibilidade) geralmente são utilizados testes físicos de campo, que permitem identificar os níveis de cada capacidade.

Nesta pesquisa, foi estudado o crescimento físico, composição corporal, saúde óssea (DMO e CMO), e desempenho físico dos jogadores de beisebol brasileiro das categorias sub-10, sub-12, sub-14 e sub-16, que participaram de competições internacionais nos anos 2017 e 2018 a partir de técnicas de campo de fácil utilidade e aplicabilidade como uma alternativa que os profissionais da Educação Física, treinadores e pesquisadores podem utilizar para comparar ou analisar aos jovens atletas.

Este texto, portanto, pode conter informações úteis no sentido de servir como referência para aumentar as pesquisas neste esporte; além de servir como uma recomendação aos treinadores e preparadores para que olhem também para o estágio de maturação somática dos jogadores em relação a sua idade cronológica.

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1.1 Justificativa

Nos Jogos Olímpicos (JO) o Beisebol foi esporte de exposição nos anos 1984 e 1988 (Los Angeles e Seul), e esporte oficial desde 1992 (Barcelona) até 2008 (Pequim) contando cinco edições consecutivas, porém, ficou excluído dos JO nas edições de 2012 e 2016 (Londres e Rio de Janeiro), não obstante, o Comitê Olímpico Internacional (COI) colocou o beisebol novamente como esporte oficial nos próximos JO na cidade de Tóquio.

No Brasil, o beisebol é um esporte amador, onde as competições oficiais são organizadas pela Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS) e pelas federações dos estados onde existem clubes ou equipes organizadas. Os estados São Paulo, Paraná, e Mato Grosso do Sul são os de maior participação e nível competitivo.

O crescimento físico, composição corporal, saúde óssea, e maturação somática são tópicos de diferentes estudos científicos nos últimos anos no Brasil (GÓMEZ-CAMPOS, 2014; DINIZ et al, 2017; SANTI MARIA, 2018), tanto em crianças, adolescentes e escolares, como em jovens atletas; porém não existem referências até o momento de jovens praticantes de beisebol, infere-se que esse fato seja produto da pouca popularidade do beisebol nesta população sul-americana.

É nesse sentido que o presente estudo é importante, já que permite comparar o crescimento físico dos jogadores de beisebol brasileiro (J.B.B) com referências internacionais; bem como analisa diferentes variáveis segundo a idade cronológica e estados de maturação somática. Mais do que isso, também identifica e compara a saúde óssea dos sujeitos em estudo, aportando, com isso, conhecimento e utilizando ferramentas das ciências do esporte; onde ganham todos os treinadores, atletas, pesquisadores, pais e responsáveis dos jogadores.

Neste sentido, as principais contribuições do estudo estão focadas em fazer avaliações antropométricas e físicas de forma confiável, diretamente no campo de treinamento e utilizando ferramentas de baixo custo e sem necessidade de pessoas altamente treinadas que permite aportar material teórico para futuras pesquisas.

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1.2 OBJETIVO DO ESTUDO

1.2.1 Objetivo Geral Analisar o crescimento físico, composição corporal, saúde óssea e desempenho físico de crianças e adolescentes praticantes de beisebol e que fazem parte da seleção Brasileira nas idades entre 9 e 15 anos.

1.2.2 Objetivos Específicos • Comparar o crescimento físico de crianças e adolescentes brasileiros

praticantes de beisebol com a referência do CDC (2012).

• Analisar o crescimento físico, composição corporal e desempenho físico de crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol segundo a idade cronológica e estados de maturação somática (APVC).

• Comparar a saúde óssea (DMO e CMO) de crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol com valores de referências da equação proposta. • Comparar o crescimento físico, composição corporal, e desempenho físico de

crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol segundo as categorias da saúde óssea.

1.2.3 Hipóteses

Hi: é provável que os padrões de crescimento físico possam variar quando forem comparados com referências internacionais desde os 9 até os 15 anos.

Hi: é provável que quando as variáveis do crescimento físico, composição corporal, saúde óssea e desempenho físico dos jovens praticantes de beisebol forem analisadas segundo idade cronológica e estado de maturação biológica possam refletir uma melhor aplicabilidade pelo estado maturacional.

Hi: é provável que a saúde óssea seja determinante para as variáveis do crescimento físico, composição corporal, e desempenho físico das crianças e adolescentes brasileiros praticantes de beisebol.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Esta revisão tem como objetivo principal apresentar e analisar os aspectos conceituais usando os principais indicadores de desempenho físico dos jogadores de beisebol, descrevendo as características antropométricas, composição corporal e saúde óssea, facilitando o entendimento do leitor quanto ao esporte em questão e seus atletas praticantes; além de verificar se a maturação somática e o crescimento exercem influências nos resultados e no desenvolvimento ósseo dos jovens atletas.

2.1 Aspectos conceituais gerais

O crescimento físico, um dos tópicos deste estudo, é conhecido como um processo dinâmico que começa desde o momento da segmentação do zigoto e termina com a realização da adolescência, caracterizada como a etapa final do crescimento dos ossos longos (ROSEMBLOOM, 2007; GÓMEZ-CAMPOS, 2014). Mais do que isso, o crescimento físico também pode ser definido como “a sequência de modificação somática pela qual um organismo biológico sofre durante sua história de vida ontogenética” ou, como alternativa, como “toda a série de mudanças anatômicas e fisiológicas que ocorrem entre o início da vida pré-natal e o fim da senilidade" (MEREDITH, 1945).

