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Procedimentos: Inquéritos por Questionário

No documento DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO (páginas 74-77)

CAPÍTULO III METODOLOGIA

3.5. Procedimentos: Inquéritos por Questionário

Em primeiro lugar, evidenciamos que os DT respondem ao questionário relativo ao PCEx. Por sua vez, os MCCE respondem ao questionário sobre o PCCE e os MCP respondem ao questionário sobre a PCP. Desta forma, cada membro descreve o seu respetivo líder. Por pretendermos analisar e comparar as perceções destes grupos com as dos presidentes, administramos seis questionários específicos, consoante o sujeito ou grupo a quem se destina e onde os mesmos itens são apresentados (Apêndice 6 e 7), a fim de facilitar essa comparação.

Este processo iniciou-se com a criação dos formulários através do serviço Google Drive. Em seguida, procedemos à aplicação dos mesmos, que foram distribuídos via correio eletrónico e preenchidos on-line, durante os meses de abril, maio e junho de 2015. Após o preenchimento dos formulários, estes foram enviados pelos inquiridos novamente para o Google Drive, que fez o processamento automático das respostas obtidas. Decidimos efetuar os questionários on-line, devido ao número elevado de pessoas inquiridas: 3 presidentes, 65 diretores de turma, 21 membros do Conselho da Comunidade Educativa e 16 membros do Conselho Pedagógico.

Ao longo da investigação houve uma particular preocupação em assegurar a confidencialidade das pessoas que participaram do estudo, de modo a exporem livremente a sua opinião. Neste sentido, Bogdan e Biklen (1994) expõem que “as identidades dos sujeitos devem ser protegidas, para que a informação que o investigador recolhe não possa causar-lhes qualquer tipo de transtorno ou prejuízo” (p. 77).

Os questionários têm como principal objetivo identificar e caracterizar o estilo de liderança (transformacional, transacional ou laissez-faire) exercido pelos presidentes dos órgãos do Conselho Executivo, Conselho da Comunidade Educativa e Conselho Pedagógico da EBSGZ, através da avaliação dos seus comportamentos e atitudes. Isto segundo duas perspetivas, por um lado, pela perceção dos liderados, que neste caso são os diretores de turma, os membros do CCE e CP. E, por outro lado, pela perceção dos próprios presidentes, sendo que três dos questionários são uma autoavaliação.

Nos inquéritos optámos por utilizar uma escala ordinal para medir a frequência (tipo Likert), que varia do 1 ao 5, adaptada de Hill e Hill (2009). Estes autores afirmam que “para evitar problemas de interpretação e, portanto, para recolher dados que tenham significados relativamente claros, é melhor descrever, com palavras, todos os números da escala de resposta. E é muito importante utilizar um conjunto «equilibrado» de respostas” (Idem, p. 130). Esta escala tem como finalidade classificar, do menor ao maior, com que frequência os comportamentos dos líderes/presidentes foram exibidos e percecionados pelos inquiridos.

Tabela 1 - Escala de Frequência

1 2 3 4 5

Nunca Ocasionalmente Algumas vezes Muitas vezes Frequentemente

Os inquéritos por questionário são constituídos por perguntas fechadas, divididas em três partes (Apêndice 6 e 7). A primeira parte inicia-se com a caracterização dos inquiridos, identificando-os quanto ao género, idade, habilitações literárias, categoria profissional, tempo de serviço, e tempo na instituição escolar. Posteriormente, a segunda parte, denominada de liderança, apresentada uma tabela composta por 40 itens descritivos, que retratam comportamentos típicos das lideranças transformacional, transacional e laissez-faire, os resultados da liderança, bem como os tipos de motivações dos líderes. Por fim, a terceira parte, denominada de Escola e Comunidade Educativa, apresenta uma tabela com sete itens descritivos, referentes especificamente ao Presidente do Conselho Executivo e à sua influência na relação entre a escola e a comunidade educativa. É importante salientar que esta última parte do inquérito aplica-se apenas aos DT, MCCE e MCP, ou seja, não está presente nos inquéritos aplicados aos presidentes.

Para a avaliação dos estilos de liderança e variáveis resultantes da liderança, foram consideradas 40 questões retiradas da Dissertação de Mestrado de Teles (2009). Desse total,

34 asserções foram adaptadas do Questionário Multifactorial de Liderança (MLQ) desenvolvido por Bass e Avolio (2004), e do estudo exploratório de Castanheira e Costa (2007). Estes itens são agrupados em torno de 12 áreas, das quais cinco correspondem à liderança transformacional, duas à liderança transacional e duas à liderança laissez-faire. Ainda assim, um conjunto de asserções referentes aos resultados da liderança são agrupadas em três áreas: Eficácia, Esforço Extra e Satisfação. Por último, considerámos 6 questões adaptadas do estudo sobre as motivações dos líderes, de Rego e Cunha (2004, p. 457), que similarmente são agrupadas em três áreas: Sucesso, Afiliação e Poder. Estes tópicos estão representados de forma sucinta na Tabela 7 (Apêndice 1).

Quanto aos procedimentos de análise, por este ser um questionário que utiliza escalas nominais, que fornecem dados na forma de frequências absolutas (n) e frequências relativas (%), utilizamos para o tratamento dos dados recolhidos, o software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 22. Selecionamos o SPSS, por ser um software fácil de manusear, rápido e o mais utilizado pelos investigadores em educação (Sousa, 2009). Também utilizamos o programa Microsoft Excel, para a elaboração dos gráficos, e o programa Microsoft Word, para a construção das tabelas. Foram calculadas as componentes de cada dimensão da liderança utilizando a média das respostas que definem cada categoria ou dimensão.

A análise dos dados iniciou-se com o teste de ajustamento à distribuição normal, para podermos escolher entre técnicas paramétricas ou não paramétricas nos testes de hipóteses. O teste de Shapiro-Wilk confirmou que a maioria das variáveis eram normais e o coeficiente de simetria (Skewness) permitiu considerar simétricas as que falharam a normalidade. Tal como referem Pestana e Gageiro (2003), a falha de normalidade pode ser suprida pela simetria.

Desta forma, foram utilizados os testes paramétricos, como o teste t-Student, para comparar as médias relativas a uma determinada variável, considerando dois grupos distintos de sujeitos, ou seja, neste caso específico, foi comparada uma amostra das respostas dos DT com a perceção do PCEx, dos MCCE com a perceção do PCCE e dos MCP com a perceção da PCP. Para valores de prova inferiores a 0,05, podemos concluir que existem diferenças significativas entre as amostras e a perceção dos presidentes que avaliam. Também foi utilizado o teste One-Way ANOVA na comparação das pontuações da terceira parte do inquérito por questionário, relativa à relação entre escola-comunidade educativa, dos grupos DT, MCCE e MCP. Segundo Sousa (2009), a ANOVA é o teste que faz a análise da variância, “é utilizada para comparar mais de dois grupos, com uma variável independente e uma variável dependente” (p. 293). Sustenta, ainda, que devemos, sempre que possível,

efetuar análises paramétricas porque “são muito mais fiáveis e oferecem maior garantia que as não-paramétricas” (Idem, p. 294).

No documento DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO (páginas 74-77)