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Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para a elaboração desta pesquisa. Aqui, demonstramos os caminhos percorridos por nossa investigação desde seu estágio inicial (texto-piloto) até a fase final.

Esta seção apresenta a caracterização do corpus utilizado em nossa pesquisa e as etapas do processo de coleta de dados. Inicialmente, os textos que compunham nossos

corpora eram da seção Carta ao Leitor, do acervo digital da Revista Veja Online

(encontrados no link www.veja.abril.com.br), e textos orais e escritos do corpus do Grupo de Estudos Discurso e Gramática – D&G (encontrados no link www.discursoegramatica.letras.ufrj.br).

Inicialmente, para o exame de qualificação, apresentamos quatorze (14) ocorrências da construção correlativa consecutiva, distribuídas no gênero textual Carta

ao Leitor, da seção de mesmo nome, do acervo digital da Revista Veja Online, e nas

seções narrativas pessoais, narrativas recontadas, descrição de local, relato de

procedimento e relato de opinião do corpus do Grupo de Estudos Discurso e Gramática

(doravante D&G). Para melhor compreensão do estágio inicial de nossa pesquisa, apresentamos a tabela a seguir, em que há a correspondência entre o número de ocorrências da construção correlativa consecutiva e o corpus em que foram encontradas:

Tabela 1 – Caracterização de corpora e quantificação de dados em fase inicial

Corpus Seção Ocorrências

Revista Veja

Online Carta ao Leitor 4

Discurso e Gramática – D&G

Narrativa pessoal, narrativa recontada, descrição de local, relato de procedimento e

relato de opinião

10

Total 14

A tabela anterior demonstra que, para o texto-piloto, foram encontradas quatro (04) ocorrências de construção correlativa consecutiva no gênero textual Carta ao

Leitor, do acervo digital da Revista Veja Online, e dez (10) ocorrências dessa mesma

construção em textos que possuíam sequências tipológicas diversas, totalizando, portanto, quatorze (14) ocorrências.

É importante destacar que a diferença no número de ocorrências da construção consecutiva do corpus do Grupo de estudo D&G para o corpus da Revista Veja não implicou qualquer problema metodológico à nossa pesquisa, visto que ela se encontrava

em fase inicial e que esse tipo de coleta foi uma oportunidade de verificar que ambientes (padrões) proporcionavam tais ocorrências.

Destacamos, também, que em um momento inicial, analisamos edições do acervo digital da Revista Veja Online dos períodos de janeiro a dezembro de 2002, de janeiro a agosto de 2014 e de janeiro a março de 2015. O levantamento de dados nesse

corpus foi feito durante a segunda metade de 2015. Com a baixa ocorrência do número

de dados, recorremos ao corpus9 do grupo D&G como forma de ampliar esse número e de verificar especificidades dos ambientes que proporcionavam o uso das construções em estudo.

O levantamento de dados nesse último corpus foi feito no período de janeiro a março de 2016, em que foram analisados textos orais e escritos das localidades do Rio de Janeiro e Niterói. Para melhor compreensão desse processo de coleta de dados, elaboramos o seguinte quadro, em que demonstramos a correlação entre o corpus analisado, o período em que foi publicado ou disponibilizado e o período em que foi analisado.

Quadro 5 – Informações sobre os corpora em fase inicial de pesquisa

Corpus Períodos de publicação ou

disponibilidade Período de análise Revista digital Veja

Online

Janeiro a dezembro de 2002 Janeiro a agosto de 2014

Janeiro a março de 2015 Segundo semestre de 2015 Grupo de estudo

D&G Ano de 1993 Janeiro a março de 2016

A partir dos processos de coleta e análise preliminar de dados que constituíram o texto-base dessa pesquisa, concluímos que as quatorze (14) ocorrências da construção correlativa consecutiva pertenciam a dois padrões construcionais (ou subesquemas), ou seja, as quatorze (14) ocorrências poderiam ser “alocadas” em dois padrões construcionais maiores, a que chamamos de Padrão 1 e Padrão 2, respectivamente. A partir daqueles padrões construcionais, destacamos, também, a existência de 5 padrões microconstrucionais, que dizem respeito a construções individuais do nosso objeto de estudo.