No que tange a isso, há o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) que pode ser considerada como uma das principais organizações de serviços baseados em ciência de dados que protege a saúde do público. Nesse sentido, há mais de 70 anos, utiliza-se a ciência para ajudar as crianças a se manterem saudáveis, para que possam crescer e aprender de modo a ajudar famílias, empresas e comunidades a combater doenças e permanecerem fortes, além de proteger a saúde da população mundial.

Em 1997, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) publicou diretrizes a serem atendidas pelas escolas e programas comunitários, com a finalidade de promover a atividade física ao longo da vida entre os jovens. As diretrizes identificam os benefícios da atividade física regular na adolescência e incluem as seguintes recomendações: “melhora a força e resistência, ajuda a construir ossos e músculos saudáveis, ajuda a controlar o peso, reduz a ansiedade e

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o estresse, aumenta a autoestima, pode melhorar a pressão sanguínea e os níveis de colesterol” (CDC, 1997; STANG, STORY, 2005).

Importante destacar, com isso, que a composição corporal é um componente chave da saúde e do estado físico de uma pessoa que, por sua vez, faz referência ao estudo da quantidade e da proporção dos principais componentes estruturais do corpo através do fracionamento do peso corporal em peso gordo, magro, ósseo e residual, e que, com isso, é utilizada para monitorar o estado nutricional de indivíduos; além de ser considerada um indicador para caracterizar populações com riscos a desenvolver doenças crônicas (HEYWARD & WAGNER, 1996; LOHMAN, 1989; GÓMEZ-CAMPOS et al, 2012) .

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram (2017) que a doença isquêmica do coração e o acidente vascular cerebral são algumas das principais causas de mortalidade. Diante dessa estimativa, e do fato de a obesidade ser fator de risco importante para doenças crônicas não-transmissíveis, o seu diagnóstico é de fundamental importância para o direcionamento das ações de saúde e redução da morbimortalidade (REZENDE et al, 2007).

Apesar do conceito de desempenho físico ainda estar em desenvolvimento, historicamente, se considera que estar em boa forma física é quando um indivíduo consegue associar três componentes básicos: força muscular, resistência cardiorrespiratória e capacidade motora. Neste sentido, pode-se avaliar o desempenho que tem uma pessoa a partir de suas tarefas motoras e/ou esportivas nas quais participam as diferentes capacidades físicas (CLARKE, 1971; MALINA et al, 2004).

Geralmente para avaliar o desempenho físico utiliza-se teste ou provas físicas que inclui velocidade (corrida), potência (saltos), força muscular (abdominal, lançamentos ou saltos), resistência cardiovascular (corridas longas), entre outros. Quando se pretende avaliar o desempenho físico em crianças e adolescentes existem uma série de fatores que influenciam nos resultados nas diferentes idades (crescimento físico, maturidade somática, estilo de vida) (MALINA et al, 2004).

A saúde óssea é uma variável de extrema importância para a qualidade de vida das pessoas e deve ser um dos pontos para se prestar atenção desde os primeiros anos de vida, através de uma boa alimentação, cuidados e práticas regulares de exercícios físicos. Além disso, para o crescimento e fortalecimento da

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massa óssea é necessário que um estresse mecânico mínimo seja aplicado, o que garante o desenvolvimento e a manutenção da integridade esquelética (HAMILL; KNUTZEN, 1999; RUSCHEL et al, 2010).

O conteúdo mineral ósseo (CMO) é um componente da composição corporal, estruturação da massa livre de gordura (MLG) quando associada à massa magra (musculatura e vísceras). A densidade mineral óssea (DMO), por sua parte, reflete integridade do tecido ósseo, sendo uma indicação da estrutura e remodelação e, portanto, um índice de risco de propensão às patologias e lesões associadas ao tecido (LEE et al,2009; PIMENTA et al, 2019).

A maturação é um processo na vida das pessoas que inicia com a sucessão de mudanças biológicas, psicológicas e cognitivas que geralmente se expressam na puberdade, considerado como um processo importante de alterações fisiológicas que se manifestam de forma mais intensa na adolescência, “final da infância”, e pode variar de um indivíduo para outro, dependendo do sexo e do estágio maturacional (STANG, STORY, 2005; MACHADO et al, 2009; GÓMEZ-CAMPOS, 2014).

A variável “Anos do Pico de Velocidade de Crescimento” (APVC) é provocada pelo hormônio do crescimento, tiroides e andrógenos, gerando nas crianças uma aceleração na estatura e peso; portanto, considerado um indicador da maturação na adolescência. A maturação somática pode ser valorizada através de técnicas antropométricas, onde as variáveis do peso, estatura e idade geralmente são comparadas com tabelas referenciais de tipo transversal e/o longitudinal (MALINA & BOUCHARD, 1991; GÓMEZ-CAMPOS, 2014).

2.2 Aspectos conceituais do beisebol

O beisebol é um dos esportes coletivos mais praticados nos países caribenhos, asiáticos e na América do Norte. Atualmente, está em constante crescimento na Europa, África, Oceania e América do Sul graças aos eventos organizados pela Confederação Mundial de Beisebol e Softbol (WBSC em suas siglas em inglês), e também à volta deste esporte aos JO de Tóquio. No que tange às nomenclaturas, a WBSC é o órgão que rege o beisebol e softbol em todo o mundo; a Confederação Pan-americana de Beisebol (COPABE) é o mais alto órgão

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do beisebol no continente americano; e a Major League Baseball (MLB) é liga de beisebol profissional de maior nível nos Estados Unidos e no Canadá.

Segundo a Associação de Árbitros e Anotadores de Beisebol e Softbol do Brasil (2017); “beisebol é um jogo entre duas equipes de nove jogadores cada uma, sob a direção de um técnico. As partidas são realizadas num campo fechado, de acordo com regras e sob a jurisdição de um ou mais árbitros” (regra 1.01). Durante o jogo, as equipes ficam se revezando entre ofensiva e defensiva após três eliminações, “o objetivo da equipe na ofensiva é converter seu batedor em corredor, e fazer os corredores avançar” (regra 5.04) “ ao mesmo tempo que a equipe na defensiva com nove jogadores têm por objetivo: “evitar que os jogadores da ofensiva se tornem corredores, e impedir seu avanço nas bases” (regra 5.05)

Existem diferentes versões da origem e criação do beisebol; entretanto, neste estudo será utilizada a versão de que esse esporte surgiu após 1839 quando foram criadas as primeiras regras pelo americano Abner Doubleday Alexander Cartwright (DUARTE, 2004). Considerado como “O Pai do Baseball”, Cartwright escreveu um conjunto de regras padrão sobre o jogo: nove jogadores titulares por time e quatro bases para percorrer. Além disso, adicionou os árbitros nas partidas e determinou que o vencedor seria a equipe que marcasse primeiro 21 pontos (DUARTE, 2004; MONTENEGRO, 2017).

Cartwright também foi o responsável pela criação de um dos primeiros clubes de beisebol chamado Knickerbocker Base Ball Club, de Nova Iorque. O nome

Knickerbocker se referia aos colonos de origem holandesa que viviam em Manhattan

(TRAVINHA, 2012). Posteriormente, o esporte foi crescendo e ganhando popularidade. Com isso, primeiro, foram criados clubes de beisebol ao redor de Nova Iorque, que foi expandido posteriormente às outras cidades e estados do Norte e depois ao Sul e Oeste dos Estados Unidos (DUARTE, 2004; MONTENEGRO, 2017).

Na maioria dos esportes coletivos, a partida de jogo tem uma duração determinada (em horas ou minutos); no beisebol, porém, não existe o limite de tempo. Em lugar, cada equipe tem nove oportunidades para atacar e nove para defender. Neste sentido, em cada uma dessas oportunidades o tempo é incalculável, já que é obrigatório fazer três eliminações dos atacantes para que a troca de funções possa acontecer. Tais trocas de ataques e defesa, geralmente, são

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chamadas de Innings ou Entradas, as quais finalizam quando as duas equipes tiveram suas chances de atacar e sofreram três eliminações.

Neste sentido a Associação de Árbitros e Anotadores de Beisebol e Softbol do Brasil (2017) estabelece que “quando um batedor se torna um corredor e toca todas as bases legalmente, ele anota um ponto para sua equipe” (regra 5.06). O jogo será ganho pela equipe que acumular mais pontos no final das nove entradas; no caso, porém, de ao final dos nove Innings (ou Entradas) a pontuação terminar por igualada, o jogo deve continuar até que o empate seja resolvido.

Uma consideração importante de ser feita é que todas essas regras aqui expostas, apenas são aplicadas nas competições de adolescentes e adultos (de 15 anos em diante). Assim, em jogos de categoria Infantil A (sub-10), como os presentes nas competições internacionais organizadas pela WBSC ou pela COPABE, os jogos têm uma duração menor. No quadro 1, a seguir, são apresentadas todas as categorias de competições internacionais com as suas respectivas particularidades que, com isso, incluem faixa etária, duração dos jogos e duração mínima dos jogos (em caso de suspensão por mal tempo ou outras razões) de acordo com as categorias:

Quadro 1 – Categorias de competições internacionais e duração de cada Jogo segundo WBSC e COPABE.

Categorias Faixa Etária Duração do Jogo Duração Mínima

Infantil A (Sub-10) 9 – 10 anos sete Inings Jogo Legal no 4to

innings Completo

Infantil AA (Sub-12) 11 -12 anos sete Inings Jogo Legal no 4to

innings Completo

Juvenil A (Sub -14) 13 – 14 anos sete Inings Jogo Legal no 4to

innings Completo

Juvenil AA (Sub -16) 15 – 16 anos nove Inings Jogo Legal no 5to

innings Completo

Juvenil AAA (Sub-18) 17 – 18 ANOS nove Inings Jogo Legal no 5to

innings Completo

Juvenil Sub-23 Abaixo dos 23 anos nove Inings Jogo Legal no 5to

innings Completo

Adulto Abaixo dos 18 anos nove Inings Jogo Legal no 5to

innings Completo

Fonte: COPABE, 2016.