9 Os textos que compõem o corpus do grupo D&G foram colhidos e organizados no ano de 1993 por alunos bolsistas que faziam parte do grupo que se iniciou naquela mesma década.

Para melhor compreensão da distribuição das quatorze ocorrências da construção correlativa consecutiva em padrões microconstrucionais tal como observado anteriormente, apresentamos a tabela a seguir, retirada do nosso texto preliminar:

Tabela 2 – Quantificação de microconstruções por padrão em fase inicial

Microconstrução Padrão 1 Padrão 2 Total

‘tão...que’ 10 10

‘tamanha...que’ 1 1

‘a ponto de...’ 1 1

‘com um grau tal...que’ 1 1

‘de tal forma...que’ 1 1

Total 11 3 14

Por fim, destacamos que, para a elaboração do texto inicial, empreendemos uma pesquisa quantitativa e qualitativa, em que a última característica foi priorizada, pois nos dava a oportunidade de maior aproximação com o nosso objeto de estudo e nos permitia dialogar com conceitos como intersubjetivação e subjetivação de modo individualizado.

Feitas as necessárias considerações a respeito das características dos corpora em fase preliminar, passemos à caracterização do corpus em sua fase final, observando que muito do que foi exposto anteriormente também se aplica à caracterização da pesquisa nesta fase.

Partindo da hipótese de que nosso objeto de estudo se configura a partir de pares correlatos – o primeiro correlator intensificador correlacionado ao segundo correlator

que -, empreendemos uma busca de dados em um corpus que proporcionasse esse tipo

de ocorrência.

Rosário (2012), em sua investigação sobre a correlação aditiva, nos orienta para a força argumentativa desse fenômeno. O autor postula que a correlação é um processo de organização de período distinto da coordenação e da subordinação porque, além de ser caracterizada por uma sintaxe diferente, a semântica também é diferente. Segundo o autor:

A correlação (...) apresenta-se mormente no discurso formal, como uma importante estratégia retórica direcionada à arte do convencimento. Os contextos linguísticos em que a correlação se apresenta com mais intensidade referem-se justamente a sequências argumentativas e expositivas. (Rosário, 2012, p. 120)

O excerto anterior fez-se necessário no sentido de esclarecer a escolha do corpus utilizado para a pesquisa, visto que apresenta as características da correlação e os contextos linguísticos em que o fenômeno se apresenta com mais intensidade e frequência.

O corpus utilizado para a pesquisa foi o do acervo digital da Revista Veja

Online (encontrado no link www.veja.abril.com.br), que possui edições desde 1968 até a presente data. Há, na revista, diversas seções que contemplam diversos gêneros textuais, como, por exemplo, entrevistas, propagandas, artigos de opinião e cartas ao leitor.

Analisamos 826 edições da Revista Veja, publicadas no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2016, detendo-nos, especificamente, na seção Carta ao Leitor, que contempla o gênero de mesmo nome. Sabe-se que esse gênero textual é composto por sequências argumentativas e expositivas muito frequentes, visto que há grande apelo e tentativa de convencimento dos interlocutores. A coleta foi realizada durante o segundo semestre de 2016.

Quadro 6 – Informações sobre o corpus em fase atual da pesquisa

Corpus Gênerotextual Número deedições publicaçãoPeríodo de

Período de coleta e análise Revista Veja Online Carta ao Leitor 826 Janeiro de 2001 a Dezembro de 2016 Segundo semestre de 2016

Nesse capítulo, apresentamos os trajetos percorridos por nossa pesquisa sobre a construção correlativa consecutiva e demonstramos que a escolha por um corpus que contemplasse sequências textuais expositivas e argumentativas se deve ao fato de

investigarmos o fenômeno da correlação. No capítulo seguinte, procedemos à efetiva análise de dados.

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