De acordo com a COPABE (2016), nas categorias sub-10, sub-12 e sub-14, se ao finalizar o número de Innings estabelecidos (sete Innings), o jogo estiver com placar empatado, a partida continua com extra-innings de acordo as regras

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específicas de desempate para crianças listadas a seguir: 1. em cada entrada a equipe na ofensiva colocará os dois últimos eliminados da entrada anterior como corredores na primeira e segunda base e continuará como batedor o jogador que corresponda a ordem do jogo; 2. se ao final de duas (2) entradas extras o jogo ainda estiver empatado, o jogo se dará por finalizado e a equipe vencedora será a que tiver obtido mais pontos.

Nas categorias sub-16 e sub-18, por outro lado, em caso de empate no final das entradas estabelecidas (9 innings), é aplicada a mesma regra de desempate, com a diferença que o número de extra-innings será ilimitado.

Além disso, importante mencionar que as dimensões do campo variam também de acordo com as categorias das competições; a fim de garantir, com isso, condições iguais entre crianças, adolescentes e adultos em eventos internacionais. No quadro 2, a seguir, são apresentadas as dimensões do campo nas diferentes categorias segundo COPABE (2016):

Quadro 2 – Distâncias e medidas do campo de beisebol nas diferentes categorias segundo WBSC e COPABE.

CATEGORIAS SUB-10 SUB-12 SUB-14 SUB-16

ENTRE BASES 18.29 m. 21 m. 24.38 m. 27.43 m. DO HOME AO PITCHER PLATE 14.02 m. 14.45 m. 16.20 m. 18.44 m. DO HOME A 2DA BASE 25.86 m. 29.70 m. 33.94 m. 38.79 m. DO HOME AO MURO DO LEFT E RIGHT

FIELD

60 m. 70 m. 80 m. 99 m. DO HOME AO MURO DO CENTER FIELD 65 m. 75 m. 90 m. 122 m.

ALTURA DO MORRO DO PITCHER 18 cm. 20 cm. 23 cm. 25 cm. ALTURA DO MURO DO OUTFIELD 1.65 m. 165 m. 180 m. 195 m.

BASES 38 x 38 x 13 cm

HOME PLATE Frente 43 cm x 21 cm e dois diagonais de 30 cm.

Fonte: COPABE, 2016.

Com isso, nas categorias sub-18, sub-23 e adulto, as dimensões do campo são as mesmas da categoria sub-16. Com isso, especificamente nessa faixa etária (15-16 anos), os adolescentes podem participar em competições internacionais na categoria adulto.

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Na figura 1, mostrada a seguir, é possível observar o desenho do campo de beisebol (especificamente o infielder ou parte interna do campo) apresentado nas Regras Oficiais de Beisebol (2018).

FIGURA 1 Desenho do Infielder do Campo de Beisebol

Fonte: Regras Oficiais de Beisebol, 2018.

Na figura 2, também anexada na sequência, é possível observar as posições defensivas representadas no campo de beisebol: a primeira posição é chamada de lançador, pitcher ou arremessador (P); a segunda posição é chamada de receptor ou

catcher (C) a terceira posição é chamada defensor da primeira base (1ª B); a quarta,

defensor da segunda base (2ª B); a quinta, defensor da terceira base (3ª B); a sexta é chamada campo curto, shortstop ou inter-bases (SS). Neste sentido, importante mencionar, todas essas posições mencionadas, são consideradas defensores internos ou infield; por outro lado, os defensores da sétima posição, chamada jardineiro esquerdo ou left field (LF), os defensores da oitava posição, chamada de jardineiro central ou center field (CF) e, por último, os defensores da nona posição, que é chamada jardineiro direito ou right field (RF); geralmente são considerados de defensores externos ou outfield.

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FIGURA 2 Desenho do campo de beisebol e posições defensivas.

Fonte: O autor, 2020. 2.2.1 Características dos jogadores defensivos

Um jogo de beisebol avança em innings na medida que os jogadores da defesa conseguem fazer as eliminações dos atacantes – que podem ser tanto batedores como corredores. Nesse sentido, é por essa razão que ter uma ótima defesa é fundamental para uma equipe.

2.2.1.1 Lançadores

Os lançadores, pitchers ou arremessadores são a primeira linha de defesa que tem como principal função evitar que os oponentes tenham a oportunidade de marcar pontos no placar (CHAIR et al., 2018). Geralmente, eles são os jogadores considerados mais importantes nas equipes, já que a eliminação dos atacantes do time adversário depende deles. Há, ainda, o fato de que o jogo apenas se inicia, pausa e dá continuidade, quando os árbitros autorizam e os lançadores decidirem; já que tem a “bola na mão”, possuem mais autonomia nesse processo.

O objetivo dos lançadores é lançar a bola dentro de uma zona imaginária, mas determinada internacionalmente pelos árbitros, treinadores e jogadores,

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chamada de zona de strike (ver figura 3). Os batedores, que têm como uma de suas funções bater os arremessos dos lançadores, são eliminados caso a bola passe pela zona de strike sem ser batida, ou, ainda, caso falhem em bater a bola dentro de três (3) oportunidades.

Existem diferentes tipos de lançadores: abridores, de revezamento e fechadores. Os abridores, em primeiro lugar, são os responsáveis de começar o jogo e têm a função de tentar eliminar o maior número de atacantes adversários possíveis; geralmente, importante colocar, são os lançadores que atuam por mais tempo no jogo (cinco, seis ou sete innings). Há, ainda, algumas oportunidades, em que os lançadores abridores conseguem permanecer durante todo o jogo, ou seja: durante todos os nove innings, sem necessidade de utilizar lançadores de revezamento ou fechadores. Por outro lado, porém, quando os lançadores abridores não conseguem eliminar os oponentes, o técnico pode tirá-lo do jogo nas primeiras entradas e utilizar, em lugar, os lançadores de revezamento.

Os lançadores de revezamento, assim, são aqueles utilizados pelo técnico, depois da atuação dos abridores. A participação desses jogadores é muito variada, já que eles podem tanto participar nos jogos por vários innings quanto também é possível que entrem no jogo apenas para enfrentar um batedor. Contudo, tudo isso depende, é claro, das situações específicas de cada jogo e das estratégias que o técnico queira utilizar.

Por último, os lançadores fechadores são os jogadores que participam nos jogos com a intenção de fazer as últimas eliminações. Geralmente, eles entram apenas para enfrentar os batedores do último inning; mas algumas vezes são colocados apenas para tentar fazer a eliminação final.

Importante colocar, ainda, que a maioria dos estudos científicos sobre beisebol estão focados em analisar a biomecânica, a fisiologia, o comportamento, o desempenho entre outros aspectos; que são, por sua vez, estudos sobre os lançadores (WEATHERHOLT & WARDEN, 2018; DOWLING, 2018; WARDEN et al., 2017; DAVIS et al., 2009).

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FIGURA 3 Desenho da zona de strike

Fonte: Regras Oficiais de Beisebol, 2018.

Ainda em um aspecto de composição, em uma equipe de beisebol a partir da categoria sub-16, a maior parte dos jogadores que constituem o time são lançadores. No entanto, nas categorias de base, as posições defensivas dos jogadores não são definidas porque as crianças se encontram numa fase de crescimento e descobrimento de habilidades neste esporte. Por isso, recomenda-se como parâmetro pedagógico que todos os jogadores nas primeiras categorias (sub-10 até sub-14) experimentem jogar como lançadores nos jogos; considerando, é claro, as regras de proteção dos braços que oferecem maior segurança para que não corram o risco de sofrerem lesões. No quadro 3, disposto a seguir, é apresentada a quantidade de lançamentos permitidos para os lançadores numa competição internacional e seu tempo de descanso obrigatório (VALOVICH et al., 2011; AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2011).

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Quadro 3 – Número de lançamentos permitidos num jogo e dias de descanso obrigatório para voltar atuar como lançador num torneio internacional.

CATEGORIAS SUB-10 SUB-12 SUB-14 SUB-16 SUB-18

Lançamentos Descanso

60 70 80 90 100

2 Dias 2 Dias 2 Dias 3 Dias 3 Dias

Lançamentos Descanso

40 50 55 75 80

1 Dia 1 Dia 1 Dia 2 Dias 2 Dias

Lançamentos Descanso 20 25 30 50 55 Pode Lançar no Próximo Dia Pode Lançar no Próximo Dia Pode Lançar no

Próximo Dia 1 Dia 1 Dia

Fonte: COPABE, 2016.

2.2.1.2 Receptores

Os receptores ou catchers são os jogadores que participam a maior parte do tempo agachados atrás da base principal, ou “home plate”, pegando os lançamentos dos pitchers. Esses atletas precisam de muita proteção para evitar que sofram lesões, devido à proximidade com os batedores e com a caixa do batedor (SANDEBECK, 2005). Entre as proteções necessárias destacam-se: uma luva de couro totalmente diferente do resto dos jogadores da defesa, especial para amortecer os impactos e dar proteção a mão; caneleiras nas duas pernas, para proteção dos músculos, ossos e articulações dos pés, tornozelos, pernas e joelhos; peiteira, para proteção do abdome, peito e ombros; capacete, para a proteção da cabeça e rosto; além do protetor genital, que é de uso obrigatório para todos os jogadores em todas as categorias de base.

Os receptores nas categorias sub-10, sub-12 e sub-14 não podem atuar como lançadores ou vice-versa no mesmo jogo; mas podem atuar em qualquer outra posição dependendo da estratégia elaborada pelo técnico. Assim, para que um receptor possa atuar como lançador, ele precisa descansar por um dia como receptor; do mesmo modo, para que um lançador queira atuar como receptor, deve descansar um dia como lançador. Essas regras são necessárias para evitar lesões devido ao excesso de esforço físico, principalmente no que se diz respeito ao braço de lançar. Nas categorias sub-16 e sub-18, no entanto, a atuação dos lançadores e defensores é feita de maneira livre (COPABE, 2016).

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No beisebol há uma jogada na qual os corredores, após os lançadores iniciarem os movimentos para lançar ao home plate, saem correndo rápido para tentar ganhar a próxima base (chama-se roubo de base), e é nessa jogada que os receptores têm um trabalho especial, que consiste em pegar a bola e lançá-la rapidamente para a base que está sendo roubada para tentar eliminar o corredor.

Neste sentido, quanto mais tempo eles demoram no processo de fazer os movimentos de lançar a bola para as bases mais possibilidade têm os corredores do time adversário chegarem salvos. Por isso, quanto mais rápido o movimento de lançar a bola para a base, mais chances o seu time tem de eliminar aos corredores. (COLEMAN, 2000).

Desta forma, a partir da observação de como funciona um jogo de beisebol, é possível inferir que os jogadores mais ativos na defesa são os lançadores e os receptores.

2.2.1.3 O Defensor da Primeira base (1ªB)

Os defensores da primeira base são os jogadores que cuidam do setor próximo à primeira base do campo. Geralmente, são atletas altos e fortes com grande envergadura, flexibilidade e reflexos para pegar as bolas rebatidas nessa área ou lançadas por outro defensor para finalizar uma eliminação. Segundo Castro (2014), o ideal é que o jogador defensor da primeira base seja canhoto, na medida em que canhotos possuem uma facilidade maior para tomar sua posição e manter contato com a base. No entanto, importante colocar que muitos jogadores destros também têm sucesso nessa posição.

São muitas as jogadas que finalizam na primeira base, já que quando um batedor faz uma batida rasteira ou rolling (quando bola toca o chão) dentro do campo de jogo, ele deve correr rapidamente em direção à primeira base para tentar ganhá-la. É nesse momento, portanto, que a habilidade do defensor da primeira base para pegar as bolas é importante.

Além disso, as luvas dos jogadores da primeira base e dos receptores são diferentes das utilizadas pelos outros defensores (infield e outfield). A Associação de Árbitros e Anotadores de Beisebol e Softbol do Brasil (2017), sobre isso, estabelece na regra 1.13 que o defensor da primeira base pode usar uma luva de couro que não tenha mais de 33,02 cm de comprimento e 20,32 cm de largura. Na figura 4, como

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demonstração, é possível observar os diferentes tipos de luvas que são utilizadas pelos defensores.

As luvas dos receptores são as mais pesadas e grossas, justamente para que amorteçam a grande quantidade de bolas que os jogadores pegam durante o jogo. As luvas dos jogadores da primeira base são maiores, mais afundadas e achatadas para garantir que as bolas que entrem não rebotem; as luvas dos infielders e dos

outfielders são homogêneas (extensão da mão) e só se diferem entre si no que diz

respeito ao tamanho: as dos outfielders são maiores; as dos infielders, menores; por último, as luvas dos lançadores são similares às dos infielders, com a única particularidade que aquela tem que ter uma cor homogênea.

FIGURA 4 Diferentes tipos de luvas dos defensores

Fonte: O autor, 2020 (imagem adaptada).

2.2.1.4 Infielders (2ªB, 3ªB e SS)

Os infielders são os defensores que cuidam das bases e da área interna do campo. Como já foi demonstrado, o receptor, lançador e defensor da primeira base também são considerados infielders; nesta parte, porém, serão apresentados os

infielders nas posições de Segunda Base (2ªB), Terceira Base (3ªB) e Short Stop (SS) – esta última também conhecida como Inter Bases ou Campo Curto. Tais

jogadores se caracterizam por serem rápidos e muito hábeis, já que algumas de suas tarefas mais comuns são pegar as batidas rasteiras e eliminar os corredores que estão nas bases (eliminação forçada) e aos batedores na primeira base (eliminação de bolas rasteiras).

A maior quantidade de bolas batidas que os infielders pegam são bolas rasteiras, que, de acordo com Castro (2014), essas bolas muitas das vezes são violentas e, até certo ponto, perigosas; principalmente se o jogo estiver ambientado

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em um terreno irregular (terra) ou, ainda, se a técnica para pegar esse tipo de batida não for aplicada de maneira correta.

Assim, para que a técnica de pegar bolas rasteiras seja elaborada da melhor forma possível, recomenda-se: 1. estar preparado desde o momento em que o lançador faz o lançamento no home plate; 2. ir em direção a bola, ao invés de ficar apenas esperando-a; 3. capturar a bola sempre de frente; 4. utilizar as duas mãos para assegurar a pegada; 5. olhar quando a bola entrar na luva; 6. tentar pegar a bola quando ela está na sua máxima altura de rebote ou quando está descendo; 7. após pegar a bola, rapidamente se preparar e lançá-la para a base onde será feita a eliminação (CASTRO, 2014). Na figura 5, é possível observar a técnica correta de pegar as bolas rasteiras.

Além disso, os infielders geralmente têm oportunidades de fazer mais de uma eliminação ao mesmo tempo; basta que sejam rápidos e coordenados o suficiente. Essas eliminações multiplex, podem ser diferenciadas entre double play e triple play.

Em primeiro lugar, o double play consiste em duas eliminações em uma jogada continua. Conhecida por ser uma das jogadas mais emocionante no beisebol, elas muitas vezes são feitas pelos infielders graças a sincronia e precisão entre eles; associadas, é claro, a uma rápida e excelente execução dos movimentos. O double

play mais comum ocorre quando a equipe atacante tem um corredor na primeira

base e o batedor produz uma batida rasteira no infield; então, um defensor desse setor que pega a bola e joga para seu companheiro que, ao recebê-la pisando na segunda base de modo a fazer uma eliminação forçada, imediatamente lança a bola para a primeira base antes que o batedor, que é da equipe adversária, consiga chegar até ela (MLB, 2015).

Já o triple play consiste em três eliminações em uma mesma jogada. Nessa circunstância, a equipe de ataque tem que ter dois ou três corredores nas bases, sem eliminações, e os infielders, seguindo a mesma lógica de estratégia de defesa do double play, precisam fazer os movimentos de maneira ainda mais rápida e coordenada.

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FIGURA 5 Gesto técnico para pegar bolas rasteiras (rolling)

Fonte: O autor, 2020.

2.2.1.5 Outfielders (LF, CF, RF)

Os outfielders ou jardineiros são os jogadores que cuidam da parte final ou área externa do campo. São caracterizados por serem atletas rápidos, com muita força a fim de lançar a bola a longa distância e que possuem grande habilidade de capturá-la sem deixar com que caia no chão.

Mesmo com o extenso espaço, apenas três (3) jogadores assumem essa responsabilidade; são eles: o left field (LF) ou jardineiro esquerdo, o center field (CF) ou jardineiro central e o right field (RF) ou jardineiro direito. Justamente por serem apenas três, precisam se comunicar e correr rápido para pegar as bolas batidas no fundo do campo.

Geralmente, as batidas que vão para os outfielders são bolas altas, também conhecidas como fly, além de batidas linhas que seguem uma trajetória relativamente plana. Assim, caso um defensor pegue uma bola batida antes que faça contato com o chão, o batedor é eliminado automaticamente; caso o defensor não pegue a bola, por outro lado, o batedor pode correr tantas bases quanto

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possível. Por isso, os outfielders precisam ter desenvolvido muito bem as habilidades de pegar as bolas sem deixá-las cair no chão.

A seguir, estão enumerados alguns pontos técnicos para pegar bolas altas: 1. estar preparado na posição de defesa em todo momento; 2. correr e se colocar debaixo da bola; 3. no caso de ter sol ou luz artificial, utilizar a luva para proteger os olhos de modo a não perder a mira da bola; 4. pegar a bola com as duas mãos acima da cabeça, colocando os pés em posição de lançamento, isto é: afastados um do outro com os joelhos ligeiramente flexionados; 5. quando estiver debaixo da bola ou estiver certo que vai conseguir pegá-la, gritar “Minha!” ou “Eu!” para evitar o choque com algum dos companheiros (CASTRO, 2014). Na figura 6, a seguir, é possível observar a demonstração dessas técnicas.

Quando a equipe que está no ataque tem corredores nas bases e ainda não há eliminações ou, ainda, só tem um jogador eliminado, os outfielders têm grande oportunidade de participar das eliminações multiplex (double play ou triple play). Para isso, precisam estar sempre espertos e ter visão no jogo para que consigam pegar a bola no ar e lançarem rapidamente aos infielders.

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FIGURA 6 Gesto técnico para pegar bolas altas (fly)

Fonte: O autor, 2020.

2.3 Indicadores de desempenho físico nos jogadores beisebol

O beisebol é um esporte de ações rápidas e precisas, nas quais os aspectos técnicos e táticos são muito importantes para o sucesso nas jogadas. Nesse sentido, os indicadores de desempenho no beisebol são considerados também como as estratégias que os técnicos e jogadores utilizam no ataque para produção de pontos ou, ainda, na defesa, para evitar que a equipe adversária pontue.

No caso dos lançadores, os indicadores de desempenho que podem ser utilizadas como estratégias de defesa são: 1. a potência de braço avaliado com radares, ou seja: a velocidade dos lançamentos; 2. o domínio de lançamentos com efeitos como de “curva”, “slider” ou “change”; 3. controle e localização dos lançamentos; 4. técnica ou mecânica dos movimentos para execução dos lançamentos.

Por outro lado, alguns dos indicadores de desempenho que podem ser utilizados como chaves nos jogadores de posições são: 1. velocidade em corridas, capacidade física fundamental tanto ofensiva quanto na defensiva; 2. potência de

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braço necessária para fazer eliminações de corredores; 3. habilidade para defender atendendo, com isso, as especificidades de cada posição; 4. Habilidade e força na batida, atendendo, desta maneira, cada situação específica (CONDE, 2016; COLEMAN, 2000).

No quadro 4, apresentado a seguir, é possível notar os indicadores de desempenho ou ferramentas prioritárias que os jogadores de cada posição devem possuir; notar, por exemplo, que cada jogador tem tarefas específicas na defesa, desta maneira, as habilidades que são essenciais para um receptor não são as mesmas que de um outfielder ou, ainda, de um infielder. Da mesma maneira, nas ações ofensivas, como por exemplo a agilidade e força na batida, há diferentes níveis de exigência: os jogadores de 1ªB, 3ªB, LF e RF, por exemplo, precisam ser ótimos batedores para ajudar o time na produção de pontos.

Quadro 4 – Indicadores de desempenho físico ou ferramentas nos jogadores de beisebol em cada posição defensiva segundo Coleman (2000).

Catcher (C) 1ª Base (1ªB) 2ª Base (2ªB) Short Stop (SS) Boa Defesa Potência de Braço Habilidade na Batida Força na Batida Velocidade de Corrida Habilidade na Batida Força na Batida Boa Defesa Potência de Braço Velocidade de Corrida Habilidade na Batida Boa Defesa Velocidade de Corrida Força na Batida Potência de Braço Boa Defesa Potência de Braço Velocidade de Corrida Habilidade na Batida Força na Batida 3ª Base (3ªB) Left Field (LF) Center Field (CF) Right Field (RF) Habilidade na Batida Força na Batida Boa Defesa Potência de Braço Velocidade de Corrida Habilidade na Batida Força na Batida Velocidade de Corrida Boa Defesa Potência de Braço Velocidade de Corrida Boa Defesa Habilidade na Batida Potência de Braço Força na Batida Habilidade na Batida Força na Batida Boa Defesa Potência de Braço Velocidade de Corrida Fonte: Coleman, 2000. 2.3.1 Velocidade de corrida

A velocidade de corrida é um dos indicadores de desempenho ou ferramentas importantes no beisebol, já que este é um esporte onde a rapidez pode determinar o resultado positivo ou negativo de uma partida. O principal sistema energético que participa nesta atividade é anaeróbio alático, e, portanto, as capacidades necessárias para o sucesso são: velocidade, força rápida e coordenação (ÁLVAREZ,

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BUGALLO, VALDÉS, 2018). Nesse mesmo sentido, Salgado e Miranda concluem que o beisebol é um esporte muito versátil e dinâmico, no qual é necessária, portanto, uma grande preparação física para que as jogadas sejam realizadas com qualidade e efetividade (2009).

As avaliações de corrida de velocidade mais utilizadas nos jogadores de beisebol são o teste de 60 jardas (54,8 metros) e corrida nas bases: no primeiro, os jogadores de aproximadamente 15-16 anos de idade devem percorrer as 60 jardas num tempo entre 7,0 e 7,2 segundos para que sejam considerados corredores aceitáveis; com isso, os atletas que conseguem fazer esse percurso num tempo entre 6,5 e 6,8 segundos são considerados bons corredores e aqueles que conseguem percorrer a distância num tempo entre 6,3 e 6,5 segundos são considerados como corredores excelentes (CONDE, 2016; COLEMAN, 2000).

No beisebol os jogadores rápidos são muito importantes para diferentes funções: 1. correr nas bases para conseguir pontos decisivos; 2. roubar bases de modo com que fiquem mais perto do home plate; 3. fazer toque de bola, caracterizada como uma ação ofensiva surpresa; 4. conquistar mais bases em batidas longas (2 ou 3 bases); 5. além de garantir boa defesa independentemente da posição.

Nakata et al., (2013) reportaram que nas avaliações feitas em adolescentes os testes de abdominais e de velocidade em corridas de dez metros foram preditores significativos da energia cinética das bolas lançadas. Neste sentido, portanto, é possível concluir que a importância da velocidade de corrida e da agilidade, mais do que o desenvolvimento da força, são essenciais para um bom desempenho nas partidas de beisebol.

2.3.2 Potência de braço

A potência de braço é um dos indicadores de desempenho avaliados nos jogadores de beisebol, em especial nos jogadores da defesa. Considerando que beisebol é um esporte em que a bola possui uma circunferência entre 22,8 cm e 23,5 cm e pesa entre 141,7 g e 148,8 g, porém, independentemente da posição, é sempre importante lançar as bolas com força, velocidade e precisão.

Nesse sentido, todas a avaliações de potência do braço são feitas mensurando os lançamentos dos jogadores; os outfielders são avaliados com

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cronômetros para determinar o tempo que demoram para, de suas posições, devolverem a bola para as bases (segunda, terceira e home plate); enquanto a os lançadores, são avaliados com radares, os infielders (2ªB, SS e 3ªB), se avaliam geralmente desde a posição do inter bases (SS) ao pegar bolas rasteiras e lançam do fundo do infielder até a primeira base, igualmente os receptores se avaliam lançando desde sua posição no home plate agachados até a segunda base; e os lançadores quando lançam, a uma distância de 18,44 metros do pitcher plate ao

home plate (CONDE, 2016; COLEMAN, 2000).

Além disso, ter um braço potente e ágil pode ser a ferramenta necessária para eliminar corredores quando estes tentam ganhar bases extras; ou, ainda, ser a razão do corredor permanecer parado em sua base durante uma jogada, diante da força, velocidade e precisão com que o defensor lança a bola.

Nesse mesmo sentido, no Japão, levando em conta a importância da potência dos lançamentos de bolas, é aplicada uma avaliação que consiste em medir a maior distância dos lançamentos de jovens jogadores. Além disso, para determinar a força dos ombros desses atletas sem a necessidade de utilizar os custosos radares, recorrem a um método que leva em conta outros aspectos tais como velocidade e distância (KOHMURA et al., 2008). Neste sentido, tanto maior a potência quanto maior a velocidade e, do mesmo modo, a distância.

2.3.3 Defesa (Habilidade para defender)

A defesa é um dos indicadores de desempenho ou uma ferramenta que podem ser avaliadas com cuidado e em repetidas oportunidades. Neste sentido, é muito importante para uma equipe que os jogadores colocados na defesa possam fazer as eliminações dos atacantes do time adversário, seja com jogadas de rotina ou com jogadas difíceis; seja no campo interno ou no campo externo. Considera-se, desta maneira, que uma equipe tem boa defesa quando o número de pontos do time adversário durante um jogo é baixo; bem como quando a quantidade de erros que comete é mínima.

Quanto à classificação da defesa um jogador, há diferentes itens a serem avaliados tais como: habilidade para pegar as bolas, velocidade, estratégia de posicionamento no campo, uso correto das mãos, técnica na disposição dos pés, controle do corpo, agilidade e alcance. O termo “mãos suaves”, por exemplo, é

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